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90
| exam_id
stringclasses 15
values | exam_year
stringclasses 7
values | university
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values | question_type
sequence | nullified
bool 0
classes | question
stringlengths 31
2.75k
| choices
sequence | answerKey
stringclasses 5
values |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
USP_2024_6 | 6 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"history"
] | null | "Na coluna do ativo como na do passivo, seria difícil exagerar
o papel do açúcar na história do Brasil colonial. Se ele foi o
produto que proporcionou a base inicial solidamente
econômica para o esforço do colonizador, foi também o que
plasmou o regime de propriedade latifundiária, instalou a
escravidão africana na América portuguesa e, no seu
exclusivismo, inibiu o desenvolvimento da policultura (...),
embora estimulando, em áreas apartadas, a pecuária e a
lavoura de subsistência. (...) Ele desenvolveu um estilo de vida
que marcou a existência de todas as camadas da população
que integrou, reservando, contudo, seus privilégios a uns
poucos."
MELLO, Evaldo Cabral de. Um imenso Portugal: História e historiografia. São
Paulo: Ed. 34, 2002. p.110.
O texto indica que, no Nordeste açucareiro dos séculos XVI e
XVII, | {
"text": [
"a mão de obra de escravizados de origem africana e \nindígena era empregada nos canaviais, na pecuária e na \nlavoura de subsistência.",
"a distribuição de terras baseava-se na concessão, pela \nCoroa portuguesa, de privilégios e pequenos lotes a \ndonatários.",
"os privilégios concentravam-se nas mãos dos senhores de \nengenho, em detrimento da população escravizada ou \nlivre e pobre.",
"o desenvolvimento de relações socioeconômicas fundadas \nna horizontalidade recebia estímulos governamentais.",
"o modo de produção feudal prevaleceu na exploração \nagrícola pela metrópole."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2024_8 | 8 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"philosophy"
] | null | "Entre os anos de 2012 e 2022, o número de pessoas
autodeclaradas pretas e pardas aumentou em uma taxa
superior à do crescimento do total da população do país,
segundo o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE. No caso dos negros, essa
porcentagem variou de 7,4% em 2012 para 10,6% em 2022.
'(...) uma das hipóteses para o crescimento da proporção é
que a percepção racial tenha mudado dentro da população,
nos últimos anos'."
O Globo, 22/07/2022; CNN Brasil, 16/06/2023.
"Pois bem, é justamente a partir daí que aparece a
necessidade de teorizar as 'raças' como o que elas são, ou
seja, construtos sociais, formas de identidade baseadas numa
ideia biológica errônea, mas eficaz, socialmente, para
construir, manter e reproduzir diferenças e privilégios. Se as
raças não existem num sentido estritamente realista de
ciência, ou seja, se não são um fato do mundo físico, são,
contudo, plenamente existentes no mundo social, produtos
de formas de classificar e de identificar que orientam as ações
dos seres humanos."
GUIMARÃES, Antônio Sergio Alfredo. Raças e estudos de relações raciais no
Brasil. Novos Estudos CEBRAP, n.54, 1999. p.153.
Relacionando os dados trazidos pela PNAD/IBGE e o conceito
de raça do sociólogo Antônio Sergio Alfredo Guimarães, é
correto afirmar: | {
"text": [
"A hipótese de que a autopercepção racial de parte dos \nbrasileiros mudou está em conflito com a tese de que raça \né um construto social. Isso porque, como os traços \nfenotípicos da população brasileira mantiveram-se os \nmesmos de 2012 a 2022, não haveria motivos para o \naumento dos autodeclarados pretos e pardos.",
"A tese de que raças são construtos sociais ganha força \ndiante das mudanças na autopercepção de parte dos \nbrasileiros sobre sua condição racial. Alterações culturais \ne ideológicas da inserção social de negros e pardos teriam \npermitido o crescimento dos assim autodeclarados.",
"As alterações na autopercepção racial captadas pelas \npesquisas do IBGE não guardam relação com a ideia de que \nraça é um construto social. Na verdade, reafirmam que as \nraças são realidades biológicas e que mais indivíduos \nestariam se dando conta do seu verdadeiro pertencimento \nracial.",
"Os dados colhidos pelo IBGE sobre o aumento da \nautodeclaração racial dos respondentes como pretos e \npardos indicam que houve um aumento dessa população \nno Brasil, o que contraria a tese de que raça é um \nconstruto social, e não uma realidade biológica.",
"A existência do racismo no Brasil indica que a tese de raça \ncomo construto social está errada. Se raça fosse um \nconstruto social, e não uma realidade biológica, os \nindivíduos prefeririam se declarar como brancos para \nevitar serem vítimas de racismo."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2024_9 | 9 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"history"
] | null | "O lugar do ensino superior agora tem as portas abertas. A (...)
Constituição é que impõe essa situação por decreto. Mas (...)
este não pode garantir que todos tenham a tal 'capacidade'
que lhes vai permitir o aproveitamento dessa educação. Há
rapazes – até agora são poucas as moças com a força de
vontade que Jabu, ainda menina, tinha para dar e vender –
que recebem bolsas ou auxílios de algum tipo (...). As 'aulas de
reforço' (...): um band-aid. Steve sabe que isso não é uma
solução para o abismo da educação ruim do fundo do qual os
alunos tentam emergir.
A Luta não terminou.
– (...) Eu tenho alunos de estudos africanos que não sabem
escrever (...).
– Então o que é que nós devíamos estar fazendo? (...) O
professor Nielson ainda usa terno (...), embora o padrão da
indumentária tenha relaxado a partir do exemplo dado pelas
túnicas de Mandela. (...) – Você não está propondo que a
gente baixe ainda mais os critérios de admissão à
universidade. Então a universidade é pra avançar no
conhecimento ou é pra andar pra trás?
O que Steve está perguntando é se esse ensino adicional de
faz de conta na esperança de elevar os alunos a um nível
universitário pode compensar dez anos de educação primária
e secundária de péssimo nível."
GORDIMER, Nadine. O melhor tempo é o tempo presente. São Paulo:
Companhia das Letras, 2014. p.82-83.
No excerto do romance da escritora sul-africana Nadine
Gordimer, é possível identificar: | {
"text": [
"o regime de apartheid em vigor na África do Sul na época \nem que o romance se passa, que mantinha alunos e \nprofessores negros fora da universidade.",
"a segregação formal das mulheres no acesso à educação, \nconforme estabelecido pela Constituição promulgada no \npós-apartheid.",
"as eficazes estratégias de apoio aos estudantes pobres \npara assegurar a boa qualidade da educação básica e \nsuperior na época do apartheid.",
"as incertezas sobre as estratégias adotadas para enfrentar \ndesigualdades sociais e educacionais legadas pelo regime \ndo apartheid na África do Sul.",
"o reconhecimento consensual do sucesso do projeto de \ninclusão educacional no cenário sul-africano pós-\napartheid."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2024_10 | 10 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"philosophy"
] | null | "Por quê? Porque pensar em direitos humanos tem um
pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos
indispensável para nós é também indispensável para o
próximo. (...).
Nesse ponto as pessoas são frequentemente vítimas de uma
curiosa obnubilação. Elas afirmam que o próximo tem direito,
sem dúvida, a certos bens fundamentais, como casa, comida,
instrução, saúde, coisas que ninguém bem formado admite
hoje em dia que sejam privilégio de minorias, como são no
Brasil. Mas será que pensam que seu semelhante pobre teria
direito a ler Dostoievski ou ouvir os quartetos de Beethoven?
(...). Ora, o esforço para incluir o semelhante no mesmo
elenco de bens que reivindicamos está na base da reflexão
sobre os direitos humanos."
CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 3ª ed. revista e ampliada. São Paulo:
Duas Cidades, 1995.
Com base na leitura do texto, pode-se afirmar que Antonio
Candido defende que o acesso a bens como a literatura e a
música | {
"text": [
"é privilégio de minorias, pois são bens que exigem \nreflexão.",
"deve ser reivindicado como um direito, e não como um \nprivilégio.",
"vitimiza as pessoas que não têm acesso a bens \nfundamentais para viver.",
"humaniza as minorias privilegiadas, incentivando-as a \ncompartilhar seu conhecimento.",
"é indispensável para quem luta pelos direitos humanos. \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \nTEXTO PARA AS QUESTÕES 11 E 12 \nVincent van Gogh. Salvador Dalí. Frida Kahlo. Casual perusers \nof ads everywhere would be forgiven for thinking that art \ngalleries are enjoying some sort of golden age. The truth is less \nexciting, more expensive and certainly more depressing. For \nthis is no ordinary art on offer; this art is \"immersive\", the \nlatest lovechild of TikTok and enterprising warehouse \nlandlords. The first problem with immersive art? It's not \nactually very immersive. A common trope of \"immersive\" \nretrospectives is to recreate original pieces using gimmicky \ntech. But merely aiming a projector at a blank canvas doesn't \ndo much in the way of sensory stimulation. My favourite \nelement of an \"immersive\" show I have been to was their \nfaithful recreation of Van Gogh's bedroom. An ambitious feat, \nexecuted with some furniture and, of course, mutilated \npastiches of his paintings. While projectors, surround sound \nand uncomfortably wacky seating are mainstays of immersive \nart, there are also the VR headsets. But many exhibitions don't \neven include these with the standard ticket, so my return to \nreality has twice been accompanied by an usher brandishing \na credit card machine. Sometimes these installations are so \nbanal and depthless, visitors have often walked through \ninstallations entirely oblivious to whatever is happening \naround them. Despite the fixation \"immersive experiences\" \nhave with novelty, the products of their labours are \nremarkably similar: disappointing light shows punctuated by a \nfew gamified set pieces. \nDisponível em https://www.vice.com/en/article/. Adaptado."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2024_11 | 11 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"english"
] | null | Vincent van Gogh. Salvador Dalí. Frida Kahlo. Casual perusers
of ads everywhere would be forgiven for thinking that art
galleries are enjoying some sort of golden age. The truth is less
exciting, more expensive and certainly more depressing. For
this is no ordinary art on offer; this art is “immersive”, the
latest lovechild of TikTok and enterprising warehouse
landlords. The first problem with immersive art? It's not
actually very immersive. A common trope of “immersive”
retrospectives is to recreate original pieces using gimmicky
tech. But merely aiming a projector at a blank canvas doesn’t
do much in the way of sensory stimulation. My favourite
element of an “immersive” show I have been to was their
faithful recreation of Van Gogh’s bedroom. An ambitious feat,
executed with some furniture and, of course, mutilated
pastiches of his paintings. While projectors, surround sound
and uncomfortably wacky seating are mainstays of immersive
art, there are also the VR headsets. But many exhibitions don’t
even include these with the standard ticket, so my return to
reality has twice been accompanied by an usher brandishing
a credit card machine. Sometimes these installations are so
banal and depthless, visitors have often walked through
installations entirely oblivious to whatever is happening
around them. Despite the fixation “immersive experiences”
have with novelty, the products of their labours are
remarkably similar: disappointing light shows punctuated by a
few gamified set pieces.
De acordo com o texto, muitos visitantes das exposições de
arte imersivas demonstram | {
"text": [
"fascínio pelas novidades tecnológicas utilizadas pelos \ncuradores.",
"desconforto causado pelo excesso de estímulos sensoriais.",
"curiosidade sobre a biografia dos pintores e os \nmovimentos artísticos.",
"apreciação pelas informações oferecidas por guias e \neducadores.",
"indiferença diante das simulações das obras de arte."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2024_12 | 12 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"english"
] | null | Vincent van Gogh. Salvador Dalí. Frida Kahlo. Casual perusers
of ads everywhere would be forgiven for thinking that art
galleries are enjoying some sort of golden age. The truth is less
exciting, more expensive and certainly more depressing. For
this is no ordinary art on offer; this art is “immersive”, the
latest lovechild of TikTok and enterprising warehouse
landlords. The first problem with immersive art? It's not
actually very immersive. A common trope of “immersive”
retrospectives is to recreate original pieces using gimmicky
tech. But merely aiming a projector at a blank canvas doesn’t
do much in the way of sensory stimulation. My favourite
element of an “immersive” show I have been to was their
faithful recreation of Van Gogh’s bedroom. An ambitious feat,
executed with some furniture and, of course, mutilated
pastiches of his paintings. While projectors, surround sound
and uncomfortably wacky seating are mainstays of immersive
art, there are also the VR headsets. But many exhibitions don’t
even include these with the standard ticket, so my return to
reality has twice been accompanied by an usher brandishing
a credit card machine. Sometimes these installations are so
banal and depthless, visitors have often walked through
installations entirely oblivious to whatever is happening
around them. Despite the fixation “immersive experiences”
have with novelty, the products of their labours are
remarkably similar: disappointing light shows punctuated by a
few gamified set pieces.
O texto apresenta uma crítica às exposições de arte imersivas
que está relacionada com | {
"text": [
"a manipulação digital das imagens exibidas pelos usuários \ndo TikTok.",
"o emprego das obras de arte para fins publicitários ilícitos.",
"a cobrança pelo uso de equipamentos para simular a \nexperiência de imersão nas obras.",
"a falta de informação para o público leigo nos catálogos \ndas exibições.",
"o investimento necessário para a criação da tecnologia \nusada nas instalações."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2024_15 | 15 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"portuguese"
] | null | Em Dois irmãos, de Milton Hatoum, os gêmeos Yaqub e Omar
representam duas personalidades antagônicas que se
enfrentam ao longo da narrativa. A rivalidade entre eles tem
como resultado: | {
"text": [
"A prosperidade econômica de ambos.",
"A reconstrução dos laços entre eles.",
"A ida de Nael a São Paulo para viver com Yaqub.",
"A morte de Rânia, a irmã dos gêmeos.",
"A desagregação e a ruína da família."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2024_16 | 16 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"portuguese"
] | null | A partir da leitura de Dois irmãos, com o foco na questão da
paternidade de Nael, narrador do romance, pode-se afirmar: | {
"text": [
"Nenhum dos dois irmãos assumiu a paternidade de Nael, \nnem Nael os reconheceu como pais.",
"Nael é filho de Rochiram, de quem ganha a casa no fundo \ndo terreno para escrever suas memórias.",
"Nael gostaria que Yaqub fosse seu pai, pelos projetos e \nvisão de mundo que compartilhava com ele.",
"A cena final do romance, na qual Omar e Nael se \nencontram, confirma a paternidade de Omar.",
"Embora não quisesse ter tido filhos, Halim é o pai de Nael, \nOmar e Yaqub."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2024_17 | 17 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"biology"
] | null | "O Quim disse-me também que as feridas do Cão Tinhoso
eram por causa da guerra e da bomba atômica [...] O Quim
disse-me isso de o Cão Tinhoso ser muito velho quando um
dia o vimos a bocejar sem dentes na boca. Foi nesse dia que
me contou a história da bomba atômica com os japoneses
pequeninos a morrer todos que era uma beleza e o Cão
Tinhoso a fugir depois de ela rebentar e a correr uma distância
monstra para não morrer."
Luís Bernardo Honwana. Nós matamos o Cão Tinhoso!.
A radiação ionizante, resultante da explosão da bomba
atômica, é capaz de provocar feridas na pele iguais às do Cão
Tinhoso, que são consequências de | {
"text": [
"mutações no DNA das células epiteliais, o que pode alterar \nseu ciclo celular.",
"alterações no DNA mitocondrial que levam à redução do \nmetabolismo celular.",
"ativação dos processos de reparo do DNA e bloqueio da \ndiferenciação celular.",
"aumento da divisão meiótica decorrente do processo de \ncrossing-over.",
"processos de evolução desencadeados por mutações \naleatórias."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2024_22 | 22 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"philosophy"
] | null | "A Enciclopédia conseguiu destronar a antiga rainha das
ciências e elevar a filosofia para o seu lugar. Longe de ser um
compêndio neutro de informações, a obra modelava o
conhecimento de tal maneira que o tirava do clero e o
colocava nas mãos de intelectuais comprometidos com o
Iluminismo. (...) Mas o combate mais importante ocorreu na
década de 1750, quando os enciclopedistas reconheceram
que conhecimento era poder e, mapeando o universo do
saber, partiram para a conquista."
DARNTON, Robert. O grande massacre de gatos. Rio de Janeiro: Graal, 1986.
p.270. Adaptado.
Segundo o excerto, a Enciclopédia preparada pelos
pensadores Diderot e D'Alembert propunha um novo papel
para os filósofos e uma reordenação do conhecimento
científico. Tal proposta se caracterizou pela | {
"text": [
"conexão com um modelo de saber que justificava a \nhierarquia social do Antigo Regime.",
"revelação de que o conhecimento filosófico oferecia as \nbases políticas para o absolutismo.",
"valorização do mecenato como forma de proteção aos \nnovos pensadores.",
"aclamação dos pensadores como defensores da \nneutralidade científica.",
"legitimação dos filósofos enquanto portadores de virtudes \nderivadas do culto do conhecimento empírico."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2024_23 | 23 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"philosophy"
] | null | "Quero dizer, numa palavra, que, levando em conta todas as
coisas que nascem, devemos verificar se em cada caso é bem
assim que nasce cada um dos seres, isto é, se os contrários
não nascem senão dos seus próprios contrários, em toda
parte onde existe tal relação: entre o belo, por exemplo, e o
feio, que é, penso, o seu contrário; entre o justo e o injusto; e
assim milhares de outros casos. (...)
