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3 em cada 10 sem-teto que saíram de projeto de moradia em SP foram expulsos
Em pouco mais de oito meses desde a inauguração das casas modulares disponibilizadas pela Prefeitura de São Paulo para abrigar pessoas em situação de rua, 3 em cada 10 desligamentos foram forçados. Desde dezembro do ano passado, 38 pessoas foram expulsas pela entidade que gerencia as moradias, de um total de 116 saídas no período. Até junho, 212 pessoas tinham sido atendidas.Inaugurado como a principal resposta da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) diante do aumento da população de rua, o projeto oferece moradia transitória por até dois anos a famílias que foram parar nas ruas. O modelo é formado por casas de 18 metros quadrados organizadas em vilas. Atualmente, há duas unidades em funcionamento, no Canindé e no Anhangabaú, ambas na região central da cidade.As expulsões foram precedidas, em maior parte, por casos de violência de gênero, ameaça e agressão entre os moradores. Um dos expulsos, que não quis se identificar, afirma que deixou uma das unidades há cerca de dois meses após ter sido xingado e acusado de agredir outra moradora.Ele estava havia pouco mais de um mês na Vila Reencontro do Canindé, onde já morava sua mulher com o filho. O casal relata consumo de álcool e drogas nas unidades e diz que moradores usam até facas para ameaçar vizinhos quando há desentendimento. Eles contam, por exemplo, que presenciaram uma briga entre outro casal em que a mulher apontou uma faca para ameaçar o marido.O casal afirma que houve confusão até durante um passeio organizado pela entidade administradora da Vila Reencontro ao parque Villa-Lobos (zona oeste) para ver uma exposição, no fim de julho. Durante a visita, duas mulheres se desentenderam e se agrediram.Procurada, a Smads (Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social) afirma que o homem foi expulso "após proferir ameaça direta à vida de uma moradora, além de diversas outras ameaças a moradores e equipe técnica da Vila". Dois boletins de ocorrência foram registrados, segundo a secretaria. O ex-morador nega as acusações e afirma ter sofrido ameaças dentro da vila.A Smads diz ainda que os agentes do serviço são orientados a mediar os conflitos nas unidades e, quando há ameaças à integridade física, o morador é advertido verbalmente. Em caso de reincidência, é feita uma notificação e, persistindo o comportamento, o acolhido é direcionado a outro equipamento da rede municipal.Em relação ao consumo de álcool e drogas nas unidades, a Smads afirma que a prática é proibida em todos os equipamentos de acolhida.Diante da expulsão do marido, a mulher e o filho pediram desligamento da vila e, após passar alguns dias em uma barraca montada em uma praça próxima à Vila Reencontro, a família foi encaminhada para um abrigo. Mais As vilas Reencontro são geridas por uma entidade especializada em acolher refugiados no norte do país, a Avsi Brasil (Associação Voluntários para o Serviço Internacional), que tem contrato de R$ 20,7 milhões com a prefeitura, firmado no fim do ano passado e com validade de dois anos.Anunciada pela gestão municipal como uma "iniciativa inspirada no modelo internacional housing first" (moradia primeiro, na tradução direta), a Vila Reencontro difere dos demais abrigos pela proposta de fornecer autonomia aos moradores na tentativa de simular uma habitação mais próxima da realidade. A diretriz é um dos pilares do princípio de acolhida criado na década de 1990 nos Estados Unidos.Na prática, porém, a Vila Reencontro ainda mantém traços presentes nos demais centros de acolhida, como fornecimento de refeições em horários preestabelecidos e controle de acesso às vilas entre as 6h e as 22h. Depois desse horário é preciso autorização.A Smads afirma que os acolhidos têm opção de fazer a própria comida nas unidades e que o controle de acesso foi aprovado em assembleias realizadas entre os moradores.Segundo a gestão municipal, os casos de violência de gênero, ameaça e agressão registrados nas vilas se perpetuam em outros serviços de acolhimento, onde as regras também são elaboradas de forma conjunta entre os que utilizam os endereços e os funcionários.
2023-09-05 09:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/3-em-cada-10-sem-teto-que-sairam-de-projeto-de-moradia-em-sp-foram-expulsos.shtml
PF faz operação contra financiadores de ônibus para ataques do 8/1
A Polícia Federal cumpriu na manhã desta terça-feira (5) mandados de busca e apreensão contra suspeitos de financiarem e fomentarem os ataques contra os três Poderes em 8 de janeiro.Foi a 16ª fase da Operação Lesa Pátria, que mira os financiadores, executores, autoridades omissas e autores intelectuais dos ataques golpistas praticados por bolsonaristas.Foram cumpridos 53 mandados que miram pessoas que financiaram, principalmente, os ônibus que transportaram os golpistas até Brasília, onde houve a invasão dos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal).As medidas autorizadas pelo STF foram cumpridas em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Tocantins, Ceará e Minas Gerais.Entre os alvos estão um suplente de deputado estadual chamado Rodrigo Lins, uma socialite paulista chamada Marici Bernardes, além de Rodrigo Borini, filho do ex-prefeito da cidade de Birigui (SP) Wilson Borini.Segundo a PF, também foi determinada a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados. "Apura-se que os valores dos danos causados ao patrimônio público possam chegar à cifra de R$ 40 milhões", diz a PF.A reportagem não conseguiu localizar as defesas dos alvos dos mandados.Caso confirmadas as suspeitas, os alvos podem ser enquadrados nos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.A PF segue quatro frentes de investigação abertas após os atos de 8 de janeiro.Uma delas mira os possíveis autores intelectuais, e é essa frente que pode alcançar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Outra pretende mapear os financiadores e responsáveis pela logística do acampamento e transporte de bolsonaristas para Brasília.O terceiro foco da investigação da PF são os vândalos. Os investigadores querem identificar e individualizar a conduta de cada um dos envolvidos na depredação dos prédios históricos da capital federal.A quarta linha de apuração avança sobre autoridades omissas durante o 8 de janeiro e que facilitaram a atuação dos golpistas. Mais
2023-09-05 07:29:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/pf-faz-operacao-contra-financiadores-de-onibus-para-ataques-do-81.shtml
Como reduzir limite de velocidade pode diminuir mortes no trânsito
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), prometeu diminuir o limite de velocidade para os carros em avenidas na orla das praias da cidade —70 km/hora é o máximo permitido hoje.O anúncio de Paes ocorreu após o atropelamento do ator Kayky Brito, na madrugada do último sábado (2/9), na avenida Lúcia Costa, na Barra da Tijuca.Brito teve politraumatismo e traumatismo craniano. O artista segue internado em estado grave na UTI do Hospital Copa D'Or.Imagens de vigilância divulgadas neste domingo (3/9) mostram que o motorista do veículo tentou frear e desviar do ator, mas acabou o atingindo de frente. A polícia constatou que o condutor não havia ingerido bebidas alcoólicas.As investigações ainda devem apontar se o motorista, que trabalha com aplicativos de transportes, estava dirigindo acima da velocidade permitida na avenida, justamente 70 km/hora.Em publicação nas redes sociais, Eduardo Paes, que está no penúltimo ano de seu terceiro mandato como prefeito do Rio, classificou como um "absurdo" o limite máximo de 70 km/hora em avenidas da orla da cidade."O atropelamento do ator Kayky Brito mostra bem que a velocidade permitida em muitas vias da cidade é excessiva. Imaginar que nossa Orla —um lugar de contemplação, lazer e paz— tem velocidade máxima de 70 km é um absurdo", escreveu Paes.O prefeito completou a publicação afirmando que vai pedir um estudo sobre o assunto: "Independentemente de responsabilidades no caso em questão, não é admissível manter isso. Já determinei que a CET-Rio (Companhia de Engenharia de Tráfego) me apresente ainda essa semana uma mudança no limite da Orla do Rio. E vamos avançar com essas mudanças em outras vias da cidade!"No X, antigo Twitter, alguns cariocas criticaram a medida, afirmando principalmente que a diminuição pode piorar os congestionamentos na cidade."O trânsito no RJ tem milhares de outros problemas que poderiam ser resolvidos, mas tu quer mexer onde funciona", escreveu um seguidor."Se o trânsito da orla já é péssimo a 70, imagina se essa velocidade cair com radares, etc", escreveu outro.Na verdade, a readequação dos limites de velocidade é uma demanda antiga de especialistas em mobilidade, cicloativistas e médicos que atuam com vítimas da violência do trânsito no Brasil.A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a velocidade máxima permitida deve ser igual ou inferior a 50 km/h em vias urbanas.Segundo o Datasus, que compila dados do Sistema Único de Saúde, em 2021 morreram 33.813 mil pessoas em acidentes de trânsito, um crescimento de 3,5% em relação ao ano anterior.Segundo relatório da OMS, existem dois tipos de velocidade no trânsito: a excessiva e a inadequada.A velocidade excessiva ocorre quando o motorista está acima do limite permitido para a via. E infringir esse limite é considerado um "mau comportamento" no trânsito, passível de multa e penalidades mais severas, como perda da Carteira Nacional de Habilitação (CNH)."A inadequada é quando o motorista obedece a velocidade, mas o próprio limite estipulado não é adequado para o contexto daquela via", explica Dante Rosado, coordenador do programa de segurança viária da Vital Strategies (ONG internacional que promove a saúde pública).Para Rosado, 70 km/h na orla do Rio de Janeiro é um limite "que coloca em risco motoristas, pedestres e ciclistas que trafegam por essas movimentadas artérias da cidade.""A orla do Rio de Janeiro não é um exemplo de boa prática. É um absurdo que vias com grande interação tenham um limite de 70 km. A velocidade é o maior fator de risco. Ou seja, quanto maior a velocidade, maior a chance de se envolver em um sinistro. E também maior a chance de danos e lesões graves", diz.Nos últimos anos, especialistas em tráfego passaram a utilizar com mais frequência o termo "sinistro" para se referir a acidentes envolvendo veículos."A palavra acidente dá a entender que é algo que não poderia ter sido evitado, que tinha de acontecer. Na verdade, a grande maioria poderia ser evitada, porque sempre envolve o erro humano: velocidade excessiva, abuso do álcool, atravessar fora da faixa de pedestre etc", explica o médico Antonio Meira, presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet).Tanto Meira como Dante Rosado citam uma escala de velocidade, produzida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e utilizada internacionalmente, que é determinante em casos de atropelamento.Em um atropelamento a 60 km/h, a chance de sobrevivência da vítima é de apenas 2%, aponta o estudo."Acima disso, é praticamente um milagre a pessoa sobreviver", diz Meira.Se o carro estiver a 50 km/h, a chance de sobrevivência aumenta para 15%. A 30 km/h, a vítima tem 90% de chance de sobreviver, segundo a publicação.Dante Rosado explica outro fator: quando o motorista está a 70 km/h, o mesmo limite da via onde Kayky Brito foi atropelado, sua percepção da pista e tempo de reação é muito menor do que se estivesse em uma velocidade mais baixa."Quanto maior a velocidade, menor a visão periférica do motorista sobre o que está acontecendo na via. E, mesmo que ele perceba, o tempo que ele tem para frear é muito menor. Quando se está a 50 km, é possível reduzir para 30 km rapidamente. Mas quando se está a 70 km;h, há pouco tempo para frear e chegar a 50 km;h, por exemplo, o que aumenta a chance de morte da vítima", explica Rosado."É uma questão óbvia: quanto maior a velocidade, maiores serão o impacto, o dano e as lesões", diz.Diminuir os limites de velocidade é uma medida recomendada pela OMS e é considerada uma tendência mundial.No Brasil, há uma série de exemplos de cidades que conseguiram reduzir o número de mortes no trânsito com a diminuição da velocidade máxima permitida, embora o país como um todo ainda esteja em um patamar muito alto de acidentes com vítimas.A partir de 2010, a cidade de São Paulo passou a gradativamente diminuir a velocidade em muitas vias do município. Em casos de ruas com muito movimento de pedestres, o limite caiu para 30 km/h. Em vias arteriais, como a avenida Radial Leste, o limite caiu para 50 km/h.Segundo dados da prefeitura, 1.357 pessoas morreram no trânsito da cidade em 2010. Onze anos depois, em 2021, esse número diminuiu para 720, uma queda de 46%.Porém, há alguns anos, a redução da velocidade virou uma grande polêmica em São Paulo e influenciou uma eleição para prefeito.Em 2015, a gestão do então prefeito Fernando Haddad (PT) reduziu os limites do principal corredor expresso da metrópole, formado pelas marginais Pinheiros e Tietê. A velocidade passou de 90 km/h para 70 km/h nas pistas expressas, de 70 km/h para 60 km/h nas centrais; e de 60 km/h para 50 km/h nas pistas locais.A medida, que chegou a zerar mortes no trânsito nas marginais, foi duramente criticada por parte da população e setores da imprensa, que argumentaram que os congestionamentos iriam piorar, algo que nunca ficou provado.No ano seguinte, o principal adversário de Haddad na eleição para prefeito, o tucano João Doria, utilizou a redução para fazer campanha contra a gestão petista.Doria usou o slogan "Acelera São Paulo" em referência à diminuição, e prometeu reverter a medida se ganhasse a eleição. O tucano venceu no primeiro turno e cumpriu a promessa nos primeiros dias de mandato. Depois da velocidade voltar ao que era antes, o número de mortes nas vias também voltou a crescer.Já Fortaleza também é apontada como exemplo positivo da redução da velocidade, processo que vem acontecendo gradativamente nos últimos anos. Segundo a prefeitura, a quantidade de acidente com mortes diminuiu 70% nas vias onde o limite foi alterado.Um estudo da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) de Fortaleza, divulgado pelo jornal O Povo, apontou que a diminuição da velocidade máxima alterou em apenas 6 segundos o tempo médio de deslocamento dos veículos da cidade.Porém, um dos problemas apontados por especialistas e ativistas é que o próprio Código Brasileiro de Trânsito prevê que, para algumas vias e avenidas dentro de cidades, o limite pode ser superior a 60 km/h.Há alguns projetos de lei no Congresso para mudar essa regra, mas eles ainda tramitam sem previsão de votação."O código fala que o poder público tem autonomia para determinar os limites. Então, muitos prefeitos preferem não mexer nisso. Há uma cultura da velocidade no Brasil, que é promovida pela indústria automotiva. Perceba como nos comerciais de carro, os veículos sempre aparecem em alta velocidade trafegando por vias urbanas ou estradas totalmente livres", diz Rosado. Mais Para Ana Carboni, da União de Ciclistas do Brasil (UCB), a mudança citada por Eduardo Paes deve ser comemorada."É impressionante o número de pessoas que transitam pelas avenidas da orla. Essa mudança é urgente. A velocidade dos carros em uma cidade precisa ser compatível com a vida", diz Carboni, que é de Niterói, mas por anos trabalhou e frequentou a orla do Rio de Janeiro.Segundo ela, não basta apenas mudar a velocidade, mas também "conscientizar as pessoas de que 33 mil mortes no trânsito todos os anos é algo inaceitável, e que diminuindo a velocidade elas não estão perdendo fluidez, e sim ganhando mais segurança para todos".Para o médico Antonio Meira, da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), campanhas educativas, fiscalização e intervenções nas vias, como sinalização e iluminação, também são importantes."Não é só diminuir a velocidade, e sim fazer a gestão da velocidade. Entender que ciclistas e pedestres são os mais vulneráveis no trânsito, mas que a segurança também é para os motoristas", explica.O texto foi publicado originalmente aqui.
2023-09-05 07:48:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/como-reduzir-limite-de-velocidade-pode-diminuir-mortes-no-transito.shtml
STJ decide nesta terça se mantém anulação de júri da boate Kiss
Nesta terça (5), às 13h, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) pode escrever mais um capítulo na longa e tortuosa história da tragédia da boate Kiss, em Santa Maria (RS).O tribunal deverá decidir se reverte ou não a anulação do júri que condenou quatro pessoas pelo incêndio que matou 242 pessoas e feriu mais de 600 em 27 de janeiro de 2013. A idade média das vítimas era de 23 anos.O julgamento do recurso do Ministério Público gaúcho ao STJ começou em 13 de junho e foi interrompido por um pedido de vista do ministro Antonio Saldanha Palheiro.A tragédia completou dez anos sem que houvesse nenhuma pessoa responsabilizada pela Justiça dado que, em agosto de 2022, por 2 votos a 1, os desembargadores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça gaúcho anularam o júri dos quatro réus e, consequentemente, suas condenações.Desde então, os donos da boate Elissandro Callegaro Spohr (o Kiko) e Mauro Londero Hoffmann, o músico Marcelo de Jesus dos Santos e o auxiliar de palco Luciano Bonilha Leão, que haviam sido condenados a penas entre 18 e 22 anos, estão em liberdade.Após tanto tempo de espera e de decepções, os familiares das vítimas não arriscam se a decisão do STJ, ainda que reverta a anulação, colocará um ponto final na luta por Justiça. O clima, todavia, é de otimismo em razão do primeiro voto, do ministro relator Rogério Schietti Cruz, que foi contrário à anulação.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...Conforme o entendimento de Cruz, o júri foi invalidado com base em falhas técnicas que foram contestadas fora do momento adequado e sem que fossem especificados os prejuízos causados às defesas dos réus. Ao não contestar as falhas no momento do julgamento, as defesas teriam perdido o direito de fazê-las posteriormente por "preclusão temporal", segundo o ministro.Paulo Tadeu Nunes de Carvalho, pai de Rafael Carvalho, 32, uma das vítimas da Kiss, classificou o voto de Cruz "irretocável". Ele e outros oito membros da associação de familiares e vítimas estarão acompanhando a sessão desta terça em Brasília."O voto do relator foi muito contundente quanto aos pedidos de anulação serem relativos [previstos na lei] e não terem prejudicado o resultado do julgamento. Estou otimista quanto a decisão final ser favorável a reverter a anulação. Precisa ter mais dois votos", diz Carvalho. Mais Na sessão desta terça, é improvável que ocorra novo pedido de vista entre os cinco ministros que compõem a 6ª turma do STJ. Na sessão de 13 de junho, o ministro Sebastião Reis comunicou que também tinha a intenção de pedir vista do processo, mas que aproveitaria o pedido de Palheiro para também revisar o caso.Portanto, caso a anulação seja revertida, o processo deve retornar à 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do RS para que, afastadas as nulidades, a corte analise as outras questões levantadas nas apelações das defesas, como possíveis pedidos de redução de pena. Por causa da anulação do júri, o tribunal havia considerado prejudicados os demais pontos em discussão.Caso a anulação não seja revertida, um novo júri terá de ser realizado."Se a votação restante do STJ aceitar a anulação do júri serão mais uns quatro anos [até novo julgamento]. Muito diferente no tempo e nas decisões de países que tiveram tragédias similares. Não é mais possível tanta dor. Está sendo uma tortura que parece não ter fim", diz Carvalho.Júri - 1º/12/2021Depois de oito anos e dez meses, começa o júri popular de quatro acusados pelo incêndio na boate Kiss, em 27 de janeiro de 2013. Um dos motivos da demora foi o desaforamento do caso de Santa Maria (RS) para Porto Alegre, pedido por 3 dos 4 réusCondenação - 10/12/2021Jurados condenam sócios da boate Elissandro Callegaro Spohr (22 anos e 6 meses de prisão) e Mauro Londero Hoffmann (19 anos e 6 meses), o músico Marcelo de Jesus dos Santos (18 anos) e o auxiliar de palco Luciano Bonilha Leão (18 anos). O juiz estabeleceu o regime fechado para todos os réusAnulação - 3/8/2022No julgamento dos recursos da defesa dos réus à 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do RS, por 2 votos a 1, os desembargadores anulam o júri. Entre os principais motivos estavam a realização do sorteio de jurados fora do prazo previsto pelo Código de Processo Penal e uma reunião reservada entre o juiz e os jurados sem a participação das defesas ou do Ministério Público. Diante da decisão, os réus são libertadosAnálise de recurso - 13/6/2023O STJ analisa recurso do Ministério Público contrário à anulação. No primeiro dos 5 votos da corte, o relator é favorável ao recurso que reverteria à anulação. No entendimento do ministro relator Rogério Schietti Cruz, as falhas no julgamento ou não foram relevantes para o resultado ou não foram apontadas no momento correto. Segundo ministro a votar, Antonio Saldanha Palheiro pede vistas do processo.
2023-09-05 05:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/stj-decide-nesta-terca-se-mantem-anulacao-de-juri-da-boate-kiss.shtml
Enchente no RS deixa moradores ilhados e municípios fazem apelo
Moradores de cidades do Rio Grande do Sul atingidas por enchentes no Vale do Taquari, na região central do estado, imploram por socorro após ficarem ilhados em suas casas. Famílias tiveram que subir nos telhados para escapar da inundação.Em Roca Sales, a prefeitura informou que o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil não conseguem ajudar a todos que precisam. "Pedimos que quem consiga suba nos telhados e se agasalhe. O auxílio profissional só virá nas primeiras horas da manhã", informou nota divulgada pelo município.Há também pedido de barcos que possa resgatar as pessoas.Às 23h desta segunda-feira (4), a Defesa Civil de Roca Sales informou que as águas do rio Taquari atingiram 22 metros de altura.Em Muçum, na mesma região, a população também tenta escapar da enchente e moradores pedem ajuda para familiares que estão nos telhados das casas. O prefeito Mateus Trojan (MDB) foi às redes sociais apelar pela mobilização de voluntários com caminhões.O vice-prefeito de Muçum, Amarildo Baldasso (PSD), disse em entrevista à rádio Independente que a situação está caótica. Segundo ele, não há equipamentos suficientes para resgatar as famílias isoladas.A Defesa Civil de Encantado fez um apelo para a mobilização de proprietários de barcos e jet-skis para a retirada de pessoas ilhadas. Há pedido também para a doação de colchões, cobertores, travesseiros e roupas. Mais A formação de mais um ciclone extratropical sobre o litoral sul provoca chuva forte desde o final de semana no Rio Grande do Sul. Quatro mortes foram confirmadas nesta segunda.Segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, há 215 desalojados no estado. Até a noite de segunda-feira, as cidades com maior volume acumulado de chuva nas últimas 72 horas eram Passo Fundo (291,6 mm), Água Santa (221,6 mm), Ijuí (217,6 mm), Entre-Ijuís (207,4 mm) e Vacaria (202,2 mm).
2023-09-05 03:46:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/enchente-no-rs-deixa-moradores-ilhados-e-municipios-fazem-apelo.shtml
Aliados de Bolsonaro passam pano para golpismo de olho nas eleições
Aliados de Jair Bolsonaro (PL) fizeram mais que vistas grossas para a atual situação do ex-presidente ao homenageá-lo com títulos honorários e apoiá-lo com declarações públicas em meio às investigações sobre ataques golpistas e desvios de joias.De acordo com cientistas sociais ouvidos pela Folha, os afagos representam uma "passada de pano", uma tentativa de minimizar a gravidade de crimes cometidos contra o Estado democrático de Direito."A postura desses políticos que posam ao lado de Bolsonaro, que o homenageiam e que fazem elogios é, para usar o popular, uma passada de pano para golpista", diz o cientista político Cláudio Gonçalves Couto.Nas últimas semanas, o ex-presidente recebeu três títulos de cidadão honorário: de Goiás e de Minas Gerais, nas respectivas Assembleias Legislativas, e de Barretos (SP), na Câmara Municipal da cidade.Além disso, ouviu elogios públicos de Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, que agradeceu a atuação do ex-presidente em relação à capital e declarou desejar o apoio de Bolsonaro na eleição municipal de 2024.A questão é saber como o eleitorado vai reagir a esses gestos, que tendem a ser lembrados o tempo todo na eleição, afirma Couto, que é professor do Departamento de Gestão Pública da FGV Eaesp (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas).Para ele, o cálculo eleitoral por trás desse tipo de movimentação é impreciso no caso de prefeitos e governadores, mas certeiro para deputados e vereadores.A diferença é que os postulantes a esses cargos do Legislativo precisam agradar apenas a um determinado nicho da população; ou seja, eles conseguem se eleger somente com os votos de bolsonaristas.Quem pretende comandar o Executivo, por outro lado, precisa do apoio majoritário dos votantes. E, como mostrou a mais recente pesquisa Datafolha, 68% dos entrevistados dizem não votar em candidato indicado por Bolsonaro na eleição paulistana."[Aproximar-se de Bolsonaro] é uma estratégia relativamente arriscada pelo momento que ele vive. Depois da pandemia, depois do 8 de janeiro e dos ataques às instituições durante o processo eleitoral, o caso das joias vem, sem nenhum trocadilho, coroar essa situação", diz Couto.O também cientista político Gabriel Ávila Casalecchi pondera que não se deve subestimar a força de Bolsonaro na opinião pública, apesar de ele ter sido declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).Professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Casalecchi considera que políticos do campo bolsonarista vão tentar se beneficiar do capital político do ex-presidente, sobretudo em temas conservadores, ao mesmo tempo em que se afastam dos pontos tóxicos."A nossa sociedade é majoritariamente conservadora. Só que nem todos os conservadores são autoritários", diz o cientista político da UFSCar.Até por isso, na visão dele, políticos que usarem o apoio de Bolsonaro vão recusar o discurso do golpe em todos os níveis. Ou seja, vão rejeitar apoio a movimentos antidemocráticos e vão negar que o ex-presidente tenha sido golpista. Mais "Se perguntar para o próprio Bolsonaro, analisar as entrevistas que ele deu, ele jamais se coloca como alguém que pretendeu dar um golpe", diz Casalecchi."Pelo contrário, ele diz que agiu dentro das quatro linhas, como manda a Constituição. Ele já deu a entender que o abuso não vem dele, mas das instituições", completa o cientista político.Para o professor da UFSCar, o perigo das homenagens e elogios está aí: dentro dos setores conservadores, eles ajudam a criar uma ideia de que Bolsonaro não fez nada grave."Ninguém diz que vai dar um golpe. Pelo contrário, todo mundo jura amor à democracia. Então o autoritarismo é revestido de uma linguagem democrática e vai minando as instituições por dentro e pelo discurso", afirma Casalecchi.Para a cientista política Camila Rocha, essa tentativa de normalizar o golpismo é muito grave e destoa da imensa maioria dos eleitores, que condena os ataques de 8 de janeiro."Uma coisa é alguém se dizer conservador e defender determinados valores morais; outra é defender golpe de Estado", diz Rocha, que é pesquisadora do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) e colunista da Folha.Só que, quando se trata de Bolsonaro, as duas dimensões se embaralham –um problema e tanto para candidatos que não gostariam de se ver identificados com atos antidemocráticos."Nunes tenta fugir disso. Ele é bem escorregadio", diz a cientista política. O prefeito de São Paulo, quando elogiou Bolsonaro, buscou se afastar de julgamentos ao afirmar que não é juiz nem policial.Na avaliação da pesquisadora do Cebrap, Nunes está de olho no tempo de TV e na máquina do PL, que pode ajudar a dar capilaridade para a campanha com estruturas nas periferias e simpatia de igrejas. Mais Outro ponto que pode interessar não só a Nunes mas também aos demais políticos que mantenham proximidade com o ex-presidente são os valores que ele representa."A figura do Bolsonaro em si está muito desgastada por conta dos escândalos, mas o que todo mundo fala é que os valores [conservadores] ainda são importantes", diz Rocha, que desde 2019 conduz pesquisas para entender como os eleitores do ex-presidente pensam.A antropóloga Isabela Kalil acrescenta outro fator nessa equação contraditória. Apesar de Bolsonaro ter despencado nos rankings de popularidade digital após os escândalos, nenhum político vai dispensar o apoio dele antes de saber o que de fato vai acontecer.Ela cita como exemplo o caso de João Doria (ex-PSDB), ex-governador de São Paulo que se elegeu com a dobradinha BolsoDoria, teve atuação elogiada na pandemia e caiu em desgraça ao se descolar do ex-presidente."Foi ruim para ele não só do ponto de vista do cálculo eleitoral em si, pensando que aquele eleitor que votava no Doria deixou de votar porque ele passou a ser visto como um traidor, mas também pela variável dos ataques bolsonaristas, o que não é pouca coisa", diz Kalil.Coordenadora do Observatório da Extrema Direita, Kalil afirma que o cenário internacional também reforça a adoção de uma postura que vá até os limites da ambiguidade.Nos Estados Unidos, por exemplo, Donald Trump, que teve envolvimento muito mais direto nos ataques ao Capitólio, surge como uma possibilidade bastante real na disputa pela Presidência.