Exemplo: quando uma coisa se torna maior, não é necessário
que ela anteriormente tenha sido menor, para em seguida se
tornar maior?"
Platão, Fédon, p.79.
No trecho transcrito do texto Fédon, Platão propõe uma
compreensão filosófica própria sobre a relação existente
entre os opostos. Com base nela, dentre as inferências
possíveis, aquela que descreve a articulação principal entre
dois termos que se opõem é: | {
"text": [
"Entre os opostos, é possível inferir uma relação principal \nde complementariedade.",
"Entre os opostos, é possível inferir uma relação principal \nde alternância.",
"Entre os opostos, é possível inferir uma relação principal \nde exclusão.",
"Entre os opostos, é possível inferir uma relação principal \nde anulação.",
"Entre os opostos, é possível inferir uma relação principal \nde geração."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2024_24 | 24 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"physics"
] | null | "Os experimentos de difração e interferência da luz realizados
no período de 1800 a 1803, em analogia com os processos de
interferência das ondas acústicas, corroboraram a natureza
ondulatória da luz. Por outro lado, Einstein introduziu, em
1905, o conceito de fóton, em que cada componente
monocromática de frequência 𝑓 da radiação seria equivalente
a um sistema de partículas idênticas sem massa, cada qual
com energia ℎ𝑓, sendo ℎ≃6,626×10^(−34) J.s a constante de
Planck.A hipótese da existência de fótons só teve ampla
aceitação após os experimentos de Compton, em 1922, sobre
o espalhamento da radiação eletromagnética na faixa dos
raios X por alvos de elementos leves, como o grafite."
Adaptado de F. Caruso e V. Oguri, Sobre a necessidade do conceito de fóton,
RBEF 43, e20210011 (2021).
De acordo com o texto e seus conhecimentos, é correto
afirmar: | {
"text": [
"A radiação eletromagnética apresenta somente \ncomportamento ondulatório.",
"Os experimentos de Compton mostraram que feixes de \nraios X exibem comportamento corpuscular.",
"A energia de um fóton independe de seu comprimento de \nonda.",
"A hipótese da natureza corpuscular da radiação está em \ndesacordo com os resultados experimentais.",
"Einstein demonstrou que os experimentos de difração e \ninterferência da luz deveriam estar incorretos."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2024_29 | 29 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"chemistry"
] | null | Fogareiros abastecidos com pequenos botijões de gás são
equipamentos corriqueiros em trilhas e escaladas de duração
prolongada para possibilitar o cozimento de alimentos. Em
geral, esses botijões são abastecidos com propano, isobutano
ou n-butano. A tabela mostra a temperatura de ebulição e o
calor liberado na combustão desses três gases, à pressão
atmosférica.
Gás | Temperatura de ebulição (°C) | Calor de combustão (kcal/m^3 de substância na fase gasosa)
Propano | -42 | 5065
Isobutano | -12 | 8211
n-Butano | -1 | 8411
Com base nessas informações, qual seria o gás mais indicado
para a utilização em um ambiente com temperatura típica de
-6 °C, considerando a viabilidade e o consumo de gás
necessário para o preparo de alimentos? | {
"text": [
"Propano, por estar líquido em -6 °C e, dentre as \nsubstâncias líquidas nessa temperatura, sua combustão \nfornecer mais calor por volume de gás.",
"Isobutano, por estar gasoso em -6 °C e, dentre as \nsubstâncias gasosas nessa temperatura, sua combustão \nfornecer mais calor por volume de gás.",
"n-Butano, por estar gasoso em -6 °C e, dentre as \nsubstâncias gasosas nessa temperatura, sua combustão \nfornecer mais calor por volume de gás.",
"n-Butano, por estar líquido em -6 °C e, dentre as \nsubstâncias gasosas nessa temperatura, sua combustão \nfornecer menos calor por volume de gás.",
"Isobutano, por estar gasoso em -6 °C e, dentre as \nsubstâncias gasosas nessa temperatura, sua combustão \nfornecer menos calor por volume de gás."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2024_32 | 32 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"biology"
] | null | A tabela a seguir mostra a condição de duas variáveis sociais
em quatro cidades urbanas genéricas.
% da população
Cidade | % de domicílios com coleta de esgoto e tratamento de água | % da população imunizada com cobertura vacinal completa
cidade I | 89% | 19%
cidade II | 12% | 13%
cidade III | 98% | 15%
cidade IV | 10% | 90%
Com base nesses dados, é correto afirmar que a população
humana dessas cidades tem risco aumentado de ter as
respectivas doenças:
cidade I cidade II cidade III cidade IV | {
"text": [
"cidade I - leptospirose; cidade II - influenza; cidade III - amebíase; cidade IV - cólera",
"cidade I - COVID; cidade II - teníase; cidade III - tétano; cidade IV - tuberculose",
"cidade I - hepatite B; cidade II - amebíase; cidade III - cólera; cidade IV - leptospirose",
"cidade I - influenza; cidade II - teníase; cidade III - pneumonia; cidade IV - COVID",
"cidade I - tuberculose; cidade II - poliomielite; cidade III - hepatite B; cidade IV - amebíase"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2024_33 | 33 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"mathematics"
] | null | Uma empresa farmacêutica produz certo medicamento, o
qual é formado por quatro componentes, conforme indicado
na tabela I. O custo do grama de cada um dos componentes
desse medicamento também é apresentado nessa tabela.
Tabela I
Composição do medicamento | Quantidade (em mg) | Custo (em R$/g)
Componente A | 200 | 700
Componente B | 70 | 500
Componente C | 130 | 300
Componente D | 100 | 120
Para a produção do próximo lote do medicamento, a empresa
terá um gasto diferente para fabricá-lo, pois os custos de
alguns componentes sofreram alterações, conforme mostra a
tabela II.
Tabela II
Composição do medicamento | Variação no custo (em %)
Componente A | +7
Componente B | -5
Componente C | 0
Componente D | +10
Note e adote: Considere que os outros custos de produção permaneceram inalterados.
Qual é o aumento, em reais, no custo do medicamento? | {
"text": [
"9,25",
"12,00",
"12,75",
"36,00",
"86,00"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2024_34 | 34 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"mathematics"
] | null | Os conceitos de moda, mediana, média e amplitude definem
medidas utilizadas para estudar um conjunto de informações
numéricas. Por exemplo, na lista de 5 números (2, 2, 4, 8, 14),
temos que a moda é igual a 2, a mediana é igual a 4, a média
é igual 6 e a amplitude é igual a 12.
Assinale a alternativa que representa a quantidade de listas
de 5 números inteiros positivos que cumprem a condição:
moda = mediana = média = amplitude = 23. | {
"text": [
"8",
"9",
"11",
"22",
"44"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2024_36 | 36 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"portuguese"
] | null | "Todos os dias que depois vieram, eram tempo de doer.
Miguilim tinha sido arrancado de uma porção de coisas, e
estava no mesmo lugar. Quando chegava o poder de chorar,
era até bom – enquanto estava chorando, parecia que a alma
toda se sacudia, misturando ao vivo todas as lembranças, as
mais novas e as muito antigas. Mas, no mais das horas, ele
estava cansado. Cansado e como que assustado. Sufocado. Ele
não era ele mesmo. Diante dele, as pessoas, as coisas,
perdiam o peso de ser. Os lugares, o Mutum – se esvaziavam,
numa ligeireza, vagarosos. E Miguilim mesmo se achava
diferente de todos. Ao vago, dava a mesma ideia de uma vez,
em que, muito pequeno, tinha dormido de dia, fora de seu
costume – quando acordou, sentiu o existir do mundo em
hora estranha, e perguntou assustado: – 'Uai, Mãe, hoje já é
amanhã?!'"
João Guimarães Rosa. Campo Geral.
Conforme sugere o trecho, o sofrimento perturba a noção que
Miguilim tinha do tempo, porque | {
"text": [
"a falta de acuidade visual não lhe permite distinguir as \népocas.",
"o desamor ao pai o faz romper com a infância cedo demais.",
"o aprendizado da morte embaralha os planos da memória.",
"a sensação de vazio o leva a se sentir seguro no presente.",
"os dias vividos no Mutum mostram-se cada vez mais curtos."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2024_37 | 37 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"portuguese"
] | null | A respeito dos contos "Nós matamos o Cão Tinhoso!", "Dina",
"Papá, cobra e eu" e "Nhinguitimo", de Nós matamos o Cão
Tinhoso!, é possível afirmar: | {
"text": [
"Os narradores e os protagonistas são crianças.",
"São narrados em primeira pessoa, por narradores-\nprotagonistas.",
"Os protagonistas são oprimidos socialmente, e a reação \ndeles não é endereçada aos opressores.",
"São fábulas, e os protagonistas são animais.",
"O espaço representado é o das grandes cidades \nmoçambicanas."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2024_38 | 38 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"portuguese"
] | null | Leia o texto a seguir:
Uma vida inteira pela frente.
O tiro veio por trás.
Cíntia Moscovich, Os cem menores contos brasileiros do século (organização:
Marcelino Freire).
Embora seja um texto composto por apenas duas linhas, é
possível caracterizá-lo como uma narrativa. Nesse texto, essa
caracterização deve-se ao fato de que ele apresenta | {
"text": [
"adjetivação de tempos.",
"diálogo entre narradores.",
"referenciação de espaços.",
"descrição de personagens.",
"sequência de ações."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2024_39 | 39 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"portuguese"
] | null | "Mas quantas vezes a insônia é um dom. De repente acordar
no meio da noite e ter essa coisa rara: solidão. Quase nenhum
ruído. Só o das ondas do mar batendo na praia. E tomo café
com gosto, toda sozinha no mundo. Ninguém me interrompe
o nada. É um nada a um tempo vazio e rico. E o telefone mudo,
sem aquele toque súbito que sobressalta. Depois vai
amanhecendo. As nuvens se clareando sob um sol às vezes
pálido como uma lua, às vezes de fogo puro. Vou ao terraço e
sou talvez a primeira do dia a ver a espuma branca do mar. O
mar é meu, o sol é meu, a terra é minha. E sinto-me feliz por
nada, por tudo. Até que, como o sol subindo, a casa vai
acordando e há o reencontro com meus filhos sonolentos."
Clarice Lispector. "Insônia infeliz e feliz". In: A descoberta do mundo. Rio de
Janeiro: Rocco, 1999.
Considerando as características do trecho apresentado, pode-
se afirmar que ele pertence a uma crônica, pois | {
"text": [
"representa uma história paralela ligada a uma história \nprincipal.",
"há apenas um conflito que se resolve em pouco tempo.",
"possui estrutura simples e apresenta um cunho \npedagógico.",
"é uma narrativa breve que comenta um evento do \ncotidiano.",
"compõe uma crítica indireta a alguém ou a algum fato."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2024_44 | 44 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"history"
] | null | "Industrializar é uma condição de vida, é uma absoluta e
imperiosa necessidade, é mesmo um dever de que já não está
ao nosso alcance declinar. Nem que o quiséssemos, não
poderíamos sobreviver conservando-nos nação pastoril e
agrícola, no velho estilo, exportando café e umas poucas
matérias-primas [...] Industrializar um país não é uma obra
mágica que possa ser feita sem preparo, ao simples sopro de
uma aspiração. É necessário que exista uma mentalidade
industrial, um estado de espírito propício ao
desenvolvimento, é necessário que existam gerações
preparadas para a ação."
OLIVEIRA, Juscelino Kubitschek de. Industrialização: batalha pela própria
sobrevivência da nacionalidade. São Paulo: Serviço de Publicações da
Federação e Centro das Indústrias do Estado de S. Paulo, 1957. p.9-10.
A "mentalidade industrial", proposta pelo então presidente
Juscelino Kubitschek, concretiza-se em seu governo (1956-
1961) sob a forma | {
"text": [
"de grandes investimentos na educação básica e na \nfundação de centros de pesquisa.",
"de incentivos à diversificação e mecanização da produção \nagrícola.",
"da implantação de formas racionais de organização do \ntrabalho.",
"da ação governamental embasada em concepção \nnacionalista e trabalhista.",
"de um projeto desenvolvimentista amparado por incentivos \ne captação de recursos estrangeiros."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2024_45 | 45 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"geography",
"history"
] | null | "Em uma onda sem precedentes de medo, confusão e pânico,
hoje quase 13 milhões de ações mudaram de mãos na Bolsa
de Valores de Nova York. Corretores atordoados
atravessaram um mar de papel segurando ordens de
investidores assustados para 'vender a qualquer preço'."
"Wall Street cai". The Guardian (Londres), 24/10/1929, p.1.
"O mercado esteve ontem numa situação de verdadeiro
pânico. Em São Paulo pedem-se a moratória e a emissão de
papel-moeda. O presidente da República receberá hoje uma
comissão do comércio de Santos."
"A crise do café". Correio da Manhã (Rio de Janeiro), 29/10/1929, p.1.
Os excertos, extraídos de matérias jornalísticas publicadas à
época, relatam reações ante a Crise de 1929. Essa crise | {
"text": [
"atingiu as atividades agrícolas, incentivou a mecanização \ndo processo produtivo e a absorção dos trabalhadores \npelo setor industrial.",
"afetou as bases do liberalismo econômico, obrigando a \nintervenção do Estado por meio de regulações e \ninvestimentos.",
"impulsionou a indústria do entretenimento, responsável \npor forjar comportamentos que se opunham ao \npessimismo.",
"favoreceu a substituição do dólar pela libra esterlina \nenquanto moeda empregada no comércio internacional.",
"contribuiu para o desenvolvimento industrial com a \nsubstituição de importações e a ampliação do crédito para \ninvestimentos."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2024_52 | 52 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"portuguese",
"philosophy"
] | null | "A história do skate no Brasil passou por fases diferentes e até
mesmo antagônicas. Em 1988, por exemplo, na cidade de São
Paulo, sob acusação de ser prática displicente, foi promulgada
a Lei n º 25.871, pelo então prefeito Jânio Quadros, que
proibia a prática da modalidade nas ruas da cidade. Essa
proibição foi alterada no ano seguinte, quando a nova prefeita
da cidade, Luiza Erundina, em um de seus primeiros atos,
revogou essa mesma lei e liberou a prática do skate nas ruas
da cidade.
Anos depois, em 2015, o Brasil somava 8,4 milhões de
praticantes de skate, segundo pesquisa Datafolha.
Já em 2021, quando o skate estreou como modalidade
olímpica nos Jogos de Tóquio, o Brasil se destacou como o
segundo país com mais medalhas olímpicas na modalidade.
No mesmo ano, a indústria nacional ligada ao esporte foi
considerada a segunda maior do mundo, atrás apenas dos
Estados Unidos, cujo mercado é estimado em US$ 4,5 bilhões
ao ano."
Thais Carrança, BBC News Brasil em São Paulo, 26 julho 2021. Adaptado.
A partir da leitura do texto, é correto afirmar: | {
"text": [
"O skate adentrou o mundo esportivo, entre outros \nmotivos, por pressão dos praticantes da modalidade. No \nentanto, práticas esportivas que surgem pautadas pelo \nlazer ou por atividades cotidianas não deveriam ser \nconsideradas modalidades esportivas por não terem sido \ninstitucionalizadas desde sua origem.",
"Eventos esportivos de grande alcance, tal qual a \nOlimpíada, deveriam considerar as estruturas normativas \nque dão origem aos esportes para inseri-los nas \ncompetições. Apenas dessa forma, seria possível garantir \na autenticidade das modalidades e justificar a inserção do \nskate como esporte olímpico.",
"Os esportes são uma forma de representação das práticas \nsociais. Sendo assim, as transformações sociais podem \nresultar em alterações de regras esportivas, na \nesportivização de práticas de lazer e até na extinção de \nmodalidades esportivas.",
"Os esportes podem sofrer alterações normativas ao longo \ndos tempos. Com tal efeito, torna-se equivocado datar a \ncriação de um esporte, pois ele já pode ter sofrido \nalterações que descaracterizaram sua origem.",
"O skate, bem como outras práticas esportivas, foi criado \nde modo discreto, por grupos pequenos, e ganhou força e \nascensão a partir do aumento de incentivo financeiro para \nsua realização, o que é determinante para um esporte \nalcançar reconhecimento mundial."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | C |
USP_2024_53 | 53 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"english"
] | null | Over the last two decades, technology companies and
policymakers warned of a "digital divide" in which poor
children could fall behind their more affluent peers without
equal access to technology. Today, with widespread internet
access and smartphone ownership, the gap has narrowed
sharply.
But with less fanfare a different division has appeared:
Across the country, poor children and adolescents are
participating far less in sports and fitness activities than more
affluent youngsters are. Call it the physical divide. Data from
multiple sources reveal a significant gap in sports participation
by income level.
A combination of factors is responsible. Spending cuts
and changing priorities at some public schools have curtailed
physical education classes and organized sports. At the same
time, privatized youth sports have become a multibillion-
dollar enterprise offering new opportunities — at least for
families that can afford hundreds to thousands of dollars each
season for club-team fees, uniforms, equipment, travel to
tournaments and private coaching.
"What's happened as sports has become privatized is
that it has become the haves and have-nots," said Jon
Solomon, editorial director for the Aspen Institute Sports and
Society Program. "Particularly for low-income kids, if they
don't have access to sports within the school setting, where
are they going to get their physical activity?" Mr. Solomon
said. "The answer is nowhere."
The New York Times. 24 March 2023. Adaptado.
Conforme o texto, um dos motivos para a disparidade relativa
à prática de atividades físicas por alunos, segundo o nível de
renda, reside | {
"text": [
"no abismo persistente entre as notas de estudantes ricos \ne pobres.",
"no corte de gastos e mudanças de prioridades em algumas \nescolas públicas.",
"na preferência por jogadores com potencial superior para \ncompetição.",
"na redução de bolsas de estudos para adolescentes de \nfamílias abaixo da linha de pobreza.",
"na realização de campeonatos contemplados com \ndoações de ONGs."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2024_54 | 54 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"english"
] | null | Over the last two decades, technology companies and
policymakers warned of a "digital divide" in which poor
children could fall behind their more affluent peers without
equal access to technology. Today, with widespread internet
access and smartphone ownership, the gap has narrowed
sharply.
But with less fanfare a different division has appeared:
Across the country, poor children and adolescents are
participating far less in sports and fitness activities than more
affluent youngsters are. Call it the physical divide. Data from
multiple sources reveal a significant gap in sports participation
by income level.
A combination of factors is responsible. Spending cuts
and changing priorities at some public schools have curtailed
physical education classes and organized sports. At the same
time, privatized youth sports have become a multibillion-
dollar enterprise offering new opportunities — at least for
families that can afford hundreds to thousands of dollars each
season for club-team fees, uniforms, equipment, travel to
tournaments and private coaching.
"What's happened as sports has become privatized is
that it has become the haves and have-nots," said Jon
Solomon, editorial director for the Aspen Institute Sports and
Society Program. "Particularly for low-income kids, if they
don't have access to sports within the school setting, where
are they going to get their physical activity?" Mr. Solomon
said. "The answer is nowhere."
The New York Times. 24 March 2023. Adaptado.
Considerado o contexto, o termo "far", na expressão "far less"
(2º parágrafo), expressa | {
"text": [
"temporalidade.",
"distância.",
"antecipação.",
"intensidade.",
"progresso."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2024_67 | 67 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"portuguese"
] | null | O SOBREVIVENTE
Impossível compor um poema a essa altura da evolução
[da humanidade.
Impossível escrever um poema – uma linha que seja – de
[verdadeira poesia.
O último trovador morreu em 1914.
Tinha um nome de que ninguém se lembra mais.
Há máquinas terrivelmente complicadas para as
[necessidades mais simples.
Se quer fumar um charuto aperte um botão.
Paletós abotoam-se por eletricidade.
Amor se faz pelo sem-fio.
Não precisa estômago para digestão.
Um sábio declarou a O Jornal que ainda
falta muito para atingirmos um nível
razoável de cultura. Mas até lá, felizmente,
estarei morto.
Os homens não melhoraram
e matam-se como percevejos.
Os percevejos heroicos renascem.
Inabitável o mundo é cada vez mais habitado.
E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo
[dilúvio.
(Desconfio que escrevi um poema.)
Carlos Drummond de Andrade. Alguma Poesia, 1930.
Entre o primeiro e o último verso, há uma aparente
contradição, que, todavia, não se sustenta porque | {
"text": [
"os entraves à plenitude lírica são removidos.",
"os trovadores ainda inspiram os enamorados.",
"a sabedoria controla o poder das máquinas.",
"os heróis sempre ressuscitam neste mundo.",
"a poesia resiste à negatividade do seu tempo."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2024_68 | 68 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"biology"
] | null | [...]
Um sino de vidro claro,
uma ampola cristalina e contrátil,
flutua calma no seu caminho.
"Peixinho, peixinho, deixe-a ir!
Peixinho, peixinho, se apresse em fugir!"
Ali atrás, longos fios transparentes se arrastam
e os olhos do peixinho a um banquete convidam.
"Serão, por acaso, minhocas o que eu vejo de repente?"
"Peixinho, peixinho, deixe-me alertar!
Peixinho, peixinho, não se deixe enganar!"
Próximo demais o peixinho chegou:
"Ai, ai, ai, agora ela me pegou!
Firme me amarrou e não consigo me soltar!
Firme me envolve e arde de matar!"
[...]
Tradução e adaptação de Flavia Souza, Stefano Hagen e Luiz Fontes.
O fragmento de poema apresentado foi escrito pelo
naturalista Fritz Müller para suas filhas. O trecho do poema
permite afirmar que a predação é realizada por um/uma | {
"text": [
"camarão.",
"água-viva.",
"tubarão.",
"lula.",
"plâncton."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2024_74 | 74 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"chemistry"
] | null | Apesar de a África ser considerada o berço das civilizações e
existirem indícios de conhecimentos elementares de Química
no sul do continente cerca de 100.000 anos atrás, os
conhecimentos químicos ensinados são eurocentristas.
Entretanto, uma das grandes contribuições para o estudo de
reatividade química é atribuída ao químico egípcio Ahmed
Hassan Zewail, agraciado com o prêmio Nobel em 1999 por
seus estudos de reações químicas usando uma técnica
conhecida como espectroscopia de femtossegundos. Essa
técnica possibilita identificar espécies com tempo de vida
curto utilizando pulsos de laser com duração de 10−15 s.
Essa contribuição é relevante para o estudo de reações
químicas, pois | {
"text": [
"todos os processos químicos são extremamente rápidos e \nnão podem ser estudados por técnicas que não sejam em \nfemtossegundos.",
"as reações químicas podem passar por espécies instáveis \ne com pouco tempo de vida.",
"o tempo existente para analisar os produtos de uma \nreação depende apenas da quantidade de produtos \nformada.",
"permite entender como reagentes específicos se \ncomportam frente a processos reacionais que são \nextremamente lentos.",
"apenas com uma técnica tão rápida é possível analisar o \ngrau de pureza dos reagentes isolados."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2024_76 | 76 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"history"
] | null | "O plano dos Estados Unidos de derrubarem a Revolução já
estava esboçado na ocasião em que Mikoyan [vice-líder no
governo soviético de Nikita Kruschev] visitou Havana, em
fevereiro de 1960 (...). A CIA propunha a sabotagem das
refinarias de açúcar de Cuba, a principal fonte de riqueza da
ilha. (...)
Como prometido, Fidel Castro reagiu contra os Estados
Unidos (...). Ele anunciou a nacionalização de todas as
propriedades norte-americanas importantes da ilha. (...)
Numa frase sinistra (...), Castro salientou que a Cuba
revolucionária tinha agora o apoio militar de fora do
continente. Cuba 'aceitaria com gratidão', disse ele, 'a ajuda
dos foguetes da União Soviética (...)'.
Naquele mês, a lenha fora jogada na fogueira, quando Castro
chegou a Nova York para falar na Assembleia Geral da ONU,
instalando-se no Harlem. (...)
Castro ficou no [hotel] Theresa, cercado por um grupo de
admiradores (...) e numa tarde memorável foi visitado pelo
líder soviético. (...) Kruschev escreveu nas suas memórias que
'indo a um hotel negro num bairro negro, nós estávamos
fazendo uma dupla demonstração contra as políticas
discriminatórias dos Estados Unidos em relação aos negros,
assim como em relação a Cuba'".
GOTT, Richard. Cuba: uma nova história. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. p.210-213.
Adaptado.
As tensões políticas abordadas no texto referem-se | {
"text": [
"à indecisão de Fidel Castro sobre o alinhamento político de \nCuba na Guerra Fria e ao isolamento da ilha em relação a \noutros debates políticos da época.",
"às garantias do governo revolucionário em Cuba aos \ncapitais norte-americanos e à salvaguarda dos direitos \ncivis da população negra na ilha.",
"à aliança entre Cuba e URSS selada na origem da guerrilha \nem Sierra Maestra e à consequente oposição dos EUA ao \nmovimento insurgente.",
"ao gradual alinhamento entre Cuba e a URSS e ao aceno \ndos dois governantes de apoio ao movimento negro norte-\namericano.",
"à articulação entre os governos da URSS e dos EUA para \nenfraquecer Fidel Castro e os movimentos sociais no \nHarlem."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2024_77 | 77 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"history"
] | null | "Desde os anos 20 governado pela dinastia Pahlevi, o Irã vinha
sendo modernizado e ocidentalizado pelas sucessivas
gerações de xás, que viam na observância estrita da religião
um atraso a ser superado. País de numerosa população xiita,
no entanto, o regime modernizante sempre precisou contar
com uma grande dose de repressão, para conter a oposição
dos grupos religiosos, que se fazia cada vez mais popular. Na
década de 1970, este movimento conheceu um líder, que,
refugiado na França, preparava-se para voltar ao país: era o
aiatolá Khomeini, que apelava aos muçulmanos para que
restaurassem a autoridade do islã na sociedade."
GRINBERG, Keila. O mundo árabe e as guerras árabe-israelenses. In: REIS
FILHO, Daniel Aarão; FERREIRA, Jorge; ZENHA, Celeste (orgs.). O século XX: o
tempo das dúvidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p.116.
O texto descreve o contexto histórico que antecedeu | {
"text": [
"uma intervenção norte-americana em território iraniano.",
"a integração do Irã aos países do bloco socialista soviético.",
"a laicização integral do Estado iraniano.",
"o estabelecimento de uma república teocrática no Irã.",
"uma cooperação militar entre Irã e Iraque contra o \nOcidente."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2024_79 | 79 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"geography",
"history"
] | null | "A China enviou ontem navios de guerra e dezenas de caças
para Taiwan, em retaliação a uma reunião entre a presidente
da ilha, Tsai Ing-Wen, e o presidente da Câmara dos
Deputados do EUA, Kevin McCarty, na Califórnia".
O Estado de São Paulo, 08/04/2023. Adaptado.
A reportagem faz alusão ao aumento das tensões geopolíticas
entre China e Taiwan. Sobre esse tema, é correto afirmar: | {
"text": [
"As tensões iniciaram-se no final de década de 1970, em \ndecorrência das mudanças políticas e econômicas \nperpetradas pelo então presidente chinês Deng Xiaoping, \nque resultaram na declaração de independência de \nTaiwan em relação à China.",
"Iniciadas ainda na primeira metade do século XX, as \ntensões entre China e Taiwan aumentaram desde então \nem decorrência da presença militar dos EUA no território \ntaiwanês, o que contraria os interesses geopolíticos \nchineses na região.",
"As tensões decorreram do aumento da influência russa \nsobre o território taiwanês, com foco na exploração do \npotencial mercado consumidor, considerado estratégico \npara o aumento das exportações do gás natural russo.",
"Com apoio soviético, Taiwan conseguiu independência do \nterritório chinês no final da década de 1960. Após o fim da \nGuerra Fria, tornou-se uma potência tecnológica, o que \nampliou o interesse geopolítico chinês na retomada desse \nterritório.",
"Taiwan é reconhecido como país independente pelos EUA \ne tem emergido na rota dos conflitos entre os governos \nestadunidense e chinês, o que pode ser interpretado como \nindício do deslocamento do eixo geopolítico do mundo \npara o sudeste asiático."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2024_81 | 81 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"geography"
] | null | "As sociólogas, filósofas e ativistas feministas destacaram, com o
conceito de 'reprodução social', algo que a teoria econômica
ocultava: para que haja produção de bens e de serviços é
necessário que as pessoas que os produzem sejam, por sua vez,
produzidas. O trabalho da reprodução social, portanto, cria e
repõe a condição primordial e necessária – a existência de
pessoas que trabalham – para que a produção econômica possa
continuar ocorrendo. Em grande medida, esse trabalho é
relegado ao ambiente familiar e às mulheres: cuidado com os
filhos, cuidado com doentes e idosos, preparação de alimentos,
limpeza e arrumação da casa e outros. O trabalho de reprodução
se opõe, socialmente, ao trabalho de produção; este está
inserido numa economia organizada com base em empresas –
nas fábricas, na agricultura, nos escritórios –, voltado para o
mercado e é percebido como merecedor de contrapartida
financeira: o salário. Assim, mesmo quando um trabalho da
esfera da reprodução se realiza por meio de uma relação de
emprego, se for realizado por mulheres, ele costuma ser mal
pago e desfrutar de menor prestígio."
ARRUZZA, Cinzia; BATTACHARYA, Tithi; FRASER, Nancy. Feminismo para os
99%: um manifesto. São Paulo: Boitempo, 2019.
"A chamada 'economia do cuidado' é o conjunto de atividades
não remuneradas, geralmente exercidas por mulheres, como a
limpeza da casa, preparação de alimentos e os cuidados com
crianças, idosos e doentes da família. Um pacote que vale 11% do
PIB atual (...). Em valores, foram cerca de 634,3 bilhões de reais
em 2015 [por exemplo]. (...) Contabilizar o valor dos afazeres
domésticos no PIB do Brasil só se tornou possível a partir de 2001,
quando o IBGE introduziu na Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) a pergunta referente ao número de horas
despendido pela população para executar essas atividades."
Disponível em https://www.cartacapital.com.br/.
Nos textos apresentados, encontram-se dois conceitos, o de
"reprodução social" e o de "economia do cuidado". De acordo
com as definições desses conceitos e com os dados indicados,
qual das afirmações a seguir está correta? | {
"text": [
"Os conceitos de reprodução social e de economia do \ncuidado são contraditórios porque o primeiro se refere a \ntodo trabalho doméstico e o segundo apenas ao trabalho \ndoméstico pago e que é possível contabilizar.",
"Ambos os conceitos se referem a um tipo de trabalho cuja \nimportância é socialmente reconhecida, fato que pode ser \ncomprovado pela porcentagem expressiva que ele \nrepresentava do PIB brasileiro no ano de 2015.",
"As definições de reprodução social e de economia do \ncuidado excluem, necessariamente, a possibilidade de que \no Estado seja responsável por parte das tarefas envolvidas \nna reprodução das pessoas.",
"A contabilização no PIB dos valores dos afazeres \ndomésticos no contexto da economia do cuidado abarca \napenas uma parte da reprodução social, pois não inclui o \ntrabalho doméstico remunerado e os trabalhos de \nreprodução executados fora do ambiente doméstico.",
"Os dados estimados sobre a participação das atividades \ndomésticas não remuneradas no PIB do Brasil mostram \nque a reprodução social acontece apenas quando não há \numa relação salarial entre quem executa e quem se \nbeneficia desse tipo de trabalho."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2024_82 | 82 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"portuguese"
] | null | Texto I
"Na confusão verde do fundo da machamba, Maria não viu o
capataz imediatamente. Esbracejou com aflição, tentando
libertar as pernas. O braço rodeou-lhe os ombros duramente.
O bafo quente e ácido do homem aproximou-se da sua face.
A capulana da Maria desprendeu-se durante a breve luta e a
sensação fria de água tornou-se-lhe mais vívida. Um arrepio
fê-la contrair-se.
Sentiu nas coxas nuas a carícia morna e áspera dos dedos
calosos do homem."
Luis Bernardo Honwana. Dina, In: Nós Matamos o Cão Tinhoso!.
Texto II
"– Mas choraste. A bofetada que te dei foi só uma disciplina
para aprenderes a não fazer ciúmes. Gosto muito de ti,
Sarnau. És a minha primeira mulher. É tua a honra deste
território. Tu és a mãe de todas as mães da nossa terra. Tu és
o meu mundo, minha flor, rebuçado [bala] do meu coração.
Deixei cair duas gotas de fel bem amargas e salgadinhas. Meu
marido acariciava-me à moda dos búfalos; dizia-me coisas no
ouvido e o seu hálito fedia a álcool, enjoava-me, arrepiava-
me, maltratando o meu corpinho frágil. Explodi furiosa e
chorei de amargura.
– Sarnau, pareces ser uma machamba difícil. Já faz tempo que
semeio em ti e não vejo resultado. Com a outra foi tão
diferente. Bastou uma sementeira e germinou logo.
– Casámo-nos há pouco tempo, Nguila, muito pouco tempo.
– Não tenho lá muita paciência. Não estou para lavrar sem
colher."
Paulina Chiziane. Balada de amor ao vento, p. 61-62.