2023-09-05 04:03:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/aliados-de-bolsonaro-passam-pano-para-golpismo-de-olho-nas-eleicoes.shtml
Água se torna bem precioso na Europa em meio a crise
O agricultor Pepe Gilabert já enfrenta a realidade de um futuro árido. O solo dos seus olivais tem consistência de sal, e este ano ele só deve colher 30% de seu volume normal de azeitonas.No passado, suas plantações de oliveiras eram irrigadas unicamente com reservas de água subterrânea, mas essas reservas estão tão reduzidas que os agricultores de sua área da Andaluzia, na Espanha, hoje estão tendo que regar suas árvores com água encanada.A seca forte e precoce deste ano significa que eles agora estão recebendo apenas metade da água de que necessitam. "É uma espiral diabólica", disse Gilabert.A seca e os incêndios que se alastraram pelo sul da Europa neste verão são os sinais mais evidentes de um problema complexo e arraigado de escassez de água que está se agravando com o avanço da mudança climática. "Nenhum país da Europa pode se considerar a salvo", disse Xavier Leflaive, que dirige a equipe hídrica na diretoria ambiental da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).O número e a intensidade das estiagens vêm aumentando fortemente na UE (União Europeia), com as áreas e pessoas atingidas subindo quase 20% entre 1976 e 2006, segundo a Organização Meteorológica Mundial. A ONG World Resources Institute (WRI) previu em 2020 que a demanda global por água doce vai superar a oferta disponível em 56% até 2030 —uma diferença superior aos 40% previstos em 2009 pela consultoria McKinsey.As tensões alcançaram tal ponto na França e Espanha que explodiram entre agricultores, os maiores consumidores de água do continente, e grupos ambientais. Parece provável que a situação se agrave ainda mais nos próximos anos devido a um misto de políticas públicas falhas, interesses arraigados e mudança climática acelerada.Habituados de longa data a ter invernos frios e níveis altos e constantes de chuva, os responsáveis pelas políticas públicas europeias geralmente não se preocuparam muito com o abastecimento de água."A maioria dos regimes hídricos da Europa ainda são os que vigoravam nos tempos de abundância. Precisam ser reformados agora para refletir a escassez", disse Leflaive. "São reformas muito complexas e que encerram dificuldades políticas, mas a meu ver são imprescindíveis."O impacto desse déficit de água é agudo para o setor agrícola. Mas também vai atingir os consumidores e outras indústrias, incluindo a produção energética, já que é preciso água para resfriar usinas elétricas nucleares e para gerar energia hidrelétrica. Mais E o problema não se limita aos países mais secos da Europa. Um misto de regulamentações locais, tubulações com vazamentos e condições meteorológicas extremas vem convertendo mesmo as partes mais úmidas da Europa, como Polônia ou Alemanha, em áreas de "estresse hídrico". A Bélgica, país conhecido por seu tempo nublado, é o que sofre mais estresse hídrico na Europa, devido à sua alta densidade demográfica e infraestrutura deficiente, segundo índice do WRI publicado este mês.Para Gilabert, em sua fazenda na Andaluzia, é simples: sem água, "não ganhamos dinheiro".A Europa está esquentando mais rapidamente que qualquer outro continente. Mas essa realidade vem sendo agravada por outras questões. A água produzida pelo degelo da neve dos Alpes, crucial para as reservas de água do continente, vem diminuindo. Para agravar o problema, os solos ressecados não retêm água suficiente das chuvas, e isso está causando a diminuição das reservas de água subterrânea."A dificuldade que enfrentamos é que o nível da água subterrânea está abaixando, porque ela é a fonte mais facilmente disponível. Nós a estamos usando muito mais rapidamente do que ela está sendo reposta", disse Geoff Townsend, da empresa de serviços de água Ecolab.Apesar das preocupações com a escassez de água, a distribuição é tratada com tanta displicência na UE que em média 25% da água potável é perdida em vazamentos em tubulações, segundo o órgão do setor EurEau. Mais Segundo dados do EurEau, Bulgária, Romênia e Itália lideram a lista dos países com mais vazamentos. Em Roma, por exemplo, 42% da água é perdida em uma rede de abastecimento de água que mais parece uma peneira e que em alguns bairros data do Império Romano. A terra seca e endurecida pode levar tubulações a se romper ou torcer, agravando os vazamentos.No Reino Unido, um quinto da água fornecida é perdida todos os anos. As empresas de água Thames Water e Northumbrian Water disseram no ano passado que a onda de calor recorde do verão, com temperaturas que chegaram a 40°C, seguida pelo inverno frio, provocaram um aumento grande nos rompimentos de tubulações.Mas críticos dizem que os problemas ligados ao clima foram exacerbados pelo subinvestimento crônico em infraestrutura por parte das empresas de serviços públicos. Para executivos do setor de água, vazamentos significam um desperdício não apenas de água, mas também de dinheiro. Apesar disso, identificar e eliminar vazamentos é difícil."Esses vazamentos todos são o que chamamos de ‘água que não gera renda’. Temos que produzir água potável. Isso encerra um custo. Você coloca água nos canos, e, se ela não chegar às torneiras, não recebe tarifas sobre ela", comentou Danis Bonvillain, diretor de assuntos da UE do grupo de água e esgotos Veolia. Mais Mas Leflaive, da OCDE, disse que consertar cada vazamento não faz sentido financeiro e que uma taxa de mais ou menos 10% de perda de água é vista como o melhor cenário. "Para fazer mais que isso será preciso um investimento muito grande e provavelmente não valerá a pena."Como o abastecimento de água geralmente é administrado por uma colcha de retalhos de companhias locais e autoridades municipais, isso dificulta a ação de responsáveis por políticas públicas ao nível nacional ou da UE. Em toda a UE, mais de 78 mil empresas de dimensões diversas trabalham com a distribuição, reutilização e tratamento de água.Marc Bierkens, professor de hidrologia na Universidade de Utrecht, na Holanda, disse que praticamente não há países que incentivem esforços para conservar água. A região de Flandres, na Bélgica, é uma das exceções; as residências pagam uma tarifa básica que aumenta se elas consomem um volume maior.Tradicionalmente, as tarifas de água eram relativamente baixas para as famílias europeias, comparadas ao custo das contas de energia. Isso limita o dinheiro do qual dispõem as empresas para realizar reparos vitais. Na Irlanda, não há tarifa alguma para o consumo doméstico básico.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Segundo a OCDE, todos os países da UE exceto a Alemanha precisam aumentar seus gastos anuais com água em mais de 25% para cumprir com as regras da UE sobre água potável e águas residuais. Diante disso, é provável que as contas de água aumentem."É sabido que o preço pago pela água não reflete o custo real da extração, transporte, uso e poluição", disse Cate Lamb, diretora global de segurança hídrica da CDP, que ajuda empresas e autoridades a monitorar seu impacto ambiental.O órgão industrial Water Europe recomenda que se dê ênfase maior aos tipos de água usados para finalidades diferentes, como água reciclada para uso industrial e agrícola, enquanto a água das chuvas é preservada para beber. Segundo a entidade, o custo da inação "excederá em cinco vezes o investimento necessário" da indústria para enfrentar antecipadamente os riscos de escassez de água.Mas o problema vai além da necessidade de água para beber, cozinhar, lavar e cultivar plantações. As tecnologias limpas —imprescindíveis para os esforços da Europa para abandonar os combustíveis fósseis— também requerem água.A Comissão de Transições Energéticas, uma coalizão da indústria, diz que a água para a geração elétrica, eletrólise de hidrogênio, resfriamento de usinas elétricas nucleares e captura de carbono pode chegar a 58 bilhões de metros cúbicos por ano até 2050 —aproximadamente o dobro da água potável hoje consumida na Europa.A extração de minerais críticos para a produção de veículos elétricos e turbinas eólicas pode elevar essa cifra em mais 4 bilhões ou 5 bilhões de metros cúbicos por ano, segundo o relatório da entidade. Mais Soma-se a isso uma rede sempre crescente de centros de dados, que consomem grande volume de água para seus sistemas de esfriamento e umidificação, ao lado da demanda por manufatura de semicondutores high-tech, que necessitam de água tratada "ultrapura" para a lavagem dos chips. O centro de dados Saint-Ghislain, do Google na Bélgica, consumiu 270,6 milhões de galões de água em 2022, o suficiente para encher 408 piscinas olímpicas.Indústrias como a alimentícia e têxtil, que requerem grandes volumes de água para processos como a higienização de verduras ou o fixamento de corantes, também estão em risco. Mauro Scalia, diretor de negócios sustentáveis da entidade da indústria têxtil Euratex, disse que soluções para tratar água para que possa ser reutilizada não são simples nem baratas."O problema está ficando cada vez maior", disse James Leten, gerente sênior de programas no Instituto Internacional de Água de Estocolmo. "A principal pergunta é como nos adaptarmos a isso de maneira democrática."Hector Llorente, que produz trigo em uma cooperativa em León, na Espanha, pode ter uma solução. Ele usa três aplicativos diferentes, incluindo o Climate FieldView, que monitoram as condições das plantações e os níveis de umidade em tempo real, usando satélites, além do fornecimento de água do reservatório local. Com isso, conseguiu reduzir seu consumo de água pela metade e ao mesmo tempo triplicar sua produção.Llorente também reduziu o escoamento de fertilizantes, que pode poluir as fontes de água. "A água é ouro em pó, por isso a estamos utilizando com prudência", ele disse, acrescentando que mais agricultores locais estão se interessando pela tecnologia.Mas Johannes Cullmann, diretor de clima e água na Organização Meteorológica Mundial, disse que não há um número suficiente de agricultores na Europa incentivados a adotar a gestão hídrica pró-ativa, porque, quando são atingidos por estiagens, os governos tendem a socorrê-los com abastecimento de água emergencial ou compensação pela perda de safras.Alguma coisa já está começando a ser feita sobre as políticas públicas. As regras lideradas pela UE sobre reutilização de água entraram em vigor em junho, e Bruxelas exigiu que os países membros tracem planos de gestão de secas.O presidente francês Emmanuel Macron definiu a meta de até 2030 reutilizar 10% das águas servidas, caracterizando-a como parte de um novo plano de "sobriedade hídrica". O Reino Unido estuda exigir rótulos obrigatórios de eficiência hídrica em vasos sanitários e máquinas de lavar roupa novos.Mas Towsend, do Ecolab, diz que os políticos não estão agindo com rapidez suficiente. O que é crucial, para ele, será colher dados sobre como e onde falta água. "Uma crise começa muito antes de faltar água nas torneiras", disse.Tradução de Clara Allain
2023-09-05 04:15:00
ambiente
Meio Ambiente
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2023/09/agua-se-torna-bem-precioso-na-europa-em-meio-a-crise.shtml
Ex-CEO diz que Americanas quer proteger trio de bilionários e culpar ex-diretores
O ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez afirma que os controladores da empresa –o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira– participavam ativamente do cotidiano da companhia de varejo e que a atuação era ainda mais forte na área financeira, onde foi executada uma fraude de R$ 20 bilhões revelada neste ano.As declarações foram dadas por meio de depoimento por escrito à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre a Americanas. É a primeira vez que um ex-executivo da empresa aponta publicamente para uma possível participação dos acionistas no escândalo.Gutierrez afirma que a participação dos acionistas se dava por meio da presença dos controladores ou de pessoas ligadas a eles no conselho de administração ou no comitê financeiro; pela forte presença de membros desses órgãos no dia-a-dia da companhia, especialmente na área financeira; e por meio da holding dos bilionários, a LTS Investments."O conselho de administração, seja diretamente, seja por meio de seus comitês, participava e, portanto, tinha responsabilidades atinentes às questões financeira e contábil da companhia. Tanto os membros do comitê de auditoria como os do comitê financeiro eram escolhidos pelos acionistas controladores", aponta em seu depoimento por escrito.Segundo ele, membros do conselho de administração, do comitê financeiro e do comitê de auditoria, além de funcionários da LTS, ainda que não tivessem cargos oficiais na companhia, conversavam de forma direta e frequente com o diretor financeiro da companhia."Todas as decisões estratégicas na história do grupo, inclusive nos últimos anos, foram tomadas pelos controladores", afirma Gutierrez."Como em todas as suas companhias [do trio de bilionários], havia uma intensa pressão por resultados positivos, controle rígido de despesas (mediante 'aperto' comercial em cima de fornecedores) e incentivo ao 'fanatismo' de seus executivos e funcionários pelo trabalho incessante. Eu nunca soube, porém, que essa pressão teria levado a atos de manipulação da contabilidade", afirma o ex-executivo da empresa.Gutierrez afirma que durante todos os anos e em todos os cargos, sempre se reportou a Sicupira, que chama de principal acionista da companhia. "Sicupira era por mim participado de todos os assuntos relevantes que fossem de meu conhecimento", diz."Posso dizer com segurança que absolutamente tudo o que eu sabia o conselho de administração também sabia – sendo certo que, em função da intensa penetração de alguns membros do conselho nos negócios e atividades da companhia, o inverso seguramente não é verdadeiro", afirma Gutierrez.Gutierrez afirma que em nenhum momento até seu último dia na empresa ouviu alguém falar em "inconsistências contábeis" ou "fraude" na empresa e que não tinha conhecimento de nada relacionado a isso.Ele afirma que a partir de 2018 suas funções como CEO se transformaram para passar a ser um coordenador dos líderes das diferentes linhas de negócio dentro da Americanas. Por isso, diz, a participação nas questões técnicas e operacionais reduziu-se bastante.Cada um dos diretores que Gutierrez coordenava tinha "bastante autonomia e interação direta com o conselho de administração e respectivos comitês de assessoramento". Essa mesma dinâmica se manteve quando a Americanas e a B2W, seu braço de comércio eletrônico, se fundiram.Gutierrez relata que, a partir de 2019, foi iniciado pelos acionistas um processo de sucessão no comando da companhia que acentuou o distanciamento dele das atividades administrativas."Eu tampouco participava da definição das políticas contábeis, coisa que, nos termos do estatuto da Americanas, cabia, isto sim, ao conselho de administração", afirma.Gutierrez diz que a investigação feita pela companhia após a revelação da fraude foi nula e inexistente e resultou em acusações falsas contra ele."Inicialmente, a Americanas tentou incluir, como membros do comitê independente, uma sujeita que integrava o comitê de auditoria (!!!) e um sujeito da KPMG, que havia auditado as contas da companhia no passado recente", afirma ele, relatando que os nomes foram trocados após pressão de credores.Além disso, diz ele, o comitê independente não teve participação na acusação contra ele. "O fato demonstra que a intenção da Americanas sempre foi culpar a antiga diretoria (e a mim, principalmente), para proteger o conselho de administração e os controladores", diz.Segundo ele, ninguém da companhia o procurou para esclarecer qualquer fato. "Simplesmente fui surpreendido, com a acusação desferida naquela data, cujo conteúdo eu desconhecia e sobre a qual, repita-se, não tive nenhuma possibilidade de defesa", afirma.Gutierrez diz que a acusação foi feita com base em um relatório produzido por advogados da Americanas e que a empresa negou acesso a ele alegando que era uma propriedade da companhia. O ex-executivo afirma que o relatório que o acusou foi elaborado pelo mesmo escritório de advocacia que representa há décadas os controladores da companhia."Portanto, os subscritores do relatório não têm a independência necessária para realizar qualquer análise sobre responsabilidades pelo que ocorreu na Americanas, uma vez que eles certamente estariam impedidos de acusar seus clientes", afirma."A acusação contra mim formulada pela Americanas, além de falsa, é claramente enviesada, produzida com o objetivo de induzir o mercado e as autoridades investigativas a erro. Confio, assim, que esta CPI não se deixará enganar por esta clara manobra da Americanas para proteger seus acionistas controladores", afirma.Um relatório da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) foi apresentado pelo deputado Carlos Chiodini (MDB-SC) nesta semana afirmando não ter sido possível identificar os responsáveis pelas inconsistências de R$ 20 bilhões nas contas da empresa.O texto redigido pelo parlamentar diz que não houve como determinar "de forma precisa, a autoria dos fatos identificados, nem imputar a respectiva responsabilidade criminal, civil ou administrativa a instituições ou pessoas determinadas."Em nota, a LTS Investments diz que as palavras de Gutierrez "não trazem qualquer prova de suas alegações nem refutam evidências de sua participação na fraude"."As ilações de uma pessoa que deixou o país depois de ter tido um requerimento de participação à CPI aprovado não têm coerência com os fatos até agora expostos pelas autoridades, tampouco nenhuma prova apresentada pela companhia há três meses foi questionada até o presente momento", afirma a LTS.De acordo com a empresa, os acionistas de referência sempre atuaram com o máximo de zelo e ética sobre a companhia, observando rigorosamente as normas e a legislação aplicável. "Ainda assim, todos os acionistas da Americanas foram enganados por uma fraude ardilosa cujos malfeitores serão responsabilizados pelas autoridades competentes", diz o texto.A Americanas afirmou que refuta veementemente as argumentações apresentadas por Gutierrez e reitera que o ex-dirigente da Americanas não contestou em nenhum momento os documentos e fatos apresentados à comissão.A Americanas reiterou o relatório apresentado à CPI, baseado em documentos levantados pelo comitê de investigação independente, além de documentos complementares identificados pela administração e seus assessores jurídicos, que indica que as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas, o que seria liderado por —Gutierrez segundo a empresa."A Americanas confia na competência de todas as autoridades envolvidas nas apurações e investigações, reforça que é a maior interessada no esclarecimento dos fatos e irá responsabilizar judicialmente todos os envolvidos", afirmou a empresa.
2023-09-04 23:54:00
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https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/ex-ceo-diz-que-americanas-quer-proteger-trio-de-bilionarios-e-culpar-ex-diretores.shtml
Lula assina parecer que prevê demissão para casos de assédio sexual no serviço público federal
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta segunda-feira (4) um parecer que prevê a pena de demissão para todos os casos comprovados de assédio sexual no serviço público.O parecer elaborado pela AGU (Advocacia-Geral da União) tem um caráter vinculante e por isso passa a vigorar em toda a administração pública federal.A legislação que estabeleceu o regime jurídico dos servidores públicos civis da União não contém uma tipificação expressa para tratar os casos de assédio sexual como um desvio funcional. Por isso, esses casos poderiam ser tratados de duas maneiras, sendo que uma delas previa apenas uma penalidade mais branda.Segundo material divulgado pelo governo, esse parecer vinculante da AGU busca justamente suprir essa lacuna, para estabelecer diretamente a pena de demissão para as práticas comprovadas de assédio sexual."O parecer estabelece que a prática do assédio sexual é conduta a ser punida com demissão, penalidade máxima prevista na Lei nº 8.112/90 [Regime jurídico dos servidores]. Até então, como não há expressa tipificação do assédio como desvio funcional na Lei nº 8.112/90, a conduta era enquadrada ora como violação aos deveres do servidor —cuja penalidade é mais branda—, ora como violação às proibições aos agentes públicos – esta, sim, sujeita à demissão", afirma o textoO novo parecer, portanto, determina que os casos de assédio sexual que forem devidamente apurados e comprovados devem ser enquadrados como uma das condutas proibidas aos servidores públicos, cuja pena prevista é a de demissão.A assinatura do parecer aconteceu durante reunião no Palácio do Planalto, com o presidente Lula e os ministros Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviço Público), Cida Gonçalves (Mulheres) e Jorge Messias (AGU).Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...O parecer, explica o governo, prevê que os entendimentos que serão aplicados nos casos de assédio sexual não precisarão ser aplicados necessariamente nos casos em que há superioridade hierárquica do agressor em relação à vítima. No entanto, o cargo deve "exercer um papel relevante na dinâmica da ofensa".Além disso, acrescenta, as condutas que administrativamente devem ser enquadradas como assédio sexual serão aquelas previstas no Código Penal como crimes contra a dignidade sexual."O objetivo do parecer é uniformizar a aplicação de punições e conferir maior segurança jurídica aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal no tratamento disciplinar conferido à prática de assédio sexual por servidor público federal no seu exercício profissional. Os casos de assédio sexual na administração pública são apurados por meio de processo administrativo disciplinar", completa a nota. Mais
2023-09-04 22:07:00
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https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/lula-assina-parecer-que-preve-demissao-para-casos-de-assedio-sexual-no-servico-publico-federal.shtml
Lula deve anunciar demarcações de 2 terras indígenas e prevê mais 6 neste ano
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve oficializar, nesta terça-feira (5), a demarcação de mais duas terras indígenas, dentro de um pacote de anúncios que serão feitos no Dia da Amazônia.São os territórios de Rio Gregório, em Tarauacá (AC), e Acapuri de Cima, em Fonte Boa (AM). Eles fazem parte de um grupo de oito processos demarcatórios que já estão prontos para homologação —agora, o governo prepara um cronograma para anunciar os próximos seis a serem demarcados até o final do ano."A expectativa é terminar com essas outras seis até o fim do ano. É uma questão mais de alinhamento de datas", afirmou à Folha Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas.Ela esteve no território de Rio Gregório neste final de semana para avisar aos indígenas locais que a demarcação seria concluída.Estas duas terras já estavam prontas para homologação final pela Presidência desde a Cúpula da Amazônia, que aconteceu em agosto, em Belém (PA). Na ocasião, como mostrou a Folha, por uma falta de alinhamento entre Casa Civil e Itamaraty, o anúncio foi cancelado.Então, a equipe de Lula avaliou que, por se tratar de um evento internacional, não caberia ao presidente usar a cerimônia para atos relacionados a questões internas no país.Para o Dia da Amazônia, celebrado nesta terça, o governo prepara um pacote de anúncios, que inclui novas unidades de conservação, medidas para acelerar o processo para que terras da União na Amazônia Legal se tornem áreas de proteção ambiental, além de ampliar a regularização fundiária na região, cujo objetivo é conter grilagem e desmatamento. Mais Lula quer enfatizar que, sob seu comando, o Brasil deu uma guinada na política ambiental e no tratamento dado à Amazônia. Segundo integrantes do Palácio do Planalto, o objetivo é mostrar a sustentabilidade como uma marca petista e fazer um contraponto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).Um exemplo é que, em 2020, no Dia da Amazônia, Bolsonaro apenas postou um vídeo em que aparece ao lado do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (PL-SP) —criticado por ambientalistas.No vídeo, Salles destacava um programa pedido por Bolsonaro e que se chamava Adote um Parque. "Para quem quer ajudar de verdade, nas 132 unidades de conservação, ponha a mão no bolso e saia do campo de discurso", disse o ex-ministro à época.No primeiro ano de governo, Bolsonaro se limitou a lançar uma campanha publicitária dizendo que reafirmava de forma soberana as suas ações de proteção. O material foi vetado pela CNN na Europa devido ao teor político, principalmente por causa da menção a soberania.No intuito de acelerar o processo de regularização fundiária na Amazônia, o governo irá revigorar a Câmara Técnica de Destinação, que é formada por diferentes órgãos federais com alguma atribuição fundiária. Mais Há a possibilidade que, também no evento desta terça, seja feito o anúncio da destinação de duas glebas de terra para os povos indígenas.Além disso, o Ministério dos Povos Indígenas trabalha um cronograma, junto ao Ministério da Justiça, para a demarcação de novas terras e o avanço nos processos atualmente em andamento.No calendário não constará apenas a data dos anúncios, mas também um processo de preparação das demarcações, o que inclui viagens às regiões dos territórios, conversas com autoridades locais, municipais e estaduais, e com representantes do agronegócio.Internamente, o ministério indígena avalia que a expectativa pelas demarcações tem acirrado a tensão entre latifundiários e os povos. Por isso, a ideia é que a própria ministra faça essa peregrinação, para atenuar a possibilidade de novos casos de conflitos."Quero estabelecer uma relação que seja mais harmoniosa, porque do jeito que está, muitas vezes acaba sendo perigoso para os indígenas que estão nas áreas que estão em processos demarcatórios", afirma Guajajara."Há uma narrativa de que a demarcação vai tomar terras de fazendeiro, tomar vilas e até diminuir cidades. Tem um terror colocado com relação às demarcações", completa.Segundo a ministra, a intenção é de dar mais transparência ao processo burocrático, como ele é feito e ressaltar que, durante ele, há espaço para que, quem é contra a demarcação, apresente sua contestação.Guajajara diz ainda que só o fato de o governo ter anunciado, no início do ano, que ia dar prioridade à homologação de uma lista de 14 territórios indígenas, acirrou a tensão nesses locais."Gerou conflitos, gerou ameaças sabe e muita gente começou nos chamar para fazer uma visita [ao território], porque ficou em uma situação vulnerável. A gente também não pode ser irresponsável, temos que garantir a segurança dos indígenas dessas terras", completou.
2023-09-04 23:15:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/lula-deve-anunciar-demarcacoes-de-2-terras-indigenas-e-preve-mais-6-neste-ano.shtml
Manifestantes criticam vice de Milei por ato negacionista da ditadura na Argentina
Centenas de pessoas protestaram nesta segunda-feira (4) ao redor da sede do Poder Legislativo de Buenos Aires, em repúdio a um discurso da deputada federal Victoria Villarruel, candidata a vice-Presidência pela chapa do ultraliberal Javier Milei, no qual homenageou as vítimas do que chamou de "terrorismo" de organizações armadas de esquerda durante a última ditadura militar argentina."As vítimas do terrorismo desapareceram da memória, foram varridas para baixo do tapete da história. Foram negados seus direitos à verdade, à Justiça e à reparação", afirmou Villarruel, em referência a grupos que disse terem imposto um "Estado autoritário, comunista, baseado na tirania". Pouco antes do evento, a candidata escreveu em sua conta no X, ex-Twitter, que "os direitos humanos são para todos".O evento no Salão Dourado da Casa homenageou as vítimas da guerrilha nos anos turbulentos que antecederam o golpe militar de 24 de março de 1976. O regime que se seguiu torturou, matou e sumiu com cerca de 30 mil pessoas em sete anos, de acordo com organizações de direitos humanos.A organização que busca desaparecidos Mães da Praça de Maio, sindicatos e partidos políticos de esquerda repudiaram o evento e a fala de Villarruel por considerá-los "negacionistas" do terrorismo de Estado durante a ditadura.A cerimônia ocorreu sob forte esquema de segurança, com barricadas que fecharam o acesso ao local, e houve princípio de confusão entre as forças policiais e os manifestantes contrários ao evento. O acesso ao local foi desorganizado e lento, e alguns funcionários da Casa contrários à realização do ato conseguiram entrar e gritar contra a deputada, segundo o jornal Clarín.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Também estavam presentes familiares de pessoas mortas em ações de guerrilhas de esquerda poucos anos antes do início do regime militar e políticos como a legisladora da cidade Lucía Montenegro, do A Liberdade Avança, partido de Villarruel e Milei.Em fala que iniciou o evento, Montenegro afirmou que é necessária uma "memória integral e completa", dizendo que "uma verdade pela metade é uma mentira". Ela também usou a oportunidade para dizer que o grupo presente não defende a ditadura, "nem as trágicas consequências dessa violação do pacto democrático", repudia o regime militar de forma "clara e contundente".Segundo os críticos, a homenagem de buscou reviver a chamada "teoria dos dois demônios", que equipara os atos da guerrilha ao terrorismo praticado pelo Estado. Mais "Esse tipo de reivindicação sobre a ditadura é uma violação dos direitos humanos e, infelizmente, tem representação institucional", disse a legisladora Victoria Montenegro, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, filha de desaparecidos durante a ditadura e criada por família ligada a militares.Victoria Villarruel, 48, é advogada e deputada federal pelo partido de Milei. Ela defendeu a existência de "uma guerra" durante a ditadura e considerou que a expressão "terrorismo de Estado" é "infeliz" e "confusa".A deputada, que também preside o Centro de Estudos Legais sobre o Terrorismo e suas Vítimas, ONG criada em 2006 dedicada à "assistência às vítimas do terrorismo" na Argentina, tratou do tema no juramento ao cargo.O fato levou forças políticas mais à esquerda a discutir um eventual projeto de lei contra o negacionismo dos crimes cometidos pelo regime militar argentino, algo que tem crescido entre a extrema direita e particularmente entre a população mais jovem, nascida já o período democrático.
2023-09-04 23:00:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/manifestantes-criticam-vice-de-milei-por-ato-negacionista-da-ditadura-na-argentina.shtml
Victor Meyniel agradece apoio em vídeo após ter sofrido agressão: 'Essas marcas vão desaparecer'
O ator Victor Meyniel, 26, rompeu o silêncio nas redes sociais pela primeira vez desde a agressão que sofreu no último sábado (2). Em vídeo nesta segunda-feira (4), publicado em seu perfil no Instagram, ele expressou sua gratidão pelo apoio que tem recebido dos fãs e compartilhou sua jornada de recuperação emocional."Oi, pessoal. Como vocês estão? Estou aqui para agradecer pelas mensagens de carinho e pelo incrível apoio que tenho recebido. Meu aniversário foi ontem e pude celebrá-lo com muito amor, na companhia de familiares e amigos aqui em casa", iniciou Menyel.Visivelmente emocionado, ele compartilhou sua experiência de enfrentar o trauma e reconstruir sua vida. "Estou passando por um processo e, é claro, revisitando muito o que aconteceu. Às vezes, é importante revisitar, reviver, porque isso faz parte do processo de dessensibilização que aprendi durante a terapia, e é fundamental para superar traumas", explicou. Mais "À medida que revisitamos e revivemos esses momentos, eles perdem o poder sobre nós. É uma etapa essencial para a cura emocional em relação ao que aconteceu. Por isso, quero agradecer de coração. Vocês são o meu pilar, e não tenho palavras para expressar minha gratidão", emocionou-se ao dizer.Por fim, Meyniel abordou as marcas visíveis em seu rosto, lembranças dolorosas da agressão. "Essas marcas vão desaparecer, vão passar, e é isso que importa. Todo o amor do mundo. Amor com amor. Quanto ao ódio, deixemos para trás", concluiu, demonstrando sua resiliência e determinação em superar as dificuldades.O ator afirma que ele conheceu um estudante de medicina em uma boate no Rio de Janeiro, mas que, quando ficaram sozinhos no apartamento dele, seu comportamento mudou. Em nota enviada ao F5, a polícia afirma que o agressor foi preso em flagrante quando retornava da academia e autuado pelos crimes de lesão corporal, injúria por preconceito e falsidade ideológica.
2023-09-04 22:42:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/victor-meyniel-agradece-apoio-em-video-apos-ter-sofrido-agressao-essas-marcas-vao-desaparecer.shtml
Deputados articulam cortar mais de 50% da verba eleitoral para negros
O grupo de trabalho montado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para apresentar um projeto de minirreforma eleitoral recolheu propostas que incluem o corte de mais da metade da verba de campanha destinadas a negros, além de uma série de pontos que fragilizam a transparência e a punição a irregularidades cometidas por partidos e candidatos.A ideia dos parlamentares é formatar um projeto ainda nesta semana e, depois, votá-lo a toque de caixa na Câmara e no Senado. O objetivo é analisar a matéria a tempo para que as mudanças possam valer já nas eleições municipais do próximo ano.Para isso, todas as alterações têm que estar sancionadas pelo presidente Lula (PT) em até um mês, em respeito à exigência de anualidade para novas regras eleitorais.O grupo de trabalho da minirreforma eleitoral é presidido pela filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, a deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ). Rubens Pereira Jr. (PT-MA) é o relator da proposta.Nas últimas semanas, o grupo de trabalho fez audiências públicas para debater o tema e elaborou um resumo das principais propostas, que circula entre os parlamentares. O relatório final do grupo deve ser concluído nesta semana e a tendência é que a maioria dos pontos listados pelos parlamentares esteja contemplada.O texto prévio mostra que um dos itens avaliados é estabelecer um piso de 20% de destinação das verbas de campanha a candidatos pretos e pardos.Se aprovada, a medida possibilitaria cortar mais da metade do dinheiro de campanha de negros, que hoje precisa ser, por decisão da Justiça Eleitoral, proporcional ao número de candidatos. Em 2022, pretos e pardos somaram 50,27% dos postulantes.Em tese, a legenda que destinar um valor inferior ao estabelecido pela Justiça Eleitoral deveria ser punida. Se a mudança na legislação for aprovada, só sofreriam sanções as siglas que não cumprissem o novo mínimo de 20%.A cota feminina também pode ser alvo, já que a minuta que circula entre os parlamentares abre a brecha para que a verba destinada a elas seja usada para custear passagens, segurança e até "cuidado que as mulheres têm que desenvolver" —sem esclarecer o que isso significa exatamente.A verba para as candidaturas de mulheres também tem que ser proporcional ao número de candidatas lançadas, que nunca pode ser menor do que 30%.Receba no seu email o que de mais importante acontece na capital federal; exclusiva para assinantes.Carregando...Outros pontos da minuta pretendem simplificar a exigência de prestação de contas, entre elas a necessidade de comprovação de gastos de combustíveis.O prazo que os candidatos são obrigados a informar os recursos de campanha recebidos também é esticado de três para cinco dias, segundo o anteprojeto obtido pela Folha.A maior mudança estudada nessa área pretende tornar inócuas as prestações de contas que os candidatos fazem ainda durante a campanha.Pela proposta em análise, omissões nessa contabilidade parcial não resultariam em punição a partidos e candidatos, que só estariam obrigados na prestação de contas final a informar corretamente a movimentação de campanha.Pela lei atual, os candidatos têm que apresentar a prestação de contas parcial até o dia 13 de setembro, com a discriminação de todas as suas receitas e despesas realizadas até 8 de setembro.Resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) estabelece que "a não apresentação tempestiva da prestação de contas parcial ou a sua entrega de forma que não corresponda à efetiva movimentação de recursos caracteriza infração grave, salvo justificativa acolhida pela Justiça Eleitoral, a ser apurada na oportunidade do julgamento da prestação de contas final".Em vários julgamentos, ministros do TSE já haviam manifestado a intenção de elevar o rigor na cobrança de uma prestação de contas parcial fidedigna. Mais A proposta discutida na Câmara fragiliza ainda o instituto das federações, modelo criado pelo Congresso Nacional antes da última eleição para ajudar pequenos e médios partidos que podiam desaparecer. Na federação, as legendas que a compõem são obrigados a agir de forma conjunta na legislatura seguinte.O grupo de trabalho da minirreforma eleitoral estuda vetar que irregularidades cometidas por alguma das legendas possa afetar a federação como um todo. Há ainda a proposta de liberar que políticos troquem de partido livremente dentro da federação.A minuta também pretende proibir bloqueios nos repasses do Fundo Eleitoral, a principal fonte de recursos das campanhas, que em 2022 distribuiu R$ 5 bilhões aos candidatos. O Congresso articula elevar esse valor para a disputa de 2024.O documento prévio elaborado pelo grupo trabalha ainda com a ideia de liberar doações aos candidatos por meio do Pix, além de elevar o número de candidatos permitidos nas campanhas. Mais A discussão da minirreforma eleitoral se insere na tradição do Congresso de se debruçar em todo ano pré-eleitoral sobre mudanças para fragilizar regras de fiscalização e controle.O argumento dos políticos é que regras criadas por eles mesmo têm atrapalhado de forma burocrática o funcionamento dos partidos, das eleições e da própria democracia, além de interpretações restritivas dadas pela Justiça Eleitoral da legislação em vigor —a cota para negros é dada como exemplo por vários deles de interferência indevida do Judiciário nas atribuições do Congresso.Esse grupo só foi criado, porém, porque outra reforma bem mais ampla não prosperou. Em 2021, a Câmara aprovou a revogação de toda a legislação eleitoral ordinária, substituindo-a por um único código, com 898 artigos.O projeto está desde então em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. O relator, senador Marcelo Castro (MDB-PI), prometeu a presidentes de partidos apresentar seu parecer ainda neste mês.Em uma terceira frente, a Câmara também articula o maior perdão da história a partidos e candidatos, a PEC da Anistia, em tramitação em uma comissão especial. Ela visa livrar as legendas de punição pelo desrespeito à transferência de recursos a mulheres e negros nas eleições, além de outras irregularidades. Mais
2023-09-04 23:01:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/camara-ensaia-afrouxar-financiamento-de-candidaturas-de-negros.shtml
Disputa entre bancos e maquininhas sobe de tom com troca de acusações
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou nesta segunda-feira (4) que o modelo de negócios das maquininhas independentes de pagamento é artificial e baseado no endividamento da população.A entidade diz defender a busca por um reequilíbrio no setor, com redesenho do rotativo e também das compras parceladas.A Abranet (Associação Brasileira de Internet), que representa parte das empresas de maquininhas, afirma que os bancos "querem acabar com a mais barata linha de crédito na praça".As declarações são dadas em meio à queda de braço entre a Febraban e as maquininhas independentes (não vinculadas aos bancos) em torno da discussão sobre o rotativo do cartão de crédito e o parcelado sem juros.O rotativo é acionado automaticamente quando o cliente não paga a fatura integral, deixando o restante para o mês seguinte.Esse é o tipo de empréstimo mais caro do país, com taxas acima de 400% ao ano, e pode acabar sendo alvo de uma limitação legal de juros após discussões entre governo, Congresso e empresas.Em meio ao debate sobre o rotativo, os bancos vêm pressionando por uma modificação nas regras das compras parceladas sem juros —modalidade usada pelas empresas de maquininhas e que, afirmam os bancos, contribui para os altos juros cobrados no rotativo devido ao grau de inadimplência.No parcelado sem juros, o consumidor faz a compra e as maquininhas costumam antecipar os valores ao lojista com um desconto sobre o total a receber por eles.Pesquisa Datafolha publicada na terça-feira passada (29) mostrou que oito em cada dez (81%) comerciantes paulistanos são contrários ao fim da venda parcelada sem juros no cartão de crédito. Uma fatia de 15% é favorável à proposta, 3% são indiferentes e 1% não opinou.Segundo os entrevistados, responsáveis por estabelecimentos de pequeno porte da cidade de São Paulo, o fim das vendas parceladas sem juros no cartão de crédito traria mais prejuízos do que benefícios à economia brasileira, aos consumidores e às lojas.De acordo com a Abranet, compras parceladas sem juros são a modalidade responsável por 50% de todo o volume transacionado em cartões, R$ 1 trilhão em 2022, equivalente a 10% do PIB (Produto Interno Bruto), muitas vezes, a única opção de consumo para grande parte da população."Reforçamos que as taxas de antecipação dos associados Abranet são similares à media divulgada pelo Banco Central, de apenas 1,4% ao mês, 19% ao ano, 23 vezes menor do que os 445% da taxa do rotativo", diz a entidade.Para Isaac Sidney, presidente da Febraban, em texto divulgado pela entidade nesta segunda, "as maquininhas independentes são o único elo favorecido dessa cadeia, pois se apropriam das receitas de juros, não correm qualquer risco de crédito, não alocam capital e induzem endividamentos que se eternizam".Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando..."As maquininhas independentes tornaram parcela relevante do varejo dependente da antecipação de recebíveis. É um modelo totalmente artificial que estimula compras pelas famílias com prazo longo de financiamento, para sufocar os lojistas com taxas altíssimas de descontos", afirma Sidney.Segundo a Febraban, as taxas de juros cobradas pelas maquininhas chegam a 130% ao ano e, no caso do pequeno varejo, o desconto nos recebíveis repassados aos lojistas é três vezes superior à média dos bancos."A demonstração de que algumas maquininhas independentes não defendem os consumidores, mas o próprio modelo de negócio, é que, sem a receita de antecipação de recebíveis, teriam tido prejuízo de R$ 1 bilhão em 2022", diz Sidney. Mais Segundo ele, os dados revelam que "a antecipação de recebíveis das maquininhas independentes possui maior concentração no total das receitas de pagamento, chegando até 65%, bem mais que os 50% das adquirentes ligadas aos bancos".A Febraban diz que o setor bancário se manterá firme em três linhas de atuação. A primeira delas é o que chamam de diluição do risco entre os elos da cadeia, "hoje concentrado nos bancos emissores que suportam todo o peso da alta inadimplência".A segunda linha é a "manutenção do cartão de crédito como relevante instrumento para o consumo", e a terceira, o "reequilíbrio da grande distorção que só o Brasil tem, com 75% das compras feitas com parcelado sem juros".A Abranet afirma que a competição no mercado reduziu em 80% a margem de crédito de antecipação do parcelado sem juros, de 1,61% ao mês em 2011 para 0,31% ao mês em 2023."É por causa dessa competição que querem prejudicar as empresas de maquininha e mudar a regra do jogo em pleno jogo a favor do banco emissor. Para tanto querem o fim do parcelado sem juros e querem criar o parcelado com juros ou o parcelado tarifado", afirma a entidade, em nota.A Abranet afirma que, em uma "inversão absurda e falaciosa", querem atribuir ao parcelado sem juros a responsabilidade pelos juros do rotativo quando do consumidor não se cobra juros e do lado do vendedor o juro anual praticado é de apenas 19% ao ano (valor referente às antecipações das parcelas sem juros)."Não é proibido que o vendedor dê desconto para receber à vista. Na prática, o que os grandes bancos querem é acabar com a mais barata linha de crédito na praça —19% ao ano— oferecida pelas empresas de maquininha", diz a Abranet."Prejudicar o parcelado sem juros, além de não ajudar a reduzir os juros do rotativo, vai piorar o problema. Trocaremos linhas de juros de 19% ao ano por outras infinitamente mais caras", afirma a entidade.Para a Abranet, alternativas como portabilidade de dívida entre diferentes bancos, adoção de birôs positivos e o open banking (compartilhamento de dados de clientes entre instituições, com aval do indivíduo) favoreceriam a competição sem extinção do crédito disponível hoje."E vale lembrar que, desde 2021, os lojistas podem antecipar suas vendas parceladas com qualquer instituição financeira. Os lojistas não são obrigados a antecipar com as empresas de maquininha", afirma a Abranet. "Gostaríamos de ver o mesmo comportamento e ambiente competitivo nas taxas do rotativo de cartão de crédito, que hoje superam 440% ao ano. Hoje o cliente que entra no rotativo não tem opção a não ser negociar com seu banco. Óbvio que o consumidor não tem nenhum poder de barganha", diz."E quem concede o limite de crédito ao cliente é o banco emissor que oferece o cartão. O cliente compra e consome, usando seu cartão, dentro de limite definido pelo seu banco. A empresa de maquininha não define o limite de crédito do cliente", afirma a Abranet.Representantes de Abipag (Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos) e Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), que também representam empresas de maquininhas, foram procurados. Mas não enviaram posicionamento até a publicação deste texto.Os posicionamentos são divulgados em meio às expectativas de votação nesta semana de um projeto de lei na Câmara dos Deputados que pode limitar os juros no rotativo. O texto não trata do parcelado sem juros.Relatório do deputado Alencar Santana (PT-SP) sobre o projeto de lei do Desenrola estipulou um prazo de 90 dias para que as instituições financeiras definam um patamar de juros para o rotativo, limite que precisaria ser homologado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).Se o processo por autorregulação não funcionar, será aplicável um teto que limita a dívida ao dobro do montante original.
2023-09-04 22:04:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/disputa-entre-bancos-e-maquininhas-sobe-de-tom-com-troca-de-acusacoes.shtml
Tarcísio faz acordo para facilitar acesso de juiz a câmeras da PM em audiências de custódia
O governo paulista e o Tribunal de Justiça de São Paulo assinaram um acordo de cooperação que busca facilitar o acesso de juízes a imagens de câmeras corporais usadas por policiais militares em audiências de custódia.O termo foi assinados nesta segunda-feira (4) em cerimônia que contou com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, e o presidente do tribunal, desembargador Ricardo Anafe, além da cúpula da polícia paulista."Com certeza é essencial na audiência de custódia para verificação efetiva de como se sucedeu aquela prisão", disse o desembargador. "Isso inibe qualquer dúvida na mente do julgador."As audiências de custódia consistem na apresentação da pessoa presa a um juiz em até 24 horas, acompanhada de advogado ou da Defensoria Pública. Por elas, o magistrado avalia a legalidade da prisão cautelar, investiga eventuais maus-tratos ou tortura e decide se a prisão é necessária ou se deve ser convertida em outras medidas, como o comparecimento periódico em juízo.De acordo com Derrite, já havia acordo para disponibilização das imagens para a Justiça, mas o trâmite agora será menos burocrático e mais rápido, mesmo para casos em que as audiências ocorram no mesmo dia da prisão."Todas as vezes que o Ministério Público ou o Judiciário requisitavam, essas imagens eram fornecidas. Mas agora estamos deixando mais célere, mais eficazes as trocas de informações, inclusive, para que sejam parte do corpo probatório, auxiliando o magistrado na hora de tomar a decisão dele", disse.Apesar da fala do secretário de que o registro das câmeras são disponibilizados e podem ser usadas como provas na Justiça, nem sempre isso acontece. No mês passado, por exemplo, o Ministério Público afirmou que apenas três Imagens três de 16 mortes investigadas, naquela época, da ação da PM na Operação Escudo, na Baixada Santista, mostravam confrontos entre policiais e suspeitos.Promotores disseram ter recebido imagens de seis ocorrências, mas em duas delas as gravações não captaram o momento dos disparos e, em outra, "não trazem nenhuma informação relevante para a investigação". De 16 confrontos que eram investigados, dez não tinham gravações.Outro acordo firmado nesta segunda-feira prevê que esses juízes tenham autonomia para ordenar o monitoramento por tornozeleira eletrônica em presos em flagrante que passam por audiência de custódia e são soltos.Os aparelhos poderão ser adotados para qualquer prisão, mas prioritariamente deverão ser usados em casos de violência doméstica para situações de mulheres com medidas protetivas.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...O projeto-piloto será usado inicialmente na cidade de São Paulo. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, 200 tornozeleiras eletrônicas já estão com o Tribunal de Justiça, mas há outras 8.000 da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) à disposição.Ao ser questionado se o uso de tornozeleiras após audiência de custódia iria estimular a soltura de pessoas presas na cracolândia, no centro de São Paulo, o presidente do TJ afirmou que cada caso precisa ser analisado e que não dá para ter uma visão generalizada.O secretário Derrite disse que 53% dos suspeitos que agem na cracolândia têm antecedentes criminais e que podem ser monitorados, caso sejam presos e o juiz determinar uso de tornozeleira eletrônica.Em seu discurso, Anafe afirmou que no caso de violência doméstica, o acordo para uso de tornozeleira vai evitar mortes de mulheres —segundo o governo, haverá monitoramento com georreferenciamento. "É fundamental monitorar agressores de mulheres", disse o governador.Em rede social, horas antes, o secretário da Segurança Pública já havia comentado o acordo. "Isso vale para diversos crimes e no caso da violência doméstica, será fator preponderante para que façamos valer a medida protetiva", escreveu. O governo disse que o acordo é inédito.O estado de São Paulo registrou 195 casos casos de feminicídio em 2022, 43,3% mais do que no ano anterior, quando foram 136 assassinatos de mulheres causados pela condição de gênero, ou seja, a mulher morre por ser mulher.Na análise nacional, o Brasil teve 1.400 feminicídios em 2022, número que representou alta de 6,6% em relação a 2021, quando foram contabilizados 1.300 casos. Os dados integram a 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta (20) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Mais O estado lidera o registro de ocorrências deste indicador criminal. Na sequência, aparecem Minas Gerais (171), Rio de Janeiro (111) e Rio Grande do Sul (110), que respectivamente tiveram altas de 10,3%, 30,5% e 14,5% em relação a 2021.No país, três em cada dez assassinatos de mulheres são feminicídios. No caso de São Paulo, a proporção é um pouco maior, 46% dos homicídios de vítimas do sexo feminino foram registrados desta forma.Segundo o documento, lançado no fim de julho passado, entre 2021 e o ano passado, houve um crescimento no número de casos de assédio sexual, importunação sexual, perseguição, violência psicológica e divulgação de cenas sexuais sem consentimento.Os casos de importunação sexual também dispararam no estado. Levantamento realizado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo mostrou que no primeiro semestre deste ano foram distribuídos 164 processos judiciais no estado de São Paulo. O número é 53% maior que o do mesmo período de 2022, quando 107 ações foram protocoladas.