Os trechos transcritos foram retirados dos livros dos
moçambicanos Luís Bernardo Honwana e Paulina Chiziane.
Em ambos, observa-se a ocorrência da palavra "machamba".
A respeito do uso desse termo, é correto afirmar: | {
"text": [
"No texto I, machamba refere-se a um matagal, em sentido \ndenotativo; no texto II, ao papel de esposa de Sarnau, em \nsentido conotativo.",
"No texto I, machamba possui sentido literal, referindo-se \nàs terras para cultivo; no texto II, o sentido é figurado, \nreferindo-se ao útero de Sarnau.",
"No texto I, machamba possui sentido figurado, referindo-\nse à colheita; no texto II, o sentido é literal, referindo-se a \num problema.",
"Em ambos os textos, machamba apresenta sentido literal \ne refere-se a um terreno agrícola de produção familiar.",
"Em ambos os textos, machamba possui sentido figurado e \nrefere-se às terras férteis ocupadas pelos portugueses."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2024_83 | 83 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"portuguese"
] | null | Texto I
"Na confusão verde do fundo da machamba, Maria não viu o
capataz imediatamente. Esbracejou com aflição, tentando
libertar as pernas. O braço rodeou-lhe os ombros duramente.
O bafo quente e ácido do homem aproximou-se da sua face.
A capulana da Maria desprendeu-se durante a breve luta e a
sensação fria de água tornou-se-lhe mais vívida. Um arrepio
fê-la contrair-se.
Sentiu nas coxas nuas a carícia morna e áspera dos dedos
calosos do homem."
Luis Bernardo Honwana. Dina, In: Nós Matamos o Cão Tinhoso!.
Texto II
"– Mas choraste. A bofetada que te dei foi só uma disciplina
para aprenderes a não fazer ciúmes. Gosto muito de ti,
Sarnau. És a minha primeira mulher. É tua a honra deste
território. Tu és a mãe de todas as mães da nossa terra. Tu és
o meu mundo, minha flor, rebuçado [bala] do meu coração.
Deixei cair duas gotas de fel bem amargas e salgadinhas. Meu
marido acariciava-me à moda dos búfalos; dizia-me coisas no
ouvido e o seu hálito fedia a álcool, enjoava-me, arrepiava-
me, maltratando o meu corpinho frágil. Explodi furiosa e
chorei de amargura.
– Sarnau, pareces ser uma machamba difícil. Já faz tempo que
semeio em ti e não vejo resultado. Com a outra foi tão
diferente. Bastou uma sementeira e germinou logo.
– Casámo-nos há pouco tempo, Nguila, muito pouco tempo.
– Não tenho lá muita paciência. Não estou para lavrar sem
colher."
Paulina Chiziane. Balada de amor ao vento, p. 61-62.
Nos excertos, os escritores moçambicanos descrevem, cada
um em seu contexto, cenas de violência. Sobre elas, é correto
afirmar: | {
"text": [
"Luís Bernardo Honwana descreve uma cena de violência \npsicológica velada do capataz contra a mulher, sem que \nela perceba a agressão sofrida.",
"Luís Bernardo Honwana expõe a violência social de que a \nmulher é vítima ao relatar uma discussão acalorada que \nela trava com o capataz.",
"Luís Bernardo Honwana narra uma luta física entre o \ncapataz e a mulher, a qual tenta resistir à agressão sofrida, \nmas acaba por consentir com a relação.",
"Paulina Chiziane apresenta elementos narrativos que \npermitem identificar a agressão psicológica e física \npraticada, pelo marido, contra a mulher.",
"Paulina Chiziane associa a violência contra a mulher a um \nprocesso educativo que visa zelar pela estabilidade da \nrelação conjugal e pela felicidade do casal."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2024_86 | 86 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"history"
] | null | "Para praticar a agricultura, os tupis derrubavam árvores e
faziam a queimada – técnica que iria ser incorporada pelos
colonizadores. Plantavam feijão, milho, abóbora e
principalmente mandioca, cuja farinha se tornou também um
alimento básico da Colônia. A economia era basicamente de
subsistência e destinada ao consumo próprio. Cada aldeia
produzia para satisfazer a suas necessidades, havendo poucas
trocas de gêneros alimentícios com outras aldeias.
Mas existiam contatos entre elas para a troca de mulheres e de
bens de luxo, como penas de tucano e pedras para se fazer
botoque. Dos contatos resultavam alianças em que grupos de
aldeias se posicionavam uns contra os outros. A guerra e a
captura de inimigos – mortos em meio à celebração de um
ritual canibalístico – eram elementos integrantes da sociedade
tupi. Dessas atividades, reservadas aos homens, dependiam a
obtenção de prestígio e a renovação das mulheres."
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2006. p.40.
De acordo com o texto, é correto afirmar que, no período
colonial brasileiro, as sociedades pertencentes ao tronco
linguístico Tupi | {
"text": [
"praticavam o canibalismo devido à escassez de alimentos \nnas regiões em que viviam.",
"desenvolviam uma cultura agrícola de subsistência que \nnão abolia a existência de sistemas de troca.",
"cultivavam produtos agrícolas que deixaram de ser \nconsumidos após a chegada dos colonizadores.",
"organizavam-se em unidades políticas autônomas, que \nevitavam contatos comerciais entre si.",
"realizavam rituais em que homens e mulheres \ndesempenhavam funções idênticas."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | B |
USP_2024_87 | 87 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"history"
] | null | "Colombo não reconhece a diversidade das línguas e, por isso,
quando se vê diante de uma língua estrangeira, só há dois
comportamentos possíveis, e complementares: reconhecer
que é uma língua, e recusar-se a aceitar que seja diferente, ou
então reconhecer a diferença e recusar-se a admitir que seja
uma língua... Os índios que encontra logo no início, a 12 de
outubro de 1492, provocam uma reação do segundo tipo; ao
vê-los, promete: 'Se Deus assim o quiser, no momento da
partida levarei seis deles a Vossas Altezas, para que aprendam
a falar' (...)."
TODOROV, Tzvetán. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo:
Martins Fontes, 1993. p.29-30.
Ao tratar das reações iniciais de Colombo ao chegar à
América, o excerto indica que o navegador | {
"text": [
"reconheceu a necessidade de tradução mútua entre as \nlínguas.",
"considerou as línguas indígenas como expressão de outras \nculturas.",
"interpretou as diferenças linguísticas como estratégia de \nresistência dos nativos.",
"mostrou-se disposto a estudar e compreender as línguas \ndos indígenas.",
"entendeu o ensino do castelhano aos indígenas como \nforma de civilização."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | E |
USP_2024_88 | 88 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"english"
] | null | The main players in the Spanish–Aztec War (1519–21)
are well known: Hernán Cortés and Montezuma. Lesser-known,
though no less important, is a multilingual exiled Aztec woman
who was enslaved, then served as a guide and interpreter, then
became Cortés's mistress. She was known as Doña Marina, and
as La Malinche.
Scholar and researcher Cordelia Candelaria writes: her
paramount value to the Spaniards was not merely linguistic.
She was an interpreter/liaison who served as a guide to the
region, as an advisor on native customs and beliefs, and as a
strategist.
La Malinche was the daughter of an Aztec cacique
(chief). This gave her an unusual level of education, which she
would later leverage as a guide and interpreter for the Spanish.
Throughout Cortés's travels, she became indispensable as a
translator, not only capable of functionally translating from one
language to the other, but of speaking compellingly,
strategizing, and forging political connections.
Integral as she was to Spain's success, La Malinche is a
controversial figure. Candelaria quotes T. R. Fehrenbach as
saying, "If there is one villainess in Mexican history, she is La
Malinche. She was to become the ethnic traitress supreme."
But Candelaria argues that La Malinche's act of turning her back
on her own people makes more psychological sense when we
consider that, at a young age, she had been sold by her own
mother into slavery. Candelaria asks, "What else could this
outcast from the Aztecs, 'her own people,' have done?"
Disponível em https://daily.jstor.org/. Adaptado.
Segundo o texto, em relação à imagem de La Malinche como
traidora do povo Asteca, a pesquisadora Cordelia Candelaria
argumenta que a intérprete | {
"text": [
"havia sido preterida no seio da própria família.",
"fez uso de idiomas em proveito próprio.",
"era invejada pelos privilégios alcançados.",
"ignorou as vulnerabilidades do povo mexicano.",
"tentou se sobrepor aos líderes da época."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | A |
USP_2024_89 | 89 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"portuguese"
] | null | "O preconceito linguístico é tanto mais poderoso porque, em
grande medida, ele é 'invisível', no sentido de que quase
ninguém fala dele, com exceção dos raros cientistas sociais
que se dedicam a estudá-lo. Pouquíssimas pessoas
reconhecem a existência do preconceito linguístico, quem
dirá a sua gravidade como um sério problema social."
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. Edições
Loyola, São Paulo, 1999.
Com base na leitura do texto, é possível depreender que o
preconceito linguístico, apesar de nocivo para a sociedade,
muitas vezes é despercebido. Nesse sentido, assinale a
alternativa que apresenta um exemplo de preconceito
linguístico. | {
"text": [
"A língua falada é um instrumento de sobrevivência em \nsociedade.",
"A língua varia tão rapidamente quanto as mudanças que \nocorrem na sociedade.",
"Existem muitas maneiras de se expressar a mesma ideia.",
"Os habitantes de uma cidade grande não possuem \nsotaque na língua falada.",
"Todo falante nativo de uma língua a conhece plenamente."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
USP_2024_90 | 90 | USP_2024 | 2024 | USP | [
"portuguese",
"geography"
] | null | Texto I
"W. I. Thomas, decano dos sociólogos norte-americanos, formula
um teorema básico para as ciências sociais: 'Se os indivíduos
definem as situações como reais, elas são reais em suas
consequências'. (...) A primeira parte do teorema constitui uma
incessante lembrança de que os homens reagem não somente
aos traços objetivos de uma situação, como também, e às vezes
principalmente, ao sentido que a situação tem para eles. E, assim
que atribuíram algum sentido à situação, sua conduta
consequente, e algumas das consequências dessa conduta, são
determinadas pelo sentido atribuído. (...) A profecia que se
cumpre por si mesma é, inicialmente, uma definição falsa da
situação que provoca uma nova conduta, a qual, por sua vez,
converte em verdadeiro o conceito originalmente falso."
MERTON, Robert. Sociologia: Teoria e Estrutura. São Paulo: Editora Mestre
Jou, 1970. p.515-517.
Texto II
"Depois de alguns anos inseridos nesta lógica de abuso e
privações de distintos tipos, o detento é novamente colocado em
liberdade. (...) Conseguir um trabalho não é tão fácil como
parece, já que mesmo as atividades menos qualificadas e
manuais (como as relacionadas a limpeza, serviços gerais,
construção civil, dentre outras) demandam 'atestado de bons
antecedentes e a marca da passagem pela cadeia pode significar
um indesejável pertencimento ao mundo do crime' (Ramalho,
2018, p. 91). (...) O fator [condicionante da reincidência] mais
citado, presente em 44% dos textos [sobre o tema], foi a baixa
qualificação e as poucas oportunidades, sendo essa a explicação
padrão de boa parte da literatura para a reincidência."
RIBEIRO, Ludmila; OLIVEIRA, Valéria. Reincidência e reentrada na prisão no
Brasil: o que os estudos dizem sobre os fatores que contribuem para essa
trajetória. Artigo Estratégico 56. São Paulo: Instituto Igarapé, 2022. p.10-14.
Aplicando a noção proposta por Robert Merton, no texto I, ao
cenário descrito no texto II, qual definição da situação das
pessoas egressas do sistema prisional pelos possíveis
empregadores no mercado de trabalho tornaria a reincidência
criminal uma "profecia que se cumpre por si mesma"? | {
"text": [
"Pessoas egressas do sistema prisional têm dificuldade de \nconseguir emprego no mercado de trabalho porque são \nestigmatizadas.",
"Pessoas egressas do sistema prisional têm a mesma \nchance de conseguir empregos que o restante da \npopulação, razão pela qual não devem ser privilegiadas \npelos empregadores.",
"Pessoas egressas do sistema prisional já foram condenadas \ne cumpriram pena pelo crime cometido e merecem a \noportunidade de trabalhar para recomeçarem a vida.",
"Pessoas egressas do sistema prisional voltarão a cometer \ncrimes e, por isso, não devem ser contratadas para \ntrabalhar.",
"Pessoas egressas do sistema prisional conseguem \nsomente trabalhos informais e de baixa remuneração por \nterem pouca qualificação e dificuldades para conseguir \nseus documentos. \n \n \n \n \n \n \n \nRASCU\nNÃO \nCONSIDER\nCORR\nUNHO \n \n \n SERÁ \nRADO NA \nREÇÃO"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
} | D |
UNICAMP_2018_1 | 1 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"portuguese"
] | null | Glossário:
Bug: falha devido ao mau funcionamento em um programa de
informática.
Computar: contar, incluir.
Dar load: carregar.
Lolking: site da Internet sobre o jogo
Ranked: partida que dá pontos ao jogador
Server: servidor; em informática, é um programa ou um computador
que fornece serviços a uma rede de computadores.
Upar: subir de nível, recarregar.
Estrangeirismos são palavras e expressões de outras
línguas usadas correntemente em nosso cotidiano. Sobre o
emprego de palavras estrangeiras no português, o linguista
Sírio Possenti comenta:
Tomamos alguns verbos do inglês e os adaptamos a nosso
sistema verbal exclusivamente segundo regras do
português. Se adotarmos start, logo teremos estartar (e
todas as suas flexões), pois nossa língua não tem sílabas
iniciais como st-, que imediatamente se tornam est-. A
forma nunca será startar, nem ostartar ou ustartar, nem
estarter ou estartir, nem printer ou printir, nem atacher ou
atachir etc., etc., etc.
(Adaptado de Sírio Possenti, “A questão dos estrangeirismos”, em
Carlos Alberto Faraco, Estrangeirismos: guerras em torno da língua.
São Paulo: Parábola, 2001, p. 173-174.)
As alternativas abaixo reproduzem trechos de um fórum de
discussão na Internet sobre um jogo eletrônico. Nessa
discussão, um jogador queixa-se por não ter conseguido se
conectar a uma partida e ter perdido pontos. Escolha a
alternativa que contém um exemplo do processo de
adaptação de verbos do inglês para o sistema verbal do
português, como descreve Sírio Possenti. | {
"text": [
"“Aconteceu logo na manhã deste domingo, quando \niniciei uma ranked.”",
"“Ela não deu load e pensei que era um bug no site.”",
"“Entrei no lolking para ver se a partida estava sendo \ncomputada.”",
"“Nem upei meu personagem de tanto problema no \nserver.”"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
UNICAMP_2018_2 | 2 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"portuguese"
] | null | Leia, a seguir, um excerto de “Terrorismo Literário”, um
manifesto do escritor Ferréz.
A capoeira não vem mais, agora reagimos com a palavra,
porque pouca coisa mudou, principalmente para nós. A
literatura marginal se faz presente para representar a
cultura de um povo composto de minorias, mas em seu
todo uma maioria.
A Literatura Marginal, sempre é bom frisar, é uma literatura
feita por minorias, sejam elas raciais ou socioeconômicas.
Literatura feita à margem dos núcleos centrais do saber e
da grande cultura nacional, isto é, de grande poder
aquisitivo. Mas alguns dizem que sua principal
característica é a linguagem, é o jeito que falamos, que
contamos a história, bom, isso fica para os estudiosos.
Cansei de ouvir: “Mas o que cês tão fazendo é separar
a literatura, a do gueto e a do centro”. E nunca cansarei de
responder: “O barato já tá separado há muito tempo, foi
feito todo um mundo de teses e de estudos do lado de lá, e
do de cá mal terminamos o ensino dito básico.”
(Adaptado de Ferréz, “Terrorismo literário”, em Ferréz (Org.),
Literatura marginal: talentos da escrita periférica. Rio de Janeiro: Agir,
2005, p. 9,12,13.)
Ferréz defende sua proposta literária como uma | {
"text": [
"descoberta de que é preciso reagir com a palavra para \nque não haja separação entre a grande cultura nacional e \na literatura feita por minorias.",
"comprovação de que, sendo as minorias de fato uma \nmaioria, não faz sentido distinguir duas literaturas, uma do \ncentro e outra da periferia.",
"manifestação de que a literatura marginal tem seu modo \npróprio de falar e de contar histórias, já reconhecido pelos \nestudiosos.",
"constatação de que é preciso reagir com a palavra e \nmostrar-se nesse lugar marginal como literatura feita por \nminorias que juntas formam uma maioria."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
UNICAMP_2018_4 | 4 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"portuguese"
] | null | Numa entrevista ao jornal El País em 26 de agosto de
2016, o jornalista Caco Barcellos comenta uma afirmação
sua anterior, feita em um congresso de jornalistas
investigativos, de que novos profissionais não deveriam
“atuar como porta-vozes de autoridades”.