2023-09-04 21:22:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/tarcisio-faz-acordo-para-facilitar-acesso-de-juiz-a-cameras-da-pm-em-audiencias-de-custodia.shtml
Lula espera que Alckmin abra mão de ministério para concluir reforma e atrair centrão
O presidente Lula (PT) pode adiar a criação do Ministério da Pequena e Média Empresa, que tinha sido anunciada pelo próprio petista na semana passada. O motivo é resistência do ministro Márcio França (hoje em Portos e Aeroportos) de migrar para a pasta que seria criada e, assim, facilitar a conclusão da reforma ministerial.Auxiliares de Lula destacam que o processo da reforma ministerial só deve ser concluído após Lula conversar com os ministros que podem deixar os seus cargos, em particular Ana Moser (Esportes), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação) e o próprio França.Lula também terá um encontro com o vice Geraldo Alckmin (PSB), no qual espera-se que ele ceda seu lugar no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e assim evitar que um correligionário perca posições importantes.Aliados do petista afirmam que será oferecido a Alckmin, caso ele concorde em deixar sua pasta, a presidência do chamado Conselhão, o Conselho de Desenvolvimento, Econômico, Social, Sustentável.As negociações da reforma ocorrem com o objetivo de atrair o centrão para a Esplanada.Nesse sentido, está consolidado o cenário segundo o qual os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) devem ser convidados para ocupar as pastas do Esporte e de Portos e Aeroportos, respectivamente.Assessores palacianos descartaram nesta segunda a hipótese de um Ministério dos Esportes turbinado com o anunciado Ministério da Pequena e Média Empresa, como foi ventilado na semana passada. Por outro lado, agora citam uma possível costura com o Congresso para que os recursos provenientes de apostas esportivas sejam destinados para a pasta, que deve ser chefiada por Fufuca.Os aliados de Lula dizem que não vão se opor a essa solução se houver consenso no Congresso.Lula teve nesta segunda-feira (4) reuniões com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e os líderes do governo no Congresso para tentar fechar o mapa das mudanças na Esplanada. A sinalização de que o ministério da Pequena e Média Empresa pode ficar para outro momento foi dada nesses encontros.Lula também planeja a conversa com Alckmin (PSB). Aliados do petista apontam que há uma possibilidade de que o vice decida ceder o Ministério do Desenvolvimento para evitar que um correligionário (no caso, França) seja desalojado da Esplanada.Articuladores políticos no Congresso veem o movimento de Lula de sinalizar que França pode ficar sem pasta como uma forma de pressão para que Alckmin ceda espaço ao correligionário. Nesse caso, integrantes do PSB já fizeram chegar ao Planalto o recado de que França —e não Alckmin— é o nome apoiado pelo partido para liderar um ministério.A hipótese já foi cogitada nas discussões sobre reforma, mas abandonada após o vice-presidente demonstrar interesse em permanecer à frente do Ministério do Desenvolvimento. Mais A possibilidade do adiamento da criação da pasta da Pequena e Média Empresa ocorre apenas uma semana depois de o presidente dizer que criaria o ministério.A declaração foi feita durante sua live semanal, após ser questionado sobre desenvolvimento e geração de empregos. Na ocasião, ele não mencionou as negociações com o centrão."Nós vamos criar, eu estou propondo a criação do Ministério da Pequena e Média Empresa, das cooperativas e dos empreendedores individuais. Para que tenha um ministério específico para cuidar dessa gente que precisa de crédito e de oportunidade", afirmou o presidente.Lula e sua equipe vêm soltando o que políticos apelidaram de "migalhas": pequenos gestos para indicar que fará a reforma e assim buscar acalmar os ânimos.O ministro Paulo Pimenta, da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), disse nesta segunda que a oficialização da reforma era uma questão de horas. Ele esteve reunido pela manhã com Lula no Palácio da Alvorada."As conversas estão acontecendo. Acredito que nas próximas horas nós vamos poder concluir esse processo todo", disse, em entrevista à GloboNews. Mais A expectativa de que pode haver um desfecho ainda nesta segunda ou na terça já era compartilhada também por integrantes do PP e do Republicanos que participam das conversas com o Palácio do Planalto.Mas integrantes do governo já fizeram em outras ocasiões anúncios de que as mudanças ministeriais seriam oficializadas em outros momentos, o que não ocorreu até o momento. O ministro Padilha, por exemplo, disse no dia 4 de agosto que Lula havia decidido que Silvio Costa Filho e Fufuca seriam ministros."Primeiro, já tem uma decisão do presidente Lula de trazer esses dois parlamentares que representam duas bancadas importantes no Congresso", disse Padilha na ocasião."Mas, mais do que elas, podem atrair outros parlamentares, trazê-los para o governo, convidá-los para ocupar postos de ministérios. São parlamentares que só podem vir para ocupar ministérios", completou, após um evento em Belém.Dois dias antes, Lula havia se reunido com a cúpula do PT no Palácio da Alvorada. Ele disse naquele encontro que cortaria pastas de ministros do PT e do PSB, além dos titulares "sem padrinho".A reforma ministerial já se arrasta há mais de dois meses. Articuladores do governo negociam para abrir espaço no primeiro escalão para membros do centrão como forma de garantir apoio no Congresso. A posição já havia sido cortejada por Alckmin durante o gabinete de transição, mas isso antes de ele ser contemplado com um ministério. Mais
2023-09-04 20:37:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/lula-avalia-adiar-criacao-da-pequena-empresa-apos-franca-resistir-a-assumir-pasta.shtml
Governo propõe renegociação de dívidas do Fies
O governo Lula (PT) propôs uma nova renegociação das dívidas dos estudantes no Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). O tema foi incluído em projeto de lei enviado pelo Executivo que trata da retomada de obras inacabadas na educação pela relatora da matéria, deputada federal Flávia Morais (PDT-GO).Há uma expectativa de que o projeto possa ser votado ainda nesta semana na Câmara dos Deputados. Uma vez aprovado, ele ainda terá que passar pelo Senado Federal."Nós estamos dialogando para buscar uma solução para os inadimplentes do Fies. É uma medida necessária para os jovens estudantes", afirmou à Folha o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).No Fies, o governo paga mensalidades de estudantes em instituições privadas de ensino superior. A dívida do estudante fica para depois da formatura."É uma pauta importante que talvez se fosse tramitar com outro projeto de lei demoraria muito. Estamos aproveitando o tema da educação para tratar desse refinanciamento [da dívida] do Fies. O governo considera essa uma matéria importante", diz a relatora.O texto apresentado pela deputada estabelece que estudantes que tenham dívidas vencidas e não pagas até o dia 30 de junho deste ano poderão negociá-las por meio de transação.Para quem tiver débitos atrasados há mais de 90 dias (considerando o prazo estabelecido), haverá um desconto de 100% dos encargos e de até 12% do valor principal para pagamento à vista; ou mediante parcelamento em até 150 parcelas mensais e sucessivas —com redução de 100% de juros e multas, mas sem a redução do valor principal.Nos casos de débitos vencidos e não pagos há mais de 360 dias e caso o estudante esteja inscrito no CadÚnico (Cadastro Único) do governo federal ou tenha recebido Auxílio Emergencial em 2021, haverá desconto de até 99% do valor consolidado da dívida (inclusive a principal) caso ela seja quitada integralmente.Para estudantes com débitos vencidos e não pagos há mais de 360 dias, mas que não estão inscritos no CadÚnico nem receberam valores do Auxílio Emergencial em 2021, o desconto será de até 77% do valor consolidado da dívida, caso seja quitada integralmente.O Fies passou por grande expansão nas gestões petistas, mas com descontrole de gastos. Desde 2017 mais da metade dos beneficiados estão com pagamentos do financiamento atrasados. Em 2015, ainda sob a gestão Dilma Rousseff (PT), o Fies passou a ser enxugado, o que foi aprofundado nos governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).Na semana passada, José Guimarães afirmou que a medida provisória enviada pelo Executivo que trata da retomada de obras inacabadas na educação seria transformada num projeto de lei com urgência constitucional (que tranca a pauta da Casa em 45 dias). Ele disse ainda que havia a expectativa de o texto já ser apreciado pelos deputados.Essa mudança ocorreu porque ainda há divergências entre os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre o rito de tramitação das MPs no Congresso.
2023-09-04 20:55:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/governo-propoe-renegociacao-de-dividas-do-fies.shtml
Sthefany Brito se emociona ao atualizar estado de saúde de Kayky: 'Podia ter sido muito pior'
A atriz Sthefany Brito agradeceu, na noite desta segunda-feira (4), o apoio ao redor do irmão, Kayky. Em vídeo em seu perfil no Instagram, ela não conteve a emoção e chorou ao dizer sobre o estado do artista, que segue em estado gravíssimo após ter sido atropelado na madrugada do último sábado (2), no Rio de Janeiro."Eu vim aqui muitas vezes, tentei muitas vezes, mas não conseguia falar sem chorar: não posso deixar de passar aqui pra agradecer todas as orações, apoio, energia positiva em prol do meu irmão", disse ela, em meio às lágrimas."Só agradeço a Deus. Ele tá aqui, ele tá vivo, podia ter sido muito pior, só tem gratidão no nosso coração. Obrigada por todas as mensagens e ele tá muito... no tempo de Deus e no tempo dele, a gente vai ter ele de volta", finalizou. Mais Kayky Brito estava com amigos, entre eles o ator e apresentador Bruno de Luca, pouco antes de ser atropelado na madrugada de último sábado (2), na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. A 16ª DP da Polícia investiga a circunstância do acidente.
2023-09-04 20:26:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/sthefany-brito-se-emociona-ao-atualizar-estado-de-saude-de-kayky-podia-ter-sido-muito-pior.shtml
Sem Neymar, com passeios turísticos, massagem e compras: como foi a semana de Bruna Biancardi na Arábia Saudita
Há menos de um mês, Neymar e Bruna Biancardi chegaram a Riad, na Arábia Saudita, em grande estilo, à bordo do avião da família real. Durante este período, enquanto o jogador cumpria suas obrigações de atleta, a influencer compartilhou um pouco do seu dia a dia, adaptando-se às terras árabes.O namorado não apareceu nos registros, apesar de morarem juntos. Inclusive, esse é um direito concedido ao casal por serem estrangeiros, já que a lei árabe diz que namorados, sem relação oficializada, não podem morar sob o mesmo teto. Mais Com Carol Dantas e Davi Lucca, ex-namorada e filho de Neymar, Bruna fez passeios turísticos, compras e atividades de lazer, intercalados com algumas gravações de publicidade e reuniões de trabalho. Ela provou comidas e bebidas típicas, e também reproduziu pratos brasileiros para matar a saudade de casa. Veja todos os detalhes na galeria acima.Após os dias árabes, a influencer passou o fim de semana em Paris, onde morava quando Neymar ainda era contratado pelo time Paris Saint-Germain. Na segunda feira (4), estava de volta ao Brasil, em sua mansão em São Paulo.
2023-09-04 20:11:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/passeios-turisticos-massagem-e-compras-como-foi-a-semana-de-bruna-biancardi-na-arabia-saudita.shtml
O novo combustível que pode manter astronautas na Lua por longos períodos
Cientistas desenvolveram uma nova fonte de energia que pode permitir aos astronautas viver na Lua por longos períodos de tempo.O Programa Artemis, liderado pela Nasa, espera ter um posto avançado na Lua por volta de 2030.A Universidade de Bangor projetou células de combustível nuclear, do tamanho de sementes de papoula, para produzir a energia necessária para sustentar a vida ali.O professor Simon Middleburgh, da universidade, disse que o trabalho foi um desafio — "mas foi divertido".A Lua, que é vista por alguns como a "porta de entrada" para Marte, contém muitos recursos valiosos necessários para a tecnologia moderna.A esperança é que ela possa ser usada como uma base para alcançar os planetas além.À medida que a tecnologia espacial avança em ritmo acelerado, a BBC teve acesso exclusivo ao laboratório do Nuclear Futures Institute da Universidade de Bangor.A equipe de Bangor, líder mundial em combustíveis, trabalha com parceiros como a Rolls Royce, a Agência Espacial do Reino Unido, a Nasa e o Laboratório Nacional de Los Alamos, nos EUA.O professor Middleburgh, do Nuclear Futures Institute, disse que a equipe espera testar completamente o combustível nuclear "nos próximos meses".Em partes da Lua, as temperaturas caem para mínimas surpreendentes de -248°C porque não há atmosfera para aquecer a superfície.A Universidade de Bangor é um ator importante na busca por gerar outra forma de produzir energia e calor para sustentar a vida ali.Os pesquisadores acabaram de enviar a minúscula célula de combustível nuclear, conhecida como Trisofuel, aos seus parceiros para testes.Esta célula Trisofuel poderia ser usada para alimentar um microgerador nuclear, criado pela Rolls Royce.O gerador é um dispositivo portátil, do tamanho de um carro pequeno, e "algo que você pode colocar em um foguete", disse o professor Middleburgh.Isso agora será totalmente testado e submetido a forças semelhantes às de uma explosão no espaço, pronta para uma base lunar em 2030.Ele acrescentou: "Você pode lançá-los ao espaço, com todas as forças... e eles ainda funcionarão com bastante segurança quando forem colocados na Lua".No início deste mês, a Índia fez uma aterragem histórica perto do polo sul da Lua com a sua sonda robótica Chandrayaan-3.Um dos principais objetivos da missão é caçar gelo à base de água que, segundo os cientistas, poderá sustentar a habitação humana na Lua no futuro.O professor Middleburgh disse que o trabalho da Universidade de Bangor estava colocando o País de Gales no mapa."Eu diria que estamos realmente empurrando as coisas [globalmente]", disse ele.A universidade espera que os microgeradores também possam ser usados aqui na Terra, por exemplo em zonas de desastre quando a eletricidade for cortada.A equipe de Bangor também está trabalhando em um sistema nuclear para alimentar foguetes, liderado pela Dra. Phylis Makurunje.Ela disse: "É muito poderoso —o impulso que dá ao foguete é muito alto. Isto é muito importante porque permite que os foguetes alcancem os planetas mais distantes."Makurunje disse que a nova tecnologia poderia reduzir quase pela metade o tempo necessário para chegar a Marte."Com a propulsão térmica nuclear —você espera cerca de quatro a seis meses para chegar a Marte. A duração atual é de mais nove meses", disse ela.O autor e jornalista geopolítico Tim Marshall disse que o avanço em relação ao combustível foi um passo em direção a uma corrida global ao polo sul lunar.Ele disse: "Estou confiante de que haverá bases lunares na década de 2030. Provavelmente uma chinesa; provavelmente uma liderada pelos americanos."Estou confiante porque não creio que as grandes potências possam dar-se ao luxo de não estar presentes apenas no caso de isto ser, o que provavelmente será, um grande avanço.""Portanto, os chineses estão falando de 2028, colocando o primeiro tijolo no chão, provavelmente simbolicamente para dizer que foram os primeiros. Mas no início da década de 2030, ambos terão uma base", disse."Acredita-se que exista titânio, lítio, silício, ferro e muitos outros minerais que são usados em todos os tipos de tecnologias do século 21", afirmou ainda."O valor real é desconhecido... mas a maioria das empresas está confiante de que é suficiente para torná-lo economicamente viável."Ele alertou que as coisas podem ficar complicadas à medida que o espaço é comercializado, citando leis espaciais desatualizadas."As regras de trânsito, tais como são, foram escritas em 1967 —o Tratado do Espaço Exterior.""Ainda é um modelo, mas está 50 anos desatualizado porque não conhecia a tecnologia moderna, a concorrência que existe e os aspectos comerciais —porque naquela época era muito liderado pelo Estado.""Portanto, sem leis atualizadas, acordadas pelas Nações Unidas, é um pouco como um vale-tudo para todos —e isso traz perigos.""Porque se você não tiver as diretrizes para operar, então a competição clara que acontecerá estará operando sem uma estrutura legal."
2023-09-04 19:40:00
ciencia
Ciência
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2023/09/o-novo-combustivel-que-pode-manter-astronautas-na-lua-por-longos-periodos.shtml
África quer atrair investimentos para combater mudanças climáticas
A África tem uma uma "oportunidade sem precedentes" de desenvolvimento ao participar da luta contra a mudança climática, mas precisa de grandes investimentos internacionais, disse nesta segunda-feira (4) o presidente do Quênia, William Ruto, ao inaugurar cúpula do continente sobre o tema.Esta primeira cúpula africana dá início aos quatro meses mais intensos do ano para as negociações internacionais sobre o clima, que se seguirão com a cúpula da ONU (COP28), em Dubai, em novembro e dezembro, na qual é esperada uma batalha sobre o fim dos combustíveis fósseis.Por três dias, o presidente receberá na capital do Quênia líderes e dirigentes da África e de outros lugares, entre eles, o secretário-geral da ONU, António Guterres, para buscar uma visão africana comum sobre desenvolvimento e clima.O objetivo é ambicioso para um continente com 1,4 bilhão de pessoas em 54 países, política e economicamente diverso."A grande questão é a oportunidade incomparável que a ação climática representa para a África", disse William Ruto no discurso de abertura do evento. "Durante muito tempo, apenas analisamos este tema. É hora de começar", afirmou."A África é fundamental para acelerar a descarbonização da economia mundial. Não somos apenas um continente rico em recursos. Somos uma potência com potencial inexplorado, ansiosa para participar e competir de forma justa nos mercados mundiais", disse.Centenas de pessoas se reuniram perto da sede da conferência, para a qual estão credenciados 30 mil participantes, segundo o governo queniano, para denunciar sua "agenda profundamente corrupta" centrada nos interesses dos países ricos."Exigimos o fim do capitalismo climático", disse Don Clive Ochieng, um manifestante, enquanto outros carregavam cartazes exigindo "menos conversa e mais ação climática"."O mundo deve nos ver para além do 'status' de vítimas ou de pessoas vulneráveis à crise climática", afirmou a jovem ativista ugandesa Vanessa Nakate à AFP.Embora a África contribua com apenas entre 2% e 3% das emissões mundiais de gases de efeito estufa, o continente sofre desproporcionalmente os efeitos da mudança climática, com secas e enchentes cada vez mais intensas, conforme dados da ONU.Os países africanos também são afetados pelo crescente peso de sua dívida e pela falta de financiamento. Apesar de seu potencial em recursos naturais, apenas 3% dos investimentos globais em transição energética chegam ao continente.Hoje metade da população africana não tem acesso à eletricidade, o que representa "uma injustiça", criticou o chefe da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol.Ele alertou ainda para o possível freio na luta contra a mudança climática que as tensões geopolíticas entre Estados Unidos e China podem representar.Segundo Ruto, a África tem potencial para ser totalmente autossuficiente em energia, graças aos recursos renováveis."Devemos garantir que o financiamento climático esteja mais disponível e acessível a todos os países em desenvolvimento, incluindo os da África", disseram Ruto, o presidente da COP28, Sultan Al-Jaber, e o chefe da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, em uma declaração conjunta nesta segunda-feira.Em escala mundial, os países ricos ainda não cumpriram seu compromisso de fornecer US$ 100 bilhões por ano (R$ 493 bilhões na cotação atual) em financiamento climático aos países mais pobres.Um sucesso na cúpula de Nairóbi pode dar impulso a várias reuniões internacionais importantes antes da COP28, como, em setembro, a cúpula do G20 na Índia e a Assembleia-Geral das Nações Unidas e, depois, em outubro, a reunião anual do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional).Segundo cálculos do FMI, para limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação à era pré-industrial —medida prevista pelo Acordo de Paris—, o investimento deve atingir US$ 2 bilhões (R$ 9,8 bilhões na cotação atual) por ano nestes países em uma década.
2023-09-04 19:13:00
ambiente
Meio Ambiente
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2023/09/africa-quer-atrair-investimentos-para-combater-mudancas-climaticas.shtml
Paul Staehle, do reality '90 Dias Para Casar', desaparece na Amazônia; Polícia Civil abre investigação
A Polícia Civil do Amazonas intensificou, nesta segunda-feira (4), as investigações sobre o desaparecimento de Paul Staehle, norte-americano que participou do reality show "90 Dias para Casar". Neste domingo (3), equipes de bombeiros reforçaram as buscas na região da Amazônia, após receberem uma mensagem do Staehle na última semana. As informações são do G1.O drama começou na quinta-feira (31), quando ele enviou mensagens à sua família, relatando que estava perdido na floresta amazônica. Sua mãe, Edna Staehle, deu detalhes à imprensa americana no dia seguinte. Staehle, que estava viajando pelo Brasil desde o final de julho, teve seu desaparecimento registrado pela Delegacia Especializada em Crimes contra o Turista (DECCT), localizada em Manaus, no sábado (2).Nesta segunda, o Corpo de Bombeiros do Amazonas informou que foi acionado após um amigo de Paul ter recebido informações sobre a suposta localização dele. "Na ocasião, o turista havia enviado uma localização para o celular de um amigo, que entrou em contato com a Polícia Civil informando o desaparecimento dele", relatou a corporação, apontando que a localização indicava que Paul estava em uma pequena ilha no Rio Negro.Equipes especializadas em busca e resgate em ambiente de selva foram enviadas ao local no domingo (3) para realizar buscas. No entanto, até o momento, Staehle não foi encontrado.Staehle ficou conhecido por sua participação no programa de televisão "90 Dias para Casar", em que se envolveu com a amazonense Karine Martins. O casal, que inicialmente se comunicava através de um tradutor online devido às barreiras linguísticas, se casou em novembro de 2017. Atualmente, eles são pais de dois filhos.
2023-09-04 19:58:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/paul-staehle-do-reality-90-dias-para-casar-desaparece-na-amazonia-policia-civil-abre-investigacao.shtml
Em especial na Globo, Sandy vê apresentação com Michael Jackson pela 1ª vez; saiba mais
O Som Brasil dedicado a cantora Sandy Leah, que vai ao ar na próxima quarta-feira (6) na Globo, fará com que a cantora veja pela primeira vez uma apresentação que fez com o cantor Michael Jackson (1958-2009). Bial conseguiu um vídeo inédito da apresentação, considerado uma lenda urbana até os dias de hoje. Sandy era pequena e não tinha registros do encontro.A conversa de Pedro Bial com Sandy percorre pela infância, detalhando os sentimentos que ela tem hoje sobre o desenvolvimento ao meio a tanta fama, como adolescência, família, casamento e maternidade. Sandy vai mostrar artigos raros de sua carreira, que jamais foram vistas na televisão antes. Entre os itens raros da dupla com Júnior Lima que serão exibidos, estão o troféu dado por Lima Duarte à dupla, durante o programa Som Brasil, em 1989; discos de ouro; um sapatinho que Sandy usava quando tinha entre 7 e 8 anos, idade em que lançou o primeiro álbum com Junior, intitulado Aniversário do Tatu; além de figurinos dos shows ao vivo no Maracanã, em 2002, e no Rock in Rio, em 2001. Mais Sandy também falará porque se separou do irmão Júnior Lima, em 2007. "Lá atrás, a gente achava que ia cantar juntos para sempre, mas houve uma necessidade dos dois de viver caminhos individuais, porque achamos que já tínhamos experimentado tudo o que poderíamos juntos. E essa decisão aconteceu de forma simultânea para os dois, quase que de um jeito mágico", explica a cantora.Por fim, o especial resgata ainda encontros internacionais, como com Coldplay, no show em São Paulo; e a vez em que Sandy, ainda criança, participou da coreografia em linguagem de sinais num show de Michael Jackson. A única recordação que a cantora tinha do momento era uma foto de baixa qualidade na internet. No programa, ela assistirá o vídeo da apresentação pela primeira vez. Além de abrir o coração e detalhes da vida, Sandy apresenta versão intimistas de alguns sucessos, como Quando Você Passa (Turu Turu), Aquela dos 30, Pra Me Refazer, Tudo Teu, Respirar e outras, além de Yellow, do Coldplay.Ao lado de Xororó, Sandy mostra Me Espera; e com Lucas Lima, seu marido, Areia. Em Você Pra Sempre (Inveja), a cantora conta com a participação especial do pianista Amaro Freitas, num cenário ao pôr do sol. Agnes Nunes completa as participações ao cantar De Cada Vez com Sandy.O Som Brasil - Sandy vai ao ar por volta das 23h, logo após "Todas as Flores", na Globo.
2023-09-04 19:15:00
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https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/em-especial-na-globo-sandy-ve-apresentacao-com-michael-jackson-pela-1a-vez-saiba-mais.shtml
Governo vai criar grupo para tentar explicar sumiço de 223 mil da fila do INSS
O Ministério da Previdência Social ainda busca explicações para o sumiço de 223 mil requerimentos de benefício inicial da fila do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O órgão vai criar um grupo de trabalho para examinar o caso.Como mostrou a Folha, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgou duas estatísticas divergentes sobre a fila de pedidos em fase de análise administrativa —quando servidores do órgão verificam o cumprimento de requisitos de cada benefício e a documentação apresentada.Enquanto um boletim produzido há 27 anos apontou uma fila de 1,42 milhão, o painel chamado "Portal da Transparência Previdenciária", criado pela atual gestão, indicou uma espera de 1,2 milhão.As inconsistências também ocorrem nas perícias médicas. Reportagem do jornal Correio Braziliense mostrou diferenças nos dados: enquanto a "Transparência Previdenciária" informou haver 596.699 pedidos de perícia à espera de atendimento em junho, dados obtidos pelo jornal via LAI (Lei de Acesso à Informação) mostram um número maior, de 1.076.172 solicitações.Em entrevista coletiva na sexta-feira (1º), o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, disse que o governo ainda não tem uma resposta para a divergência nos pedidos administrativos.Ele reconheceu ainda que a explicação dada inicialmente pelo órgão à Folha, que creditava o problema ao uso de diferentes bases de dados, pode não ser suficiente para justificar o ocorrido. "Se há algum erro, nós vamos corrigir", afirmou.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Segundo Stefanutto, a partir de uma análise preliminar, o governo desconfia que algumas tarefas antigas continuam pendentes no sistema, embora o segurado não esteja mais à espera de análise, por diferentes motivos."Não gosto de falar rejeitos que sobraram no sistema, obviamente pode ter requerimento que escapou e é importante. Mas a gente usa o sistema de tarefas há décadas. Imaginamos que [possam ter sido mantidas] tarefas que não eram necessárias ou tarefas desprezadas de 2008, 2007, ou seja, não é uma pessoa que está esperando", afirmou."Não temos certeza ainda disso. Quando tivermos certeza, apresentaremos as evidências", disse o presidente do INSS.O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, vai editar uma portaria para criar um grupo de trabalho envolvendo a pasta, por meio da secretaria do Regime Geral de Previdência Social, e o INSS para discutir a metodologia de dados e mapear eventuais inconsistências. A pasta também chamou a pesquisadora Renata Gomes Alcoforado, professora do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), na expectativa de obter contribuições para esse trabalho.Até o dia 28 de agosto, a fila de requerimentos em análise administrativa caiu a 1,05 milhão. Como o Beps (Boletim Estatístico da Previdência Social) é divulgado com maior defasagem, ainda não é possível saber se a discrepância entre os números continua.Sobre as perícias, Stefanutto reconheceu que o governo mudou a metodologia de contagem de perícias pendentes.Em vez de contabilizar tarefas (que podem ser análise administrativa, avaliação social, perícia médica, entre outras), o órgão passou a considerar o número de pessoas à espera de atendimento, independentemente do número de fases a serem cumpridas para concluir o processo. Mais Como alguns benefícios passam por mais de um tipo de análise, o novo critério gerou uma aparente redução na fila das perícias.É o caso, por exemplo, do BPC (Benefício de Prestação Continuada) para pessoa com deficiência, que passa por análise administrativa, avaliação social e perícia médica. O governo informou haver, em agosto, 437,4 mil pessoas na fila desse benefício, mas não detalhou o número de tarefas relacionadas.Em paralelo, a estatística total de perícias médicas aguardando atendimento é de 637,4 mil, número idêntico à fila de perícias para obtenção de auxílio por incapacidade temporária —o único com dados segmentados por tipo de análise pendente.Em junho, houve a mesma coincidência: a fila de 596,7 mil perícias médicas era o mesmo número de perícias pendentes para o auxílio por incapacidade temporária. Mais Na prática, o dado das perícias divulgado na "Transparência Previdenciária" contempla apenas um tipo de benefício, embora outros também dependam dessa etapa, como o BPC e a aposentadoria por invalidez."Eu não quero mostrar quantas perícias eu tenho para fazer, eu quero mostrar quantos brasileiros tem na minha fila aguardando uma resposta do INSS", disse Stefanutto na entrevista coletiva.O cumprimento de tarefas é o critério usado no pagamento de bônus a servidores do INSS e do MPS. A cada análise extra concluída, eles recebem R$ 68,00, no caso de avaliação administrativa, ou R$ 75,00, no caso de perícia médica.Apesar disso, o governo defendeu a mudança no recorte dos números. "Nós separamos tarefa de pessoas porque o mais importante é saber quantas pessoas estão na fila e há quanto tempo elas estão falando", afirmou Stefanutto."Quantos brasileiros estão esperando? Nem sempre vai ter coincidência no número de tarefas e no número de brasileiros. É como se, numa fila de banco, um estivesse com três boletos, outro com quatro", acrescentou.A presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), Adriane Bramante, disse que a criação do grupo de trabalho para avaliar a diferença de números de requerimentos administrativos é importante para melhorar a transparência. Ela se reuniu com técnicos do INSS para discutir a questão nesta segunda-feira (4)."A base de benefícios é diferente. Eles vão ajustar para alinhar e fornecer dados com mais precisão", disse. "Há de fato ainda muita coisa a ser feita."Para Bramante, o raciocínio do governo de contabilizar pessoas em vez de tarefas é correto, mas ela ponderou que isso não pode ocorrer em detrimento da contabilidade de todas as perícias médicas pendentes de atendimento. "Eles precisam compilar os dados e fornecer uma lista que seja completa e contenha todos os dados", avaliou.
2023-09-04 19:30:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/governo-vai-criar-grupo-para-tentar-explicar-sumico-de-223-mil-da-fila-do-inss.shtml
Cliente da 123milhas que não comprou pacote promocional também entra na recuperação judicial
Clientes da 123milhas que compraram pacotes de outras linhas que não aPromo123 —suspensa desde 18 de agosto— também serão afetados pelo pedido de recuperação judicial aceito pela 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte na quinta-feira (31).Com isso, quem comprou pacote, passagem ou outro serviço até 29 de agosto não tem previsão de quando será ressarcido. Segundo especialistas consultados pela Folha, deverão integrar a lista dos consumidores lesados e aguardar o que for definido no acordo a ser fechado entre empresa e credores.Em nota, a companhia confirma que todos os contratos anteriores à data de solicitação da recuperação judicial serão afetados. A empresa diz ainda que monitora as reservas canceladas de compras feitas depois de 29 de agosto, e está acionando o Judiciário contra operadores que fazem isso."A 123milhas ressalta que as reservas canceladas são restritas a compras realizadas antes de 29 de agosto de 2023, quando foi protocolada a recuperação judicial da empresa", diz a agência de turismo online.A empresa declarou dívidas de R$ 2,3 bilhões à Justiça, dos quais R$ 2,2 bilhões são com os credores quirografários, categoria onde se inserem os consumidores, além de fornecedores como hotéis, pousadas e companhias aéreas.Esse grupo não tem garantia real de pagamento e pode ficar entre os últimos a serem ressarcidos. Recebe antes quem tem dívida trabalhista e créditos tributários.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Rodrigo Macedo, especialista em recuperação e falência na Andrade Silva Advogados, afirma que independentemente do tipo de pacote comprado, o que determina se o cliente vai ou não se sujeitar às regras da recuperação judicial é a data da compra."Isso acontece porque a lei de recuperação judicial estabelece que todas as obrigações da empresa contratadas até a data em que ela entrou com o pedido de recuperação devem se sujeitar à recuperação judicial. Isso significa que, mesmo se a data estimada da viagem ainda estiver no futuro, se a contratação aconteceu antes, ela se sujeitará ao processo", diz.Macedo também afirma que o cliente não tem o direito de deixar de pagar o que foi contrato, mesmo após a crise da empresa. A única forma de cancelar algum pacote, passagem ou outro serviço é utilizando o direito de arrependimento para compras online, que é de até sete dias após a compra, conforme o Código de Defesa do Consumidor."Se o cliente decidir seguir esse caminho [da inadimplência], estará em desacordo com o contrato e poderá perder o valor já pago ou estar sujeito a eventuais multas previstas no momento da contratação com a 123milhas." Mais Nadime Meinberg Geraige, sócia do Maluf Geraigire Advogados, afirma que os consumidores devem verificar se entraram na lista de credores enviada pela empresa à Justiça no pedido de recuperação. Além disso, quem já teve passagem emitida poderá viajar normalmente."Aqueles que ainda não receberam deverão ser classificados na lista de credores como quirografários independentemente do pacote, e receberão na forma do plano ainda a ser apresentado e aprovado."Gabriel de Britto Silva, advogado do Ibraci (Instituto Brasileiro de Cidadania), especializado em direito do consumidor, diz que os consumidores lesados podem entrar na Justiça com pedido incidente de desconsideração da personalidade jurídica, para que o patrimônio pessoal dos sócios também seja utilizado para pagar dívidas.Segundo ele, a medida pode ser solicitada por "qualquer consumidor em suas ações judicias individuais".Filipe Denki, da Lara Martins Advogados, afirma que o fato de o serviço contrato fazer parte do pacote de recuperação judicial não significa que haverá descumprimento do contrato, já que a empresa é obrigada a cumprir com o que for acordado na Justiça.No entanto, é possível que os clientes recebam os valores com descontos de 70% a 80%. "Os consumidores que se sentirem lesados podem procurar a Justiça para propor as devidas medidas judiciais cabíveis visando seu ressarcimento."Em nota, o Procon-SP (Fundação de Proteção de Defesa do Consumidor de São Paulo) diz que pediu informações à empresa para saber como orientar os clientes do estado. A intenção é entender como a empresa irá se organizar para atender tudo que foi contratado e quais serão os critérios a respeito das reclamações registradas nas plataformas de defesa do consumidor.