“Tenho o maior encanto e admiração e respeito pelo
jornalismo de opinião. O que critiquei lá é quando isso vai
para a reportagem. Não acho legítimo. O repórter tem o
dever de ser preciso. Pode ser até analítico, mas não emitir
juízo. Na reportagem de rua, fico imbuído, inclusive, de
melhor informar o meu colega de opinião. Se eu não fizer
isso de modo preciso e correto, ele vai emitir um juízo
errado sobre aquele universo que estou retratando. E não
só ele, mas também o advogado, o sociólogo, o
antropólogo e mais para frente o historiador (...) Por
exemplo, essa matança que a polícia militar provoca no
cotidiano das grandes cidades brasileiras – isso é muito
mal reportado pela mídia no seu conjunto. Quem sabe, lá
no futuro, o historiador não passe em branco por esse
momento da história. Não vai poder dizer ‘olha, os negros
pobres do estado mais rico da federação estão sendo
eliminados com a frequência de três por dia, um a cada
oito horas’. Se o repórter não fizer esse registro preciso e
contundente, a cadeia toda pode falhar, a começar pelo
jornalista de opinião.”
(“Caco Barcelos: ‘Erros históricos nascem da imprecisão jornalística’ ”. El País.
26/08/2016. Entrevista concedida a Camila Moraes. Disponível em
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/19/cultura/1468956578_924541.html.
Acessado em 13/07/2017.)
De acordo com a posição defendida por Caco Barcellos
com relação a seus leitores, uma reportagem exige do
jornalista | {
"text": [
"conhecimento preciso do assunto, uma vez que seu \nobjetivo é convencer o leitor a concordar com o que \nescreve para evitar que ele cometa erros.",
"investigação e precisão no tratamento do assunto, \nporque ela vai servir de base a outros artigos, \npermitindo que o leitor tire suas próprias conclusões.",
"investigação e precisão na abordagem dos fatos, já \nque ele também emite seu juízo sobre o assunto, \nconduzindo o leitor a aceitar a história que narra.",
"conhecimento preciso dos fatos tratados, para que, no \nfuturo, o leitor seja levado a crer que o repórter \nregistrou sua opinião de forma equilibrada."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_7 | 7 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"portuguese"
] | null | Em maio deste ano, uma festa do 3º ano do Ensino Médio de
uma escola do Rio Grande do Sul propôs aos alunos que se
preparavam para o vestibular uma atividade chamada “Se
nada der certo”. O objetivo era “trabalhar o cenário de não
aprovação no vestibular”, e como “lidar melhor com essa
fase”. Os alunos compareceram à festa “fantasiados” de
faxineiros, garis, domésticas, agricultores, entre outras
profissões consideradas de pessoas “fracassadas”. O evento
teve repercussão nacional e acirrou o debate sobre a
meritocracia. Para Luis Felipe Miguel, professor de ciência
política, “o tom de chacota da festa-recreio era óbvio”, e teria
sido mais interessante “discutir como se constrói a hierarquia
que define algumas ocupações como subalternas e outras
como superiores; discutir como alguns podem desprezar os
saberes incorporados nas práticas dessas profissões
(subalternas apenas porque contam com quem as faça por
eles); discutir como o que realmente ‘deu certo’ para eles foi a
loteria do nascimento, que, na nossa sociedade, determina a
parte do leão das trajetórias individuais”.
(Adaptado de Fernanda Valente, Dia do ’se nada der certo’ acende debate sobre
meritocracia e privilégio. Carta Capital, 06/06/2017. Disponível em
http://justificando.cartacapital.com.br/2017/06/06/dia-do-se-nada-der-certo-
acende-debate-sobre-meritocracia-e-privilegio/. Acessado em 08/06/2017.)
As alternativas a seguir reproduzem trechos de uma
entrevista do professor Sidney Chalhoub (Unicamp e
Harvard) sobre o mito da meritocracia.
(Manuel Alves Filho, A meritocracia é um mito que alimenta as
desigualdades, diz Sidney Chalhoub. Jornal da Unicamp, 07/06/2017.)
Assinale aquela que dialoga diretamente com a notícia
acima. | {
"text": [
"É preciso promover a inclusão “e fazer com que o \nconhecimento que essas pessoas trarão à \nUniversidade seja reconhecido e disseminado”.",
"Com a adesão da Unicamp ao sistema de cotas, um \n“novo contingente de alunos colocará em cheque \nvários hábitos da universidade”.",
"“As melhores universidades do mundo (que servem de \nreferência) adotam a diversidade no ingresso dos \nestudantes há bastante tempo”.",
"“O ideal seria que todos aqueles que tivessem \ncondições intelectuais e interesse em entrar na \nuniversidade obtivessem uma vaga”."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | A |
UNICAMP_2018_8 | 8 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"portuguese"
] | null | O título do romance Caminhos cruzados, de Érico
Veríssimo, | {
"text": [
"alude às dificuldades vividas pelas personagens mais \nrepresentativas da elite urbana, além de sugerir que \nnenhum homem é uma ilha.",
"sugere que a vida social das personagens é \nconstituída pelo conjunto de relações econômicas e \npsicológicas dos indivíduos.",
"remete à técnica narrativa do romance, no qual várias \nhistórias são relacionadas, sem o estabelecimento de \num protagonista principal.",
"simboliza as relações de poder da classe burguesa \nemergente e o seu desejo de controlar a conduta ética \nda sociedade."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | C |
UNICAMP_2018_9 | 9 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"portuguese"
] | null | “Sapo não pula por boniteza, mas porém por percisão.”
(“Provérbio capiau” citado em epígrafe no conto “A hora e a
vez de Augusto Matraga”, em João Guimarães Rosa,
Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015, p.287.)
Elementos textuais que antecedem a narrativa como, por
exemplo, o provérbio citado, funcionam, em alguns
autores, como pista para se entender o sentido das ações
ficcionais. No excerto acima, as ideias de beleza e
necessidade são contrapostas com vistas à produção de
um sentido de ordem moral. Considerando-se a jornada
heroica de Augusto Matraga, é correto afirmar que a
narrativa | {
"text": [
"contradiz o sentido moral do provérbio, uma vez que o \nprotagonista não é fiel ao seu propósito de mudar os \nhábitos antigos.",
"confirma o sentido moral do provérbio, uma vez que o \nprotagonista realiza uma série de ações para corrigir \nseu caráter e reordenar eticamente sua vida.",
"ratifica o sentido moral do provérbio, uma vez que o \nprotagonista é seduzido pelos encantos da natureza e \npelos prazeres da bebida e do fumo.",
"refuta o sentido moral do provérbio, uma vez que o \nprotagonista não consegue agir sem as motivações da \nbeleza física e do afeto femininos."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_10 | 10 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"portuguese"
] | null | A fim de dar exemplos de sua teoria da “alma exterior”, o
narrador-personagem do conto “O espelho”, de Machado
de Assis, refere-se a uma senhora conhecida sua “que
muda de alma exterior cinco, seis vezes por ano”.
E, questionado sobre a identidade dessa mulher, afirma:
“Essa senhora é parenta do diabo, e tem o mesmo nome:
chama-se Legião...” Considerando o contexto dessa frase
no conto, pode-se dizer que ela constitui | {
"text": [
"uma crítica à noção de alma exterior como resultante \nda influência do mal.",
"uma consideração cômica que ressalta o nome \ninusitado da senhora.",
"uma condenação do comportamento moral da senhora \nem questão.",
"uma ironia com a inconstância dos valores sociais \nassociados à alma exterior."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
UNICAMP_2018_11 | 11 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"portuguese"
] | null | Leia abaixo duas passagens do poema “Olá! Negro”, de
Jorge de Lima.
“A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro!
E és tu que a alegras ainda com os teus jazzes.
Com os teus songs, com os teus lundus!”
(...)
“Não basta iluminares hoje as noites dos brancos com teus
jazzes.
Olá, Negro! O dia está nascendo!
O dia está nascendo ou será a tua gargalhada que vem
vindo?”
(Jorge de Lima, Poesias completas. v. I, Rio de Janeiro / Brasília: J.
Aguilar / INL, 1974, p.180-181.)
Considerando o livro Poemas negros como um todo e a
poética de Jorge de Lima, é correto afirmar que o último
verso citado | {
"text": [
"manifesta o desprezo do negro pela situação \ndecadente da cultura do branco.",
"realiza a aproximação entre a alegria do negro e uma \nideia de futuro.",
"remete à vingança do negro contra a violência a que \nfoi submetido pelo branco.",
"funciona como um lamento, já que o nascer do dia não \ntraz justiça social."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_12 | 12 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"portuguese",
"history"
] | null | Transforma-se o amador na coisa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho, logo, mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois com ele tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim como a alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.
(Luís de Camões, Lírica: redondilhas e sonetos, Rio de Janeiro:
Ediouro / São Paulo: Publifolha, 1997, p. 85.)
Um dos aspectos mais importantes da lírica de Camões é a
retomada renascentista de ideias do filósofo grego Platão.
Considerando o soneto citado, pode-se dizer que o
chamado “neoplatonismo” camoniano | {
"text": [
"é afirmado nos dois primeiros quartetos, uma vez que a \nunião entre amador e pessoa amada resulta em uma \nalma única e perfeita.",
"é confirmado nos dois últimos tercetos, uma vez que a \nbeleza e a pureza reúnem-se finalmente na matéria \nsimples que deseja.",
"é negado nos dois primeiros quartetos, uma vez que a \nconsequência da união entre amador e coisa amada é a \nausência de desejo.",
"é contrariado nos dois últimos tercetos, uma vez que a \npureza e a beleza mantêm-se em harmonia na sua \ncondição de ideia."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | A |
UNICAMP_2018_13 | 13 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"portuguese"
] | null | Durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia,
ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o Miranda
assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida,
aterrado defronte daquela floresta implacável que lhe crescia
junto da casa (...).
À noite e aos domingos ainda mais recrudescia o seu
azedume, quando ele, recolhendo-se fatigado do serviço,
deixava-se ficar estendido numa preguiçosa, junto à mesa da
sala de jantar e ouvia, a contragosto, o grosseiro rumor que
vinha da estalagem numa exalação forte de animais
cansados. Não podia chegar à janela sem receber no rosto
aquele bafo, quente e sensual, que o embebedava com o seu
fartum de bestas no coito.
(Aluísio de Azevedo, O cortiço. 14. ed. São Paulo: Ática, 1983, p. 22.)
Levando em conta o excerto, bem como o texto integral do
romance, é correto afirmar que | {
"text": [
"o grosseiro rumor, a sexualidade desregrada e a exalação \nforte que provinham do cortiço decorriam, segundo \nMiranda, do abandono daquela população pelo governo.",
"os termos “grosseiro rumor”, “animais”, “bestas no coito”, \nque fazem referência aos moradores do cortiço, \nfuncionam como metáforas da vida pulsante dos seus \nhabitantes.",
"o nivelamento sociológico na obra O Cortiço se dá não \nsomente entre os moradores da habitação coletiva e o \nseu senhorio, mas também entre eles e o vizinho \nMiranda.",
"a presença portuguesa, exemplificada nas personagens \nJoão Romão e Miranda, não é relevante para o \ndesenvolvimento da narrativa nem para a compreensão \ndo sentido da obra."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_14 | 14 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"portuguese"
] | null | O brasileiro João Guimarães Rosa e o irlandês James Joyce
são autores reverenciados pela inventividade de sua
linguagem literária, em que abundam neologismos. Muitas
vezes, por essa razão, Guimarães Rosa e Joyce são citados
como exemplos de autores "praticamente intraduzíveis".
Mesmo sem ter lido os autores, é possível identificar alguns
dos seus neologismos, pois são baseados em processos de
formação de palavras comuns ao português e ao inglês.
Entre os recursos comuns aos neologismos de Guimarães
Rosa e de James Joyce, estão:
i. Onomatopeia (formação de uma palavra a partir de
uma reprodução aproximada de um som natural,
utilizando-se os recursos da língua); e
ii. Derivação (formação de novas palavras pelo acréscimo
de prefixos ou sufixos a palavras já existentes na
língua).
Os neologismos que aparecem nas opções abaixo foram
extraídos de obras de Guimarães Rosa (GR) e James Joyce
(JJ). Assinale a opção em que os processos (i) e (ii) estão
presentes: | {
"text": [
"Quinculinculim (GR, No Urubuquaquá, no Pinhém) \ne tattarrattat (JJ, Ulisses).",
"Transtrazer (GR, Grande sertão: veredas) e monoideal \n(JJ, Ulisses).",
"Rtststr (JJ, Ulisses) e quinculinculim (GR, No \nUrubuquaquá, no Pinhém).",
"Tattarrattat (JJ, Ulisses) e inesquecer-se (GR, Ave, \nPalavra)."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
UNICAMP_2018_16 | 16 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"history"
] | null | “ODORICO
Eu sei. É um movimento subversivo procurando me intrigar
com a opinião pública e criar problemas à minha
administração. Sei, sim. É uma conspiração. Eles não queriam
o cemitério. Desde o princípio foram contra. E agora que o
cemitério está pronto caem de pau em cima de mim, me
chamam de demagogo, de tudo..”
(...)
“ODORICO
Pois eu quero que depois o senhor soletre esta gazeta de
ponta a ponta. Neco Pedreira o senhor conhece?
ZECA
Conheço não sinhô.
ODORICO
É o dono do jornal. Elemento perigoso. Sua primeira missão
como delegado é dar uma batida na redação dessa gazeta
subversiva e sacudir a marreta em nome da lei e da
democracia...”
(Dias Gomes, O bem amado. 12.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2014, p. 40 e 68.)
A peça de Dias Gomes é uma crítica a um momento
histórico e político da sociedade brasileira. Odorico
Paraguassu tornou-se um personagem emblemático desse
período porque por meio dele | {
"text": [
"simbolizou-se a defesa da democracia a qualquer custo. \nEssa defesa resultou em uma sociedade cindida entre o \nrespeito à lei e o seu uso particular, temas políticos \ncomuns aos países latino-americanos nos anos de \n1970.",
"representaram-se o atropelo da lei constitucional, a \nrelativização da liberdade de imprensa e a construção \nde um inimigo interno que justificasse o arbítrio das \ndecisões do executivo, próprios aos Anos de Chumbo.",
"explicitaram-se as leis que regiam a vida política e social \nde uma nação subdesenvolvida da América Latina na \ndécada de 1970, marcada pela inércia e pela \ncumplicidade dos cidadãos com a corrupção sistêmica \ndo país.",
"fez-se a defesa da democracia e do respeito irrestrito à \nlei constitucional para um projeto de nação brasileira da \ndécada 1970, que enfrentava o espírito demagógico \ndos políticos latino-americanos."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_17 | 17 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"mathematics"
] | null | Considere três números inteiros cuja soma é um número
ímpar. Entre esses três números, a quantidade de números
ímpares é igual a | {
"text": [
"0 ou 1.",
"1 ou 2.",
"2 ou 3.",
"1 ou 3."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
UNICAMP_2018_18 | 18 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"mathematics"
] | null | Dois anos atrás certo carro valia R$ 50.000,00 e atualmente
vale R$ 32.000,00. Supondo que o valor do carro decresça
a uma taxa anual constante, daqui um ano o valor do
carro será | {
"text": [
"R$ 25.600,00.",
"R$ 24.400,00.",
"R$ 23.000,00.",
"R$ 18.000,00."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | A |
UNICAMP_2018_19 | 19 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"mathematics"
] | null | Lançando-se determinada moeda tendenciosa, a
probabilidade de sair cara é o dobro da probabilidade de
sair coroa. Em dois lançamentos dessa moeda, a
probabilidade de sair o mesmo resultado é igual a | {
"text": [
"1/2.",
"5/9.",
"2/3.",
"3/5"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_20 | 20 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"mathematics"
] | null | Seja a função h(x) definida para todo número real por
h(x) = 2^(x+1) se x<=1,
h(x) = x-1 se x>1
Então, h(h(h(0))) é igual a | {
"text": [
"0.",
"2.",
"4.",
"8."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | C |
UNICAMP_2018_24 | 24 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"mathematics"
] | null | Seja x um número real tal que sen(x) + cos(x) = 0,2. Logo,
|sen(x) - cos(x)|
igual a | {
"text": [
"0,5.",
"0,8.",
"1,1.",
"1,4."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
UNICAMP_2018_25 | 25 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"mathematics"
] | null | Sejam a e b números reais tais que a matriz A = [[1,2],[0,1]]satisfaz a equaçã A^2 = aA+bI, em que I é a matriz
identidade de ordem 2. Logo, o produto ab
é igual a | {
"text": [
"-2.",
"-1.",
"1.",
"2."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | A |
UNICAMP_2018_26 | 26 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"mathematics"
] | null | Sabendo que k é um número real, considere o sistema linear nas variáveis reais x e y,
x+ky=1
x+y=k
é Correto afirmar que esse sistema | {
"text": [
"tem solução para todo k.",
"não tem solução para nenhum k.",
"não tem solução se k=1",
"tem infinitas soluções se k > 1."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | A |
UNICAMP_2018_27 | 27 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"mathematics"
] | null | No plano cartesiano, sejam C a circunferência de centro na
origem e raio r > 0 e s a reta de equação x+3y=10. A
reta s intercepta a circunferência C em dois pontos distintos
se e somente se | {
"text": [
"r > 2.",
"r > 5.",
"r > 3.",
"r > 10."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
UNICAMP_2018_28 | 28 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"mathematics"
] | null | Sejam p(x) e q(x) polinômios com coeficientes reais.