2023-09-04 19:30:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/cliente-da-123milhas-que-nao-comprou-pacote-promocional-tambem-entra-na-recuperacao-judicial.shtml
Entregadores pedem R$ 35 por hora online, e apps oferecem R$ 12 por hora trabalhada
O grupo de trabalho que discute a regulamentação do trabalho intermediado por aplicativos definiu o dia 12 de setembro como o limite para o fechamento de acordo sobre o modelo de remuneração de motoristas e entregadores.Na semana que antecede o prazo final, empresas ainda debatem como chegar a um formato de pagamento e a um valor que permita a conclusão dessa etapa do trabalho no GT, mantendo a viabilidade dos negócios dos diferentes aplicativos envolvidos na conversa.A necessidade de se definir um valor mínimo de pagamento foi um ponto de convergência entre os representantes de entregadores e motoristas que integram o grupo. Eles concordaram sobre o valor mínimo de R$ 35 e também no parâmetro de contabilização, que é a hora logada.Ou seja, o trabalhador começaria a ser remunerado no momento em que ficasse ativo no aplicativo, a espera de entregas ou de corridas."Um garçom fica lá parado enquanto não tem cliente, mas ele está ganhando. Ele não ganha só quando atende as mesas", diz Edgar Francisco da Silva, o Gringo, presidente da Amabr (Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil).Para as empresas, esse modelo é visto como virtualmente inviável, uma vez que, em geral, um mesmo entregador ou motorista, enquanto está em sua jornada de trabalho, fica disponível em mais de um aplicativo.Em reunião realizada no fim de agosto, representantes das plataformas propuserem a fixação de um valor mínimo de pagamento, mas somente pelas horas efetivamente trabalhadas, pelo tempo rodando. São duas as entidades empresariais, o MID (Movimento Inovação Digital) e a Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia).Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Essa última responde por iFood, Uber, Buser, Zé Delivery, FlixBus, Quicko e 99. De R$ 10,20 para as entregas feitas por motocicleta, a entidade reajustou a proposta de ganhos mínimos para R$ 12 na reunião de 29 de agosto.Segundo a entidade, o valor foi calculado a partir de uma planilha de custo e de utilização que considerou fatores como consumo de combustível, manutenção de pneus, revisão, impostos, equipamentos de proteção e desgaste dos veículos. Esses gastos também incluíram planos de internet para celular, seguro, capas de chuva e capacete.A Amobitec cita como parâmetro o piso nacional, que fixa a hora de trabalho em R$ 6 em 2023. A proposta de R$ 12, diz, equivale a 200% do salário mínimo vigente. Para entregas feitas usando bicicleta, o valor mínimo proposto é de R$ 6,54; com veículos, R$ 10,86.Os valores são semelhantes aos oferecidos pelo MID, que reúne mais de 100 empresas de base digital, como Rappi, Loggi, OLX, Paypal, InDrive, Alice, Quinto Andar, Sypla e Mercado Livre. Para delivery (entrega de refeições) feita com moto, o valor mínimo por hora seria de R$ 11, e de R$ 7, por bicicleta.Nas viagens de passageiros, a hora em rota, como a entidade está chamando a hora efetivamente trabalhada, seria de R$ 17. O MID ainda propõe um terceiro modelo de remuneração, esse para as entregas de compras no comércio eletrônicos e em marketplaces, que seria calculado por corridas e em rotas de até 8 quilômetros. Para esses, o valor mínimo seria de R$ 12.No MID, o modelo de remuneração por hora não é consenso entre as empresas associadas, pois muitas já trabalham considerando a quilometragem para o cálculo da remuneração. Houve, porém, o entendimento de que neste momento a discussão mais avançada era a do pagamento por hora.A Amobitec também apresentou uma proposta para motoristas, na qual disse ter definido o valor mínimo, de R$ 21,22 por hora trabalhada, de acordo com uma estimativa de custos do motorista com celular, veículo, alimentação e utilização. Mais A proposta do comitê dos trabalhadores no grupo de trabalho chega ao valor mínimo de R$ 35,76 por hora à disposição ao somar os pagamentos de remuneração (R$ 6,50), custo operacional (R$ 9,42), locação da moto (R$ 4,89), valor por entrega (R$ 13) e adicional de periculosidade (R$ 1,95).Para o trabalho com bicicleta, o valor mínimo desejado pelos entregadores é de R$ 23,13 por hora. A proposta dos trabalhadores, assinada pelo SindmotoSP, sindicato que reúne motofretistas, e motoentregadores de São Paulo, inclui também cesta básica, seguro de vida, plano de saúde.O secretário nacional de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho, Gilberto Carvalho, que vem conduzindo o trabalho do grupo, disse, em nota, que a mesa de negociação não será interrompida no dia 12 de setembro, mas que via a data como uma "assembleia final". A discussão do GT e as propostas encaminhas pelas representações das empresas incluem outros pontos como a inclusão previdenciária, com parte do recolhimento a carga das empresas.Base de cálculo, alíquota e encontro de contas (como serão combinados os recolhimentos das diversas plataformas) não foram discutidas detalhadamente e devem ficar para o projeto de lei (modelo defendido pelas empresas).Outro ponto da proposta inicial do grupo de discussões do governo federal é a transparência nas relações dos trabalhadores com os aplicativos e plataformas. A Amobitec sugere que os ganhos mínimos sejam verificados de forma agregada ao fim de cada mês, por meio de um relatório. Se o valor total de horas trabalhadas for inferior ao mínimo, as empresas ficam obrigadas a complementar o valor.Nesse quesito, o MID sugere mudar os métodos de bloqueios e suspensão e a inclusão de regras, como a comunicação com antecedência e o detalhamento dos motivos.Desde o fim de agosto, quando os integrantes do grupo de trabalho se reuniram pela última vez antes da "assembleia final" definida por Carvalho, o comitê dos trabalhadores (que inclui motoristas, entregadores , motoboys e autônomos) começou a distribuir em aplicativos de mensagens e redes sociais um alerta de paralisação.Defendem que, se a proposta não melhorar, vão parar.
2023-09-04 19:03:00
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Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/entregadores-pedem-r-35-por-hora-online-e-apps-oferecem-r-12-por-hora-trabalhada.shtml
Ministério da Defesa diz que apaga registros ao ser questionado sobre visita de hacker
O Ministério da Defesa publicou uma norma, no fim de fevereiro, que estabelece prazo de apenas 180 dias para armazenar os registros de quem entra no edifício da pasta. Depois desse período, a lista de acesso à sede e ao anexo do ministério é encaminhada para ser apagada em até dois anos.A Defesa citou essa regra ao afirmar que não tem registro de acesso na pasta do programador Walter Delgatti Neto, conhecido como o hacker da Vaza Jato. A resposta do ministério ocorreu após questionamento baseado na Lei de Acesso à Informação, feito pela Folha.O hacker esteve no ministério em 10 de agosto de 2022, por ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para participar de reunião sobre as urnas eletrônicas com técnicos das Forças Armadas.A Defesa, porém, nem sequer pesquisou os registros dos dias em que Delgatti foi à pasta, sob justificativa de que está fora do prazo em que os dados ficam armazenados."Os registros de acesso e dados cadastrados permanecerão armazenados no banco de dados do sistema de controle de acesso de pessoas pelo período de 180 (cento e oitenta) dias a contar de seu cadastramento, portanto o período pesquisado refere-se às informações armazenadas entre os dias 12 de fevereiro de 2023 a 10 de agosto de 2023, corresponde ao período de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data do cadastro do presente Pedido de Informação", respondeu a Defesa ao pedido da Folha.Os registros de reuniões do hacker com o entorno de Bolsonaro estão na mira da CPI do 8 de janeiro. A Defesa e a Presidência da República disseram para a comissão que não têm as imagens de Delgatti nas reuniões com Bolsonaro e militares.A Defesa afirmou armazenar as imagens das câmeras de segurança por até 30 dias."Tendo em vista a quantidade de imagens e a qualidade das imagens, que atualmente estão consumindo maior espaço de armazenamento, exigindo que o sistema seja reiniciado a cada 15 ou 20 dias", afirmou a pasta comandada pelo ministro José Mucio Monteiro.A Presidência alegou à CPI que o sistema de videomonitoramento do Palácio da Alvorada também tem capacidade limitada de armazenamento de dados. "As imagens do sistema permanecem disponíveis em média de doze a catorze dias, sendo, depois desse período, sobrescritas por novas imagens geradas pelas câmeras", disse.Receba no seu email o que de mais importante acontece na capital federal; exclusiva para assinantes.Carregando...Delgatti declarou à CPI que participou, em agosto de 2022, de reuniões com integrantes da campanha eleitoral de Bolsonaro. No dia 10 daquele mês, ele se encontrou com o então presidente.O hacker afirmou à comissão que esteve cinco vezes no Ministério da Defesa e que chegou a se reunir com o ex-ministro da pasta Paulo Sérgio Nogueira.O ex-presidente Bolsonaro confirmou que se encontrou com Delgatti e encaminhou o hacker ao Ministério da Defesa, mas negou que tenha feito algum pedido."Teve a reunião e eu mandei ele para o Ministério da Defesa para conversar com os técnicos. Ele esteve lá [no Alvorada e na Defesa] e morreu o assunto. Ele está voando completamente", afirmou Bolsonaro à rádio Jovem Pan em 17 de agosto, mesma data em que o hacker prestou depoimento à CPI.Militares que participaram das discussões sobre as urnas confirmaram que Delgatti esteve na Defesa em uma única data. Eles disseram que o programador não participou da confecção do relatório final da fiscalização sobre o sistema eleitoral.O hacker está preso sob suspeita de invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e de uma trama para atingir o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.Em 24 de fevereiro, a pasta da Defesa chegou a liberar para a Folha, após questionamento baseado na Lei de Acesso à Informação, a lista de pessoas que entraram na pasta de 2021 a 2023. Esse documento não mostra registro de acesso de Delgatti.A lista foi compartilhada pelo ministério quatro dias antes de a Defesa publicar a instrução que criou o prazo de 180 dias para armazenar as informações. Segundo o mesmo texto, após esse período, as listas de quem esteve na pasta serão enviadas ao protocolo-geral e arquivo "para fim de tratamento e demais medidas afetas à eliminação documental no prazo de até dois anos".Apesar da regra, é comum que ministérios divulguem as listas de quem esteve nos seus prédios. A CGU (Controladoria-Geral da União) orientava a liberação dessas informações mesmo no governo Bolsonaro.Em parecer de maio de 2022, a Controladoria disse que os registros de entrada "têm papel relevante no controle social, pois os dados correspondentes podem, potencialmente, indicar os contatos e as agendas cumpridas pelas autoridades públicas, bem como prevenir eventual conflito de interesses". Mais
2023-09-04 18:29:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/ministerio-da-defesa-diz-que-apaga-registros-ao-ser-questionada-sobre-visita-de-hacker.shtml
Lotofácil da Independência sorteia R$ 200 milhões no sábado (9); saiba como jogar
A loteria mais famosa do país, que costuma pagar maiores prêmios, é a Mega-Sena, mas, nesta semana do feriado da Independência do Brasil, os apostadores têm a chance de embolsar uma bolada em outra loteria, o concurso 2900 da Lotofácil da Independência, que tem prêmio total estimado em R$ 200 milhões.O sorteio será realizado pela Caixa Econômica Federal no sábado (9), às 20h, com transmissão ao vivo pela RedeTV! e pelo canal da Caixa no YouTube. Os apostadores têm até as 18h do sábado para realizar suas apostas.Como ocorre tradicionalmente nos concursos especiais das loterias Caixa, a Lotofácil da Independência não acumula. Se não houver ganhadores na faixa principal, de 15 números, o prêmio será dividido entre os acertadores de 14 números. E assim por diante.Caso apenas um ganhador leve o prêmio da Lotofácil da Independência e aplique todo o valor na poupança, receberá cerca de R$ 1,36 milhão em rendimentos já no primeiro mês. Se preferir investir em imóveis, o ganhador poderá adquirir 80 apartamentos de alto padrão no valor de R$ 2,5 milhões cada.Na edição do ano passado (concurso 2610), 79 apostas acertaram as 15 dezenas do prêmio principal e cada uma levou R$ 2.248.149,10. Mais O apostador deve marcar entre 15 e 20 números, entre os 25 disponíveis no volante; ou deixar o sistema escolher os números por meio da Surpresinha no caixa das agências lotéricas.Uma aposta simples, de 15 números, custa R$ 3. São premiados os jogos que acertarem 11, 12, 13, 14 ou 15 números.As apostas podem ser feitas nas lotéricas de todo o país, no aplicativo Loterias CAIXA e no portal Loterias Caixa, onde é possível adquirir um combo especial do sorteio, com 12 apostas, bem como outros combos com outras modalidades além do concurso especial.Outra possibilidade é o bolão, que têm preço mínimo de R$ 12, e cada cota não pode ser inferior a R$ 4. O apostador também pode adquirir cotas de bolões organizados pelas lotéricas. Nesse caso, poderá ser cobrada uma tarifa de serviço adicional de até 35% do valor da cota, a critério da lotérica.
2023-09-04 18:34:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/lotofacil-da-independencia-sorteia-r-200-milhoes-no-sabado-9-saiba-como-jogar.shtml
Antony é desconvocado da seleção após acusação de violência doméstica
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou nesta segunda-feira (4) que o atacante Antony, 23, foi desconvocado dos dois primeiros jogos da seleção brasileira pelas Eliminatórias, contra Peru e Bolívia.A decisão foi tomada pela cúpula da entidade em conjunto com a comissão técnica liderada por Fernando Diniz após a publicação de uma reportagem do UOL com detalhes de uma acusação de violência doméstica contra o jogador feita pela ex-namorada dele, a DJ e influencer Gabriela Cavallin, também de 23 anos."Em função dos fatos que vieram a público nesta segunda-feira (04/09), envolvendo o atacante Antony, do Manchester United, e que precisam ser apurados, e a fim de preservar a suposta vítima, o jogador, a seleção brasileira e a CBF, a entidade informa que o atleta está desconvocado", diz trecho do comunicado divulgado pela confederação.Para o lugar dele, a entidade informa que o atacante Gabriel Jesus foi chamado. Ele estava na lista de 36 jogadores previamente enviadas pela CBF à Fifa (Federação Internacional de Futebol).A investigação contra Antony já era pública no dia 18, quando ele foi convocado por Diniz. Nesta segunda, porém, parte do conteúdo que faz parte do inquérito contra o jogador foi divulgada, com áudios e fotos apresentados pela acusação.Um dos vídeos do inquérito mostra uma lesão que expôs os ossos dos dedos da mão de Gabriela, no que teria sido a última agressão do atleta.De acordo com a DJ, a primeira agressão física ocorreu quando ela estava grávida, em férias no Brasil, em 1º de junho de 2022. E teria sido motivado por uma crise de ciúme."Ele falou que, se eu não ficasse com ele, eu não ficaria com ninguém. Que eu estava grávida de um filho dele. Ou eu ficaria com ele ou morreriam eu, ele e nosso filho. Eu falava para ele que estava grávida, que ele estava me assustando, fazendo meu coração acelerar. Tremia de medo", disse a DJ ao UOL.Gabriela perdeu o bebê após cerca de 16 semanas de gravidez, no dia 21 de julho, ainda de férias no Brasil.Em texto divulgado em seu Instagram, o jogador negou as acusações. "A cada momento, seja em depoimento ou em entrevista, ela apresenta uma versão diferente das acusações. Assim, venho veementemente negar as acusações feitas e informar que permaneço à inteira disposição das autoridades brasileiras para esclarecer o que for necessário", escreveu.
2023-09-04 17:53:00
esporte
Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2023/09/antony-e-desconvocado-da-selecao-apos-acusacao-de-violencia-domestica.shtml
Kayky Brito: principal testemunha confirma versão de motorista e diz que carro estava em baixa velocidade
A principal testemunha do atropelamento do ator Kayky Brito depôs nesta tarde de segunda-feira (4) na 16ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro. A passageira do motorista de aplicativo que causou o acidente confirmou a versão do condutor. Segundo ela, o carro estava em baixa velocidade e o ator apareceu de surpresa.A informação foi dada pelo SBT e confirmada pelo F5. A depoente confirmou que o motorista estava em baixa velocidade, e que estava acompanhada de uma filha menor de idade no banco do fundo, voltando para a sua residência na região da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.Ambas não usavam cinto de segurança, mas não sentiram o impacto da ação. Na visão da mulher, se o carro estivesse acima do permitido, ela sofreria lesões leves. O testemunho começou por volta das 16h (horário de Brasília), e terminou por volta das 19h. Mais Kayky Brito estava com amigos, entre eles o ator e apresentador Bruno de Luca, pouco antes de ser atropelado na madrugada de último sábado (2), na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. A 16ª DP da Polícia investiga a circunstância do acidente.Segundo o delegado Ângelo Lages, que lidera as investigações do caso, Kayky estava no quiosque Dona Marta, localizado no posto 6 da Barra da Tijuca. Ele se divertia com amigos, incluindo de Luca, e foi ao carro pegar um objeto.Ao tentar retornar para o local, foi atropelado. Houve tentativa de se desviar do ator, mas não foi possível. O motorista, identificado como Diones da Silva, prestou depoimento no sábado e disse que Kayky apareceu "correndo surpreendentemente".
2023-09-04 18:22:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/kayky-brito-principal-testemunha-confirma-versao-de-motorista-e-diz-que-carro-estava-baixa-velocidade.shtml
Kayky Brito: Polícia do Rio marca depoimento de Bruno de Luca
A Polícia Civil do Rio de Janeiro marcou para quarta-feira (6), o depoimento do Bruno de Luca na investigação sobre o atropelamento de Kayky Brito. O apresentador estava com ator no momento em que ele foi atingido por um carro quando atravessa uma das pistas da Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.Bruno de Luca é considerado uma das principais testemunhas (a outra é a passageira do motorista do carro de aplicativo que atropelou Kayky) pelo delegado Ângelo José Lages Machado, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca). Imagens da câmera do quiosque em que os dois estavam mostram o momento do desespero do apresentador, após perceber que o acidente tinha acontecido.Inicialmente o caso está sendo tratado como lesão corporal na condução de veículo automotor, e se ficar comprovado que o motorista de aplicativo trafegava acima da velocidade permitida, ele será indiciado pelo crime. O motorista prestou socorro e chamou a ambulância. O exame feito no IML não apontou traços de álcool no sangue do condutor. Mais Um boletim divulgado nesta segunda-feira (4) pelo Hospital Copa D'OR, Kayky segue "sedado, em ventilação mecânica e sob cuidados da equipe assistente na UTI". Ele passou por dois procedimentos com sucesso: fixação da fratura da pelve e do ombro direito.
2023-09-04 17:54:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/kayky-brito-policia-do-rio-marca-depoimento-de-bruno-de-luca.shtml
Família de Tom Veiga, o Louro José, comemora decisão da Justiça que tira viúva do testamento; herança vai somente para os filhos
A família de Tom Veiga, o intérprete do papagaio Louro José, celebrou a decisão da Justiça que determinou a divisão da herança do ator entre seus quatro filhos. Alessandra Veiga, mãe de dois dos herdeiros, divulgou o resultado da sentença, que pôs fim à batalha judicial travada com a viúva Cybelle Hermínio da Costa. O parceiro de Ana Maria Braga morreu em novembro de 2020, vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral).Alessandra, que foi casada com o ator por 14 anos e é mãe de Adrian, 23, e Alissa, 17, comemorou a decisão na última sexta-feira (1) no We Podcast, programa que apresenta com o filho em Orlando, nos EUA. "As crianças são os verdadeiros herdeiros de Tom Veiga. Não poderia ser diferente. Foi uma situação bem tumultuada", disse.De acordo com ela, a Justiça determinou a anulação do testamento deixado por Tom. Nele, Cybelle detinha 50% dos bens do intérprete do Louro José, estimados em R$ 1 milhão. Os outros 50% eram divididos pelos quatro filhos dele, sendo 12,5% para cada um. Os filhos do ator entraram com uma ação cível na Justiça para invalidar a viúva como herdeira. Com a nova decisão, os filhos ficam com 100%, e Cybelle sem nada. Mais O F5 procurou o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para confirmação, mas o processo segue em segredo de Justiça e os autos ficam restritos às partes envolvidas."Parabéns, meu filho. Parabéns Amanda, Diego, e Alissa pela grande vitória. (...) Os parabéns para os filhos, e eu e a Cristina, como mães deles e querendo que tudo fosse resolvido", comemorou Alessandra.Em 2018, o intérprete de Louro José começou a namorar Cybelle. Os dois matinham uma união estável desde junho de 2019. Eles se casaram em uma cerimônia religiosa em janeiro de 2020, mas ficaram apenas nove meses juntos. A oficialização aconteceu apenas em agosto daquele ano, com separação total de bens, mas eles se separaram poucos dias depois.Segundo reportagem do jornal Metrópoles, cerca de um mês após a morte do ator, a ação ouviu o depoimento de uma empregada que trabalhou para o casal por um ano e meio. Segundo ela, a viúva era uma pessoa "muito ciumenta" e essa característica era um motivo para brigas constantes dentro da residência do casal.Receba no seu email a seleção diária das principais notícias jurídicas; aberta para não assinantes.Carregando...
2023-09-04 17:37:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/familia-de-tom-veiga-o-louro-jose-comemora-decisao-da-justica-que-tira-viuva-do-testamento-heranca-vai-somente-para-os-filhos.shtml
Imagens de câmera interna do carro que atropelou Kayky Brito serão usadas em investigação
O acidente envolvendo o ator Kayky Brito no último sábado (2) ganhou novos desdobramentos. O veículo que envolvido no atropelamento é equipado com uma câmera interna, de acordo com a Polícia Civil. O delegado Ângelo Lages, titular da 16ª Delegacia de Polícia (Barra), que conduz a investigação, afirma que o motorista costumava gravar as corridas, e as imagens do ocorrido serão analisadas nesta segunda-feira (4). As informações são do G1."Com base nos depoimentos que coletamos até agora, temos informações de que Kayky estava no quiosque com amigos e se dirigiu ao carro. Ao retornar, ele avistou um veículo se aproximando e tentou atravessar correndo. O motorista fez uma tentativa de frear, mas não conseguiu evitar o atropelamento", descreveu Lages.Ainda de acordo com o delegado, a Polícia Civil já tem imagens de que, antes do atropelamento, outro carro freou bruscamente na frente do ator, evitando a colisão. No retorno para o quiosque, o veículo não conseguiu parar na via, que tem 70 km/h como velocidade permitida. Mais "Agora, teremos acesso às imagens internas do aplicativo, o que nos permitirá entender melhor a dinâmica do evento. Nossa intenção é determinar se o motorista agiu de maneira negligente no acidente ou não. O setor de perícia terá 30 dias para concluir se o veículo estava em excesso de velocidade ou não", concluiu o delegado.Além das imagens, depoimentos estão sendo coletados pela polícia para se chegar à versão final da ocorrência. Nesta segunda-feira, a passageira do carro prestou sua declaração. Bruno de Luca, que acompanhava Kayky e esperava no quiosque, irá se apresentar na quarta-feira (6).
2023-09-04 18:36:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/imagens-de-camera-interna-do-carro-que-atropelou-kayky-brito-serao-usadas-em-investigacao.shtml
Mortes: Colecionou pacientes gratos em Taubaté (SP)
Ela tinha mãos de seda, suaves como uma pluma, com talento nato para aplicar aquelas injeções doloridas, em que depois o enfermo se lembrava apenas da leve picada, inofensiva. Com isso, atraía as mães da vizinhança em busca de ajuda para a dose de antibióticos prescrita para combater a inflamação na garganta dos filhos. A criança quase não chorava.Therezinha Pimenta da Costa e Silva, a Teca, aprendeu o ofício na escola de enfermagem de Taubaté, no Vale do Paraíba (SP), e o exerceu por 35 anos em um laboratório de análises clínicas, que chegou a ser um dos mais conceituados do interior, o Silvio Sacramento. Nas horas vagas, atendia quem batia à porta, sem nada cobrar por isso.Teca colecionava pacientes gratos. O senhor Vinicius nunca a esquecia e nos Natais aparecia sempre com panetones em gratidão por sua acolhida em momentos difíceis; moradores da área rural a presenteavam com ovos frescos, patos e galinhas vivas em agradecimento pelos cuidados.Quando se aposentou, passou a se interessar por obras sociais da Sociedade Vicentina ou por apoiar a igreja do Alto do Cristo, bairro onde viveu os últimos 30 anos, que abriga uma réplica da estátua do Cristo Redentor, e de onde é possível enxergar toda a cidade de Taubaté.Adorava cantar. Em seu aniversário de 75 anos, um de seus cantores preferidos, Moacyr Franco, apareceu de surpresa na festa em sua homenagem, cantou e dançou com ela. Teca chorou de emoção.Muito católica, teve a oportunidade de visitar Roma e comungar na igreja de São Pedro, em passeio com o segundo filho mais velho, Juvenal da Costa e Silva Neto, que se formou engenheiro e de quem tinha muito orgulho.Detestava a solidão e desde muito jovem dizia que o seu grande sonho era morar numa casa rodeada de filhos, netos, amigos e que seria muito feliz se tivesse sempre um lar com uma grande mesa na sala de jantar para reunir a todos. Nos dias seguintes à sua partida, eles estavam lá: seus cinco filhos e oito netos, além de amigos e parentes próximos.Juntos relembravam suas histórias, riam de seus comentários diretos, alguns sem filtro. Um tanto controladora, superprotetora, a vida da família girava em torno dela. Saía para comprar uma roupa nova e voltava com presentes para os netos e nada para si mesma.Com a velhice se aproximando, dizia a todos que odiaria passar os últimos anos de vida deitada num leito, dependendo de outros enfermeiros. Seu sonho foi realizado. Saiu de cena no último dia 24 de julho, após uma rápida internação. Completaria 88 anos em 20 de dezembro. Deixou um vazio enorme na mesa de jantar. Mais [email protected] os anúncios de mortesVeja os anúncios de missa
2023-09-04 18:14:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/mortes-colecionou-pacientes-gratos-em-taubate-sp.shtml
Espécies invasoras dão prejuízo de mais de US$ 400 bilhões por ano, dizem cientistas
As espécies invasoras que destroem plantações, devastam florestas, disseminam doenças e alteram os ecossistemas estão aumentando cada vez mais rápido em todo o mundo, e a humanidade não tem conseguido contê-las, alertou nesta segunda-feira (4) um órgão científico internacional.Essa situação está custando mais de US$ 400 bilhões de dólares (R$ 1,972 trilhão na cotação atual) ao ano em perdas e danos, o equivalente ao PIB da Dinamarca ou da Tailândia, um número provavelmente subestimado, indica a Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, na sigla em inglês), apoiada pela ONU.As espécies invasoras vão desde a aguapé, planta aquática que sufoca o lago Vitória, na África, a ratos e cobras-marrons que exterminam espécies de aves no Pacífico, até mosquitos vetores de zika, febre amarela e dengue para novas regiões.Existem 37 mil espécies exóticas no mundo, das quais pouco menos de 10% podem ser consideradas invasoras e daninhas devido aos efeitos negativos ou mesmo irremediáveis nos ecossistemas e na qualidade de vida na Terra, segundo o relatório.O desenvolvimento econômico, o crescimento populacional e a mudança climática "aumentarão a frequência e a extensão das invasões biológicas e os impactos das espécies exóticas invasoras", afirma o documento, e apenas 17% dos países têm leis ou regulamentos para combater esse ataque.Seja por acidente ou propositalmente, quando espécies não nativas acabam no outro lado do mundo a responsabilidade é sempre dos humanos, destacam os cientistas.A propagação mostra que a rápida expansão da atividade humana alterou radicalmente os sistemas naturais e conduziu a Terra a uma nova época geológica, o Antropoceno, dizem também os especialistas.Na África, a aguapé, que chegou a cobrir 90% do lago Vitória, paralisando o transporte e sufocando a vida aquática, foi introduzida pelas autoridades coloniais belgas em Ruanda como uma flor ornamental. Na década de 1980, alcançou o rio Kagera.Outro caso é o de Everglades, na Flórida (Estados Unidos), repleto de descendentes de antigos animais de estimação e plantas domésticas, desde pítons birmanesas de cinco metros até samambaias trepadeiras do Velho Continente. Mais Colonos ingleses levaram coelhos para a Nova Zelândia no século 19 para caçar e comer. Quando os animais começaram a se multiplicar, importaram arminhos, um pequeno carnívoro, para reduzir o seu número. Porém, os arminhos decidiram atacar aves endêmicas, como o kiwi ou o tarambola caolho ("ngutuparore", em maori), que foram rapidamente dizimadas.No entanto, em muitos casos, a chegada de espécies invasoras é um acidente, como no mar Mediterrâneo, cheio de peixes e plantas não nativas, como peixes-leão e algas apelidadas de "assassinas", vindas do mar Vermelho através do canal de Suez.Em grande parte devido aos grandes volumes de comércio, a Europa e a América do Norte têm as maiores concentrações mundiais de espécies invasoras, definidas como aquelas que não são nativas, causam danos e aparecem devido à atividade humana, indica o relatório do IPBES.
2023-09-04 17:07:00
ambiente
Meio Ambiente
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2023/09/especies-invasoras-dao-prejuizo-de-mais-de-us-400-bilhoes-por-ano-dizem-cientistas.shtml
Preta Gil acusa ex-marido de 'armação sórdida' e avisa: 'Não quero mais me calar'
Ainda em recuperação da cirurgia de retirada de um tumor cancerígeno no intestino no dia 16 de agosto, Preta Gil fez um desabafo nesta segunda-feira (4). A cantora volta a falar sobre a traição que sofreu do ex-marido Rodrigo Godoy. Ela ainda acusa o personal trainer de tramar "uma armação sórdida" com a stylist Ingrid Lima para os dois viverem uma vida dupla nas suas costas."Não foi só traição, foi uma armação sórdida, um plano real de enganação para viver uma vida dupla, sem medo, com total certeza que nada aconteceria, me usando, me enganando, dói demais, dói muito", começa. Preta avisou que tem tentado esquecer a traição, mas não consegue e essa situação traz o insônia e sofrimento. "Não aguento mais sofrer, quero esquecer que eles existem. Quero seguir minha vida, mas não é fácil", conta.A cantora reconhece ter amado demais o ex. "Eu amei tanto esse homem. Eu me pergunto se estava cega. Meus amigos me dizem que não, que era de verdade e eu sei que era. Por isso dói tanto, mas tanto. Não foi uma traição simplesmente. Se apaixonar por outra pessoa acontece, conta, se separa e vá viver sua paixão. Por que não fizeram isso?", questiona. Mais A filha de Gilberto Gil, que aguarda por uma alta do Hospital Sírio-Libanês nos próximos dias, avisa que vai continuar expondo a traição do ex-marido sem nenhum tipo de filtro ou cuidado. "Não quero mais me calar, superar sozinha, vou falar sim, vou por para fora sim". Preta se separou de Godoy em abril deste anos após confirmar a traição dele com Ingrid Lima nas redes sociais. O casal ficou junto por oito anos.
2023-09-04 17:09:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/preta-gil-acusa-ex-marido-de-armacao-sordida-e-avisa-nao-quero-mais-me-calar.shtml
HBO Max começa gravações de novela 'Beleza Fatal' com Camila Queiroz e Giovanna Antonelli
Após mais de um ano adiada por conta da fusão entre Warner e Discovery, a novela "Beleza Fatal" começou a ser gravada nesta segunda-feira (4). Ainda sem uma data exata de estreia definida, a previsão é que a produção vá ao ar em 2024 na HBO Max.Nomes conhecidos do público e que já fizeram diversos trabalhos na Globo, como Camila Queiroz, Giovanna Antonelli, Vanessa Giácomo, Camila Pitanga, Murilo Rosa, Caio Blat, Marcelo Serrado e Herson Capri, estão no elenco.As primeiras cenas foram rodadas em São Paulo, mas existem gravações previstas para o Rio de Janeiro na semana que vem. A direção dos trabalhos é de Maria de Médicis, diretora de novelas ex-Globo. A parte técnica será tocada pela produtora Coração da Selva. Mais O roteiro de "Beleza Fatal" é assinado por Raphael Montes, o mesmo da série "Bom Dia, Verônica", da Netflix. A trama já está toda escrita. A supervisão de texto é de Silvio de Abreu, conhecido por clássicos da teledramaturgia como "Sassaricano" (1987), "Rainha da Sucata" (1990), "A Próxima Vítima" (1995) e "Torre de Babel" (1998)."Temos certeza que este é o começo de uma história de muito sucesso, e que o público vai se envolver e se emocionar com a trama. É um orgulho muito grande dar início à primeira novela original da Warner Bros. Discovery na América Latina", disse em comunicado Mônica Albuquerque, diretora de Gestão de Talentos e Desenvolvimento de Produções de Ficção da Warner Bros. Discovery.Em "Beleza Fatal", Giovanna Antonelli será a matriarca da família Paixão, que vai adotar Sofia, mocinha da história protagonizada por Camila Queiroz—atualmente no ar em "Amor Perfeito", novela das 18h da Globo. A personagem de Antonelli perde a filha jovem por causa de um erro médico cometido pela clínica comandada por Lola (Camila Pitanga), vilã da história.Já Sofia verá a mãe ser presa e morrer vítimas de injustiças e maldades cometidas por Lola (Pitanga). Após se unir à família Paixão, Sofia decide se vingar. Já adulta, a protagonista traça seu plano de vingança com a ajuda de sua mãe de coração, interpretada por Antonelli. Um amor de infância entra na história e faz com que ela reveja seus planos de fazer justiça qualquer custo.
2023-09-04 15:59:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/hbo-max-comeca-gravacoes-de-novela-beleza-fatal-com-camila-queiroz-e-giovanna-antonelli.shtml
Abin instala plano contra ameaças no 7/9 e se soma a Exército e PM no cerco a bolsonaristas
A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) vai atuar às vésperas e durante os eventos do 7 de Setembro deste ano para identificar eventuais ameaças que possam colocar em risco autoridades presentes no desfile e demais participantes.Para isso, a agência vai acionar uma central de monitoramento para reunir informações e também repassá-las para outros órgãos de segurança.A iniciativa se soma à preocupação de outros órgãos, como Exército e Polícia Militar, que ligaram o sinal de alerta para a movimentação de bolsonaristas —em particular após os ataques de 8 de janeiro. Apesar da mobilização, o governo Lula tem afirmado não ver riscos nas solenidades do Dia da Independência."No âmbito das celebrações relativas ao 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, a Abin atuará com foco na identificação de ameaças e incidentes que tenham potencial de impactar o livre exercício de direitos fundamentais e colocar em risco a segurança de autoridades e demais participantes dos eventos", informou a agência em nota.A agência acrescentou que será mobilizado o Centro de Monitoramento, em Brasília, nesta quarta (6) e quinta-feira (7), com o objetivo de "prover consciência situacional" acerca dos eventos acompanhados de Sistema Brasileiro de Inteligência, Governo do Distrito Federal e Presidência da República.A Abin concluiu ainda que as suas superintendências estaduais também vão acompanhar os eventos nas suas respectivas capitais e que repassarão informações relevantes para o centro de inteligência em Brasília.Autoridades do governo Lula vem buscando tratar a questão da segurança no Dia da Independência com naturalidade, minimizando o risco de eventuais ações similares à invasão da Esplanada no dia 8 de janeiro.Mas, nos bastidores, há preocupação em relação ao desfile cívico-militar. Por isso, autoridades começaram a monitorar nas redes a ação de militantes bolsonaristas. Há previsão de que a segurança seja reforçada como em outros grandes eventos, como a posse presidencial em janeiro.As medidas anunciadas pela Abin são implementadas sempre que ocorrem grandes eventos, como eleições e a própria posse presidencial. O Exército e a Secretaria da Segurança Pública do DF também têm monitorado a mobilização de bolsonaristas que planejam realizar protestos contra o presidente Lula. Mais A avaliação da inteligência dos militares é que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) têm se dividido entre dois grupos: um que apoia a ida ao desfile, em Brasília, para vaiar Lula e as Forças Armadas, e outro que considera mais adequado esvaziar o evento, como um recado de que o petista não tem apoio popular como tinha o antecessor.A análise até o fim de agosto era a de que o risco de tumulto era considerado baixo.O governo Lula vem apostando em uma cerimônia de 7 de Setembro para unir a população brasileira, amenizando o clima de polarização política. O slogan será democracia, soberania e união. As cores verde e amarela serão usadas como tentativa de mostrar que símbolos nacionais não foram capturadas pelo bolsonarismo.Como mostrou a Folha, abusos de Bolsonaro no 7/9 podem levá-lo a condenação eleitoral e reforçar processos sobre golpismo.Com quatro processos tramitando no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o 7 de Setembro de 2022 pode levar Bolsonaro a mais uma condenação na seara eleitoral. A chapa perdedora é acusada de abuso de poder político e econômico e ainda de uso indevido dos meios de comunicação.Em linhas gerais, o argumento é o de que Bolsonaro teria se aproveitado do ato em que participava como chefe de Estado, com uso de estrutura administrativa e de recursos públicos, em prol da campanha eleitoral.O feriado da Independência de 2021, por sua vez, se transmutou em ápice do discurso golpista e antidemocrático do ex-presidente.Na ocasião, Bolsonaro fez ameaças contra o STF (Supremo Tribunal Federal) diante de milhares de apoiadores em Brasília e São Paulo, exortou desobediência a decisões da Justiça e disse que só sairia morto da Presidência da República. Mais
2023-09-04 16:42:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/abin-instala-plano-contra-ameacas-no-79-e-se-soma-a-exercito-e-pm-no-cerco-a-bolsonaristas.shtml
Busca por brasileiro foragido nos EUA usa gravação da mãe pedindo que ele se renda
A busca pelo brasileiro Danilo Souza Cavalcante, 34, que fugiu de uma prisão na Pensilvânia (EUA) na semana passada, chegou ao quinto dia nesta segunda (4) em uma operação envolvendo centenas de agentes policiais, helicópteros, drones e cães. Ele foi condenado a pena perpétua por matar a facadas a ex-namorada, Deborah Evangelista Brandão, em abril de 2021.Uma mensagem em português gravada pela mãe do foragido, em que ela pede que ele se entregue, também está sendo reproduzida por helicópteros e carros, disse o tenente-coronel George Bivens, da Polícia Estadual da Pensilvânia, nesta segunda. Segundo as autoridades americanas, a mãe de Cavalcante está no Brasil."Ela fez [a gravação] em espanhol", disse Bivens, e em seguida se corrigiu: "Na verdade, em português". "Ela está sendo transmitida na tentativa de facilitar a sua rendição pacífica", afirmou tenente-coronel durante entrevista a jornalistas.Cavalcante é considerado extremamente perigoso e, caso ele não se renda, o uso de força letal foi autorizado. Há também uma recompensa de até US$ 10 mil em troca de informações sobre seu paradeiro."Ele está desesperado. Ele não quer ser pego. Ele tem muito pouco a perder neste momento", disse Bivens.A operação, que vinha sendo coordenada pela promotoria do condado de Chester, a cerca de 70 quilômetros da Filadélfia, está sendo agora liderada pela polícia estadual.Cavalcante foi avistado quatro vezes nos últimos dias na área de Pocopson, sendo a mais recente no último domingo, afirmou Bivens. As autoridades americanas acreditam que ele esteja se escondendo em uma área de aproximadamente 4 quilômetros quadrados.Há dois problemas principais para encontrá-lo. O primeiro é o terreno, uma área densamente florestada com muitas possibilidades de esconderijo. O policial que o viu no domingo, por exemplo, não conseguiu alcançá-lo por conta de obstáculos no caminho.O segundo problema é que muitos moradores da região estão viajando, em meio a um feriado prolongado nos EUA. Ao menos duas denúncias de arrombamento de casas estão sendo investigadas, afirma Bivens.A orientação da polícia é que moradores chequem se seus vizinhos estão em casa e, na ausência deles, avisem a polícia, para que agentes possam checar o terreno. Para quem está voltando para casa depois de uma viagem, a recomendação é avaliar se algo parece suspeito antes de entrar em casa."Sabemos que ele estará procurando uma maneira de sobreviver. Ele vai precisar de roupas. Ele vai precisar de comida. Está muito quente lá fora. Tenho certeza de que ele está procurando um abrigo melhor. Portanto, por muitas razões, estamos preocupados com onde ele pode se esconder", disse o tenente-coronel.Questionado se o fugitivo recebeu ou estaria recebendo ajuda, ele preferiu não responder.Escolas da região estão recebendo informações para definirem se suspenderam ou não as aulas nesta terça.Essa não é a primeira fuga da prisão do condado de Chester neste ano. A promotora Deborah Ryan confirmou nesta segunda que outro prisioneiro escapou em maio. Ela não deu mais detalhes sobre esse caso. Em relação ao brasileiro, uma investigação apura como ele conseguiu sair do local.Cavalcante foi preso em 19 de abril de 2021 na Virginia pelo assassinato da ex-namorada Deborah Brandão, então com 33 anos, um dia após o crime.De acordo com a promotoria, ela foi esfaqueada na frente da filha de 7 anos e do filho de 3 anos em Schuylkill, na Pensilvânia. No dia 22 de agosto, ele foi condenado à prisão perpétua por homicídio em primeiro grau.O brasileiro responde a outra ação penal por acusação de homicídio na Justiça brasileira desde 2017, por ter matado um homem com seis tiros de arma de fogo, em Figueirópolis (TO).O processo no Brasil, aberto em novembro de 2017, só foi retomado quando a Justiça brasileira soube da prisão nos EUA, em meados de 2021. Mas o caso segue sem desfecho até hoje. A ação penal está na Vara Especializada no Combate à Violência contra a Mulher e Crimes Dolosos contra a Vida, da Comarca de Gurupi (TO).Ele é réu em uma acusação de homicídio duplamente qualificado. Em 5 de novembro de 2017, Cavalcante teria dado seis tiros em Válter Júnior Moreira dos Reis, que morreu no local.De acordo com o Ministério Público, o crime ocorreu por motivo torpe, em razão de uma suposta dívida que a vítima tinha com o réu, referente ao conserto de um veículo.Depois do crime, ele fugiu e não foi mais visto pelas autoridades brasileiras. O defensor público Magnus Kelly Lourenço de Medeiros, designado para atuar no caso, disse à Folha nesta sexta (1º) que nunca conseguiu contato com Cavalcante após o crime de 2017.Segundo ele, embora o processo tenha sido retomado em 2021, as videoconferências que seriam realizadas com apoio do presídio nos EUA nunca aconteceram.
2023-09-04 15:35:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/busca-por-brasileiro-foragido-nos-eua-usa-gravacao-da-mae-pedindo-que-ele-se-renda.shtml
Após flagra em ato íntimo, Kanye West e esposa são banidos de passeio turístico na Itália
Kanye West e sua suposta esposa, Bianca Censori, foram banidos dos famosos passeios de barco em Veneza, na Itália, após terem sido flagrados em um ato íntimo a bordo de um deles. No vídeo feito por turistas, o rapper aparece de calças baixas, enquanto a designer se apoiava em seus joelhos.Segundo o Daily Mail Australia, A Venezia Turismo Motoscaf disse que os dois "não serão mais bem-vindos" a bordo de nenhum de seus navios.A empresa também afirmou que os funcionários não estavam cientes do que ocorria com Kanye e Bianca até a publicação das fotos na internet. "O motorista teve que prestar atenção no trânsito e não viu as obscenidades", disse o comunicado. Mais A Venezia Turismo Motoscafi disse que também havia uma "terceira pessoa no barco", que estava acompanhando o casal "bloqueou a visão do capitão" para o deque.Quando as imagens começaram a circular nas redes sociais, parte dos internautas se escandalizou com as cenas, fazendo pedidos de prisão e até de deportação das celebridades.
2023-09-04 15:24:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/apos-flagra-em-ato-intimo-kanye-west-e-esposa-sao-banidos-de-passeio-turistico-na-italia.shtml
Restaurantes com rodízio ganham nova cara e servem cookie, pastel e até fondue
O rodízio, quem diria, ganhou fôlego extra. Quando o conceito do "comer à vontade sem se levantar do lugar" parecia em franco declínio, uma nova geração de restaurantes, lanchonetes e bares resgatou o sistema de serviço —mas sem os exageros que já foram regra.Inaugurado há um ano em Pinheiros, o Steak Bife do chef Erick Jacquin adota o esquema nos almoços de segunda a sexta-feira. Custa R$ 95 por pessoa, só que as carnes ficam de fora. O cliente escolhe o corte à la carte, sem direito a repeteco, enquanto as panelinhas de guarnições circulam pelo salão.As receitas mudam todo dia —pode ter aligot, risoto, espinafre com molho branco, salpicão, farofa e arroz biro-biro— e o cliente repete quantas vezes quiser. "Os garçons servem uma guarnição de cada vez, porque colocar tudo na mesa gera desperdício. Não envolve apenas dinheiro, é questão de respeito pelos alimentos", diz Jacquin.Evitar exageros é também uma preocupação para Rafael Ilan, dono do wine bar Bocca Nera, na Vila Madalena, onde 15 rótulos de vinhos são servidos em rodízio. O preço varia de R$ 89,90 a R$ 109,90 por pessoa, dependendo do dia da semana.As doses são de apenas 50 ml e, para receber a próxima, o cliente deve chamar o garçom. O sistema só vigora de 18h30 a meia-noite –depois desse horário, cada dose de 150 ml passa a custar R$ 25."A intenção foi democratizar o consumo, e elogiam muito nosso preço, mas alguns clientes acham que precisam beber muito para valer a pena. Já me recusei a atender um grupo que chegou com a intenção de virar os vinhos de uma vez só", diz Ilan.Historicamente, os rodízios sempre foram associados ao exagero. A Churrascaria 477, em Jacupiranga, a 186 quilômetros da capital paulista, reivindica para si a invenção do sistema, que teria nascido do improviso. Há 60 anos, em um dia de movimento fora do usual, um dos garçons se atrapalhou tanto que o patrão resolveu servir todos os cortes a todos os clientes. Mais Não demorou para que a invenção fosse copiada, e não só por outras churrascarias. Nos anos 1970, a rede de pizzarias Grupo Sergio, fundada pelo empresário Sergio Ricardo Della Crocci, chegou a ter cinco unidades na capital paulista. Apesar dos salões enormes, faltava lugar.Fundador da editora Matrix, Paulo Tadeu, 59, foi freguês assíduo. "Era uma febre em São Paulo, sempre com filas quilométricas. Quando eu tinha 13 anos, apostei com amigos quem conseguiria comer mais. Fui recordista, com 21 pedaços."Esse espírito guloso resiste. Com unidades no Tatuapé e em Santana, a Cantagalo Burger oferece rodízio com 14 opções de mini-hambúrgueres e anuncia que é a única a preparar os lanches com 65 gramas de carne. Somou? Dá quase um quilo de carne por pessoa, fora os pães, os hambúrgueres doces e as entradas, incluindo uma torre de cheddar derretido. Pela extravagância, a rede cobra de R$ 55,90 a R$ 74,90 por pessoa.Nas redes sociais, a cultura do excesso gera engajamento e ajuda a popularizar rodízios de coxinhas, pastéis, cookies, fondues, donuts e pratos tex-mex."Influenciadores estilo ogro têm aumentado a demanda. Até marcas globais, como Pizza Hut, Outback e Burger King, já lançaram rodízios como campanhas pontuais. É uma ótima estratégia para chamar público em horários ociosos", diz Leo Texeira, sócio da consultoria NaMesa.Mas essa não é a regra. Para o português Alex Pinheiro, dono do restaurante Axado, o rodízio tem sua delicadeza e pode funcionar como um menu-degustação."Usamos a expressão rodízio por ser uma invenção brasileira –e perfeita", afirma Pinheiro, que serve 13 miniporções de pratos portugueses, mais um trio de sobremesas, a R$ 150 por pessoa. "Cerca de 70% do público opta pelo rodízio. O cliente fica pelo menos duas horas à mesa e pode repetir à vontade, mas poucos repetem", ele diz. Mais Oferecer diversidade é também a intenção dos irmãos Gabriel e Nicholas Fullen, sócios do Oguru Sushi Bar. Nos três endereços da capital, o cliente paga R$ 179 para dar cabo de sushis, sashimis, temakis, carpaccios e pratos quentes à vontade. Receitas mais elaboradas, como o djo de codorna, devem ser pedidos ao garçom, mas também estão incluídos no preço."Cerca de 90% vão no rodízio. É um bom ponto de partida para quem está descobrindo a cozinha japonesa e ainda não entende os cardápios. Dá para experimentar de tudo, sem desconforto."O sistema tem funcionado até nos almoços executivos. No Oguru, há duas versões mais enxutas, a R$ 109 e R$ 129 por pessoa, que só vigoram no almoço de segunda a sexta.Nas duas unidades do restaurante árabe Baruk, dos irmãos Denise e Gustavo Batistel, o rodízio também é a estrela do almoço. Por R$ 83,90, preço que vigora de segunda a sexta-feira (nos outros horários, são cobrados R$ 93,90), o cliente come esfirras, quibes, pastas com pão sírio, michuis (espetinhos), charutos, caftas e arroz com lentilha."Orientamos o garçom a ficar um tempinho com o cliente, para entender do que ele gosta, e aguardar um pouco entre uma etapa e outra, para evitarmos desperdício. Mas, no almoço executivo, as pessoas têm pouco tempo e costumam pedir tudo junto", diz Denise.Na opinião de Gilson Bueno, presidente do grupo NB Steak, a modernização do rodízio é o que tem garantido sua sobrevivência. Fundada em 2013, a rede inaugurou a nona unidade no dia 30 de agosto, no Jardim Paulista.Nos salões, não há bufê de antepastos, um clássico das antigas churrascarias de rodízio. Oito variedades de saladas saem empratadas da cozinha e, dos 12 cortes de carnes, só dois circulam no espeto —picanha e vazio. Os demais são servidos em tábuas, a pedido do cliente, que paga R$ 220 pela sequência e pode repetir quantas vezes quiser."Deixamos as pessoas mais à vontade, sem aquele incômodo do garçom oferecer tudo o tempo todo, tanto que abolimos os sinais verde e vermelho", diz Bueno. "Dessa forma, unimos o melhor dos dois mundos."
2023-09-04 14:21:00
comida
Comida
https://www1.folha.uol.com.br/comida/2023/09/restaurantes-com-rodizio-ganham-nova-cara-e-servem-cookie-pastel-e-ate-fondue.shtml
'Ser pobre também não é pecado', diz Gleisi, em crítica a artigo de empresário sobre super-ricos
No último domingo (3) o empresário João Camargo, presidente da CNN Brasil e do Esfera —empresa que reúne e propõe debate entre empresários e políticos— publicou um artigo na Folha criticando a taxação de super-ricos. Intitulado "Ser rico não é pecado", o texto caiu mal na internet e foi criticado por políticos do PT, intelectuais e influenciadores nas redes sociais.Segundo Camargo, além de causar evasão de fortunas e investimentos do país, os impostos sobre a riqueza líquida diminuem a arrecadação do governo. O empresário cita exemplos de países europeus e a vizinha Argentina.Em reação ao artigo, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, diz que os super-ricos e "seus porta-vozes" são insensíveis ao debate sobre a desigualdade social e econômica no Brasil."Ser pobre também não é pecado nem tão pouco sinônimo de insucesso, mas sim resultado de diferenças econômicas abissais em nossa sociedade, da falta de oportunidades, decorrente de um modelo concentrador de renda e da insensibilidade da elite rica e ensimesmada", publicou Hoffmann em seu perfil de uma rede social.O artigo de Camargo usou como gancho uma medida provisória assinada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na semana passada prevendo a tributação dos fundos exclusivos, conhecidos como fundos dos super-ricos, e também um projeto de lei sobre a taxação de fundos offshore (que estão fora do Brasil, mas são administrados do país)."Qual é a contribuição para o Brasil dessa turma que tira dinheiro daqui para colocar em paraísos fiscais? Investem no quê? Já não estão com o dinheiro no Brasil", questiona Hoffmann."E esses fundos exclusivos, de um só dono, que têm de ter no mínimo R$ 10 milhões, contribuem no que para a riqueza do país, a não ser do seu próprio dono?", completa.O deputado federal petista Lindbergh Farias também criticou o artigo nas redes sociais. "Todo mundo paga imposto, mas os super-ricos que têm empresas em paraíso fiscal e aplicações milionárias não querem pagar nada", publicou."Essa turma, além de não pagar impostos, também não gera empregos. É dinheiro que fica rendendo sem gerar nada para o país. É uma elite com cabeça escravocrata", continua.O professor de economia na Unifesp e colunista da Folha André Roncaglia foi outro a questionar o conteúdo do texto. Segundo ele, a falta de tributação dos super-ricos eleva a carga tributária de toda a população para que a deles seja reduzida.O colunista de economia do UOL, José Paulo Kupfer, por sua vez, argumentou que o artigo de Camargo faz confusão entre taxação de fortunas e o imposto sobre rendimentos de investimentos —que é o que está de fato em jogo na MP e no projeto de lei enviados na semana passada pelo governo federal ao Congresso.Kupfer também diz que o texto faz ligação "propositada" entre empreendedores, que geram riquezas, e os herdeiros.Já alguns nomes do mercado financeiro defenderam nas redes sociais o debate que o artigo propõe sobre a taxação de fortunas.O analista financeiro Rafael Zattar, por exemplo, reproduziu o artigo com o comentário "Taxar os ricos gera queda de arrecadação? Como assim? Artigo que provoca uma boa reflexão".Procurada, a assessoria de João Camargo disse que não se manifestaria sobre o artigo e que as opiniões do empresário já estão expressas no texto.
2023-09-04 14:53:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/ser-pobre-tambem-nao-e-pecado-diz-gleisi-em-critica-a-artigo-de-empresario-sobre-super-ricos.shtml
Salvador registra tiroteios e sequestros com sete reféns em área central da cidade
A cidade de Salvador registrou na manhã desta segunda-feira (4) tiroteios em áreas centrais, famílias mantidas em cárcere privado por bandidos em meio a uma perseguição policial, suspensão de aulas e ameaças de uma facção criminosa em redes sociais em meio a um clima de terror.O epicentro do conflito foi a região dos bairros Alto das Pombas e Calabar, comunidades encravadas em meio a uma região central da cidade, próxima de bairros ricos como Barra, Ondina e Graça.A região é disputada pelas facções criminosas Comando Vermelho e Bonde do Maluco, que entraram em confronto ainda na madrugada. Um tiroteio foi registrado pela manhã próximo ao cemitério Campo Santo, um dos maiores da cidade, que fica em uma das entradas do Alto das Pombas.Desde o início da manhã, começaram a circular vídeos em redes sociais com cenas de criminosos percorrendo as vielas dos bairros com armas de alto calibre. Também circularam mensagens com ameaças aos moradores.Em meio ao confronto com a polícia nas proximidades do Campo Santo, bandidos invadiram duas casas e fizeram sete pessoas, incluindo crianças, reféns.No primeiro imóvel, um criminoso rendeu cinco pessoas e chegou a transmitir o sequestro em uma rede social. No segunda casa, dois suspeitos mantiveram dois moradores em cativeiro.Equipes do Bope (Batalhão de Operações Policias Especiais) negociaram com os sequestradores. Três homens se renderam e foram presos. Os moradores foram libertados ilesos.Em varreduras realizadas na tarde desta segunda-feira, a polícia apreendeu cinco fuzis, cinco pistolas, três granadas, munições e drogas.No início da tarde, houve novo confronto com criminosos no Alto das Pombas. A polícia afirma que as guarnições foram recebidas com tiros e granadas. Cinco suspeitos ficaram feridos, foram levados para o Hospital Geral do Estado, mas morreram.A Polícia Militar informou que intensificou o policiamento em toda a área do Calabar e Alto das Pombas, com o apoio das tropas especializadas.Em entrevista à imprensa na manhã desta segunda-feira, o secretário estadual de Segurança Pública, Marcelo Werner, afirmou que a polícia não abrirá mão do enfrentamento aos grupos criminosos, que possuem alto poder bélico e atuam em uma tentativa de intimidar a população."A gente tranquiliza [a população], a gente sabe o que está enfrentando. Estamos engajados diuturnamente no reforço do policiamento e no combate a facções criminosas e aos crimes violentos", afirmou o secretário.Com o clima de insegurança, diversos cursos da Ufba (Universidade Federal da Bahia), cujo principal campus fica no bairro de Ondina, decidiram suspender as aulas e liberar os alunos na manhã desta segunda.Em nota, a reitoria recomendou a suspensão das aulas e atividades administrativas nos campi de Ondina, Canela, São Lázaro e Federação e informou que entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública, solicitando reforço de policiamento no entorno de todos os campi da Universidade.A Ufba não confirmou se há previsão de suspensão das atividades para a terça (5). "Cheguei na faculdade sem saber o que estava acontecendo. Desci do ônibus, escutei os barulhos das viaturas e percebi o clima deserto", relata Matheus Caldas, 21, estudante de engenharia mecânica no campus Federação.Um aluno de psicologia, que não quis se identificar, relata clima de terror quando chegou à unidade. Em grupos de mensagens de estudantes, o medo se perpetuou dentre os estudantes. "Gente, quem tem aula em Ondina de tarde, pelo amor de Deus, nem invente de ir. Está arriscado para todo mundo", diz uma mensagem.Na rede municipal, 1.042 estudantes do ensino básico e fundamental ficaram sem aulas. Em nota, a Secretaria Municipal de Educação de Salvador informou que, devido à sensação de insegurança no Alto das Pombas e entorno, "as escolas municipais Conjunto Assistencial Nossa Senhora de Fátima, Casa da Amizade, professor Antônio Carlos Onofre e os Centros Municipais de Educação Infantil Tertuliano de Góis e Calabar tiveram as atividades suspensas nesta segunda".A Bahia enfrenta um de seus momentos mais graves na gestão da segurança, com o acirramento da guerra entre facções, chacinas e escalada da letalidade policial, com epicentro nas periferias das cidades, cujas famílias vivenciam a morte diária de uma legião de jovens negros e pobres.Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam a Bahia como o estado com maior número absoluto de mortes violentas do Brasil desde 2019. Em 2022, o estado conseguiu reduzir em 5,9% o número de ocorrências, fechando o ano com 6.659 assassinatos. Mais
2023-09-04 15:15:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/salvador-registra-tiroteios-e-sequestros-com-sete-refens-em-area-central-da-cidade.shtml
More Educated Brazilians See Income Collapse and Move into Informality
The last ten years have been tragic in terms of income and job quality for Brazilians who made an effort to acquire further education, finish high school, or get into college. Among workers, they are the ones who have lost the most.Young people and adults who studied for 12 to 16 years (or more) had a more pronounced loss of income than those with less schooling. There was also an abrupt increase in informality among them, which also affected people who studied for 9 to 11 years.The conclusion is a survey by the Brazilian Institute of Economics of the Getulio Vargas Foundation (Ibre-FGV) based on data from the IBGE (Brazilian Institute of Geography and Statistics), from the Continuous National Household Sample Survey (PnadC).The results reveal an economy that predominantly creates low-quality and low-productivity jobs. This pushes the most educated into jobs that pay less and are increasingly informal —compromising the country's potential growth.Translated by Cassy DiasRead the article in the original language
2023-09-04 13:50:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/business/2023/09/more-educated-brazilians-see-income-collapse-and-move-into-informality.shtml
SBT cancela gravações do The Noite com Danilo Gentili após Mingau ser baleado na cabeça
O SBT cancelou gravações previstas para esta segunda-feira (4) e terça (5) do programa The Noite com Danilo Gentili, talk-show que vai ao ar nos fins de noite da emissora, após o baixista Rinaldo Oliveira Amaral, o Mingau do Ultraje a Rigor, ser baleado na cabeça. A banda faz parte do elenco da atração diária.Durante esta segunda-feira, a equipe do programa se reuniu para definir como será o planejamento para os próximos dias. Gentili e o vocalista da banda, Roger Rocha Moreira, estiveram no SBT nesta segunda-feira e gravaram apenas o início da edição que vai ao ar nesta noite para falar da situação e agradecer a ajuda que receberam."A gente aqui é tudo amigo. Esse assunto mexe com todos, então, hoje, não teríamos condições de gravar um programa que tem como intuito ser divertido e buscar o riso de todos. Eu não estou com o clima para fazer isso, o Roger não está e ninguém aqui está", explica o apresentador."Por isso, optamos hoje e nos próximos dias fazer um leve recesso em novas gravações do The Noite. Porém, vamos transmitir essa semana entrevistas que foram gravadas na semana passada, inclusive com a participação do Mingau", completa ele.Entrevistas previstas para serem feitas nesta segunda e terça foram suspensas, bem como reportagens externas envolvendo os humoristas Murilo Couto e Juliana Oliveira. Existe frente de gravações de entrevistas para serem exibidas no lugar. Conforme comunicado do SBT, a atração exibirá uma conversa de Gentili com brasileiros que estão revolucionando o mercado dos games nesta segunda. O apresentador recebe Fernanda & Tiani, do Studio Pixel Punk, Rafael Bastos, do Estúdio Dumativa, Guilherme Marcondes, da GAM Estúdio, Daniel Romanenco da PixelHive e Saulo Camariotti, da Behold Studios. Mais Mingau é definido nos bastidores da TV de Silvio Santos como uma pessoa muito querida por todos, gentil e engraçado. O SBT e a equipe do programa estão auxiliando a família de Mingau psicologicamente. Uma homenagem para ele na atração será discutida.Segundo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha, o músico foi submetido a uma cirurgia intracraniana de emergência no Hospital São Luiz do Itaim, da Rede D’Or, na tarde de domingo (3). Neste momento, ele se encontra sedado e intubado, sob os cuidados do neurocirurgião Manoel Jacobsen Teixeira.Em comunicado do SBT, Roger afirma que esteve presente no hospital e que está esperançoso na recuperação do amigo e companheiro de décadas. "Falei com ele sedado, mas vi a resposta dele. Ele começou a respirar mais rápido, parecia querer responder: ‘Estou bem, vou ficar bem’. Estou muito confiante de que ele vai sair dessa. Nós estamos com bastante esperança", conta.Mingau foi atingido por um tiro no sábado (2), enquanto passava pelo bairro Ilha das Cobras, na cidade de Paraty, litoral do Rio de Janeiro. O acidente ocorreu na véspera do aniversário do músico, que completou 56 anos no domingo. Existe suspeita de ataque por engano por traficantes da área. Três homens já foram presos.O baixista chegou a ser atendido pelo Hospital Municipal Hugo Miranda, de Paraty, mas o local não tinha estrutura adequada para o atendimento de que precisava. No dia seguinte, o baixista foi transferido de helicóptero para a capital paulista. Mingau está em estado grave.
2023-09-04 12:57:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/sbt-cancela-gravacoes-do-the-noite-com-danilo-gentili-apos-mingau-ser-baleado-na-cabeca.shtml
Rafael Colombo é contratado pelo Flow Podcast, duas semanas após ser demitido da CNN Brasil
O Flow Podcast está com um funcionário novo. O programa anunciou a contratação de Rafael Colombo para uma apresentação diária no quadro Flow News, que vai ao ar a partir das 18h30 de segunda a sexta-feira.Até agosto deste ano, o jornalista era apresentador na CNN Brasil, onde estava desde maio de 2020, dois meses após o canal entrar no ar na TV por assinatura. Nesse período, ele também foi âncora do CNN Novo Dia."Já sei, vocês devem estar se perguntando o que é que eu estou fazendo por aqui, não é? Pois bem, eu conto. Eu sou Rafael Colombo e a partir de agora, o Flow News é comigo", disse ele em um vídeo de divulgação. Mais A demissão de Colombo do canal se deu após a rede promover grandes mudanças em sua programação, na tentativa de recuperar audiência frente a GloboNews e Jovem Pan. Junto com ele, nomes como Janaína Paschoal e Marco Antônio Villa também deixaram a CNN.
2023-09-04 12:57:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/rafael-colombo-e-contratado-pelo-flow-podcast-duas-semanas-apos-ser-demitido-da-cnn-brasil.shtml
'The Economy Is Based on The Natural World, and Cannot Survive without It', Says Indian Environmentalist
"The economy is based on the natural world, so if there is no water, soil, wood, or animals, where will the economy come from?", asks Indian environmentalist and pacifist Satish Kumar, 87, founder of Schumacher College, a renowned college based in the UK."The economy is a means to an end, and the end is human well-being and planetary well-being. But we don't have that", says the educator, for whom the economy practiced in today's world has distanced itself so much from its original meaning (eco, from the Greek "oikos", means home or place of residence, and "oikonomia" is its administration) that should be called "moneynomy".Critical of the means of mass production, Satish named his school after his friend and British economist, born in Germany, E.F. Schumacher (1911-1977), author of the book "Small is Beautiful" and for whom economics is a subfield of ecology. Schumacher's ideas inspired movements such as "fair trade" and "buy local", encouraging the purchase of local products.After welcoming more than 500 Brazilians to its campus in southwest England, in 2014 a Schumacher College unit was opened in Brazil.Satish says that humanity today lives an imaginary separation between human beings and nature. According to him, the lack of understanding of this interdependence is at the root of the current climate crisis.Translated by Cassy DiasRead the article in the original language
2023-09-04 13:59:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/scienceandhealth/2023/09/the-economy-is-based-on-the-natural-world-and-cannot-survive-without-it-says-indian-environmentalist.shtml
Putin quer exercício militar com Coreia do Norte e China contra os EUA
Em meio a uma aproximação que pode envolver um encontro entre o ditador Kim Jong-un e o presidente Vladimir Putin, a Rússia afirmou nesta segunda (4) estar estudando exercícios militares inéditos com a Coreia do Norte, aliada do Kremlin e da China, que poderá participar das manobras que farão frente à crescente assertividade bélica dos Estados Unidos na região.A afirmação foi feita pelo ministro Serguei Choigu (Defesa) à agência estatal Tass. Ressaltando que falava em caráter pessoal, o embaixador russo em Pyongyang, Alexander Matsegora, afirmou que "a necessidade de alguma resposta conjunta parece apropriada", à luz dos "constantes exercícios conduzidos pelos EUA e seus aliados" Coreia do Sul e Japão.Nos últimos meses, a cooperação militar entre Moscou e Pyongyang aprofundou-se, gerando críticas dos EUA. Também nesta segunda, o jornal americano The New York Times afirmou que Kim deve encontrar-se com Putin para discutir o assunto em Vladivostok ou Moscou, ainda neste mês. Não houve manifestação do Kremlin.Para a Casa Branca, a visita que Choigu fez ao país de Kim Jong-un para celebrar os 70 anos do armistício da guerra que dividiu a península coreana prova que os norte-coreanos estão prontos para ajudar Putin em seu esforço de guerra na Ucrânia. Pyongyang tem amplos estoques e capacidade produtiva de munição para artilharia, vital para a as operações russas, com a vantagem da comunalidade dos padrões bélicos empregados pelos dois países.É uma via de duas mãos, com os russos podendo auxiliar os norte-coreanos em seu ambicioso programa de mísseis balísticos para uso convencional e nuclear. Analistas apontam indícios de que Moscou forneceu motores para um modelo capaz de atingir os EUA testado em 2017, embora nenhum dos lados confirme isso.A aproximação entre os países ocorre em meio ao momento de maior tensão na península nos últimos anos. Após Kim acelerar seus testes com mísseis balísticos, assustando particularmente o Japão, o governo de Joe Biden respondeu de forma diferente da usual: em vez de abrir negociações, escalou o enfrentamento militar. Mais Assim, os EUA criaram com Seul um grupo de trabalho para o caso de guerra nuclear e enviaram pela primeira vez desde 1981 um submarino equipado com ogivas atômicas para o Sul. Biden, que já havia promovido o renascido militarismo de Tóquio, realizou uma cúpula inédita com os líderes japonês e sul-coreano no mês passado.De lá para cá, aumentaram o número de manobras militares com os parceiros, como junto à costa da ilha sul-coreana de Jeju semana passada, ao mesmo tempo em que fazia um grande exercício com Seul, inclusive simulando ataques com bombardeiros estratégicos B-1B.Isso levou Pyongyang a protestar e a realizar duas simulações de ataque nuclear tático contra os sul-coreanos, com lançamento de mísseis reais desarmados. Agora é a vez de a crise se ampliar no escopo da Guerra Fria 2.0 entre Pequim e Washington, com os lados bem definidos.A influência do conflito na Ucrânia já havia se refletido na região do Indo-Pacífico, com o grupo Quad (EUA, Japão, Índia e Austrália) admoestando Xi Jinping a não se animar a fazer o mesmo contra Taiwan, apesar das diferenças históricas entre a ilha autônoma e o país independente europeu.Xi segue como o maior apoiador de Putin, e tem estreitado laços militares com patrulhas conjuntas e exercícios. No ano passado, como é usual, a China participou da maior manobra anual russa, que sempre ocorre em setembro em uma das principais regiões militares russas —no caso, o jogo de guerra Vostok (Oriente).Neste ano, seria a vez, pela rotação, do exercício Zapad (Ocidente), que ocorreu pela última vez em 2021 e envolve forças russas e da Belarus. Com 200 mil militares, aquela manobra foi vista como um ensaio para a invasão subsequente da Ucrânia.Mas Choigu afirmou à Tass que a guerra impede sua realização, de forma jocosa. "Não, este ano nós estamos fazendo exercícios na Ucrânia", afirmou.Além de necessitar de homens e equipamento, uma manobra no momento em que a Belarus, aliada de Moscou e seu títere militar, se estranha com os vizinhos da Otan [aliança militar ocidental] na Polônia e nos Estados bálticos poderia gerar atritos potenciais perigosos. Mais Ainda assim, eles seguem, com manobras frequentes da Rússia na região de Kaliningrado, exclave ensanduichado entre Polônia e Lituânia. No próximo sábado (9), a Otan fará, por sua vez, o primeiro exercício visando deter um ataque russo com forças navais no mar Báltico.
2023-09-04 13:08:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/putin-quer-exercicio-militar-com-coreia-do-norte-e-china-contra-os-eua.shtml
General assume Gabão após golpe e fala em 'eleições livres' sem fixar data
Um general que comandou o golpe de Estado no Gabão tomou posse nesta segunda (4) como líder do país. Em recado à comunidade internacional, o novo dirigente, Brice Oligui Nguema, que se autodenomina presidente interino, prometeu devolver o poder aos civis em "eleições livres e transparentes", mas não estabeleceu uma data.Nguema esteve à frente do movimento que derrubou na semana passada Ali Bongo, então líder do Gabão. O golpe ocorreu horas após a divulgação dos resultados das eleições gerais que declararam Bongo vencedor —ele deveria assumir um terceiro mandato, mas foi destituído e colocado em prisão domiciliar.Os militares que tomaram o poder alegam, sem apresentar provas, que o pleito foi fraudado. Em discurso na TV, Nguema disse nesta segunda-feira que o golpe foi um movimento de "libertação nacional" e uma "manifestação da vontade de Deus". "Quando o povo é esmagado pelos seus líderes, o Exército lhes devolve a dignidade", disse o líder golpista, interrompido várias vezes por apoiadores que o aplaudiam.O general propôs então realizar um referendo sobre uma reforma constitucional. Sem entrar em detalhes, defendeu novos códigos eleitorais e penais. Também prometeu que os presos políticos seriam libertados, e os exilados, repatriados.Apesar do tom conciliatório do novo líder, Bongo continua preso. Ele foi eleito pela primeira vez em 2009 e deu continuidade à administração de seu pai, que se manteve no poder por 42 anos no país. Após o golpe, Bongo rejeitou as acusações de irregularidades na eleição e pediu que a população "faça barulho".Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Numa tentativa de tranquilizar credores e investidores, Nguema disse que sua administração vai adotar medidas para garantir o "respeito pelos compromissos" nacionais. Ele voltou a pedir tranquilidade à população, além da continuidade do funcionamento dos serviços públicos.O general disse ainda que sua administração organizaria eleições livres e justas, embora sem estabelecer uma data para a votação. "Após a transição, pretendemos devolver o poder aos civis, organizando novas eleições livres, transparentes, credíveis e pacíficas", disse Nguema.Críticos dos militares, porém, manifestam ceticismo. O golpe no Gabão foi o oitavo na África Ocidental e na Central em apenas três anos, em ações que evidenciam a derrocada democrática na região.Em represália, a União Africana suspendeu o país, cortando-o das atividades e instituições do bloco até que a ordem constitucional seja restabelecida. Líderes da Comunidade Econômica dos Estados da África Central (Ceeac) também se reuniram nesta segunda-feira e decidiram pela suspensão gabonesa. Mais "Todas as ameaças à paz, à segurança e à estabilidade de qualquer membro da Ceeac têm repercussões para todos os Estados-membros do grupo", escreveu Teodoro Obiang Nguema, o líder da Guiné Equatorial, país que sediou o encontro, em comunicado.Obiang agora tece os comentários críticos à escalada autoritária no Gabão, mas é ele próprio líder de um regime autoritário e caminha para completar 50 anos no poder.O Gabão é um país de peso para a Ceeac, e sua saída —ainda que, possivelmente, temporária— mexe na estrutura da organização. A sede do grupo estava estabelecida em Libreville, capital gabonesa, desde 1983, ano em que o grupo foi fundado. Agora, a sede está sendo transferida para Malabo, capital da Guiné Equatorial, cujo regime parece se aproveitar da instabilidade política no Gabão para ganhar envergadura política entre os parceiros da África Central.O principal grupo opositor na política gabonesa, o Alternance 2023 (alternância 2023), que reivindica vitória nas eleições de 26 de agosto, pediu à comunidade internacional que pressione a junta militar a devolver o controle do país aos civis. Membros da aliança tiveram um encontro com Obiang também nesta segunda-feira, de acordo com relatos da agência de notícias Reuters.O general Nguema disse ter ficado surpreso com as críticas feitas pela comunidade internacional. Segundo ele, os militares agiram para evitar o "derramamento de sangue" no Gabão, afundado numa "grave crise institucional, política, econômica e social".O relatório mais recente do instituto sueco V-Dem, referência na análise de regimes políticos, descreve o país como uma autocracia eleitoral, com eleições multipartidárias, mas sem outros pilares democráticos.A tomada de poder encerrou quase seis décadas de controle da família de Bongo, que liderou o país desde 1967. Opositores acusam o clã de corrupção e de cercear a riqueza vinda do setor do petróleo e gás.Além do cancelamento do pleito, os militares anunciaram o fechamento das fronteiras do Gabão e a dissolução de instituições estatais, incluindo o Senado e a Assembleia Nacional. O grupo diz representar todas as forças de segurança e de Defesa do país africano.Ainda nesta segunda-feira, os militares anunciaram o restabelecimento do acesso à internet e das transmissões de três grandes meios de comunicação que haviam sido suspensas. O toque de recolher noturno e o fechamento das fronteiras, porém, permanecem.