Dividindo-se p(x) por q(x), obtém-se quociente e resto
iguais a x^2 + 1.Nessas condições,
correto afirmar que | {
"text": [
"o grau de p(x) menor que 5.",
"o grau de q(x) menor que 3.",
"p(x) tem raízes complexas.",
"q(x) tem raízes reais."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | C |
UNICAMP_2018_29 | 29 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"mathematics"
] | null | Sejam a e b números reais não nulos. Se o número
complexo z= a+bi uma raiz da equação quadrática
x^2 + bx + a = 0 então o valor de |z| é igual a | {
"text": [
"|z| = 1/√3.",
"|z| = 1/√5.",
"|z| = √3.",
"|z| = √5."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_31 | 31 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"english"
] | null | Elderly flight passenger throws coins into engine for
‘luck’, delays take-off for hours
China Southern Airlines Flight 380 was held up at the
Shanghai Pudong International Airport after an elderly
woman passenger caused a disruption, according to the
airline’s official WeChat account. An investigation into the
incident is under way.
Passengers boarding the flight reportedly saw an elderly
woman throwing coins at the engine for “blessings” from the
middle of the boarding staircase and alerted the crew.
Ground staff said the woman, who appeared to be about 80
and had limited mobility, was accompanied by her husband,
daughter and son-in-law.
The captain was quoted as saying the metal, if sucked up
by the engine, could have caused serious damage,
including failure.
The flight was later given a green light and took off at
5.52pm, more than five hours late. It is scheduled to arrive
in Guangzhou at 8.14pm.
(Adaptado de Sarah Zheng, Elderly flight passenger throws coins into engine for
‘luck’, delays take-off for hours. South China Morning Post, 27/06/2017.
Disponível em http://www.scmp.com/news/china/society/article/2100242/elderly-
flight-passenger-throws-coins-engine-luck-delays-take. Acessado em
10/07/2017.)
O que é correto afirmar sobre o incidente relatado na
notícia anterior? | {
"text": [
"Por causa do incidente, o avião chegou a seu \ndestino com cinco horas de atraso, às 17h52.",
"Segundo o piloto, moedas atiradas na turbina do \navião causaram sérios danos à aeronave.",
"Uma idosa chinesa, seu marido, sua filha e seu \ngenro quase provocaram um acidente aéreo.",
"A ação de alguns passageiros evitou o risco de um \ngrave acidente aéreo."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
UNICAMP_2018_33 | 33 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"english"
] | null | ZOMBIE NEUROSCIENCE
I don’t know if cockroaches dream, but I imagine if they do,
jewel wasps feature prominently in their nightmares. These
small, solitary tropical wasps are of little concern to us
humans; after all, they don’t manipulate our minds so that
they can serve us up as willing, living meals to their
newborns, as they do to unsuspecting cockroaches. The
story is simple, if grotesque: the female wasp controls the
minds of the cockroaches she feeds to her offspring, taking
away their sense of fear or will to escape their fate. What
turns a once healthy cockroach into a mindless zombie it’s
venom. Not just any venom, either: a specific venom that
acts like a drug, targeting the cockroach's brain.
(Adaptado de Christie Wilcox, Zombie Neuroscience. Scientific
American, New York, v. 315, n. 2, p. 70–73, 2016.)
De acordo com o autor, | {
"text": [
"certas baratas conseguem escapar de ataques de \nvespas comportando-se como zumbis.",
"baratas são capazes de ações predatórias que mal \npodemos imaginar.",
"vespas fêmeas de uma certa espécie podem controlar \na mente das baratas.",
"uma barata pode inocular um veneno que transforma \numa outra barata em um zumbi."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | C |
UNICAMP_2018_37 | 37 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"english"
] | null | Coral reefs are colorful underwater forests which teem with
life and act as a natural protective barrier for coastal
regions. The fishes and plants which call them home
belong to some of the most diverse ― and fragile ―
ecosystems on the planet. Higher sea temperatures from
global warming have already caused major coral bleaching
events. Bleaching occurs when corals respond to the stress
of warmer temperatures by expelling the colorful algae that
live within them. Increased levels of atmospheric carbon
dioxide result in higher levels of CO2 in the water, leading to ocean acidification, which is also a threat to coral. As the
oceans become more acidic, the corals' ability to form
skeletons through calcification is inhibited, causing their
growth to slow. Increasing sea levels caused by melting
sea ice could also cause problems for some reefs by
making them too deep to receive adequate sunlight,
another factor important for survival.
(Adaptado de Coral Reefs, The National Wildlife Federation.
Disponível em https://www.nwf.org/Wildlife/Threats-to-Wildlife/Global-
Warming/Effects-on-Wildlife-and-Habitat/Coral-Reefs.aspx. Acessado
em 26/07/2017.)
Considerando o texto e seus conhecimentos, assinale a
alternativa correta.
Os recifes de corais estão seriamente ameaçados pela
combinação dos seguintes fatores: | {
"text": [
"branqueamento das esponjas calcáreas pela exalação \nde suas algas simbiontes; acidificação marinha em \nvirtude da elevação do nível do mar; e menor taxa \nfotossintética pelo aumento do CO2 nos oceanos.",
"bloqueio das conchas dos cnidários pela expulsão de \nsuas algas parasíticas; acidificação marinha em \nvirtude dos maiores níveis de CO2 no ar; e maior incidência de luz solar por causa do degelo das \ncalotas polares.",
"branqueamento dos pólipos de cnidários pela \nexpulsão de suas algas simbiontes; acidificação \nmarinha em virtude dos maiores níveis de CO2 no ar; e menor taxa fotossintética em razão dos níveis \noceânicos elevados.",
"bloqueio das esponjas calcáreas pela aquisição de \nalgas comensalistas; acidificação marinha em virtude \ndos maiores níveis de CO2 no ar; e maior incidência de luz solar por causa do degelo das calotas polares"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | C |
UNICAMP_2018_38 | 38 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"english",
"physics"
] | null | The modern F=ma form of Newton's second law occurs
nowhere in any edition of the Principia even though he had
seen his second law formulated in this way in print during
the interval between the second and third editions in Jacob
Hermann's Phoronomia of 1716. Instead, it has the
following formulation in all three editions: A change in (1)
________ is proportional to the motive (2) ________
impressed and takes place along the (3) _________ line in
which that force is (4)________. In the body of the Principia
this law is applied both to (5) _______ cases, in which an
instantaneous impulse such as from impact is effecting the
change in motion, and to cases of (6) _______ action, such
as the change in motion in the continuous deceleration of a
body moving in a resisting medium. Newton thus appears
to have intended his second law to be neutral between
discrete forces (that is, what we now call impulses) and
continuous forces.
(Adaptado de George Smith, "Newton's Philosophiae Naturalis Principia
Mathematica", em Edward N. Zalta (ed.), The Stanford Encyclopedia of
Philosophy (Winter 2008 Edition). Disponível em
https://plato.stanford.edu/archives/win2008/entries/newton-principia/. Acessado
em 24/10/2017.)
Assinale a alternativa que apresenta a sequência
adequada de palavras que preenchem as lacunas do texto
acima, para que os conceitos utilizados estejam corretos. | {
"text": [
"Motion, force, straight, impressed, discrete, continuous.",
"Force, motion, impressed, straight, discrete, continuous.",
"Motion, force, impressed, straight, continuous, discrete.",
"Force, motion, straight, impressed, continuous, discrete."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | C |
UNICAMP_2018_41 | 41 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"physics"
] | null | Recentemente, a agência espacial americana anunciou a
descoberta de um planeta a trinta e nove anos-luz da Terra,
orbitando uma estrela anã vermelha que faz parte da
constelação de Cetus. O novo planeta possui dimensões e
massa pouco maiores do que as da Terra e se tornou um dos
principais candidatos a abrigar vida fora do sistema solar.
Considere este novo planeta esférico com um raio igual a
Rp = 2Rt e massa Mp = 8Mt , em que Rt e Mt são o raio
e a massa da Terra, respectivamente. Para planetas esféricos
de massa M e raio R , a aceleração da gravidade na
superfície do planeta é dada por = GM/R^2, , em que G é uma
constante universal. Assim, considerando a Terra esférica e
usando a aceleração da gravidade na sua superfície, o valor
da aceleração da gravidade na superfície do novo planeta
será de | {
"text": [
"5 m/s^2.",
"20 m/s^2.",
"40 m/s^2.",
"80 m/s^2."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_42 | 42 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"physics"
] | null | O primeiro satélite geoestacionário brasileiro foi lançado ao
espaço em 2017 e será utilizado para comunicações
estratégicas do governo e na ampliação da oferta de
comunicação de banda larga. O foguete que levou o
satélite ao espaço foi lançado do Centro Espacial de
Kourou, na Guiana Francesa. A massa do satélite é
constante desde o lançamento até a entrada em órbita e
vale m = 6,0 x 10^3. O módulo de dua velocidade orbital
é V_or = 3,0 x10^3 m/s. Desprezando a velocidade
inicial do satélite em razão do movimento de rotação da
Terra, o trabalho da força resultante sobre o satélite para
levá-lo até a sua órbita é igual a | {
"text": [
"2 MJ.",
"18 MJ.",
"27 GJ.",
"54 GJ."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | C |
UNICAMP_2018_43 | 43 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"physics"
] | null | Em junho de 2017 uma intensa onda de calor atingiu os
EUA, acarretando uma série de cancelamentos de voos do
aeroporto de Phoenix no Arizona. A razão é que o ar
atmosférico se torna muito rarefeito quando a temperatura
sobe muito, o que diminui a força de sustentação da
aeronave em voo. Essa força, vertical de baixo para cima,
está associada à diferença de pressão ∆P entre as partes
inferior e superior do avião. Considere um avião de massa
total m = 3x10^5 kg em voo horizontal. Sendo a área
efetiva de sustentação do avião A = 500 m^2 , na situação
de voo horizontal ∆P vale | {
"text": [
"5x10^3 N/m^2.",
"6x10^3 N/m^2.",
"1,5x10^6 N/m^2.",
"1,5x10^8 N/m^2."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_44 | 44 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"physics"
] | null | “Gelo combustível” ou “gelo de fogo” é como são
chamados os hidratos de metano que se formam a
temperaturas muito baixas, em condições de pressão elevada.
São geralmente encontrados em sedimentos do fundo do mar ou
sob a camada de solo congelada dos polos. A considerável
reserva de gelo combustível no planeta pode se tornar uma
promissora fonte de energia alternativa ao petróleo.
Considerando que a combustão completa de certa massa
de gelo combustível libera uma quantidade de energia igual
a E = 7,2 MJ, é correto afirmar que essa energia é capaz
de manter aceso um painel de LEDs de potência
P = 2 kW por um intervalo de tempo igual a | {
"text": [
"1 minuto.",
"144 s.",
"1 hora.",
"1 dia."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | C |
UNICAMP_2018_45 | 45 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"physics"
] | null | Um conjunto de placas de aquecimento solar eleva a
temperatura da água de um reservatório de 500 litros de
20 oC para 47 oC em algumas horas. Se no lugar das
placas solares fosse usada uma resistência elétrica, quanta
energia elétrica seria consumida para produzir o mesmo
aquecimento? Adote 1,0 kg/litro para a densidade e
4,0 kJ/(kg∙oC) para o calor específico da água. Além disso,
use 1 kWh = 10^3 W x 3.600 s = 3,6 x 10^6 J. | {
"text": [
"15 kWh.",
"26 kWh.",
"40.000 kWh.",
"54.000 kWh."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | A |
UNICAMP_2018_49 | 49 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"history"
] | null | Os gregos sentiram paixão pelo humano, por suas
capacidades, por sua energia construtiva. Por isso,
inventaram a polis: a comunidade cidadã em cujo espaço
artificial, antropocêntrico, não governa a necessidade da
natureza, nem a vontade dos deuses, mas a liberdade dos
homens, isto é, sua capacidade de raciocinar, de discutir,
de escolher e de destituir dirigentes, de criar problemas e
propor soluções. O nome pelo qual hoje conhecemos essa
invenção grega, a mais revolucionária, politicamente
falando, que já se produziu na história humana, é
democracia.
(Adaptado de Fernando Savater, Política para meu filho. São Paulo:
Martins Fontes, 1996, p. 77.)
Assinale a alternativa correta, considerando o texto acima
e seus conhecimentos sobre a Grécia Antiga. | {
"text": [
"Para os gregos, a cidade era o espaço do exercício da \nliberdade dos homens e da tirania dos deuses.",
"Os gregos inventaram a democracia, que tinha então \no mesmo funcionamento do sistema político vigente \natualmente no Brasil.",
"Para os gregos, a liberdade dos homens era exercida \nna polis e estava relacionada à capacidade de \ninvenção da política.",
"A democracia foi uma invenção grega que criou \nproblemas em função do excesso de liberdade dos \nhomens."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | C |
UNICAMP_2018_50 | 50 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"history"
] | null | Estamos acostumados a considerar que o sistema
centro/periferia, ao menos no Ocidente, é um eixo
essencial da estrutura e do funcionamento no espaço das
economias, das sociedades, das civilizações. O historiador
Fernand Braudel estimou que tal sistema só existiu e
funcionou plenamente a partir do século XV. Essa definição
não se aplica à Cristandade Medieval sem importantes
correções. A noção de centro e a oposição centro/periferia
são menos decisivas que outros sistemas de orientação
espacial. O principal sistema é o que opõe o baixo ao alto,
quer dizer, o Aqui, esse “mundo” imperfeito e marcado pelo
Pecado Original, ao céu, morada de Deus.
(Adaptado de Jacques Le Goff e Jean-Claude Schmitt,
“Centro/Periferia”, em Dicionário temático do ocidente medieval, v. 2.
São Paulo: Edusc, 2002, p. 203.)
A partir do texto acima, assinale a alternativa correta. | {
"text": [
"Usada nas Ciências Humanas para a compreensão \nde períodos históricos desde a Antiguidade, a noção \nde centro/periferia perdura até a atualidade e estrutura \no sistema econômico global contemporâneo.",
"As noções de baixo e alto têm um sentido histórico \nmais preciso para a compreensão da Cristandade \nMedieval do que o sistema centro/periferia.",
"O sistema centro/periferia é aplicável ao estudo da \nCristandade Medieval, já que os feudos constituíam o \ncentro da vida econômica e cultural naquele contexto.",
"O sistema centro/periferia aplicado durante a Era \nMedieval espelhava o sistema de orientação baixo e \nalto, sendo o baixo o mundo do pecado e o alto o \nmundo da virtude cristã."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_51 | 51 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"history"
] | null | Na formação das monarquias confessionais da Época
Moderna houve reforço das identidades territoriais, em
função de critérios de caráter religioso ou confessional.
Simultaneamente, houve uma progressiva incorporação da
Igreja ao corpo do Estado, através de medidas de caráter
patrimonial e jurisdicional que procuravam uma maior
sujeição das estruturas e agentes eclesiásticos ao poder
do príncipe. Na busca pela homogeneização da fé dentro
de um território político, a Igreja cumpria também papel
fundamental na formação do Estado moderno por meio de
seus mecanismos de disciplinamento social dos
comportamentos.
(Adaptado de Frederico Palomo, A Contra-Reforma em Portugal,
1540-1700. Lisboa: Livros Horizonte, 2006, p.52.)
Considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre a
Europa Moderna, assinale a alternativa correta. | {
"text": [
"Cada monarquia confessional adotou uma identidade \nreligiosa e medidas repressivas em relação às \ndissidências religiosas que poderiam ameaçar tal \nunidade.",
"Monarquias confessionais são aquelas unidades \npolíticas nas quais havia a convivência pacífica de \nduas ou mais confissões religiosas, num mesmo \nterritório.",
"São consideradas monarquias confessionais os \nterritórios protestantes que se mostravam mais \npropícios ao desenvolvimento do capitalismo \ncomercial, tornando-se, assim, nações enriquecidas.",
"As monarquias confessionais contavam com a \ninstituição do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição \nem seu território, uma forma de controle cultural sobre \nreligiões politeístas."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | A |
UNICAMP_2018_52 | 52 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"history"
] | null | As plantações de mandioca encontradas pelas saúvas
cortadeiras nas roças indígenas eram apenas uma entre
várias outras. Em muitas situações, a composição química
das folhas favorecia a escolha de outras plantas e a
folhagem da mandioca era cortada apenas quando as
preferidas das saúvas não eram suficientes. Já na
agricultura comercial, machados e foices de ferro
permitiam abrir clareiras em uma escala maior, resultando
em grande homogeneidade da flora. Nas lavouras de
mandioca de finais do século XVII e do início do século
XVIII, as folhas da mandioca tornavam-se uma das poucas
opções das formigas. Depois de mais algumas colheitas, a
infestação das formigas tornava-se insuportável, por vezes
causando o completo despovoamento humano da área.