2023-09-04 11:58:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/general-assume-gabao-apos-golpe-e-fala-em-eleicoes-livres-sem-fixar-data.shtml
Porteiro que presenciou agressão a Victor Meyniel é autuado por omissão de socorro
A agressão sofrida pelo ator Victor Meyniel no último final de semana, no Rio de Janeiro, continua a ser investigada pela polícia do estado. O porteiro que presenciou a cena foi autuado por omissão de socorro, já que a gravação mostra que ele nada fez para socorrer o artista ou interromper a violência.Gilmar José Agostini é funcionário do residencial onde ocorreu a agressão, em Copacabana. O ator foi agredido com socos e chutes por Yuri de Moura Alexandre, que se apresentou como médico, na manhã de sábado (2).O ator disse que eles se conheceram em uma boate na região mas que, quando ficaram sozinhos no apartamento de Yuri, seu comportamento mudou. Em nota enviada ao F5, a polícia afirma que o agressor foi preso em flagrante quando retornava da academia e autuado pelos crimes de lesão corporal, injúria por preconceito e falsidade ideológica. Mais As autoridades ainda disseram o caso foi encaminhado para a Justiça, com pedido de conversão do auto de prisão em flagrante para prisão preventiva.Na manhã desta segunda-feira (4), Victor disse que se recupera física e mentalmente e agradeceu as mensagens de apoio que recebeu. "Ontem foi dia de um novo ciclo para mim e aproveitei para me cercar de pessoas queridas e muito amor. Não somos um só."O ator já atuou nos filmes "A última Festa" (2023), ao lado de Marina Moschen e Victor Lamoglia, e "Um Natal Cheio de Graça" (Netlix), com Sérgio Malheiros e Gkay.
2023-09-04 12:19:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/porteiro-que-presenciou-agressao-a-victor-meyniel-e-autuado-por-omissao-de-socorro.shtml
Bicicleta usada por palhaço da cracolândia segue em depósito um ano após apreensão
As quintas-feiras na cracolândia, no centro de São Paulo são marcadas por um show de talentos com a presença de palhaços, jurados e psicólogos, um alívio na rotina dolorosa dos dependentes químicos. Um ano atrás, no entanto, a festa com propósito de redução de danos sofreu um golpe: a apreensão de uma bicicleta equipada com caixa de som.O objeto, apreendido durante uma ação da Polícia Civil no dia 1° de setembro de 2022, nunca foi devolvido. A justificativa dada para o confisco foi perturbação do trabalho ou sossego alheio.Junto a um microfone, a caixa de som servia, àquela altura, para dar voz a quem dificilmente consegue a expor. Entretanto, a realização do evento na rua Helvétia, antigo reduto do fluxo de usuários de drogas, incomodou moradores, que passaram a denunciar a cantoria para os órgãos públicos."A bicicleta era o nosso instrumento para realizar a atividade. Sem a bicicleta não tinha como acontecer. Foi uma estratégia de tentar silenciar a nossa voz e o nosso trabalho por parte da Operação Caronte", diz o psiquiatra e palhaço Flavio Falcone, um dos idealizadores do projeto Teto, Trampo e Tratamento, que atua na cracolândia."Essa atividade é um tipo de show de talentos, em que os jurados são eles mesmos. Eles ganham um cachê de R$ 10 para fazer essa função. Isso é uma estratégia de redução de danos, inclusive, porque nessas duas horas e meia de atividade eles não consomem crack. A gente também oferece água, outra medida de redução de danos", disse o médico. Mais Falcone afirmou ter tentado de todas as maneiras o resgate do veículo, que pertence à Cia. Mungunzá de Teatro, mas sem sucesso."A bicicleta é a condição primordial para o trabalho acontecer. Na semana seguinte, a gente teve que comprar uma nova caixa e construir um novo equipamento, agora em um carrinho de supermercado", diz. Segundo Falcone, ao todo foram gastos cerca de R$ 3.000 no novo aparelho.Enquanto isso, o processo anda a passos lentos, e foi cogitada até a possibilidade de destruir o veículo. Em março, a promotora Fernanda Riviera Czimmermann se manifestou contra a medida, tendo em vista a possibilidade de que seja restituída aos proprietários legítimos.A Justiça tem cobrado a Polícia Civil sobre a conclusão das diligências, uma vez que o prazo expirou.Em nota, a Polícia Civil afirma que o inquérito da investigação de perturbação do trabalho ou do sossego alheio e recusa à autoridade foi relatado à Justiça em fevereiro, sendo reclassificado pelo Ministério Público como crime ambiental. Novas diligências foram solicitadas e estão em andamento.O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), por sua vez, disse que nesta fase do inquérito policial os autos tramitam sob sigilo.A Operação Caronte foi realizada até a dezembro do ano passado, antes da troca de governo. A ação foi marcada pela dispersão dos usuários de drogas da praça Princesa Isabel e mais de uma centena de traficantes presos, além da apreensão de cachimbos e do fichamento de dependentes químicos por uso de drogas em via pública.Na manhã daquela quinta-feira a Polícia Civil anunciou que prenderia uma liderança do tráfico de drogas no fluxo da rua Helvétia, o que levou a reportagem da Folha até o local.Os policiais chegaram ao local por volta das 14h30. Diferentemente de ações anteriores até então, um grande tumulto aconteceu, com disparo de bombas e balas de borracha.Após a correria, foi possível notar que uma pessoa havia sido baleada —a psicóloga Ludmila Frateschi, 43, uma das integrantes das atividades coordenadas por Flavio Falcone, atingida no braço.Em nota, a Polícia Civil afirmou que um exame de corpo de delito foi realizado e classificou que Frateschi havia sofrido lesão de natureza leve. Ela decidiu não entrar com representação criminal.Falcone, Frateschi, uma palhaça, um fotógrafo e outros integrantes do evento foram encaminhados para a delegacia, onde permaneceram por cerca de quatro horas. O inquérito que os investiga está atrelado ao da bicicleta apreendida, ainda sem uma definição.A história do veículo com caixa de som teve início em 2021, quando foi adquirido pela companhia de teatro ao custo de aproximadamente R$ 30 mil, valor financiado via Fundo Internacional de Ajuda para Organizações de Cultura e Educação, do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, do Goethe-Institut e de outros parceiros, explicou o artista Marcos Felipe, da Mungunzá.A intenção era ter uma ferramenta de comunicação mais direta com a população do território da Luz e da Santa Ifigênia, além de divulgar ações socioculturais do Teatro de Contêiner, localizado na rua dos Gusmões."A ausência da bicicleta tem afetado significativamente nossas ações socioculturais no centro de São Paulo. Ela era utilizada, por exemplo, para organizar a fila nas entregas de refeições ou para pequenos eventos artísticos, tipos slams", acrescentou Felipe.
2023-09-04 12:20:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/bicicleta-usada-por-palhaco-da-cracolandia-segue-em-deposito-um-ano-apos-apreensao.shtml
Acusado de violência doméstica, Antony é investigado pela polícia
O atacante Antony, 23, do Manchester United, está sendo investigado pela Polícia Civil de São Paulo. Ele é acusado de violência doméstica por sua ex-namorada, a DJ e influencer Gabriela Cavallin, também de 23 anos.A reportagem teve acesso a fotos, vídeos, conversas e depoimentos de testemunhas que acompanham o inquérito.Com os documentos, a reportagem entrou em contato com a DJ, que deu sua versão sobre os dois anos em que conviveu com o jogador.Na última sexta-feira (1º), ela apresentou uma segunda denúncia contra Antony, desta vez à polícia de Manchester, na Inglaterra.Um dos vídeos do inquérito mostra uma lesão que expôs os ossos dos dedos da mão de Gabriela, no que teria sido a última agressão do atleta.Procurado pela reportagem, Antony preferiu não se pronunciar sobre as acusações. A assessoria do jogador disse que o caso está em segredo de Justiça e será julgado por via oficial.No Instagram, porém, o jogador negou as acusações. "A cada momento, seja em depoimento ou em entrevista, ela apresenta uma versão diferente das acusações. Assim, venho veementemente negar as acusações feitas e informar que permaneço à inteira disposição das autoridades brasileiras para esclarecer o que for necessário", escreveu na rede social.Também foram questionadas a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e o treinador Fernando Diniz sobre a decisão de convocar o jogador para a primeira rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Não houve resposta.Antony e Gabriela se conheceram em 2021, em São Paulo, quando ele atuava no Ajax, da Holanda. Ela se mudou para Amsterdã e, em março de 2022, engravidou. De acordo com a DJ, a primeira agressão física ocorreu quando ela estava grávida, em férias no Brasil, em 1º de junho de 2022.Segundo ela, o jogador teve uma crise de ciúme em uma casa noturna, em breve momento no qual estava dele separada. Gabriela disse que o atacante a colocou no carro, cometeu agressões e ameaçou jogá-la para fora do veículo em alta velocidade."Ele falou que, se eu não ficasse com ele, eu não ficaria com ninguém. Que eu estava grávida de um filho dele. Ou eu ficaria com ele ou morreriam eu, ele e nosso filho. Eu falava pra ele que estava grávida, que ele estava me assustando, fazendo meu coração acelerar. Tremia de medo."A influencer foi ao hospital no dia seguinte. Uma publicação no Instagram no dia 2 de junho mostra Gabriela recebendo soro intravenoso.O episódio é documentado no inquérito policial que apura o caso e inclui várias mensagens de celular. Em uma delas, enviada às 9h30 do dia seguinte, Antony indica que pretende desaparecer: "Ninguém vai me achar, você fez isso comigo. Eu disse coisas que não deveria, e você não me perdoou. Cuide da neném".Gabriela perdeu o bebê após cerca de 16 semanas de gravidez, no dia 21 de julho, ainda de férias no Brasil."Eu passei minha gravidez toda no hospital. Eu ia três ou quatro vezes por semana ao hospital tomar soro, fazer exame, porque eu sangrava quase todo dia, até o dia em que eu perdi o bebê. Foi uma série de acontecimentos, foi complicado", afirmou.Apesar disso, ela continuou se relacionando com Antony e, em agosto, retornou à Holanda.Segundo Gabriela, Antony era inconstante e controlador. Alternava momentos de carinho com explosões de agressividade. Depois, desculpava-se.Em um dia, em um período de menos de um minuto, ele enviou 13 mensagens com ofensas como "ridícula", "nojenta" e "destruidora de vidas". Em outra ocasião, ele escreveu: "Já era eu e você. Tomara que você morra, vai se foder".Em outro momento, a irritação se deu porque ela curtiu nas redes sociais fotos de quatro anos antes de Neymar com o "parça" Gil Cebola. "O que não entendo é que tudo o que o Gil Cebola postou de Neymar você curtiu. Por mais que seja foto antiga. Até foto comentada tem."Áudios aos quais a reportagem teve acesso mostram Antony se desculpando após episódios de irritação. Em alguns, o jogador se mostra carinhoso e declara amor. Em outros, é agressivo, diz que já pediu as desculpas devidas e questiona o que considera a incapacidade de Gabriela de perdoá-lo.O segundo semestre de 2022 foi mais calmo, com grandes acontecimentos na vida de Antony. Ele se transferiu do Ajax para o Manchester United, da Inglaterra, e disputou a Copa do Mundo no Qatar.Gabriela o acompanhou na mudança para a Inglaterra, mas não foi à Copa. Disse que tentou aproveitar a distância provocada pelo Mundial para terminar de vez o relacionamento, mas não conseguiu. Depois da competição, eles reataram.O torneio terminou para o Brasil no dia 9 de dezembro de 2022. No dia 15 de janeiro, segundo ela, houve novo episódio.Gabriela afirmou ter sido ferida por Antony com uma cabeçada, que causou um corte na sua cabeça.O jogador teria ainda deslocado a prótese de silicone da jovem com outra agressão."Eu não lembro exatamente por causa de quem era a briga, mas era alguém com quem eu já tinha ficado anos atrás. Ele me deu um soco no peito e meu silicone virou. E aí eu vim para o Brasil operar. Tinha que trocar a prótese. Ele falava ‘não quis te machucar, foi sem querer, não foi um soco, eu só te empurrei, eu só te segurei na parede’."Nesse dia, a DJ recebeu atendimento de uma médica inglesa chamada Hina Tehseen em seu quarto no hotel Hyatt, em Manchester. A conversa com a profissional no próprio dia —ela levou medicamentos ao quarto da influencer— é uma das evidências do inquérito policial.Os meses que se sucederam ao episódio de janeiro foram, segundo Gabriela, um crescendo de agressões que terminaram com um ferimento grave, o retorno ao Brasil e a busca por proteção.Uma amiga do casal afirmou ter presenciado Antony tendo comportamento possessivo e ofendendo Gabriela de forma agressiva na frente de várias pessoas em uma festa que ocorreu no mês seguinte.O depoimento dessa testemunha, que também afirmou ter visto o atleta destruindo o celular da então namorada em duas ocasiões, foi incluído no inquérito."Eu sabia que eu tinha que sair, mas não conseguia. Eu gostava muito dele. Tinha muita esperança. Eu era muito apegada ao começo do nosso namoro, com as coisas que ele era para mim no começo. Nesse último dia [8 de maio de 2023], foi muito grave. Eu realmente fiquei com medo de não conseguir sair de dentro da casa", afirmou.Gabriela disse que Antony tentou agredi-la no rosto com uma taça de vidro. Ela afirmou que se defendeu com a mão, e o resultado foi um ferimento no dedo expondo ossos. Um vídeo da lesão foi anexado ao inquérito."Antony trancou a porta de casa e não deixava eu sair, e eu com o dedo aberto, toda machucada. Quebrou as minhas coisas, pegou meu passaporte. A mãe dele e o padrasto dele até prenderam ele dentro da quadra de futebol, ele tinha uma quadra de futebol dentro da sala de casa, envolta por grade, assim, como se fosse um alambrado mesmo. Ele transtornado, tentando sair de dentro da quadra de qualquer forma, jogando bola de futebol em mim, jogando celular em mim. Ele falava que ia me matar, que ia se matar."A reportagem teve acesso a várias conversas de Gabriela com a mãe, com a irmã e com amigas ocorridas nessa noite. Ela enviava imagens dos ferimentos e dizia precisar sair dali. Em outra conversa, com um agente de viagens, Gabriela tentou comprar às pressas passagens de volta para o Brasil. "Por favor, não dorme sem emitir as passagens. Preciso sair daqui, antes que ele me mata [sic]."Assim que retornou ao país, Gabriela acionou a Justiça. "Ele estava vindo para o Brasil, também de férias, e eu fiquei com muito medo de ele vir atrás de mim. Aí resolvi ir à delegacia." Em junho deste ano, a DJ obteve medidas protetivas que impedem que Antony se aproxime ou tente contato."Minha advogada já teve contato com o civil do Manchester, da CBF, e a gente já obteve respostas muito mais rápidas do Manchester e da polícia da Inglaterra do que aqui no Brasil. Estão ajudando a gente lá com tudo o que a gente vai levar, todo o material do processo", afirmou a DJ."Hoje, eu me sinto para cima de novo, eu me sinto uma pessoa boa, eu me sinto uma boa companhia. Antes, não me sentia uma boa companhia para minhas amigas, hoje me sinto de novo. Eu me sinto uma boa filha. Eu me sinto, sabe? Tenho tempo para mim. Eu me sinto melhor realmente. Eu me sinto livre."
2023-09-04 12:12:00
esporte
Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2023/09/acusado-de-violencia-domestica-antony-e-investigado-pela-policia.shtml
Prefeito do Rio vai diminuir limite de velocidade no local onde Kayky Brito foi atropelado
O prefeito Eduardo Paes anunciou nesta segunda-feira (4) que vai reduzir a velocidade em toda a orla do Rio de Janeiro para evitar que novos atropelamentos aconteçam. Ele já pediu um estudo para a CET-RJ (Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio).A decisão foi motivada pelo acidente que envolveu o ator Kayky Brito, no último sábado (2), e tem causado grande comoção em todo o Brasil. O limite de velocidade na via é de 70 km por hora."Determinei que a CET-Rio me apresente ainda essa semana uma mudança no limite da orla do Rio. E vamos avançar com essas mudanças em outras vias da cidade!", escreveu nas redes sociais o mandatário carioca. Mais Paes afirmou que pretende fazer essas mudanças em outras vias da capital fluminense para diminuir o número de acidentes relacionados a atropelos. "O atropelamento do ator Kayky Brito mostra bem que a velocidade permitida em muitas vias da cidade é excessiva. Imaginar que nossa Orla – um lugar de contemplação, lazer e paz – tem velocidade máxima de 70km é um absurdo. Independentemente de responsabilidades no caso em questão, não é admissível manter isso", disse.Kayky Brito foi atropelado na avenida Lucio Costa, altura do número 4.700, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. O ator estava com amigos, entre eles o ator e apresentador Bruno de Luca, pouco antes do fato. A 16ª DP da Polícia investiga a circunstância do acidente.Segundo o delegado do caso, Ângelo Lages, Kayky estava no quiosque Dona Marta, localizado no posto 6 da Barra da Tijuca. Ele se divertia com amigos, incluindo de Luca, e foi ao carro pegar um artefato.Ao tentar retornar para o local, o carro que o atropelou cometeu o fato. Houve tentativa de se desviar do ator, mas não foi possível.
2023-09-04 11:40:00
celebridades
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https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/prefeito-do-rio-vai-diminuir-limite-de-velocidade-no-local-onde-kayky-brito-foi-atropelado.shtml
Promotoria militar pede prisão de PMs envolvidos na morte do adolescente Thiago Flausino no Rio
A Auditoria Militar do Ministério Publico do Rio de Janeiro pediu nesta segunda (4) a prisão de quatro cabos do BPchq (Batalhão de Choque) suspeitos de envolvimento na morte do adolescente Thiago Flausino, 13, na Cidade de Deus, no dia 7 de agosto. O Judiciário ainda não se manifestou.Os cabos Roni Cordeiro de Lima, Diego Pereira Leal, Aslan Wagner Ribeiro de Faria e Silvio Gomes dos Santos foram denunciados pelos crimes de fraude processual e prevaricação. Quanto ao capitão Diego Geraldo da Rocha Souza, denunciado por omissão ao autorizar a ação, a promotoria pediu o afastamento da função.Procurada, a corporação não respondeu se os PMs já indicaram advogados. Em depoimento, os policiais afirmaram que houve troca de tiros e que estavam autorizados a usar um carro particular na ação.Há outra investigação em curso, que apura o homicídio do adolescente, conduzida pela Delegacia de Homicídios.Segundo a denúncia na esfera militar, os agentes apresentaram na delegacia uma arma modelo Glock 9 mm, com uma munição, alegando que pertenceria ao jovem baleado. Já o oficial teria sido omisso ao permitir que os agentes operassem de forma irregular, com uso de carro particular e drones.Em depoimento, os policiais confirmaram a utilização do veículo particular, de propriedade de um dos agentes, com o intuito de realizar filmagens com um drone. A ação é ilegal, segundo o promotor Paulo Roberto Mello da Cunha Júnior."A Corregedoria constatou uma série de irregularidades, além de entender que a conduta dos PMs envolvidos indica que tenham inovado artificiosamente o local do crime apresentando uma arma fraudulentamente", disse o promotor. Mais Flausino e outro jovem estavam em uma moto durante a ação policial. Testemunhas afirmam que os agentes atiraram contra o adolescente e que não houve tiroteio.Ele foi atingido por três tiros: um nas costas, outro na perna, e um terceiro que perfurou as duas canelas. Ele morreu no local.Inicialmente, a Polícia Militar havia dito que Flausino morreu em confronto com os policiais. Nessa primeira versão da PM, os agentes alegaram ter trocado tiros com o adolescente e disseram ter encontrado uma pistola no local.As imagens obtidas pela família do garoto, porém, contestam essa versão. Nas gravações não há indícios de tiroteio. Flausino aparece andando de moto na rua, que está movimentada. Segundo testemunhas, os agentes estavam dentro de um carro de passeio, sem qualquer identificação da PM. O veículo, um C4 Pallas prata, é visto nas imagens trafegando atrás do adolescente.
2023-09-04 11:39:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/promotoria-militar-pede-prisao-de-pms-envolvidos-na-morte-do-adolescente-thiago-flausino-no-rio.shtml
"La economía se basa en el mundo natural y no puede sobrevivir sin él", afirma ambientalista
"La economía se basa en el mundo natural y, por lo tanto, si no hay agua, tierra, madera, animales, ¿de dónde vendrá la economía?", cuestiona el ambientalista y pacifista indio Satish Kumar, de 87 años, fundador del Schumacher College, una prestigiosa institución de sostenibilidad con sede en el Reino Unido."La economía es un medio para un fin, y el fin es el bienestar humano y el bienestar del planeta. Pero no lo tenemos", dice el educador, quien sostiene que la economía practicada en el mundo actual se ha alejado tanto de su significado original (eco, del griego "oikos" significa hogar o lugar de residencia, y "oikonomia" es su administración) que debería llamarse "dineronomía".Crítico de los métodos de producción en masa, Satish nombró a su escuela en honor a su amigo y economista británico, nacido en Alemania, E.F. Schumacher (1911-1977), autor del libro "Small is Beautiful" y para quien la economía es una subdisciplina de la ecología. Las ideas de Schumacher inspiraron movimientos como el "comercio justo" y "compra local", que promueven la adquisición de productos locales.Después de recibir a más de 500 brasileños en su campus en el suroeste de Inglaterra, en 2014 fue inaugurada una unidad de la Schumacher College en Brasil.Satish afirma que en la actualidad la humanidad vive una ficticia separación entre el ser humano y la naturaleza. Para el ambientalista, la falta de comprensión de esta interdependencia es la raíz de la crisis climática actual.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original
2023-09-04 11:35:00
internacional
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https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/cienciaysalud/2023/09/la-economia-se-basa-en-el-mundo-natural-y-no-puede-sobrevivir-sin-el-afirma-ambientalista.shtml
La disminución de ingresos y la informalidad afectan a los brasileños con más nivel de educación
En los últimos diez años, aquellos que invirtieron en su educación, completaron la escuela secundaria o asistieron a la universidad experimentaron un dramático declive en sus ingresos, siendo el grupo más afectado entre todos los trabajadores.Tanto los jóvenes como los adultos que estudiaron de 12 a 16 años, o incluso más, sufrieron una disminución en sus ingresos más pronunciada que aquellos menos instruidos. Además, se observó un brusco aumento en la informalidad laboral entre este grupo, que también afectó a aquellos que estudiaron entre 9 y 11 años.Estos datos se desprenden de un estudio llevado a cabo por el Instituto Brasileño de Economía de la Fundación Getulio Vargas (Ibre-FGV), basado en datos del Instituto Brasileño de Geografía y Estadística (IBGE) y la Encuesta Nacional por Muestreo de Domicilios Continua (PnadC).Los resultados evidencian una economía que principalmente genera empleos de baja calidad y poca productividad, lo que empuja a los más educados hacia puestos de trabajo peor remunerados y cada vez más informales, lo que socava el potencial de crecimiento del país.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original
2023-09-04 11:16:00
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https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/economia/2023/09/la-disminucion-de-ingresos-y-la-informalidad-afectan-a-los-brasilenos-con-mas-nivel-de-educacion.shtml
Estado de saúde de Mingau, do Ultraje a Rigor, é grave
O músico Rinaldo Oliveira Amaral, o Mingau do Ultraje a Rigor, segue internado em Unidade de Terapia Intensiva, sedado e mantido sob ventilação mecânica, segundo boletim divulgado nesta segunda-feira (4) pelo Hospital São Luiz do Itaim, da Rede D’Or. De acordo com a instituição, o estado de saúde dele é grave.O baixista, que completou 56 anos no domingo (3), foi hospitalizado após ser baleado na cabeça em Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, na noite de sábado (2).Segundo a assessoria do hospital, Mingau passou por uma cirurgia intracraniana de emergência na tarde de domingo e segue recebendo toda a assistência necessária, sob os cuidados do neurocirurgião Manoel Jacobsen Teixeira.Mingau foi atingido enquanto passava com seu carro pelo bairro Ilha das Cobras. Ele estava acompanhado de um amigo, que prestou depoimento na manhã de domingo (3) e disse que os dois tinham ido fazer um lanche na Praça do Ovo.De acordo com a Polícia Civil, o bairro é dominado pelo tráfico e é conhecido por ser um ponto de compra e venda de drogas. A polícia investiga se o carro de Mingau foi confundido pelos traficantes. O veículo, um Ford Ranger preto, foi apreendido. Mais Outra hipótese da Polícia Civil é que o músico tenha ido à Ilha das Cobras para comprar drogas. Foi o que disse inicialmente à Polícia Militar o amigo que estava com Mingau. Depois, ao ser ouvido na delegacia, ele mudou a versão.Um suspeito de envolvimento no ataque foi preso na tarde de domingo e, nesta segunda (4), mais três suspeitos foram detidos, segundo o delegado Marcelo Russo, que investiga o caso.Após ser baleado, o músico foi levado ao Hospital Municipal Hugo Miranda. Como o local não contava com neurologista, ele foi transferido para São Paulo no início da tarde de domingo, em uma UTI aérea.Na ocasião, a filha de Mingau, Isabella Aglio, utilizou sua conta no Instagram para fazer um pedido aos fãs. "O estado é delicado. Eu queria pedir para vocês: orem pelo meu pai, por favor.""Que a cirurgia corra bem, que ele volte, que ele fique sem sequelas. Não sei. Só rezem e orem pelo meu pai, independente do que vocês acreditem", acrescentou.Mingau é baixista da banda paulista Ultraje a Rigor desde 1999 e tem uma pousada em Trindade, distrito de Paraty.
2023-09-04 11:11:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/estado-de-saude-de-mingau-do-ultraje-a-rigor-e-grave.shtml
Erdogan apoia Putin sobre acordo de grãos; Rússia ataca porto
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, defendeu a posição do colega Vladimir Putin na disputa acerca do acordo para a exportação de grãos da Ucrânia, invadida pela Rússia em 2022, pelo mar Negro.Os líderes se reuniram em Sochi, balneário russo predileto de Putin, às margens do mesmo mar. Horas antes, a Rússia deixou claro que manteria a posição com um recado nada sutil, uma nova rodada de bombardeio contra a infraestrutura portuária da Ucrânia.Erdogan afirmou que a Ucrânia deveria "amenizar sua posição em relação à Rússia" na questão do acordo abandonado por Putin em 17 de julho. O arranjo, mediado um ano antes pela Turquia e pela ONU, havia permitido a Kiev exportar 32 milhões de toneladas de produtos agrícolas.Em troca, Moscou teria facilitada a exportação de seus grãos e insumos agrícolas, apesar das sanções ocidentais que sofre devido à guerra. Putin afirma que isso não ocorreu de maneira satisfatória, algo com que Erdogan concorda, e disse que está "pronto para retomar" o acordo se a contrapartida for cumprida.Para a irritação de Kiev, o turco também disse que "as alternativas ao acordo de grãos não oferecem uma solução duradoura" para a questão. Foi uma referência indireta à proposta ucraniana de um corredor exclusivo ligando Odessa, principal porto do país, ao estreito de Bósforo na Turquia, ponto que liga os mares Negro e Mediterrâneo.Alguns navios estrangeiros têm passado pela área sem serem importunados pelos russos, mas Putin voltou a dizer que não aceitará o uso do corredor para transporte de armas. Mais Putin afirmou que as "conversas foram construtivas" e destacou a ideia russa de transformar a Turquia num centro distribuidor do seu gás natural. Seu colega afirmou acreditar que "o acordo de grãos pode ser retomado rapidamente", apesar de não ter havido avanço real nesta segunda. Depois, no X (ex-Twitter), postou um resumo do encontro com quem chamou de "querido amigo".Enquanto transcorriam as três horas da reunião em Sochi, o chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, afirmou que o presidente Volodimir Zelenski esperava uma ligação de Erdogan ao fim das conversas. O turco exerce um delicado malabarismo, mantendo suporte militar a Kiev e condenando a guerra, mas sem adotar sanções contra Moscou e mantendo uma interlocução forte com o colega do Kremlin.Antes da guerra, o presidente turco estava na realidade em um momento de ampliação de laços, que além de energéticos seriam militares, após a compra de poderosos sistemas antiaéreos russos que levou os EUA a expulsarem Ancara do projeto de construção do caça F-35. Esse movimento agora está congelado.O acordo de grãos de 2022 estancou uma febre inflacionária provocada pelos então cinco primeiros meses da guerra e aliviou o risco de uma crise alimentar nos países africanos, bastante dependentes dos grãos da região. A Ucrânia tem cerca de 10% do mercado mundial de trigo, metade da fatia russa. Mais Desta vez, a medida de Putin impactou imediatamente os preços de grãos, mas eles voltaram a patamares mais baixos devido, ironicamente, à supersafra russa do trigo deste ano. No longo prazo, contudo, a situação seria imprevisível.O presidente russo aproveitou a conjuntura e, ante as acusações de que usava comida como arma no conflito, ofereceu enviar grãos gratuitamente a países na África em maior dificuldade durante uma cúpula com líderes do continente em São Petersburgo, no mês passado. Nesta segunda, afirmou que "está tudo pronto" para o fornecimento, e que "não há fome no mundo" devido à suspensão do acordo.Com a saída russa, o mar Negro voltou rapidamente a ser uma área ativa na guerra, algo que não ocorria desde que o acordo havia sido implementado. Moscou passou a bombardear os portos ucranianos e a infraestrutura de exportação de grãos, concentrada em Odessa.O governo de Zelenski buscou então aumentar o escoamento pelos seus dois portos principais no Danúbio, Izmail e Reni, na esperança de que a vizinhança imediata do outro lado do rio de um país da Otan [aliança militar ocidental], a Romênia, demovesse Putin de ataques.Não deu certo, e ambas as estruturas também passaram a ser atacadas. A Otan aumentou a vigilância na área, sem sucesso, e o risco da campanha foi colocado à prova nesta segunda, horas antes do encontro entre Putin e Erdogan.Um ataque intenso, de três horas e meia com drones kamikazes, atingiu Izmail. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, ao menos dois aparelhos caíram na Romênia, causando um incêndio cujas imagens foram postadas em redes sociais.Rapidamente, o Ministério da Defesa romeno negou ter havido danos ou ameaças militares. Horas depois, a chanceler Luminita Odobescu disse a repórteres em Berlim: "Claro, há um risco de acidentes ou incidentes, mas não foi o caso desta vez". Pode ou não ser verdade, mas o certo é que Bucareste buscou evitar uma escalada.A chancelaria em Kiev afirmou que tinha "evidências" sobre sua afirmação, mas a tendência é de contenção de danos, uma constante da Otan, que busca evitar uma Terceira Guerra Mundial: se Bucareste se declarasse atacada pelos russos, os outros 30 membros da aliança teriam de intervir para socorrê-la.A crise no mar Negro gerou outros impactos. Sem uma Marinha de fato, Zelenski passou a empregar uma armada de drones aquáticos para ameaçar a Rússia. Atingiu um navio de guerra e um petroleiro, que foram avariados, além de manter as tentativas de ataque contra a simbólica ponte que liga a Crimeia anexada à região russa de Krasnodar.Kiev chegou a ameaçar um bloqueio ao tráfego de navios dos seis portos russos no mar Negro, por onde passam 2% da produção mundial de petróleo, enviada para os países que não aplicaram sanções a Moscou, como Índia e China. Por incapacidade ou falta de oportunidade, nada aconteceu.Essa nova frente marítima da guerra é um dos aspectos da fase atual do conflito, marcado pela dificuldade da Ucrânia em fazer avançar sua contraofensiva, lançada em 4 de junho. Houve sucessos pontuais, mas também um renovado ataque russo no nordeste do país, na região de Kharkiv, que ameaça as linhas de Zelenski.O ritmo lento, somado a um histórico de acusações de corrupção, acabou derrubando neste domingo (3) o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov. Ele será substituído por Rustam Umerov, que participou das negociações infrutíferas com a Rússia no começo da guerra e também da confecção do primeiro acordo de grãos.
2023-09-04 11:21:00
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Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/erdogan-apoia-putin-sobre-acordo-de-graos-russia-ataca-porto.shtml
La violencia se convierte en la principal preocupación en São Paulo
La violencia se ha convertido en el principal problema, según la opinión de los residentes de la ciudad de São Paulo.Es la primera vez en 11 años que la seguridad supera a la atención médica como la principal preocupación de los paulistanos, que solía encabezar la lista de problemas de la capital, de acuerdo con una encuesta de Datafolha.El estudio señala los temas que podrían influir en el debate electoral de 2024, cuando se celebran las elecciones municipales. La seguridad, la sanidad y el transporte público aparecen como las principales preocupaciones de la población. Fueron entrevistadas 1.092 personas en la localidad los días 29 y 30 de agosto, con un margen de error del tres por ciento hacia arriba o hacia abajo.En comparación con la última vez que se realizó la encuesta en 2020, la preocupación por la violencia en la ciudad de São Paulo ha aumentado un diez por ciento, pasando del 12% al 22%.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original
2023-09-04 11:27:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/saopaulo/2023/09/la-violencia-se-convierte-en-la-principal-preocupacion-en-sao-paulo.shtml
Dançarina de Iza é encontrada no Rio após quatro dias desaparecida
Uma das dançarinas da cantora IZA, que estava desaparecida há quatro dias, reapareceu na manhã desta segunda (4). Mileide Guedes se apresentou na 12ª DP, em Copacabana. Na quinta-feira (31), ela partiu de Brasília com destino ao Rio de Janeiro, mas deu entrada no hospital Municipal Salgado Filho com ferimentos de arma de fogo na perna.A família informou ao F5 que a jovem está hospedada em um hotel na região acompanhada de um familiar e ressalta que ela enfrenta um quadro psicológico delicado. "Ela precisa de acompanhamento psiquiátrico pois está com certa agressividade e confusão mental." Mais Segundo a assessoria de imprensa de IZA, Mileide não compõe o corpo fixo de dançarinos da artista, mas estava ensaiando para o show do The Town, no próximo domingo (10). Nas redes sociais, a cantora chegou a pedir ajuda aos seguidores por meio de uma publicação.A polícia do estado afirma em nota encaminhada ao F5 que a mulher se apresentou na delegacia acompanhada de um amigo, que foi ouvido pelos agentes. Ela será intimada para prestar depoimento nos próximos dias para investigar o caso.
2023-09-04 11:15:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/dancarina-de-iza-e-encontrada-no-rio-apos-quatro-dias-desaparecida.shtml
Não consegue dormir? TCC-I é opção comprovada que faz efeito em oito sessões
Cerca de 1 em cada 4 adultos nos Estados Unidos desenvolve sintomas de insônia a cada ano. Na maioria dos casos, eles são de curta duração, causados por coisas como estresse ou doença. Mas estima-se que 1 em cada 10 adultos tenha insônia crônica, o que significa dificuldade para adormecer ou manter o sono pelo menos três vezes por semana durante três meses ou mais.A privação do sono não cria apenas problemas de saúde física, como também pode prejudicar nossa mente. Uma pesquisa recente da Fundação Nacional do Sono dos EUA, por exemplo, encontrou uma ligação entre problemas de sono e sintomas depressivos. Além disso, estudos demonstraram que não dormir o suficiente pode levar pessoas saudáveis a sentir ansiedade e angústia. Felizmente, existe um tratamento bem estudado e comprovado para a insônia que geralmente funciona em oito sessões ou menos: terapia cognitivo-comportamental para insônia, ou TCC-I.O tramaneto, porém, é raramente buscado como primeira alternativa, diz Aric Prather, pesquisador do sono da Universidade da Califórnia em San Francisco, que trata pacientes com insônia.Em vez disso, as pessoas costumam recorrer à medicação. De acordo com uma pesquisa de 2020 dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, mais de 8% dos adultos relataram tomar medicamentos para dormir todos os dias, ou na maioria deles, para ajudá-los a adormecer ou permanecer dormindo.Estudos descobriram que a TCC-I é tão eficaz quanto os medicamentos para dormir em curto prazo e mais eficaz no longo prazo. Dados de ensaios clínicos sugerem que até 80% das pessoas que experimentam a terapia observam melhora no sono, e a maioria dos pacientes encontra alívio em quatro a oito sessões, mesmo que sofram de insônia há décadas, diz Philip Gehrman, diretor do laboratório de Sono, Neurobiologia e Psicopatologia da Universidade da Pensilvânia. Mais Os soníferos podem trazer riscos, especialmente para os idosos, que podem ter problemas como quedas, problemas de memória ou confusão em consequência do uso do medicamento. A TCC-I, por outro lado, é considerada segura para adultos de qualquer idade. Pode até ser adaptada para crianças.Muitas pessoas assumem erroneamente que a TCC-I é inteiramente focada na higiene do sono –as rotinas e o ambiente que conduzem a um bom sono, afirma Shelby Harris, psicóloga com consultório particular na área da cidade de Nova York, especializada na terapia.A técnica usa uma série de tratamentos para atacar os comportamentos que inibem o sono, como cochilos diurnos ou o uso de dispositivos digitais antes de dormir, e os substitui por outros mais eficazes, como manter um horário consistente para acordar. Mas também visa abordar ansiedades e crenças negativas sobre o sono. Mais Na maior parte do tempo, a insônia pode levar à sensação de que o sono se tornou "imprevisível e interrompido", pontua Prather. "Todos os dias, as pessoas com insônia crônica pensam: 'Como vou dormir esta noite?'"A terapia ensina às pessoas diferentes maneiras de se descontrair, como respiração profunda e meditação de consciência plena, e ajuda os pacientes a desenvolver expectativas realistas sobre seus hábitos de sono.É especialmente importante que as pessoas com insônia aprendam a ver a cama como um lugar para ter um sono reparador, em vez de associá-la a reviravoltas. É indicado aos pacientes submetidos à técnica que deixem a cama se não dormirem após cerca de 20 ou 30 minutos e fazer uma atividade silenciosa com pouca iluminação que não envolva eletrônicos. Além disso, eles são orientados a ficar na cama apenas quando estiverem sonolentos ou dormindo."A TCC-I leva a um sono mais consolidado e a menos tempo para adormecer, o que é um grande avanço para muitos", afirma Harris.Se você estiver tendo problemas para dormir, visite primeiro seu médico para descartar quaisquer problemas físicos (como desequilíbrio da tireoide, dor crônica ou apneia do sono) ou um problema psicológico, como depressão, que possa exigir tratamento separado, dizem os especialistas.
2023-09-04 11:15:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrio/2023/09/nao-consegue-dormir-tcc-i-e-opcao-comprovada-que-faz-efeito-em-oito-sessoes.shtml
Sthefany Brito relembra vídeo com Kayky e diz que 'acordou forte': 'A gente precisa de você'
Sthefany Brito fez mais uma declaração ao irmão no começo da manhã desta segunda-feira (4). Kayky Brito foi atropelado na madrugada de sábado (2) e está internado em estado grave no hospital Copa D'or, no Rio de Janeiro.Na publicação, a atriz relembrou uma live que eles fizeram e afirmou estar forte. "Tomei banho, rezei e pensei: '9h e ainda nenhuma lágrima! Que evolução! Kayky detestaria me ver aos prantos como tem sido meu normal!'. Kayky, eu te amo com toda a força da minha alma. Nós escolhemos vir juntos nessa vida, nessa família porque com certeza sempre estivemos juntos em todas as outras." Mais A atriz ainda escreveu que não existe sem o irmão e que implora a Deus todos os dias para que o ator se recupere."Obrigada por estar lutando, por estar sendo guerreiro. A gente precisa de você. Calmo e forte você daí e nós aqui sem medir esforços para a sua recuperação! Já estou com saudade de ouvir você me chamar de Thézinha. Eu mais que te amo, eu te respeito e te admiro, meu amor!".
2023-09-04 10:07:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/sthefany-brito-relembra-video-com-kayky-e-diz-que-acordou-forte-a-gente-precisa-de-voce.shtml
Uso de aparelhos auditivos reduz risco de demência e declínio cognitivo em idosos
Pessoas idosas com fatores de risco para demência, como diabetes e hipertensão, apresentaram uma redução de cerca de 48% no ritmo do declínio cognitivo após três anos de uso de aparelho auditivo, segundo os resultados de um estudo publicado na The Lancet.A perda auditiva é um dos problemas crônicos mais frequentemente encontrados na população idosa; estima-se que, em 2050, 60% dos idosos relatarão algum tipo de alteração auditiva.O estudo Achieve recrutou 977 idosos com idades entre 70 e 84 anos que vivem nos Estados Unidos: uma parte era composta por adultos mais velhos que participavam de outro estudo observacional sobre saúde cardiovascular (chamado Aric), e a outra parte era formada por idosos saudáveis da comunidade.Todos tinham o diagnóstico de perda auditiva e não haviam recebido tratamento para essa condição. Os participantes possuíam perfis auditivos semelhantes, e nenhum deles apresentava comprometimento cognitivo significativo.Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: o primeiro grupo recebeu intervenção auditiva, incluindo o fornecimento de aparelhos auditivos, sessões regulares com fonoaudiólogo e orientações sobre o uso dos dispositivos, bem como estratégias de reabilitação auditiva.O segundo grupo (controle) participou de encontros individuais com um educador em saúde, abordando tópicos relacionados à prevenção de doenças crônicas, e também realizou um curso interativo sobre envelhecimento saudável.Para obter os resultados, os idosos foram submetidos a uma bateria de testes neurocognitivos que englobavam evocação tardia de palavras, substituição de símbolos por dígitos, memória lógica, teste de fluência verbal (com nomeação de animais), entre outros.De acordo com os cientistas, embora não tenha havido uma diferença significativa no declínio cognitivo global entre os dois grupos avaliados, os resultados mostraram variações entre as duas populações que constituíam o estudo.Em outras palavras, ocorreu uma redução significativa de 48% no declínio cognitivo entre os idosos com maior risco (aqueles do estudo ARIC) que utilizaram aparelhos auditivos, quando comparados ao grupo de controle.Segundo os pesquisadores, essas descobertas corroboram com evidências prévias que demonstraram a importância de incorporar o tratamento da perda auditiva em idosos como parte das estratégias disponíveis para a diminuição do risco de demência.Segundo a fonoaudióloga Cristiana Corrêa de Almeida, do setor de audiologia do Hospital Israelita Albert Einstein e coordenadora do curso de pós-graduação em Audiologia Clínica do hospital, o controle da audição em idosos é um fator importante para evitar a demência devido à forte relação existente entre a audição e a saúde cognitiva."Vários estudos têm demonstrado a associação entre a perda auditiva não tratada e um risco aumentado de desenvolvimento de distúrbios cognitivos, incluindo a demência", disse.Segundo a fonoaudióloga, a audição desempenha um papel fundamental no fornecimento de estímulos sensoriais ao cérebro.Assim, uma perda auditiva não tratada pode levar a uma redução na quantidade e na qualidade dos estímulos sensoriais que chegam ao cérebro, resultando em menor estimulação cognitiva."Consequentemente, a falta de estímulos sensoriais pode contribuir para a degeneração neuronal e a diminuição das funções cognitivas", explicou.Ciência, hábitos e prevenção numa newsletter para a sua saúde e bem-estarCarregando...Além disso, ressalta a especialista, a perda auditiva não tratada pode levar ao isolamento social, uma vez que os idosos podem ter dificuldade em se comunicar e participar de atividades sociais. Esse isolamento social está associado a um aumento do risco de depressão e ansiedade, que, por sua vez, também podem contribuir para a deterioração cognitiva."Muitas vezes estes indivíduos precisam fazer um esforço cognitivo extra para entender a fala e processar informações auditivas. Esse esforço adicional pode sobrecarregar o cérebro e afetar negativamente suas funções cognitivas, aumentando o risco de declínio cognitivo", explicou a fonoaudióloga, que acrescentou que a perda auditiva e a demência compartilham alguns mecanismos neurológicos subjacentes, como inflamação crônica, estresse oxidativo e danos nos vasos sanguíneos.Segundo Almeida, tratar a perda auditiva em estágios iniciais pode ajudar a reduzir a carga cognitiva e manter uma estimulação sensorial adequada para o cérebro, o que pode potencialmente retardar ou minimizar o risco de desenvolvimento de demência."Portanto, a intervenção adequada para tratar a perda auditiva em idosos não apenas melhora sua qualidade de vida e interação social, mas também pode ter um impacto positivo na saúde cognitiva e na prevenção da demência. É fundamental que os idosos passem por avaliações auditivas regulares e recebam tratamento adequado, caso seja identificada a perda auditiva", ressaltou a especialista.Também é possível prevenir a perda auditiva com atitudes simples que incluem evitar a exposição a ruídos de forte intensidade, evitar o uso excessivo de fones de ouvido, fazer pausas auditivas, adotar hábitos de vida saudáveis, não fumar e monitorar pressão arterial e glicemia. A fonoaudióloga avisa, no entanto, que embora essas medidas possam ajudar a proteger a audição, é importante destacar que a perda auditiva é uma parte natural do envelhecimento para muitas pessoas. "Por isso, manter um estilo de vida saudável e tomar precauções adequadas podem contribuir para uma melhor saúde auditiva ao longo do tempo", disse. Mais De acordo com Almeida, o processo de envelhecimento do sistema auditivo pode iniciar por volta dos 35 anos e variar consideravelmente entre os indivíduos. Surgem mudanças na acuidade auditiva, que está ligada à capacidade de perceber os sons, e alterações nas habilidades auditivas do processamento auditivo central, que dizem respeito à maneira como uma pessoa escuta e processa informações auditivas.O recomendável seria realizar exames auditivos assim que se detectar qualquer sintoma, como dificuldade de compreensão, audição sem compreensão, sensação de ouvidos entupidos, zumbidos, tontura, entre outros."A partir do momento de detecção da perda auditiva, seria importante um controle anual da audição para acompanhamento, mas, caso o paciente apresente qualquer sintoma auditivo diferente, deve-se procurar um médico otorrinolaringologista que realizará o encaminhamento para exames diagnósticos imediatamente", explica a fonoaudióloga.Um novo estudo de acompanhamento, vinculado à população original do Achieve, está em andamento para analisar os efeitos de longo prazo da intervenção auditiva sobre a cognição e em outros desfechos.
2023-09-04 10:24:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2023/09/uso-de-aparelhos-auditivos-reduz-risco-de-demencia-e-declinio-cognitivo-em-idosos.shtml
Câncer em cactos: o que a doença em outras espécies pode nos ensinar
O câncer não é uma exclusividade dos seres humanos: outros animais, plantas, algas e até fungos também são acometidos pelo crescimento anormal e acelerado de células.Essa é a premissa que guia o trabalho do biólogo Carlo Maley, diretor do Centro de Evolução do Câncer da Universidade Estadual do Arizona, nos Estados Unidos.O especialista coordena um esforço internacional para entender como o processo que leva à formação das células tumorais acontece em diferentes espécies — para, quem sabe, encontrar maneiras de prevenir ou tratar melhor a doença em seres humanos.Entre vários projetos de pesquisa, Maley também esteve envolvido na criação do jardim Endless Forms Most Beautiful ("Formas Infinitas de Beleza", em tradução livre) - frase retirada do livro A Origem das Espécies, de Charles Darwin.O espaço foi instalado em 2018 na área externa da instituição e traz diversos cactos com uma espécie de câncer.Nesses organismos, a replicação descontrolada de células gera novas estruturas disformes - conhecidas como fasciações ou cristatas -, mas geralmente não levam à morte.Essas diferentes formas de lidar com o câncer na natureza inspiraram o biólogo a desenvolver, ao lado de outros colegas da área, a chamada terapia adaptativa. O objetivo aqui é usar medicamentos em doses baixas e por um tempo curto, para apenas controlar o crescimento do câncer, e não tentar extirpá-lo do corpo, como proposto por todos os tratamentos disponíveis até agora.O próprio Maley pondera que a ideia ainda está nas fases iniciais, precisa ser testada e apresenta alguns desafios importantes.Em entrevista à BBC News Brasil, ele detalha a relação de diferentes seres vivos com o câncer e como isso poderia inspirar novas formas de prevenir e tratar a doença no futuro.Confira os principais trechos a seguir.Do ponto de vista evolutivo, o que é o câncer? Uma das grandes dificuldades que encontramos ao fazer nosso trabalho está no fato de o câncer sempre ser caracterizado pela forma como aparece em seres humanos. Então, quando começamos a olhar tumores que afetam outras espécies, descobrimos que as definições atuais são inadequadas.No momento, o câncer é definido como um crescimento anormal de células que acontece numa membrana ou num tecido do corpo, que eventualmente acaba invadindo órgãos e estruturas que estão nas proximidades.Mas muitas das espécies que habitam o planeta Terra não possuem essas membranas. Então essa definição sobre o câncer cai por terra para elas.Num artigo que publicamos em 2015, nós analisamos como o câncer aparece em toda a árvore da vida e em diferentes espécies, incluindo as plantas, os fungos e as algas. A partir disso, começamos a nos questionar sobre algo que não havia sido pensado antes: como entender o câncer fora do ponto de vista "humanocêntrico"? O que acontece com os tumores quando as espécies não possuem membranas para serem invadidas?A partir disso, encontramos o caminho para conceitualizar e pensar que, por trás das premissas do funcionamento de todo organismo multicelular, de plantas a animais, temos mecanismos de controle da divisão de células e o "suicídio" de células anormais [conhecido tecnicamente como apoptose]. Tudo isso é necessário para a regulação do corpo e a distribuição de nutrientes. Nesse complexo multicelular, sabemos também que as células possuem diferentes trabalhos, como uma divisão de tarefas mesmo. Identificamos essas e outras características como comuns a todos os organismos multicelulares.Podemos entender o câncer, então, como uma forma de trapacear essas formas de cooperação entre as células de um organismo multicelular. Quando elas estão se dividindo e surgem unidades anormais, que seriam eliminadas pelo processo de regulação do corpo, de alguma maneira elas sobrevivem e conseguem captar recursos para a própria proliferação e reprodução.Mas o que fez a gente entender o câncer como algo exclusivo de seres humanos ou mamíferos? Quando o senhor diz que os tumores também aparecem em plantas, fungos e algas, qual é a reação das pessoas? Essa visão "humanocêntrica" é totalmente natural. O câncer é assustador e tem um impacto tão grande na vida que é normal pensarmos nele como um fenômeno humano - ou como algo que afeta a gente e os animais de estimação, afinal também vemos de perto cachorros e gatos desenvolvendo a doença.E pouco se falou sobre o câncer além dessas espécies, até começarmos a publicar sobre isso. Havia um senso comum de que as plantas não tinham câncer. A ideia era que as paredes celulares presentes nas espécies vegetais impedissem de alguma maneira a migração da doença pelo organismo delas. Mas isso não é verdade.De fato, as plantas parecem sofrer menos com o câncer. E mesmo quando elas desenvolvem tumores, geralmente não são letais.Mas o que entendemos como câncer em plantas? Temos diferentes ramos e estruturas que passam a se dividir fora de controle. Com isso, em vez de formar um único tronco e ramos lineares, por exemplo, eles passam a produzir vários deles, que são chamados de fasciação. Há cactos que apresentam essa deformação, chamados de "cristata".Nas pesquisas, encontramos artigos publicados nos anos 1940 que avaliaram tumores em plantas e até observaram processos em que células tumorais se deslocavam para outras partes da estrutura do vegetal. Então já tínhamos alguns trabalhos iniciais sobre a fasciação, mas esse tema não foi muito estudado desde então.Do ponto de vista prático, quais são as semelhanças e as diferenças entre o câncer que dá em plantas e aquele que se desenvolve no corpo de seres humanos? Uma das similaridades, claro, é que as células cancerosas crescem fora de controle. Para a planta, isso é ruim, pois interfere na floração e na reprodução. Do ponto de vista evolutivo, é algo bem negativo, quase equivalente à morte em alguns casos. Em outros, isso deixa o vegetal grande e pesado.Para os cactos, o câncer pode significar um crescimento de diferentes formas. E eles geralmente não morrem por causa disso.A partir dessas observações, fizemos uma analogia inspiradora: há muitas espécies no planeta que podem ter câncer, mas não morrem por causa dele. E isso se tornou a base de nossa pesquisa: como gerenciar o tumor, de modo que passemos a conviver com ele, e não mais morrer por causa disso?Na frente de nosso prédio na Universidade Estadual do Arizona, criamos um jardim de cactos afetados pelo câncer. A ideia é ilustrar que todas as formas de vida multicelular podem desenvolver tumores - e algumas não morrem. Ou seja, existem maneiras de manejar essa condição.E como é o contato de pesquisadores, médicos e pacientes com esse jardim? Como as pessoas costumam reagir e se relacionam com os cactos?Foi uma experiência incrível colaborar com os arquitetos, os paisagistas, os gerentes e os funcionários da universidade. Conseguimos envolver muitas pessoas e, de certa maneira, todo mundo tem ou já teve algum contato com o câncer. Alguns passaram por tratamentos ou tiveram familiares que sofreram com os tumores.Então montar esse jardim foi cercado de muitos significados e propósitos. Todos os envolvidos depositaram muita energia e recursos. Com isso, uma área pequena, que estaria na frente de nosso prédio, acabou triplicando de tamanho.Além da parte inspiracional, o senhor pretende estudar esses cactos para entender como eles são capazes de conviver com o câncer? Sim. Uma coisa que não havíamos percebido até iniciar este projeto é que muitos animais, como os próprios seres humanos, crescem até chegar ao tamanho adulto, daí eles param. Dali em diante, há um constante processo de renovação das células que constituem a pele, o intestino e outras partes do corpo. Nesse contexto, você pode ver o câncer como um crescimento anormal de algumas células em determinado tecido ou membrana.Porém, quando pensamos nas plantas, elas geralmente nunca param de crescer. E não há muita distinção deste processo quando elas estão numa fase de desenvolvimento ou já são adultas.Então, é mais difícil encontrar uma anormalidade num organismo que cresce continuamente. Isso é mais fácil de distinguir em seres humanos, por exemplo, que atingem um tamanho na fase adulta - e qualquer desenvolvimento acelerado dali em diante geralmente representa um problema.Outra coisa que entendemos sobre o câncer é que a maioria dos casos tem a ver com mutações genéticas que se manifestam ao longo da vida. Então, quando uma célula nossa se divide, ela precisa copiar todos os 6 bilhões de nucleotídeos presentes no DNA. Só que essas cópias não são necessariamente perfeitas. Esses erros, ou mutações, podem ocorrer nos genes que controlam a proliferação celular ou os mecanismos de suicídio programado. Com isso, as células passam a se comportar como um câncer.Todo esse processo ainda não foi investigado nas plantas. Será que a fasciação, ou o crescimento anormal de estruturas, é influenciado por mutações genéticas que aparecem durante o desenvolvimento?Estamos fazendo experimentos para tentar entender isso. Existe um cacto chamado saguaro. Ele é muito conhecido por causa de desenhos animados, como o Pernalonga. E alguns deles desenvolvem a fasciação. Encontramos alguns cactos desses que possivelmente já têm mais de 200 anos e estão próximos da universidade. Então pedimos permissão para colher amostras e fazer o sequenciamento genético deles. Queremos saber se eles apresentam mutações em partes do DNA que controlam os ciclos de proliferação celular e morte programada das células.E o senhor avalia que esses estudos com câncer em cactos podem ajudar a entender melhor os tumores que afetam seres humanos? Acredito que essa investigação nos ajuda a elaborar melhor as questões fundamentais sobre o que é o câncer. Estamos tentando entender justamente como ele afeta todas as formas de vida.Portanto, ao avaliar como os tumores aparecem em diferentes espécies, nós conseguimos entender as dinâmicas fundamentais da doença e as implicações práticas do câncer em humanos.Por exemplo, na fase inicial da maioria dos tumores, é possível encontrar nódulos ou caroços, que ainda não se transformaram em câncer. Se mudarmos nosso entendimento sobre a doença, pode ser que essas lesões pré-cancerosas já sejam vistas como uma falha no processo de divisão celular, que precisam ser acompanhadas ainda mais de perto pelo risco de virarem algo mais sério.O senhor comentou sobre espécies que vivem com o câncer, mas não morrem por causa dele. Seria possível aplicar esse mesmo conceito aos seres humanos de alguma maneira? Essa é uma de nossas abordagens. Como podemos viver com o câncer e não morrer por causa dele? Será possível que nós consigamos evitar que ele nos mate?O problema fundamental de todos os tratamentos atuais é que eles usam medicações ou radiação na tentativa de matar o câncer. E vale lembrar que, no momento do diagnóstico, o tumor costuma apresentar bilhões de células, com vários tipos de mutações genéticas.Mas o que geralmente acontece é que algumas dessas células tumorais carregam mutações que as protegem da droga ou da radiação. Isso cria um processo que chamamos de resistência terapêutica.Então é muito comum, na oncologia clínica, que, ao iniciar um tratamento, o tumor diminua de tamanho e a maioria das células doentes morram. Mas sempre sobram aquelas células mutantes que são resistentes, e não há como matá-las. Elas crescem de novo e formam um tumor diferente. Daí, se você tenta usar outro medicamento, ele possivelmente não vai funcionar.Esse é um dos motivos que explica por que é tão difícil curar o câncer. Esse mecanismo de resistência terapêutica é algo que se aplica a todas as drogas que já foram testadas e aprovadas na oncologia.Falamos aqui de um problema evolutivo que é equivalente a jogar pesticida em um campo de agricultura. Esse produto vai matar a maioria das pragas, mas aquelas que resistirem vão proliferar e destruir a plantação. Os fazendeiros enfrentam esse problema há muito tempo - e passaram a usar um outro sistema de manejo de pestes.O ponto central aqui é que, quanto mais droga você aplica, maior será o seu efeito de matar as células (ou as pestes) sensíveis e deixar para trás aquelas que são resistentes. Se você usar menos produtos, porém, é possível fazer um controle entre quem sobrevive e e quem prolifera.Então, se o seu objetivo é prevenir que as células resistentes proliferem, o caminho óbvio é não usar a droga que leva a esse mecanismo de resistência, que vai matar o paciente.O ideal seria seguir pelo meio termo: a proposta da terapia adaptativa contra o câncer é dosar melhor as drogas que serão usadas, de modo que elas não deem uma vantagem tão grande às células resistentes. Na sequência, o paciente fica sem tratamento por um período, o que garante um "intervalo" para as células tumorais competirem pelos mesmos recursos.Vamos a um exemplo prático: uma das formas de resistência desenvolvida pelas células é a formação de uma espécie de chaminé, ou um escape capaz de jogar os produtos químicos para fora antes que eles possam agir. Isso faz com que a célula tumoral continue a funcionar. Mas manter essas válvulas de escape é algo bem custoso para as células.Alguns de nossos colegas descobriram que praticamente metade de toda a energia de uma célula resistente é usada nesses sistemas de bombeamento.Agora, se não há uma medicação no pedaço, manter essas válvulas de escape representa uma espécie de prejuízo pelo tanto de energia gasta. Essas células resistentes pagam um preço alto e isso eventualmente vira uma desvantagem em comparação com as outras células tumorais.A ideia da terapia adaptativa, então, é usar um determinado medicamento numa dose baixa e por um tempo limitado, para evitar a ativação dos mecanismos de resistência das células cancerosas. Essa abordagem pode controlar o tumor. Daí, se ele voltar a crescer, você começa um novo ciclo terapêutico.No fim, o objetivo é manter o tumor num mesmo tamanho ao longo do tempo, de modo que ele continue a responder ao tratamento quando necessário. Nossa esperança é que, ao usar menos remédios, toda a terapia seja menos tóxica ao paciente também, e essa se transforme numa segunda vantagem da nossa abordagem.Até o momento, tivemos poucos testes clínicos com as terapias adaptativas e apenas começamos os estudos. Mas estamos muito animados, pois acreditamos que esses princípios possam ser aplicados a qualquer medicamento e a qualquer tipo de câncer.Estamos de dedos cruzados. Se essa teoria se provar verdadeira, seremos capazes de lidar com o câncer de uma forma muito melhor em comparação com o que fizemos até agora.O senhor vê alguma desvantagem ou limitação da terapia adaptativa contra o câncer? Uma das principais dificuldades no momento está na forma de acompanhar o crescimento do tumor. Ainda não sabemos a frequência que a doença precisará ser monitorada. Uma vez ao mês é suficiente? Ou a cada duas semanas? Sem contar que esses exames podem ser um tanto caros...Os primeiros testes clínicos foram feitos com câncer de próstata, em que esse monitoramento acontece por meio de um exame de sangue. Então é algo fácil e barato. Além disso, os tumores de próstata costumam ter uma taxa de crescimento mais lenta. Nesse contexto, provavelmente acompanhar apenas uma vez por mês é algo razoável.Mas isso não vai se aplicar para outros cânceres, que são mais rápidos e necessitam de exames caros. Precisamos desenvolver formas mais baratas e menos invasivas de estimar como certos tumores estão se comportando.Outra limitação está no fato de que algumas terapias oncológicas têm uma toxicidade cumulativa. Algumas delas afetam o coração e, quanto mais remédio você usa ao longo do tempo, pior. Então, parte de nosso trabalho é selecionar opções que possam ser usadas em baixas doses pelo resto da vida.Nesse sentido, o câncer se assemelha ao diabetes, em que você faz um controle ao longo do tempo. Mas esbarramos ainda na toxicidade acumulada dos remédios, e essa pode ser uma má notícia para a terapia adaptativa.E do ponto de vista inspiracional, o senhor acha que as plantas têm algo a nos ensinar sobre o câncer?Um problema dessa transição foi o câncer. A partir do momento em que as células passam a se dividir e replicar, há o risco de ocorrer um descontrole neste processo. Eu penso no câncer como essa barreira que está ligada e desafia a vida multicelular.Entender essa onipresença do câncer em muitos seres nos ajuda a compreender a própria natureza da vida e a história da Terra.Claro que também me interesso pelos aspectos práticos da prevenção do câncer para lidar com a morte e o sofrimento. Por isso que realizamos esses trabalhos de detectar lesões pré-cancerosas ou desenvolver as terapias adaptativas.Mas podemos observar a natureza e entender como diferentes seres desenvolveram maneiras de prevenir ou conviver com o câncer. Nós também pesquisamos as taxas de crescimento de câncer em várias espécies. Ao fazer isso, encontramos algumas com taxas baixíssimas, como é o caso de pinguins e golfinhos.A questão é: qual o mecanismo que ameniza o câncer nessas espécies? E podemos usá-lo de alguma maneira em seres humanos, seja na prevenção ou no tratamento? Há muito conhecimento acumulado aqui, afinal, falamos de 2,5 bilhões de anos de evolução de diferentes seres multicelulares. Queremos saber por que e como a seleção natural resolveu o problema do câncer em alguns casos e quais dessas estratégias podem nos inspirar para melhorar a vida humana.
2023-09-04 10:57:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrio/2023/09/cancer-em-cactos-o-que-a-doenca-em-outras-especies-pode-nos-ensinar.shtml
Pix de R$ 1,2 bi em dezembro de 2022 é o maior já feito, diz BC
Um Pix de R$ 1,2 bilhão em dezembro do ano passado foi a transação de maior valor realizada por meio do serviço de pagamentos instantâneos do Banco Central entre 2020 e 2022, segundo dados divulgados pela autoridade monetária nesta segunda-feira (4).A informação consta no relatório "gestão do Pix - concepção e primeiros anos de funcionamento 2020-2022", que traz uma radiografia do meio de pagamento mais utilizado no Brasil.Essa cifra, contudo, é exceção. O Pix tem sido utilizado principalmente para transferências de valores mais baixos. Segundo o documento, R$ 257 era o valor médio das transações entre pessoas físicas em dezembro de 2022.Considerando todas as operações até o fim do ano passado, quase 61% delas foram inferiores a R$ 100. Nas transações cujos pagadores são pessoas físicas, 93,1% estavam abaixo de R$ 200."Já considerando transações apenas entre pessoas jurídicas privadas, ainda há certa concentração na faixa até R$ 500, porém já se nota uma contribuição maior de transações de valor mais elevado: 18,6% das transações têm valor a partir de R$ 2.000", diz o documento.Desde seu lançamento, em novembro de 2020, o Pix continua crescendo e, no dia 4 de agosto deste ano, registrou um novo recorde de operações: 142,4 milhões de transações em um único dia.De acordo com a análise feita pela instituição, há maior movimento no período diurno e durante a semana. "De segunda a sexta-feira, a quantidade de transações Pix representou aproximadamente 77% do total de transações ocorridas entre novembro de 2020 e dezembro de 2022." "Em relação ao volume transacionado, houve crescimento nominal de 914% em 24 meses, chegando a R$ 1,2 trilhão em dezembro de 2022", mostra o relatório. Em 2021, foram movimentados R$ 718 bilhões.O BC considera que os casos de uso do Pix cresceram ainda mais no ano passado depois de a Receita Federal utilizar o meio de pagamento para restituir imposto de renda aos contribuintes e de a Justiça Eleitoral adotar o sistema para remunerar mesários que trabalharam durante as eleições.Além disso, em 2022, o Tesouro Nacional começou a fazer pagamentos de salários aos servidores federais via Pix."Em relação às transações envolvendo governo, as quantidades corresponderam a apenas 0,1% da totalidade, e a 0,7% do volume financeiro total, em dezembro de 2022, mostrando que o Pix ainda tem espaço a crescer também nas transações envolvendo órgãos governamentais", afirma o texto.Até o fim do ano passado, 18.200 entes governamentais utilizaram o Pix para pagamentos e/ou recebimentos, pulverizados em todas as esferas.O relatório do BC cita também um estudo independente, publicado pela ACI Worldwide –consultoria internacional que atua no setor de pagamentos–, sobre o efeito financeiro de soluções de pagamentos instantâneos.A análise estima que "o Pix gerou, em 2021, uma economia de custos estimada em US$ 5,7 bilhões para empresas e consumidores, o que ajudou a gerar uma produção econômica adicional de US$ 5,5 bilhões, representando 0,34% do PIB brasileiro. As estimativas são que esses números alcancem US$ 37,9 bilhões e US$ 37,6 bilhões (2,08% do PIB) até 2026."Até o fim do ano passado, 133 milhões de pessoas físicas já tinham feito ou recebido pelo menos um Pix, o que equivale a 77% da população adulta. De acordo com o BC, a frequência de utilização é relevante em todas as regiões do Brasil, com destaque para Norte e Nordeste. Em agosto deste ano, esse dado já ultrapassou a marca de 144 milhões de usuários.Desde que foi implementado, o sistema vem passando por uma série de aprimoramentos para trazer novas funcionalidades aos usuários.Na agenda evolutiva, o BC trabalha no desenvolvimento do Pix Automático, modalidade que funcionará como um débito automático mediante autorização prévia do pagador. Ou seja, os brasileiros poderão quitar despesas recorrentes, como contas de água, luz e telefone, sem precisar autenticar cada transação. O lançamento da ferramenta está previsto para 2024.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...No relatório, o BC cita, entre as possibilidades de evolução do Pix, o uso de modelos que permitam que o pagador esteja sem conectividade à internet."O uso de novas tecnologias que tornam a experiência de pagamento ainda mais rápida pode ser benéfico principalmente em alguns casos de uso específicos, como pagamentos de pedágios em rodovias, estacionamentos e transporte público", diz o texto.O relatório menciona ainda que, no futuro, o Pix poderá permitir a integração com sistemas de pagamentos instantâneos internacionais, viabilizando a realização de transações com outros países, como remessas, pagamentos entre empresas e pagamentos de compras de bens e de serviços no exterior.Em entrevista à Folha, em setembro do ano passado, Andrew McCormack, chefe do centro de inovação do BIS (Banco de Compensações Internacionais) em Singapura, afirmou que o Pix do Brasil está no topo da lista dos sistemas que poderiam se juntar ao Nexus, o "Pix global".Quanto ao aperfeiçoamento da segurança do sistema, polícias, Ministérios Públicos e outras autoridades de persecução penal podem consultar automaticamente, desde 1º de setembro, dados cadastrais, vinculados às chaves Pix, de usuários sob investigação.O BC espera, assim, facilitar a identificação e eventual responsabilização de usuários que utilizaram o Pix para cometer crimes e, assim, auxiliar no combate e prevenção de fraudes e crimes cibernéticos. Mais
2023-09-04 10:42:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/pix-de-r-12-bi-em-dezembro-de-2022-e-o-maior-ja-feito-diz-bc.shtml
Método permite obter acetona de forma mais simples, segura e barata
Insumo essencial na indústria química, a acetona é utilizada na fabricação de uma grande variedade de produtos, como adesivos, antibióticos, componentes eletrônicos, solventes e removedores, tintas de impressão e vitaminas, entre outros. Seu processo de produção, no entanto, é elaborado e perigoso.Para simplificá-lo, torná-lo mais seguro e diminuir custos, um grupo de pesquisadores do Brasil e da Alemanha desenvolveu um método inédito, que utiliza apenas luz e um composto químico barato: o cloreto de ferro (FeCl3).Os resultados da pesquisa, financiada pela Fapesp, foram publicados no periódico ACS Catalysis.Conhecido como Hock ou cumeno, o processo padrão de fabricação de acetona envolve diversas etapas: primeiramente, o propano – subproduto do petróleo – é transformado em propileno, um gás extremamente inflamável que reage com o benzeno e, em seguida, com o oxigênio a altas temperaturas e pressões para dar origem à acetona. Essas reações também geram um composto denominado fenol – que tem demanda menor e gera custo para ser transformado em substâncias de maior valor.O método alternativo, proposto por cientistas das universidades Federal de São Carlos (UFSCar), Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Max Planck Institute of Colloids and Interfaces (Alemanha), baseia-se na oxidação do propano usando cloreto de ferro como catalisador homogêneo na presença de luz (reação fotocatalítica)."Descobrimos que, ao ser irradiado com determinados comprimentos de onda, o cloreto de ferro gera o radical cloro, que é extremamente oxidante e faz a ativação da ligação CH, ou seja, quebra a ligação entre carbono e hidrogênio, dando origem a um radical que, na presença de oxigênio, leva à formação de acetona", explica Ivo Freitas Teixeira, professor do Departamento de Química da UFSCar e coordenador do estudo."Realizamos uma reação muito importante de maneira absolutamente diferente e utilizando elementos muito simples."A comprovação de que a reação foi realmente conduzida por radicais de cloro gerados pela fotólise da ligação Fe-Cl foi feita por meio de estudos mecanísticos, incluindo análises de espectrometria de massa (que permitem identificar os componentes de uma mistura com base no peso molecular de cada elemento).Entre as vantagens do novo processo estão o fato de ele ser direto (não há produção de propileno em etapas intermediárias) e mais seguro, pois não envolve reações de oxigênio em altas pressões e temperaturas nem intermediários inflamáveis e perigosos. Além disso, reduz o gasto de energia e o custo, pois possui menos etapas e ocorre à temperatura ambiente de 25 °C.Apesar de os experimentos terem utilizado uma fonte de luz do tipo LED, a ideia é que, no futuro, ela possa ser substituída por luz solar, tornando o método ainda mais sustentável.Com a patente já depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a ideia agora é buscar parcerias com empresas para financiar o escalonamento do novo processo para nível comercial."Esse método pode se tornar absolutamente disruptivo para a produção de acetona na indústria química, tornando o processo mais seguro e sustentável e viabilizando uma rota para a produção unicamente de acetona, o que reduziria custos e traria competitividade", diz Teixeira.De acordo com o pesquisador, o principal desafio, nesse caso, se deve ao fato de que, na indústria petroquímica, os processos acontecem em grande escala e atualmente não existe nenhum método comercial fotocatalítico.O projeto de pesquisa também segue evoluindo em duas direções: ao mesmo tempo em que testam o novo método com outras substâncias, como metano, os pesquisadores agora já pensam, também, em maneiras de escalonar o processo e adaptá-lo à indústria para que se consiga produção e aproveitamento maiores.O artigo Direct Synthesis of Acetone by Aerobic Propane Oxidation Promoted by Photoactive Iron(III) Chloride under Mild Conditions pode ser lido aqui.