(Adaptado de Diogo Cabral, 'O Brasil é um grande formigueiro’:
território, ecologia e a história ambiental da América Portuguesa –
parte 2. HALAC - História Ambiental Latinoamericana y Caribeña. Belo
Horizonte, v. IV, n. 1, p. 87-113, set. 2014-fev. 2015.)
A partir da leitura do texto e de seus conhecimentos sobre
História do Brasil Colônia, assinale a alternativa correta. | {
"text": [
"A principal diferença entre as lavouras indígenas e a \nagricultura comercial colonial estava no uso de \nqueimadas pelos europeus, o que não era praticado \npelas populações autóctones.",
"Comparadas à mandioca cultivada pelos indígenas, as \nnovas espécies de mandioca trazidas da Europa eram \nmenos resistentes às formigas cortadeiras, e por isso \nmais susceptíveis à infestação.",
"Os colonizadores introduziram no território colonial novas \nespécies de mandioca e milho, que desequilibraram o \nsistema agrícola ameríndio, baseado no sistema rotativo \nde plantação.",
"A agricultura comercial tendia à homogeneização da flora \nnas lavouras da América Portuguesa, combinando \ntradições europeias de plantio com práticas indígenas."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
UNICAMP_2018_53 | 53 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"history"
] | null | Consideramos estas verdades como autoevidentes: que
todos os homens e mulheres foram criados iguais; que são
dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis. Entre
os direitos inalienáveis estão a vida, a liberdade e a busca
da felicidade. Para garantir esses direitos, os governos são
instituídos. Os poderes do governo emanam do
consentimento daqueles que são governados. Qualquer
governo que se torna destrutivo para os direitos
inalienáveis pode ser destituído por aqueles que sofrem.
Os que sofrem podem recusar lealdade e exigir a
instituição de um novo governo. E assim tem sido o
sofrimento das mulheres sob este governo. E, por isso, é
necessário exigir uma mudança.
(Adaptado de Elizabeth Cady Stanton, A History of Woman Suffrage,
v. 1. Rochester: Fowler and Wells, 1889, p. 70-71.)
Assinale a alternativa correta.
O documento acima integra | {
"text": [
"a Declaração de Independência dos Estados Unidos \nda América, baseada nos princípios de Jean-Jacques \nRousseau e do Pacto Social.",
"a Declaração da primeira Convenção dos Direitos das \nMulheres nos Estados Unidos da América, que \nreconhece os princípios liberais de John Locke e o \ndireito à propriedade privada, ampliando-os.",
"a Declaração de Independência dos Estados Unidos \nda América, baseada nos princípios de Thomas \nPaine, que reconhece como direitos inalienáveis a \nvida, a liberdade e a busca da felicidade.",
"a Declaração da primeira Convenção dos Direitos das \nMulheres nos Estados Unidos da América, baseada \nnos princípios de Alexis de Tocqueville, que se \nopunha à democracia na América."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_54 | 54 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"history"
] | null | Em julho de 1917, convocou-se, em São Paulo, uma greve
geral, com adesão de 45.000 trabalhadores, para pedir
aumento salarial. A greve se estendeu ao Rio de Janeiro e
levou o governo a reforçar o aparato repressivo e decretar
estado de sítio em 1918. Nos anos de 1917-1919, o Chile
registrou o recrudescimento da agitação sindical. Mobilizavam-
se com facilidade 100.000 trabalhadores, como durante as
manifestações contra o custo dos alimentos em 1918 e 1919.
A Argentina foi outro país que teve um movimento sindical
poderoso. Entre 1917 e 1921, o movimento sindical conheceu
seu apogeu. Apenas durante o ano de 1919, registraram-se
367 greves na capital Buenos Aires.
(Adaptado de Olivier Dabène, América Latina no século XX. Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2003, p. 64-65.)
Considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre o
tema, assinale a alternativa correta. | {
"text": [
"Os movimentos grevistas foram espontâneos e \napartidários nos anos de 1910, rejeitando a infiltração \nideológica das lideranças sindicais, de maioria \nmarxista e comunista, pouco mobilizadoras no \nperíodo.",
"Os movimentos sindicais estavam em processo de \nfortalecimento, entre outras razões, pela intensa \nruralização dos países latino-americanos na década \nde 1900.",
"O processo de fortalecimento dos movimentos \nsindicais enfrentou um forte aparato repressivo, nos \nanos de 1920, marcado pela colaboração entre os \nEstados latino-americanos.",
"Os movimentos sindicais latino-americanos \napresentavam, em 1917, especificidades em relação \naos da Europa quanto às pautas reivindicatórias dos \ntrabalhadores."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
UNICAMP_2018_55 | 55 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"history"
] | null | Vistas em conjunto, as aspirações ruralistas não eram
contraditórias ou incompatíveis com o programa
desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek. A ideia de
incompatibilidade entre o projeto nacional-
desenvolvimentista e os interesses agrários era uma
ficção.
(Adaptado de Vânia Moreira, “Os Anos JK: industrialização e modelo oligárquico
de desenvolvimento rural”, em Jorge Ferreira e Lucília Delgado (Orgs.), O Brasil
Republicano. v. 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 169-170.)
Considerando a composição do setor rural nacional e o
programa desenvolvimentista do governo JK, é correto
afirmar que: | {
"text": [
"A \"Marcha para o Oeste\" obteve grande êxito porque, \nalém dos grandes ruralistas, conseguia atender também \naos interesses dos pequenos posseiros, trabalhadores \nsem terra e indígenas.",
"O desenvolvimentismo atendia às ambições da oligarquia \nrural, em função das políticas de modernização da \nagricultura, permitindo que ela se beneficiasse da \nexpansão do mercado consumidor, um dos \ndesdobramentos da industrialização.",
"O Plano de Metas do governo JK fracassou porque os \ninteresses do agronegócio se mostraram posteriormente \ninconciliáveis com as demandas da velha oligarquia rural \ndas regiões Norte e Centro-Oeste.",
"Os interesses agrários e o projeto de industrialização do \nnacional-desenvolvimentismo eram compatíveis porque o \nPartido Trabalhista Brasileiro era composto \nprincipalmente pela oligarquia rural."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_57 | 57 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"history"
] | null | “Como na Argentina: Os corpos brotam do chão, como na
Argentina. Corpo não é reciclável. Corpo não é reduzível. Dá
para dissolver os corpos em ácido, mas não haveria ácido que
chegasse para os assassinados do século. Valas mais fundas,
mais escombros, nada adianta. Sempre sobra um dedo
acusando. O corpo é como o nosso passado, não existe mais
e não vai embora. Tentaram largar o corpo no meio do mar e
não deu certo. O corpo boia. O corpo volta. Tentaram forjar o
protocolo – foi suicídio, estava fugindo – e o corpo desmentia
tudo. O corpo incomoda. O corpo faz muito silêncio.
Consciência não é biodegradável. Memórias não apodrecem.
Ficam os dentes.”
(Luís Fernando Veríssimo, “Como na Argentina”, em A mãe do Freud. Porto
Alegre: L&PM Editores, 1985, p. 46.)
O texto se refere | {
"text": [
"ao trauma coletivo das políticas repressivas e crimes de \nEstado praticados pelos regimes ditatoriais latino-\namericanos.",
"à memória dos exilados fugidos dos regimes ditatoriais \nlatino-americanos da segunda metade do século XX.",
"ao movimento dos Montoneros, em busca de seus filhos \ne netos desaparecidos no período da ditadura na \nArgentina.",
"aos julgamentos em andamento contra o clientelismo do \nregime peronista praticada na Argentina."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | A |
UNICAMP_2018_59 | 59 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"history"
] | null | O pastor norte-americano Pat Robertson, dono do canal de
comunicação Christian Broadcasting Network, afirmou que a
tragédia provocada pelo terremoto no Haiti, em janeiro de
2010, foi decorrente do “pacto com o diabo” que setores da
população haitiana teriam feito para que o país se tornasse
independente. Nas palavras do Pastor, "Os haitianos estavam
sob o jugo da França. Eles se uniram e fizeram um pacto com
o diabo. Disseram: 'Serviremos a ti caso nos liberte da
França'".
(Adaptado de Haroldo Ceravolo Sereza, “Pastor americano atribui terremoto a
'pacto com o Diabo' e provoca protestos; país se libertou da França em 1804”.
Uol notícias. 14/01/2010. Disponível em https://noticias.uol.com.br/
especiais/terremoto-haiti/ultnot/2010/01/14/ult9967u9.jhtm. Acessado em
30/08/2017.)
A partir da leitura do texto e de seus conhecimentos, assinale
a alternativa correta. | {
"text": [
"A independência do Haiti foi decisiva para que o Império \nBrasileiro, que projetava a construção de um Estado \nNação reconhecido internacionalmente, reprimisse \nmovimentos como a Revolta Malês, em Salvador (1835).",
"A declaração do Pastor é pautada em preconceitos em \nrelação às práticas religiosas dos afrodescendentes no \nHaiti. A conquista espiritual, parte dos projetos \nimperialistas, garantiu a eliminação de religiões \nconsideradas pagãs nas Américas.",
"Colônia francesa nas Antilhas, Saint Domingue tornou-se \nresponsável por 40% da produção mundial de cacau no \nséculo XVIII. A mão de obra empregada era \nmajoritariamente escrava, com a exploração de africanos \nou de seus descendentes.",
"O processo de independência do Haiti foi apoiado por \noutras colônias, interrompendo o projeto imperialista \neuropeu no Novo Mundo. Após 1804, os EUA conduzem \nas ações imperialistas na América, tornando-se a \nprincipal referência cultural no continente."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | A |
UNICAMP_2018_63 | 63 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"physics"
] | null | Icebergs flutuam na água do mar, assim como o gelo em
um copo com água potável. Imagine a situação inicial de
um copo com água e gelo, em equilíbrio térmico à
temperatura de 0 °C. Com o passar do tempo o gelo vai
derretendo. Enquanto houver gelo, a temperatura do
sistema | {
"text": [
"permanece constante, mas o volume do sistema \naumenta.",
"permanece constante, mas o volume do sistema \ndiminui.",
"diminui e o volume do sistema aumenta.",
"diminui, assim como o volume do sistema."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_65 | 65 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"chemistry"
] | null | Em 12 de maio de 2017 o Metrô de São Paulo trocou 240
metros de trilhos de uma de suas linhas, numa operação
feita de madrugada, em apenas três horas. Na solda entre
o trilho novo e o usado empregou-se uma reação química
denominada térmita, que permite a obtenção de uma
temperatura local de cerca de 2.000 °C. A reação utilizada
foi entre um óxido de ferro e o alumínio metálico. De
acordo com essas informações, uma possível equação
termoquímica do processo utilizado seria | {
"text": [
"Fe2O3 + 2AI -> 2Fe + AI2O3; H = +852 kJ mol^(-1)",
"FeO3 + AI -> Fe + AIO3; H = -852 kJ mol^(-1)",
"FeO3 + AI -> Fe + AIO3; H = +852 kJ mol^(-1)",
"Fe2O3 + 2AI -> 2Fe + AI2O3; H = -852 kJ mol^(-1)"
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
UNICAMP_2018_67 | 67 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"chemistry"
] | null | Dados de massas atômicas em Dalton: C = 12 e H = 1.
Mais de 2.000 plantas produzem látex, a partir do qual se
produz a borracha natural. A Hevea brasiliensis
(seringueira) é a mais importante fonte comercial desse
látex. O látex da Hevea brasiliensis consiste em um
polímero do cis-1,4-isopreno, fórmula C5H8 , com uma
5 8
massa molecular média de 1.310 kDa (quilodaltons). De
acordo com essas informações, a seringueira produz um
polímero que tem em média | {
"text": [
"19 monômeros por molécula.",
"100 monômeros por molécula.",
"1.310 monômeros por molécula.",
"19.000 monômeros por molécula."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
UNICAMP_2018_68 | 68 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"chemistry"
] | null | A calda bordalesa é uma das formulações mais antigas e mais
eficazes que se conhece. Ela foi descoberta na França no final
do século XIX, quase por acaso, por um agricultor que
aplicava água de cal nos cachos de uva para evitar que
fossem roubados; a cal promovia uma mudança na aparência
e no sabor das uvas. O agricultor logo percebeu que as
plantas assim tratadas estavam livres de antracnose.
Estudando-se o caso, descobriu-se que o efeito estava
associado ao fato de a água de cal ter sido preparada em
tachos de cobre. Atualmente, para preparar a calda bordalesa,
coloca-se o sulfato de cobre em um pano de algodão que é
mergulhado em um vasilhame plástico com água morna.
Paralelamente, coloca-se cal em um balde e adiciona-se água
aos poucos. Após quatro horas, adiciona-se aos poucos, e
mexendo sempre, a solução de sulfato de cobre à água de cal.
(Adaptado de Gervásio Paulus, André Muller e Luiz Barcellos, Agroecologia
aplicada: práticas e métodos para uma agricultura de base ecológica. Porto
Alegre: EMATER-RS, 2000, p. 86.)
Dados de massas molares em g∙mol-1: sulfato de cobre (II)
pentaidratado = 250; hidróxido de cálcio = 74.
Na preparação da calda bordalesa são usados 100 g de
sulfato de cobre(II) pentaidratado e 100 g de hidróxido de
cálcio (cal extinta). Para uma reação estequiométrica entre
os íons cobre e hidroxila, há um excesso de
aproximadamente | {
"text": [
"1,9 mol de hidroxila.",
"2,3 mol de hidroxila.",
"2,5 mol de cobre.",
"3,4 mol de cobre."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | A |
UNICAMP_2018_69 | 69 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"chemistry"
] | null | A calda bordalesa é uma das formulações mais antigas e mais
eficazes que se conhece. Ela foi descoberta na França no final
do século XIX, quase por acaso, por um agricultor que
aplicava água de cal nos cachos de uva para evitar que
fossem roubados; a cal promovia uma mudança na aparência
e no sabor das uvas. O agricultor logo percebeu que as
plantas assim tratadas estavam livres de antracnose.
Estudando-se o caso, descobriu-se que o efeito estava
associado ao fato de a água de cal ter sido preparada em
tachos de cobre. Atualmente, para preparar a calda bordalesa,
coloca-se o sulfato de cobre em um pano de algodão que é
mergulhado em um vasilhame plástico com água morna.
Paralelamente, coloca-se cal em um balde e adiciona-se água
aos poucos. Após quatro horas, adiciona-se aos poucos, e
mexendo sempre, a solução de sulfato de cobre à água de cal.
(Adaptado de Gervásio Paulus, André Muller e Luiz Barcellos, Agroecologia
aplicada: práticas e métodos para uma agricultura de base ecológica. Porto
Alegre: EMATER-RS, 2000, p. 86.)
Na formulação da calda bordalesa fornecida pela EMATER,
recomenda-se um teste para verificar se a calda ficou ácida:
coloca-se uma faca de aço carbono na solução por três
minutos. Se a lâmina da faca adquirir uma coloração marrom
ao ser retirada da calda, deve-se adicionar mais cal à mistura.
Se não ficar marrom, a calda está pronta para o uso. De
acordo com esse teste, conclui-se que a cal deve promover | {
"text": [
"uma diminuição do pH, e o sulfato de cobre(II), por sua \nvez, um aumento do pH da água devido à reação SO4^(-2) + H2O -> HSO4^(-) + OH^(-).",
"um aumento do pH, e o sulfato de cobre(II), por sua vez, \numa diminuição do pH da água devido à reação Cu^(+2) + H2O -> Cu(OH)^(+) + H^(+).",
"uma diminuição do pH, e o sulfato de cobre(II), por sua \nvez, um aumento do pH da água devido à reação Cu^(+2) + H2O -> Cu(OH)^(+) + H^(+).",
"um aumento do pH, e o sulfato de cobre(II), por sua vez, \numa diminuição do pH da água devido à reação SO4^(-2) + H2O -> HSO4^(-) + OH^(-)."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_71 | 71 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"geography"
] | null | O referendo realizado no Reino Unido em junho de 2016
conduziu ao Brexit, após 43 anos de adesão à União
Europeia. São potenciais consequências dessa decisão,
nos níveis nacional e continental, respectivamente, | {
"text": [
"o pedido da Irlanda do Norte por um novo referendo \npara decidir sua permanência no Reino Unido e a \ncontinuidade da livre circulação da moeda europeia, o \neuro, no Reino Unido.",
"o pedido da Inglaterra por um novo referendo para \ndecidir sua permanência no Reino Unido e a \ncontinuidade da livre circulação da moeda europeia, o \neuro, no Reino Unido.",
"o pedido da Escócia por um novo referendo para \ndecidir sua permanência no Reino Unido e o \ncomprometimento da livre circulação de cidadãos \neuropeus no Reino Unido.",
"o pedido do País de Gales por um novo referendo \npara decidir sua permanência no Reino Unido e o \ncomprometimento da livre circulação de cidadãos \neuropeus no Reino Unido."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | C |
UNICAMP_2018_72 | 72 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"geography"
] | null | Em junho de 2017, o governo dos Estados Unidos da
América (EUA) se retirou do “Acordo de Paris”, assinado
em 2015 por 195 países. Sobre as medidas previstas no
Acordo para a redução da emissão de gases do efeito
estufa, e o motivo da saída dos Estados Unidos do referido
acordo, é correto afirmar que | {
"text": [
"são medidas deliberativas e os países signatários \npagarão multas pelo descumprimento das metas; os \nEUA não aceitam o papel da ONU na função de \nagente fiscalizador.",
"são medidas propositivas e os países signatários \ndeverão definir metas para os próximos anos; os EUA \nnão concordam com o controle externo sobre suas \nfontes poluidoras.",
"são medidas restritivas e os países signatários \nsofrerão punições políticas e econômicas se não \natingirem as metas; os EUA não aprovam a presença \nda Rússia no acordo.",
"são medidas normativas e os países signatários \ndeverão definir as estratégias a serem adotadas; os \nEUA não aceitam assumir as mesmas \nresponsabilidades da Índia, o maior poluidor do \nplaneta."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_73 | 73 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"geography",
"history"
] | null | Detroit foi símbolo mundial da indústria automotiva.
Chegou a abrigar quase 2 milhões de habitantes entre as
décadas de 1960 e 1970. Em 2010, porém, havia perdido
mais de um milhão de habitantes. O espaço urbano entrou
em colapso, com fábricas em ruínas, casas abandonadas,
supressão de serviços públicos essenciais, crescimento da
pobreza e do desemprego. Em 2013, foi decretada a
falência da cidade. Essa crise urbana vivida por Detroit
resulta dos seguintes processos: | {
"text": [
"ascensão do taylorismo; protecionismo econômico e \nconcorrência com capitais europeus; deslocamento de \nindústrias para cidades vizinhas.",
"consolidação do regime de acumulação fordista; \nprotecionismo econômico e concorrência com capitais \neuropeus; deslocamento de indústrias para outros \npaíses;",
"declínio do toyotismo; liberalização econômica e \nconcorrência com capitais asiáticos; deslocamento de \nindústrias para cidades vizinhas.",
"ascensão do regime de acumulação flexível; \nliberalização econômica e concorrência com capitais \nasiáticos; deslocamento de indústrias para outros \npaíses."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
UNICAMP_2018_77 | 77 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"geography"
] | null | Assinale a alternativa correta sobre a presença de
agrotóxicos e de sementes transgênicas na agricultura
brasileira. | {
"text": [
"O uso de agrotóxicos e sementes transgênicas \nassocia-se à busca de maior produtividade, sobretudo \nem áreas de fronteira agrícola.",
"As sementes transgênicas e o uso de agrotóxicos \nadequados ampliaram o interesse de países da União \nEuropeia pelos produtos agrícolas brasileiros.",
"O uso de agrotóxicos no Brasil reduziu a necessidade \nde aproveitamento das sementes transgênicas nos \ncultivos agrícolas de grãos no país.",
"Por ser signatário de acordos internacionais, o Brasil \nreduziu o uso de agrotóxicos e sementes transgênicas \nem áreas próximas a mananciais."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | A |
UNICAMP_2018_78 | 78 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"geography"
] | null | Frequentemente o terrorismo recorre a ações de grande
impacto. Contudo, seu objetivo maior é o de influenciar os
espíritos; antes de tudo, ele visa a aterrorizar, e se
distingue da criminalidade. Invocando reivindicações
políticas, de natureza social, econômica ou religiosa, o
terrorismo | {
"text": [
"realiza-se apenas no âmbito internacional, enquanto a \ncriminalidade é marcada pelo objetivo primeiro do \nganho financeiro.",
"realiza-se nacional e internacionalmente, enquanto a \ncriminalidade é marcada pelo objetivo primeiro do \nganho financeiro.",
"realiza-se apenas no âmbito internacional, enquanto a \ncriminalidade é marcada basicamente por objetivos \nideológicos.",
"realiza-se nacional e internacionalmente, enquanto a \ncriminalidade é marcada basicamente por objetivos \nideológicos."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_82 | 82 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"biology"
] | null | Os anfíbios constituem um dos grupos de animais com
maior número de espécies ameaçadas de extinção. Entre
outras razões, isso ocorre porque eles são suscetíveis à
contaminação por substâncias nocivas e à infecção por
fungos. Os anfíbios apresentam tal suscetibilidade porque
têm | {
"text": [
"hábitos aquáticos, que os tornam suscetíveis a \npredadores.",
"pulmões bem desenvolvidos, que acumulam \nimpurezas e fungos.",
"sangue frio, que diminui a atividade de enzimas \nhepáticas.",
"pele úmida e permeável, que possibilita a respiração \ncutânea."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
UNICAMP_2018_83 | 83 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"biology"
] | null | Em alguns casos, as organelas celulares podem
transformar-se e perder a funcionalidade, como acontece
com os cloroplastos. Em plantas com alta atividade de
fotossíntese, mas com crescimento paralisado e sem
drenos ativos (como flores e frutos), os cloroplastos podem
dar origem a | {
"text": [
"protoplastos ― células vegetais desprovidas de parede \ncelular.",
"amiloplastos ― organelas em que ocorre acúmulo de \namido.",
"proplastos ― organelas imaturas que dão origem a \ncloroplastos.",
"cromoplastos ― organelas em que ocorre acúmulo de \npigmentos."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_84 | 84 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"biology"
] | null | Em 2016, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
apresentou novas diretrizes para o tratamento de três
doenças sexualmente transmissíveis: sífilis, gonorreia e
clamidíase. As três doenças citadas são causadas por | {
"text": [
"microrganismos (bactérias ou vírus), que passaram \ndos macacos para o ser humano há muitos anos, \nlevando ao surgimento de epidemias e pandemias.",
"bactérias, que podem se tornar resistentes a \nantibióticos, se utilizados em excesso ou de forma \ninapropriada, dificultando o tratamento.",
"bactérias, que podem ser tratadas e eliminadas pelo \nuso diligente de preservativos (masculinos ou \nfemininos) durante as relações sexuais.",
"protozoários, que podem ser tratados e eliminados \npelo uso diligente de preservativos (masculinos ou \nfemininos) durante as relações sexuais."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_86 | 86 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"biology"
] | null | Assinale a alternativa que preenche corretamente as
lacunas nas definições a seguir.
(i) ____________ é o conjunto de toda a informação
genética de um organismo.
(ii) _____________ é um trecho do material genético que
fornece instruções para a fabricação de um produto
gênico.
(iii) _____________ é a constituição de alelos que um
indivíduo possui em um determinado loco gênico.
(iv) _____________ é a correspondência que existe entre
códons e aminoácidos, relativa a uma sequência
codificadora no DNA. | {
"text": [
"(i) Código genético; (ii) Alelo; (iii) Homozigoto; (iv) Gene.",
"(i) Genoma; (ii) Gene; (iii) Genótipo; (iv) Código genético.",
"(i) Código genético; (ii) DNA; (iii) Genótipo; (iv) tRNA.",
"(i) Genoma; (ii) Código genético; (iii) Homozigoto; (iv) tRNA."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2018_89 | 89 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"biology"
] | null | Altas concentrações de metais pesados foram encontradas
nas águas de inúmeras bacias hidrográficas brasileiras.
Esses poluentes podem rapidamente se acumular em
seres vivos. Por exemplo, peixes podem absorver metais
pesados da água e pela ingestão de alimentos, retendo-os
em seu tecido muscular.
(Adaptado de Daniel P. de Lima e outros, Contaminação por metais
pesados em peixes e água da bacia do rio Cassiporé, Estado do
Amapá, Brasil. Acta Amazonica, Manaus, 45, pp. 405-414, 2015.)
Assinale a alternativa correta. | {
"text": [
"Metais pesados, como o urânio, são encontrados em \nmaiores concentrações em herbívoros longevos ou do \nmeio da teia alimentar, como tartarugas marinhas e \npeixes de fundo de rio.",
"Metais pesados, como o mercúrio, são encontrados \nem maiores concentrações em carnívoros do meio da \nteia alimentar, como aves de rapina e peixes \npredatórios.",
"Metais pesados, como o ferro, são encontrados em \nmaiores concentrações em herbívoros e carnívoros do \ntopo da teia alimentar, como aves de rapina e peixes \npredatórios.",
"Metais pesados, como o chumbo, são encontrados em \nmaiores concentrações em predadores longevos ou do \ntopo da teia alimentar, como aves de rapina e peixes \npredatórios."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
UNICAMP_2018_90 | 90 | UNICAMP_2018 | 2018 | UNICAMP | [
"biology"
] | null | Algumas plantas de ambientes áridos apresentam o
chamado "metabolismo ácido das crassuláceas", em que
há captação do CO atmosférico durante a noite, quando
2
os estômatos estão abertos. Como resultado, as plantas
produzem ácidos orgânicos, que posteriormente fornecem
substrato para a principal enzima fotossintética durante o
período diurno. É correto afirmar que essas plantas | {
"text": [
"respiram e fotossintetizam apenas durante o período \ndiurno.",
"respiram e fotossintetizam apenas durante o período \nnoturno.",
"respiram o dia todo e fotossintetizam apenas durante o \nperíodo diurno.",
"respiram e fotossintetizam o dia todo."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | C |
UNICAMP_2019_2 | 2 | UNICAMP_2019 | 2019 | UNICAMP | [
"portuguese"
] | null | Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e o resto.
As proparoxítonas são o ápice da cadeia alimentar do
léxico.
As palavras mais pernósticas são sempre proparoxítonas.
Para pronunciá-las, há que ter ânimo, falar com ímpeto - e,
despóticas, ainda exigem acento na sílaba tônica!
Sob qualquer ângulo, a proparoxítona tem mais crédito.
É inequívoca a diferença entre o arruaceiro e o vândalo.
Uma coisa é estar na ponta – outra, no vértice.
Ser artesão não é nada, perto de ser artífice.
Legal ser eleito Papa, mas bom mesmo é ser Pontífice.
(Adaptado de Eduardo Affonso, “Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e
o resto”. Disponível em www.facebook.com/eduardo22affonso/.)
Segundo o texto, as proparoxítonas são palavras que | {
"text": [
"garantem sua pronúncia graças à exigência de uma\nsílaba tônica.",
"conferem nobreza ao léxico da língua graças à\nfacilidade de sua pronúncia.",
"revelam mais prestígio em função de seu pouco uso e\nde sua dupla acentuação.",
"exibem sempre sua prepotência, além de imporem a\nobrigatoriedade da acentuação."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
UNICAMP_2019_3 | 3 | UNICAMP_2019 | 2019 | UNICAMP | [
"portuguese",
"history"
] | null | Na década de 1950, quando iniciava seu governo,
Juscelino Kubitschek prometeu “50 anos em 5”. Na
campanha do atual governo o slogan ficou assim: “O Brasil
voltou, 20 anos em dois”. A ‘tradução’ não tinha como dar
certo; era como comparar vinho com água. E mais: havia
uma vírgula no meio do caminho. Na propaganda, apenas
uma vírgula impede que a leitura, ao invés de ser positiva e
associada ao progressismo de Juscelino, se transforme
numa mensagem de retrocesso: o Brasil de fato ‘voltou’
muito nesses últimos dois anos; para trás.
(Adaptado de Lilia Schwarcz, Havia uma vírgula no meio do caminho. Nexo
Jornal, 21/05/2018.)
Considerando o gênero propaganda institucional e o
paralelo histórico traçado pela autora, é correto afirmar que
o slogan do atual governo fracassou porque | {
"text": [
"o uso da vírgula provocou uma leitura negativa do\ntrecho que alude ao slogan da década de 1950.",
"a mensagem projetada pelo slogan anterior era mais\nclara, direta, e não exigia o uso da vírgula.",
"a alusão ao slogan anterior afasta o público jovem e\nprovoca a perda de seu poder persuasivo.",
"o duplo sentido do verbo “voltar” gerou uma\nmensagem que se afasta daquela projetada pelo\nslogan anterior."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
UNICAMP_2019_4 | 4 | UNICAMP_2019 | 2019 | UNICAMP | [
"portuguese"
] | null | Alguns pesquisadores falam sobre a necessidade de um
“letramento racial”, para “reeducar o indivíduo em uma
perspectiva antirracista”, baseado em fundamentos como o
reconhecimento de privilégios, do racismo como um
problema social atual, não apenas legado histórico, e a
capacidade de interpretar as práticas racializadas. Ouvir é
sempre a primeira orientação dada por qualquer
especialista ou ativista: uma escuta atenta, sincera e
empática. Luciana Alves, educadora da Unifesp, afirma que
"Uma das principais coisas é atenção à linguagem. A gente
tem uma linguagem sexista, racista, homofóbica, que
passa pelas piadas e pelo uso de termos que a gente já
naturalizou. ‘A coisa tá preta’, ‘denegrir’, ‘serviço de preto’...
Só o fato de você prestar atenção na linguagem já anuncia
uma postura de reconstrução. Se o outro diz que tem uma
carga negativa e ofensiva, acredite”.
(Adaptado de Gente branca: o que os brancos de um país racista podem fazer
pela igualdade além de não serem racistas. UOL, 21/05/2018)
Segundo Luciana Alves, para combater o racismo e mudar
de postura em relação a ele, é fundamental | {
"text": [
"ouvir com atenção os discursos e orientações de\nespecialistas e ativistas.",
"reconhecer expressões racistas existentes em práticas\nnaturalizadas.",
"passar por um “letramento racial” que dispense o\nlegado histórico.",
"prestar atenção às práticas históricas e às orientações\nda educadora."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | B |
UNICAMP_2019_7 | 7 | UNICAMP_2019 | 2019 | UNICAMP | [
"portuguese",
"history"
] | null | Para driblar a censura imposta pela ditadura militar,
compositores de música popular brasileira (MPB) valiam-se
do que Gilberto Vasconcelos chamou de “linguagem da
fresta”, expressão inspirada na canção “Festa imodesta”,
de Caetano Veloso.
(...)
Numa festa imodesta como esta
Vamos homenagear
Todo aquele que nos empresta sua testa
Construindo coisas pra se cantar
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
E que o otário silencia
Toda festa que se dá ou não se dá
Passa pela fresta da cesta e resta a vida.
Acima do coração que sofre com razão
A razão que volta do coração
E acima da razão a rima
E acima da rima a nota da canção
Bemol natural sustenida no ar
Viva aquele que se presta a esta ocupação
Salve o compositor popular
(Gilberto de Vasconcelos, Música popular: de olho na fresta. Rio de Janeiro:
Graal, 1977.)
É correto afirmar que, na canção, essa “linguagem da
fresta” transparece | {
"text": [
"na contradição entre “festa” e “fresta”, que funciona\ncomo crítica ao malandro.",
"na repetição de palavras com pronúncia semelhante\npara louvar a MPB.",
"na referência à “fresta” como forma de o compositor se\npronunciar.",
"na incoerência da rima entre “festa” e “imodesta” para\nprestigiar o compositor."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | C |
UNICAMP_2019_8 | 8 | UNICAMP_2019 | 2019 | UNICAMP | [
"portuguese"
] | null | “Um cego me levou ao pior de mim mesma, pensou
espantada. Sentia-se banida porque nenhum pobre beberia
água nas suas mãos ardentes. Ah! era mais fácil ser um
santo que uma pessoa! Por Deus, pois não fora verdadeira
a piedade que sondara no seu coração as águas mais
profundas? Mas era uma piedade de leão.”
(Clarice Lispector, “Amor”, em Laços de família. 20ª ed. Rio de Janeiro:
Francisco Alves, 1990, p. 39.)
Ao caracterizar a personagem Ana, a expressão “piedade
de leão” reúne valores opostos, remetendo
simultaneamente à compaixão e à ferocidade. É correto
afirmar que, no conto “Amor”, essa formulação | {
"text": [
"revela um embate de natureza social, já que a pobreza\ndo cego causa náuseas na personagem.",
"expressa o dilema cristão da alma pecadora diante de\nsua incapacidade de fazer o bem.",
"indica um conflito psicológico, uma vez que a\npersonagem não se sente capaz de amar.",
"alude a um contraste moral e existencial que provoca\nna personagem um sentimento de angústia."
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D"
]
} | D |
Subsets and Splits