2023-09-04 09:14:00
ciencia
Ciência
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2023/09/metodo-permite-obter-acetona-de-forma-mais-simples-segura-e-barata.shtml
No ar em duas novelas, Cássio Gabus Mendes desconversa sobre Lídia Brondi: 'Somos fechados'
Cássio Gabus Mendes é daqueles rostos que, inconscientemente, nos conectam ao conceito de bom moço. Seja pelo Ricardo, em "Tieta" (1989), ou Luis Felipe, em "Todas as Flores" (2022), que estreia nesta segunda-feira (4), na Globo... ele tem cara de bonzinho, fazer o quê?Depois mais de 25 novelas no currículo, o ator de 62 anos terá um feito inédito neste mês: além de "Todas as Flores", estreia em "Elas Por Elas", como um dos vilões da trama. Ou seja, duas novelas novinhas na TV aberta. "Já aconteceu de ter duas reprises com personagens meus sendo exibidas ao mesmo tempo, mas duas novelas inéditas na TV? É estreia, que coincidência, ainda mais dois personagens opostos", celebra Gabus Mendes, em entrevista por telefone ao F5.Em "Todas as Flores", que estreou no Globoplay em outubro do ano passado, tida como a primeira novela diretamente para streaming, o artista interpreta um personagem do bem: um promotor de justiça que nunca teve voz nos negócios da família, mesmo sendo um dos três herdeiros da Rhodes, a loja de artigos de luxo e perfumes conduzida por Guiomar (Ana Beatriz Nogueira). Mais Na trama de João Emanuel Carneiro, Luís Felipe é autoritário e metódico, mas extremamente preocupado com a mulher Lila (Naruta Costa) e a filha Joy (Yara Charry). Alguns de seus movimentos até foram considerados machistas pelas redes sociais."Quanto mais conflitos fortes nos personagens, de todos os lados, melhor. Não me importo de pegar e conduzir alguém extremamente machista. O que mais quero é incomodar mesmo", conta ele. "É difícil esse caminho inconsciente de ser rotulado de bonzinho. Quando chega um personagem assim, de caminhos fortes ou polêmico, isso é sempre bom. Poder se 'sujar mais' é interessante pra mim."A partir do dia 25 de setembro, então, o público poderá ver o contraponto claro, quando o ator poderá ser visto como "uma espécie de vilão", como ele mesmo diz, em "Elas Por Elas", nova novela das seis. Remake da trama de 1982, escrita pelo próprio pai de Gabus Mendes, Cassiano Gabus Mendes, o ator interpretará um sócio do marido de Lara (Deborah Secco)."Ele é um grande trambiqueiro, digamos assim (risos). Tem uns 'trambiques' sérios, que podem flutuar na comédia, mas que não beiram o pastelão. Estou gostando muito, tem sido um processo muito grande de criação, de poder colocar comédia", antecipa ele, que se diz satisfeito com a adaptação do texto escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson. "É um texto refinado, mas numa coisa leve e de comédia, de movimento rápido de cena, que é algo que meu pai também tinha."Além disso, "Elas Por Elas" também representa um marco pessoal: Cássio Gabus Mendes estreou como ator, na Globo, atuando na versão original, como Elton, o filho de Carmem (Maria Helena Dias) e Rubão (Ivan Cândido). "Tinha vezes que vinha ao estúdio só para ficar assistindo as cenas, nos bastidores, mesmo que eu não tivesse gravação. Até via e pensava: 'Nossa, parece fácil'. Mas aí, quando precisava filmar, eu falava: 'É nada, é um sofrimento muito grande' (risos)." Mais Em meio ao seu extenso currículo, Cássio Gabus Mendes teve a oportunidade de integrar o elenco de "Vale Tudo", outra trama especial no coração dos milhões de brasileiros, com texto de Gilberto Braga em parceria com Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, em 1988.Recentemente, a Globo confirmou o início do desenvolvimento de um remake do folhetim, que paralisou o país diante do mistério sobre o autor do assassinato de Odete Roitman (Beatriz Segall).Naquela trama, Gabus Mendes viveu Afonso, o milionário filho de Odete que tenta ser seduzido pela ambiciosa Maria de Fátima (Glória Pires). Sobre a nova versão, ele desconversa sobre quem seriam bons candidatos aos papéis. "Temos gerações novas extremamente talentosas, impossível citar nomes. Não tenho como", justifica ele, afirmando que iria adorar um convite para surgir na novela. "Convite sempre é bom, ainda mais quando as referências são fortes."Em "Vale Tudo", inclusive, o personagem do ator é namorado da jornalista Solange (Lídia Brondi), que é sua mulher na vida real até hoje. Juntos há 32 anos, o casal é discreto e as poucas aparições de Lídia em eventos causam alvoroço nas redes sociais. "Entendo perfeitamente essa curiosidade, porque nossos personagens são mais fortes que a gente, acho que é isso que aquece as pessoas. Minha vida não é tão interessante quanto os vários personagens, então acho que é natural", analisa ele, entre risadas, sobre o extremo interesse das pessoas.Sobre o que ela anda fazendo, Cássio é direto: "Nós temos um acordo: perguntas sobre a Lídia têm que ser feitas a ela. Não falo por ela". Nas horas vagas, os dois costumam assistir "de tudo" juntos. "A gente vê e revê muita coisa, mas as novelas que atuamos, nem tanto. A gente não fala delas", pontua. Hoje, Lídia é psicóloga e "estudou pra caramba", comenta Mendes. "O que importa é que ela tá bem e feliz." Mais
2023-09-04 08:00:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/no-ar-em-duas-novelas-cassio-gabus-mendes-desconversa-sobre-lidia-brondi-somos-fechados.shtml
Rio mira segurança no centro e tenta acelerar plano de atrair moradores à região
O antigo hotel Nice, na rua Riachuelo, no centro do Rio de Janeiro, está com a fachada encoberta por andaimes e telas. Na entrada, balões coloridos tentam atrair compradores para o residencial.Na avenida Presidente Vargas, a 2 km de distância do hotel, uma retroescavadeira trabalha em um terreno que já foi usado como estacionamento e corretora imobiliária. Ali também é construído um edifício residencial.A missão de reabitar o centro avança em ritmo mais lento do que a prefeitura esperava, mas lojistas, moradores e empresários afirmam que, no setor de comércio e serviços, esta é a fase mais otimista desde o início da pandemia. A avaliação é de que a crise que esvaziou as ruas e fechou lojas, algumas centenárias, passou.Plínio Froes, sócio do grupo Scenarium, que comanda empreendimentos na rua do Lavradio, como o casarão de shows Rio Scenarium e a cachaçaria Mangue Seco, conta que quase precisou fechar as portas."Entramos em recuperação judicial e ficamos endividados para pagar nossos funcionários. Após a pandemia, nossas casas voltaram lentamente e hoje estamos a pleno vapor", diz Froes. No fim do ano passado, na mesma calçada, ele abriu o Dolores Club, casa de jazz e bossa nova."Essa região da cidade está pujante, cheia de vitalidade. A ideia é tornar o centro uma zona sul estendida", afirma Alberto Szafran, subprefeito do centro.Ele afirma que ainda há áreas esvaziadas e que precisam de ordenamento. Festas que aconteciam semanalmente no arco do Teles, travessa com casarões centenários na praça 15, por exemplo, foram proibidas. Segundo o subprefeito, o entorno amanhecia sujo e danificado. Mais Perto da Cinelândia, o Passeio Público, parque inaugurado no século 18 e projetado por Mestre Valentim, recebe poucos visitantes e trabalhadores. A retirada do gradil chegou a ser cogitada para dar mais movimento, mas a estrutura é tombada pelo patrimônio histórico.Vizinho ao parque, o bairro da Glória está em fase melhor. Em decreto deste ano, a prefeitura transferiu o bairro da zona sul para a subprefeitura do centro, reformou praças e autorizou mais eventos de rua, como feiras livres e gastronômicas e rodas de samba."O problema do centro é o esvaziamento. Onde há áreas bem ocupadas, as taxas de violência não são grandes. Queremos reabitar a região, reabrir as lojas e ter um fluxo de trânsito de pessoas caminhando, usufruindo", afirma Szafran.Dados do ISP (Instituto de Segurança Pública) indicam queda em parte das estatísticas de roubos e furtos no centro do Rio. O órgão reúne informações dos registros de ocorrência nas delegacias.O total de furtos registrados na 4ª DP (Centro) de janeiro a julho de 2023 caiu 9,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. O registro de roubos teve queda de 23% na mesma delegacia.Na 5ª DP (Mem de Sá), que atua em áreas com vida noturna agitada, como a Lapa, a queda foi de 24% no total de roubos. A média de furtos, contudo, se manteve a mesma na comparação.Os casos podem ser maiores, já que nem toda vítima de furto registra boletim de ocorrência. Mas todos os crimes de rua diminuíram se comparados a 2019, último ano antes da pandemia de Covid-19.A guarda municipal, controlada pela Seop (Secretaria de Ordem Pública), aumentou o efetivo no centro após mudança na lei que dita os horários dos agentes. Antes, a escala era de 12 horas de trabalho por 60 horas de folga (que, agora, passou para 36 horas).Sócio de uma sapataria próxima ao largo São Francisco de Paula, Benedito Pereira diz manter o comércio com esforço diante da concorrência."Estamos abertos a duras penas. Vejo, sim, o centro mais movimentado. Mas o comércio ilegal e a venda online são nossos rivais. Pago funcionários, imposto e aluguel caro. Dois quarteirões à frente, pessoas vendem produtos parecidos com os meus, mas falsificados, pela metade do preço", afirma.Os furtos e as cenas de uso de drogas, especialmente crack, são outros problemas sob o guarda-chuva da Seop. A pasta afirma ter apreendido mais de 1.300 materiais para consumo de drogas neste ano, além de cerca de 2.000 facas desde junho do ano passado."Quando retiramos esse material, contribuímos para a redução dos índices de crimes. Também temos um setor de inteligência para mapear áreas. Já desmobilizamos cenas de uso de crack na rua Couto Magalhães, em Benfica, e na rua Augusto Severo, entre a Glória e a Lapa", afirma o secretário Brenno Carnevale.Apesar de não ter aumentado o efetivo de garis, a Comlurb, responsável pela limpeza urbana da cidade, afirma ter promovido mudanças no planejamento de limpeza do centro. Vans motobomba e varredeiras de médio e grande porte foram incluídas na rotina, e ruas e calçadas passaram a ser lavadas mais frequentemente, com água de reúso e detergente líquido.Segundo a companhia, o IPL (Índice de Percepção de Limpeza) do centro passou de 81,4 em 2022 para 82,7 em 2023.A moradia no centro da cidade ainda é um desafio que a gestão Eduardo Paes (PSD) tenta emplacar. O Reviver, idealizado para transformar imóveis comerciais ou vazios em residenciais, completou dois anos em julho. O programa emitiu 29 licenças de construção em dois anos, que totalizaram 2.422 unidades de moradia.Em julho, o Executivo enviou um projeto de lei à Câmara do Rio que estimula a ida de investidores para a área central. A votação do texto em segunda discussão estava prevista para quinta (31), mas foi adiada.Funciona como bônus: a cada 1.000 metros quadrados criados no centro, a construtora terá 1.000 metros quadrados de potencial construtivo em outro bairro da zona sul, como Copacabana e Ipanema, ou da zona norte, como a Tijuca.O percentual pode chegar a 150% em caso de moradias populares. Na primeira versão, o Reviver Centro concedia bônus menores, de 40%.O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, Chicão Bulhões, avalia que o Reviver "ainda está tímido" e que o estímulo de distribuir o potencial construtivo para a zona sul pode acelerar a chegada de mais residenciais. Mais "Quando você dá a licença, a incorporadora não necessariamente vai construir imediatamente. Ela espera o melhor momento de mercado. O ideal é que as construtoras viessem e já começassem as obras. Então, estamos criando mais incentivos. A gente tem pressa", diz Bulhões.A estratégia é questionada por urbanistas e moradores da zona sul. Eles avaliam que os bairros elencados como disponíveis já são populosos e têm pouco espaço para crescer ainda mais.Todas as autorizações de potencial construtivo emitidas pelo Reviver foram para os bairros de Ipanema e Copacabana. Não houve emissões para bairros da zona norte.Tarcyla Fidalgo, pesquisadora do Observatório das Metrópoles da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), afirma que o programa não tem estimulado a construção de habitações populares."O potencial construtivo não está necessariamente associado à construção de habitação de interesse social. Nada impede que uma construtora faça um retrofit de um prédio no centro, para construir um residencial de alta renda, que é o que temos visto desde que o Reviver foi lançado", diz.
2023-09-04 09:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/rio-mira-seguranca-no-centro-e-tenta-acelerar-plano-de-atrair-moradores-a-regiao.shtml
Avião cai, e piloto morre após manobra em chá de revelação no México; veja vídeo
O piloto de um pequeno avião com hélice frontal morreu no México após uma manobra durante um chá de revelação próximo à cidade de Navolato, no estado de Sinaloa, no oeste do país. O incidente aconteceu no fim da tarde de sábado (2).Vídeo publicado nas redes sociais e na imprensa local mostra o momento em que a aeronave faz um rasante por cima do casal e libera um rastro em pó de cor rosa. Em seguida, uma das asas do avião parece se retorcer, fazendo com que o piloto perdesse o controle e a aeronave despencasse —não é possível ver o momento em que ela toca o chão.De acordo com a imprensa local, o piloto de 32 anos, identificado apenas como Luis Ángel, ficou gravemente ferido com o impacto. Ele foi levado por equipes de resgate a um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Autoridades ainda investigam as causas do acidente.
2023-09-04 07:26:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/aviao-cai-e-piloto-morre-apos-manobra-em-cha-de-revelacao-no-mexico-veja-video.shtml
Eleição na Argentina: Por que Javier Milei preocupa governo Lula
Quando questioando a respeito da integração da Argentina ao Brics e sobre que relação uma eventual gestão sua teria com o atual governo socialista espanhol, Javier Milei, o candidato radical que lidera a corrida para as eleições argentinas, respondeu com uma de suas frases conhecidas: "Os socialistas não são defensores da liberdade". E se calou quando repórteres insistiram para que ele respondesse se fazia referência ao Brasil ou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Foi na semana passada, no mesmo dia em que o economista, que se autodefine como libertário, já tinha usado outra de suas formulações públicas típicas —que "não fará acordo com comunistas" e que sua política exterior será com Estados Unidos e Israel, mas que o empresariado é "livre" para comercializar com quem quiser.Logo após as eleições primárias argentinas o apontarem como favorito, em 13 de agosto, Milei, da coalizão A Liberdade Avança, repetiu que o Mercosul "deve ser eliminado" e que, se eleito, não permitirá que a Argentina seja incorporada ao Brics ampliado —o país acaba de ser convidado ao grupo formado por Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul.Se não surpreendem, o conjunto das declarações do presidenciável argentino é avaliado como "preocupante" e como merecedor de "atenção" por setores do governo brasileiro, em Brasília, segundo fontes ouvidas pela BBC News Brasil em condição de anonimato.Empresários e analistas coincidiram que Milei tem potencial para se tornar uma dor de cabeça para o presidente Lula caso eleito, ainda que todos avaliem que uma ruptura total entre Brasil e Argentina é pouco provável, dada a enorme interdependência entre os vizinhos.Na Casa Rosada, se cumprir o que tem falado, o candidato pode turbinar o mal-estar já instalado no Mercosul, em meio a uma longa e complicada renegociação do acordo comercial do bloco com a União Europeia. Pode ainda frustrar os planos do governo Lula de ter a Argentina como uma aliada do Brasil no Brics, já que os dois países seriam os únicos da América Latina na nova configuração do grupo.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando..."Tudo é meio imprevisto, em caso de vitória dele", disse uma alta fonte do governo em Brasília. "Ele é o que gera o maior grau de incerteza", disse outro funcionário da administração Lula.Procurado pela reportagem, o ex-chanceler e assessor especial da Presidência, Celso Amorim, respondeu por escrito que a relação entre os dois países é um "patrimônio". "Obviamente não podemos comentar assuntos internos da Argentina, mas a preservação do Mercosul é uma preocupação legítima. É um patrimônio de mais de trinta anos e é parte do patrimônio de paz e prosperidade que criamos e que queremos fortalecer."O influente assessor diplomático direto de Lula também comentou a questão do Brics. "Da mesma forma, saudamos o ingresso da Argentina no Brics, um reconhecimento da importância geopolítica dessa grande nação, que fortalece o poder de negociação de nossa região."Três fontes diplomáticas de Brasília complementaram as declarações do ex-chanceler, convergindo ao dizer que hoje já é feita "uma ginástica" para que o Uruguai não deixe o Mercosul. "Imagine se a Argentina também quiser sair, será complicado", disse uma delas. Mais O Brasil exerce a presidência rotativa do bloco sul-americano em meio a tensões abertas com o governo de centro-direita. O presidente uruguaio, Luis Alberto Lacalle Pou, defende abertamente a flexibilização do Mercosul e pressiona para ser autorizado a fazer acordos comerciais isolados com países como a China.Além da animosidade com Brics e Mercosul, Milei também retiraria fôlego de iniciativas que o governo Lula tenta retomar, como a Unasul, com os países da América do Sul, e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).Em entrevista recente à agência de notícias Bloomberg, perguntado se poderia se aproximar do presidente Lula, Milei respondeu que não. "Na verdade, eu acho que é preciso eliminar o Mercosul porque é uma união aduaneira defeituosa que prejudica os argentinos de bem. É um comércio administrado por Estados para favorecer a empresários que tiram vantagem. Onde o Estado se mete, faz estragos", disse Milei.Ele disse "que não fazemos pacto com comunistas" (em referência à China), mas que o país asiático pode ser sócio do setor privado. "Eu não promoveria a relação nem com China, nem com Cuba, nem com Venezuela, nem com Nicarágua nem com a Coreia do Norte".O Brasil e a China são os principais sócios comerciais da Argentina, enquanto Pequim é também um investidor direto de peso no país.Nos últimos dias, no entanto, enquanto o economista "mantém seu discurso radical", como disse um empresário com negócios na Argentina, seus assessores tentam amenizar suas palavras à medida que aumentam suas chances de chegar à Casa Rosada.A economista Diana Mondino, apontada como provável chanceler em um eventual governo Milei, disse a interlocutores brasileiros que não se pretende sair do Mercosul, mas que ele seja reformulado e que a relação com o Brasil seria pragmática e entre as prioridades de uma eventual administração Milei.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...Seja como for, Juan Gabriel Tokatlian, professor de relações internacionais da Universidade Torcuato Di Tella, diz que, caso Milei seja eleito e não confirme a adesão da Argentina ao Brics, será "uma bofetada no presidente Lula"."E é preciso lembrar que o Brasil foi, é e será o sócio estratégico da Argentina", afirma Tokatlian. Para ele, pelo menos num primeiro momento, os dois países poderiam viver uma reedição do que foi a relação "azeda" entre Bolsonaro e Alberto Fernández.As referências de Milei a socialistas e comunistas e ao suposto giro para privilegiar EUA e Israel na política externa levaram analistas argentinos a recordarem a estratégia do ex-presidente Jair Bolsonaro."Milei busca construir uma semelhança com Bolsonaro. Não que seja Bolsonaro, mas ele tenta construir essa semelhança", diz o analista político argentino Raúl Timerman, do Grupo de Opinião Pública (GOP).Timerman e Tokatlian observaram que é preciso ficar atento ao papel que os setores de segurança pública, inteligência e Defesa teriam em um eventual governo Milei —outra área em que ele poderia buscar ter associação com Bolsonaro, já que sua candidata a vice, Victoria Villarruel, não repudia os militares que atuaram na ditadura, questiona as políticas de direitos humanos e condena "os grupos guerrilheiros armados" naquele período."Pela primeira vez temos uma pessoa na chapa presidencial que é tolerante com as ditaduras e que tem uma visão ideologizada sobre os direitos humanos. A vice de Milei quer reforçar o papel das Forças Armadas no combate ao narcotráfico. É preciso estar atento", diz Tokatlian.Uma fonte do governo Lula em Brasília aponta diferenças "abismais" entre o contexto brasileiro e o argentino e entre Bolsonaro e Milei. As diferenças não descartam, porém, que uma vitória de Milei seja um terremoto para o sistema político argentino.Daí que não só o impacto externo como também as consequências das medidas internas de um futuro governo Milei estão no horizonte de preocupação da administração brasileira, diz uma fonte. Mais Milei, à frente de um pequeno e novo movimento, disputará o primeiro turno da eleição presidencial em 22 de outubro com o ministro da Economia, Sergio Massa, candidato governista, e com a ex-ministra de Segurança Patricia Bullrich, da coalizão Juntos por el Cambio, tradicional oposição ao peronismo e que integrou o governo Mauricio Macri. Outros candidatos estão na corrida à Casa Rosada, mas Milei, Bullrich e Massa são os que teriam mais chances de ser eleitos, de acordo com os resultados oficiais das primárias.As pesquisas mais recentes apontam o crescimento de Milei, com cerca de 32% a 35% das intenções de voto, Massa com cerca de 25% a 26%, e Bullrich com 20,9% e 23%. Como os levantamentos não previram a possibilidade de Milei como favorito nas primárias, existe cautela em torno das previsões. Os resultados oficiais das primárias deram Milei à frente, mas com pouca diferença para Massa e Bullrich.Nesta reta final de campanha, o governo Lula tem feito acenos ao governismo de Massa e rebate os questionamentos sobre suposta intervenção na política interna do vizinho.No último dia 28, em Brasília, Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, receberam Massa para falar de acordos comerciais e investimentos brasileiros. A imprensa argentina deu destaque a declarações atribuídas ao presidente brasileiro sobre Milei. "Está mais louquinho que Bolsonaro", teria dito Lula, segundo o jornal Página 12, de Buenos Aires, citando assessores de Massa que o acompanharam na reunião com o presidente brasileiro.As supostas declarações de Lula ganharam destaque também nas emissoras de televisão local, e a foto de Massa com o presidente brasileiro ilustrou o comunicado à imprensa sobre a reunião distribuído pelo Ministério da Economia argentino.Uma fonte do governo brasileiro evitou confirmar as declarações de Lula. "Observe que o presidente Lula não fez declarações públicas. Ele pode ter suas preferências, mas o governo brasileiro terá relação com qualquer um dos candidatos que chegue a ser eleito", disse o alto funcionário.Além da política externa, as possíveis medidas no âmbito interno em um eventual governo Milei também têm sido acompanhadas não só pela gestão Lula como por outros governos e políticos da região.Entre os planos já ventilados por Milei estão o fim do Banco Central, a eliminação de programas sociais, mudanças radicais na legislação trabalhista e nas áreas de saúde e de educação públicas, que deixariam de ser custeadas pelo Estado. O economista propõe um ajuste ainda maior do que o que é hoje exigido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) à Argentina e nega que exista uma crise climática."Não é que Milei seja de direita, ele é louco", disse o ex-presidente José "Pepe" Mujica, uma referência para a esquerda da região, à imprensa uruguaia. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também de esquerda, disse à imprensa colombiana que as declarações de Milei eram similares às de Hitler. Milei reagiu dizendo que "os socialistas não me surpreendem e são parte da decadência".Os sinais de alerta não vêm só à esquerda. A consultoria de risco global Eurasia Group escreveu aos clientes no mês passado: "Milei não tem um plano claro para atingir seus objetivos, e sua provável futura Presidência vai ser altamente disruptiva".A Argentina é um país com ampla e forte estrutura sindical e de movimentos sociais. A preocupação, em relação aos efeitos internos, é sobre qual seria a reação caso os direitos adquiridos sejam afetados pelo próximo governo. Perguntados se os planos internos de Milei geram inquietação, fontes do governo brasileiro disseram, sem entrar em detalhes: "É uma decisão dos argentinos, mas as declarações dele são preocupantes".Um diretor-executivo de uma empresa com negócios no Brasil e na Argentina e que está baseado em Buenos Aires disse que, no meio empresarial, existe preocupação sobre as "medidas radicais" de Milei.Segundo dados oficiais, nos últimos 12 meses, entre julho do ano passado e julho deste ano, a inflação argentina foi de 113,4%. No âmbito empresarial, disse uma fonte da Bolsa de Comércio de Buenos Aires, a preferência seria por Bullrich, "que é pró-mercado, mas não radical como Milei".Após as eleições primárias, a situação econômica ficou ainda mais turbulenta. O governo desvalorizou o peso em quase 20%, o dólar paralelo disparou, e a expectativa é que a inflação de agosto possa chegar aos dois dígitos, de acordo com economistas."Se Milei colocar em prática o que diz, como a reforma trabalhista e a privatização da saúde e da educação, haverá conflitos. E devemos notar que ele não contaria com votos do Congresso Nacional", diz o analista Timerman. Neste caso, a preocupação, segue ele, também é sobre como o setor de segurança poderia reagir diante dos possíveis protestos e manifestações, que costumam fazer parte da Argentina.Este texto foi publicado originalmente aqui.
2023-09-04 07:00:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/eleicao-na-argentina-por-que-javier-milei-preocupa-governo-lula.shtml
Fundo árabe paga R$ 464 mi para assumir controle da rede de academias Bluefit
Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta segunda-feira (4). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...A rede de academias Bluefit anunciou no sábado (2) que o Mubadala, ligado ao fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos, irá pagar R$ 464,1 milhões para ficar com 51% das ações da companhia, assumindo seu controle.Em números: o fundo árabe irá pagar R$ 114,1 milhões para comprar ações de atuais sócios da rede de academias. Os outros R$ 350 milhões serão aportados na empresa via emissão de ações. Setor bombado: o investimento do Mubadala na Bluefit acontece em um período de alta nos negócios do mundo fitness.Petrodólares: o momento também é de efervescência de aportes de países como Arábia Saudita e Emirados Árabes em empresas brasileiras. Mais Quem é quem: Bluefit: a rede de academias fundada em 2015, em Santo André (SP), terminou o segundo trimestre com 133 unidades, entre estabelecimentos próprios e franqueados, e 338 mil alunos ativos. A empresa até chegou a tentar um IPO em 2021, mas desistiu do processo com a piora do mercado acionário. Mubadala: o braço de gestão de ativos do fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos administra US$ 284 bilhões (R$ 1,4 trilhão) ao redor do mundo. Além dos investimentos citados, o fundo também é dono da refinaria de Mataripe, na Bahia.O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente. A startup: fundada no ano passado, a Frota 162 reúne em uma plataforma a gestão de multas, condutores, as restrições de veículos, dados de documentos e outras informações destinadas às empresas frotistas. Em números: a startup anunciou na última semana um aporte de R$ 3 milhões, seu primeiro desde que foi criada. Quem investiu: a rodada foi liderada pela ACE Ventures, braço de investimento da aceleradora de mesmo nome, e teve participação do Fundo Soberano do Espírito Santo e da Venture Hub. Que problema resolve: a startup diz que sua plataforma gera uma economia de 40% do custo com atrasos nos documentos e reduz em 80% o tempo que as empresas frotistas gastam com a gestão de multas e motoristas. Por que é destaque: a startup, que já faturava com dois meses após ter lançado o produto no mercado, hoje cresce em média 15% ao mês, com o objetivo de multiplicar por quatro o tamanho da operação até o fim do ano. A empresa tem em sua base mais de 44 mil veículos, 10 mil condutores monitorados e em sua carteira de 100 clientes estão nomes como Armac, Rodonaves, Framento, Lets Locadora e Kothe. Números do mercado Depois de um julho positivo, o mês de agosto veio para reforçar a expectativa de que o fundo do poço do investimento em startups latino-americanas pode ter ficado para trás.Apesar do resultado ter sido puxado pelas rodadas de financiamento via dívida, que não envolvem aquisição de participação de startups, os investimentos em equity também subiram no período.Os trabalhadores brasileiros que mais perderam renda e qualidade de emprego nos últimos dez anos foram aqueles com mais anos de estudo. A conclusão é de pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da FGV com base em dados do IBGE. Em números: O que explica: os mais escolarizados foram empurrados para empregos de menor qualidade e poucos produtivos nos últimos dez anos, refletindo em vagas que pagam menos e que são, cada vez mais, informais. Do outro lado, a renda dos que estudaram menos foi impulsionada a partir de 2020, quando chegou a pandemia e a mão de obra menos qualificada passou a ser mais valorizada diante do isolamento social. Por que importa: os resultados mostram que o ensino superior está dando menos retorno no Brasil. É um problema para uma economia que ainda carece de mão de obra qualificada.O PIB brasileiro do segundo trimestre surpreendeu os especialistas ao crescer 0,9% em relação aos três meses anteriores. Em números: analistas do mercado esperavam uma alta de 0,4% em relação ao crescimento de janeiro a março, que foi revisado de 1,9% para 1,8% pelo IBGE. A surpresa fez economistas revisarem mais uma vez os cálculos para o desempenho da economia deste ano. Antes em cerca de 2,5%, agora as contas variam entre 2,8% e 3,1%.Repercussão: o resultado fez a Bolsa registrar forte alta, o dólar cair, e foi celebrado por integrantes do governo. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que o desempenho da economia foi qualitativamente melhor. O ministro Fernando Haddad (Fazenda), porém, se disse preocupado com o terceiro trimestre. Mais Três pontos para entender o PIB do 2º tri: 1 - Na demanda: destaque para o consumo das famílias, que subiu 0,9% de abril a junho em relação ao trimestre anterior. O segmento responde por cerca de 60% do indicador.2 - Na oferta: o PIB do agro mais uma vez foi bem. Apesar do recuo de 0,9% em relação a janeiro e março, quando o setor bombou com alta de 21%, no segundo trimestre o crescimento foi de 17% na comparação com o mesmo período do ano anterior, graças à supersafra.3 - Opinião:
2023-09-04 07:00:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/fundo-arabe-paga-r-464-mi-para-assumir-controle-da-rede-de-academias-bluefit.shtml
Seis trabalhos que a inteligência artificial está criando e como se preparar para eles
Novas carreiras estão nascendo e a tecnologia "está fazendo evoluir as profissões tradicionais em absolutamente todos os setores".É o que diz Elena Ibáñez, CEO da Singularity Experts, uma startup que fornece consultoria sobre o mercado de trabalho."Há muitos estudos que dizem que a inteligência artificial (IA) está criando mais empregos do que destruindo", afirma à BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC).A questão, diz a especialista, não é para onde apontam as oportunidades de trabalho, mas em que devemos nos especializar dentro de nossas profissões para aproveitar as oportunidades que a IA está gerando."O que estamos vendo no mercado, especialmente quando conversamos com clientes tanto do setor de tecnologia quanto de indústrias mais tradicionais, não é que a IA esteja vindo para destruir empregos", disse Francisco Scasera, líder de tecnologia na Argentina na empresa de recrutamento Michael Page."Provavelmente ainda pensamos em humanos para tarefas básicas demais. Acho que o grande desafio é fazer com que os cargos que já existem evoluam para ter uma valorização diferente. A IA pode cuidar disso."Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Acreditar que a IA é uma questão apenas do Vale do Silício e das grandes tecnologias é não enxergar a realidade por completo.Em 2022, por exemplo, o Departamento de Operações de Manutenção de Paz da ONU procurava um especialista em IA e Machine Learning (aprendizado de máquina). O Unicri (Instituto Inter-regional de Pesquisa para o Crime e Justiça das Nações Unidas) tem um Centro de IA e Robótica.Apesar da perspectiva negativa com que muitas pessoas veem a IA, não só devido ao seu efeito no mercado de trabalho, mas também devido ao poder que temem que ela possa desenvolver, nem todos enxergam apenas o lado ruim.Embora o Fórum Econômico Mundial tenha indicado, em um relatório de 2020, que a força de trabalho estava se tornando automatizada "mais rapidamente do que o esperado, deslocando 85 milhões de empregos" até 2025, observou que "a revolução robótica criará 97 milhões de novos empregos".Em abril, Gilbert F. Houngbo, diretor-geral da OIT (Organização Internacional do Trabalho), foi contundente: "A Inteligência Artificial é imparável. Temos que aceitar que isso irá cada vez mais longe.""Mas, de modo geral, os avanços tecnológicos e digitais criam frequentemente mais empregos do que são eliminados. Sabemos disso", disse à agência de notícias EFE."Não é o fim do trabalho", disse Janine Berg, economista da OIT, à BBC Mundo. "Trata-se de incorporar esta tecnologia para nos tornar mais eficientes, para nos ajudar a fazer nosso trabalho."O especialista reconhece que "há muitas pessoas que estão formando sistemas de IA, em determinadas empresas, cujas condições de trabalho não são tão boas". Este é um dos muitos desafios que esse setor enfrenta: as centenas de milhares de trabalhadores, muitos deles de baixa renda e em países pobres, sem os quais vários sistemas de IA não existiriam.Apesar das muitas controvérsias, a IA já está integrada em nossas vidas."O importante é se sentir confortável com a tecnologia e isso não significa ter que estudar programação, mas sim ter consciência de que no mercado de trabalho os empregadores vão procurar pessoas que usem a IA como ferramenta para o seu trabalho, para ser mais produtivo".E, segundo Berg, não é necessário fazer especializações caras no exterior, já que na América Latina existem centros de estudos e iniciativas de formação sintonizadas com as demandas do mercado."O segredo é estar disposto a aprender e fazer perguntas."Listamos a seguir sobre alguns empregos que estão sendo criados na área de IA:O prompt engineer, ou engenheiro de prompts, é a pessoa que projeta prompts, solicitações, instruções ou premissas, para posteriormente enviar para uma ferramenta de IA.A chave para que os vários modelos de IA generativa respondam aos pedidos dos usuários com o melhor resultado possível depende, em grande parte, da capacidade do engenheiro de desenvolver instruções realmente eficazes (em forma de texto), nas quais a precisão e o contexto são essenciais.Em março, o Fórum Econômico Mundial listou a profissão como parte dos "3 empregos novos e emergentes", enquanto a publicação Business Insider classifica a engenharia de prompt como uma das áreas mais interessantes da IA generativa.A Forbes e a Universidade Arizona State ainda chamaram o posto de "um dos novos empregos mais quentes".Em abril, a revista Time observou que esse tipo de trabalho não exigia "um diploma em engenharia da computação, nem mesmo habilidades avançadas de programação".E embora algumas fontes concordem que não é imprescindível ter formação tecnológica e destaquem que a chave para esta posição é ter competências como pensamento crítico, análise de dados e criatividade, diversas ofertas de emprego encontradas pela BBC Mundo também pedem o conhecimento de programação em linguagens como Python e TensorFlow, além de experiência com modelos de aprendizado de máquina.Nem todos os especialistas, no entanto, encaram a engenharia de prompt com entusiasmo desenfreado. Para muitos, é uma ocupação que pode ter vida curta devido ao rápido avanço da IA."Tenho uma forte suspeita de que a 'engenharia de prompt' não será um grande negócio no longo prazo... não é o trabalho do futuro", escreveu Ethan Mollick, professor associado da Universidade da Pensilvânia, no X (antigo Twitter).Outros veem o conhecimento na área como uma forma dos candidatos serem mais competitivos, assim como o conhecimento em Microsoft Excel foi no passado."Dizem que se você for bom em engenharia de prompt, poderá evitar ser substituído pela IA e poderá até almejar um salário mais alto. Mas ainda não se sabe se esse continuará a ser o caso", escreveu Richard Fisher, autor e editor da BBC Future.O papel desse profissional é identificar maneiras de usar a IA para superar problemas e limitações que as organizações possuem.Quem ocupa esse cargo é especialista em "compreender grandes conjuntos de dados e transformar esse aprendizado em ideias e planos para desenvolver novas tecnologias de IA para as quais os cientistas de dados darão vida", segundo a Universidade de Leeds (Reino Unido).Um pesquisador de IA deve possuir o que chamamos de soft skills, aquelas que estão relacionadas à inteligência emocional, pensamento crítico, resiliência, adaptabilidade, entre outras.São competências fundamentais, segundo a instituição acadêmica, porque o seu "papel envolverá brainstorming frequente para encontrar novos métodos e abordagens".Tecnicamente, "habilidades matemáticas para usar estatísticas e prever como os programas de IA serão executados, e a capacidade de analisar dados com experiência em ferramentas como RapidMiner ou SketchEngine" também serão importantes.Para Ibáñez, esse profissional deve ser especialista em três áreas: engenharia de software, estatística e negócios."Ou seja, é um perfil muito completo que aplica todo o seu conhecimento técnico para melhorar um negócio."É o especialista que domina os modelos linguísticos e apoia a equipe de desenvolvimento de software no processamento da linguagem, explicam analistas.Normalmente, é necessária uma licenciatura em Filologia, Linguística ou Tradução e Interpretação.E, embora não exija conhecimentos tecnológicos profundos, especializações em Processamento de Linguagem Natural ou mestrado em Linguística Computacional podem enriquecer o perfil do candidato.A Linguística Computacional, que é um campo interdisciplinar que nos acompanha há décadas, busca traduzir a lógica da linguagem escrita e falada em máquinas para que posteriormente, por meio do treinamento de modelos, elas possam executar tarefas.Por isso, não existem apenas cientistas de dados e desenvolvedores de software por trás dos chatbots, mas também membros de outras disciplinas humanísticas, como Filosofia e Psicologia.Trata-se do gerenciamento de sistemas de software que automatizam tarefas repetitivas e manuais em uma empresa.Segundo Ibáñez, para se formar nessa área, existem diversas graduações como Programação e, principalmente, especializações relacionadas a RPA (Robotic Process Automation ou Automação de Processos Robóticos).Empresas como a Microsoft associam a adoção de RPA pelas organizações a aumentos de produtividade."O RPA beneficia o seu negócio ao automatizar diversas atividades, incluindo transferência de dados, atualização de perfil de cliente, entrada de dados, gerenciamento de estoque e outras tarefas mais complexas", afirma em seu site.Ibáñez explica que este trabalhador analisa algoritmos de sistemas ou aplicativos para garantir que estejam livres de preconceitos que discriminem as pessoas com base em gênero, raça, idade etc.É preciso tanto uma formação técnica (Desenvolvimento de software, Informática) quanto uma preparação mais humanística que se aprofunda na ética.Na verdade, os auditores de algoritmos devem ter uma compreensão prática de como os algoritmos podem afetar as pessoas.Daí a importância de trabalhar em estreita colaboração com os cientistas de dados para rever regularmente os algoritmos, garantir que "são transparentes, justos e explicáveis" e que, uma vez publicados, mantêm a imparcialidade, diz a Singularity Experts."Além disso, fornecerá recomendações aos desenvolvedores sobre como tornar o modelo mais ético e compreensível para a população"."Independentemente de onde você esteja na cadeia da IA, quer você produza a tecnologia, use-a ou crie conteúdo para treiná-la, é importante que você tenha ao seu lado advogados e especialistas em ética com experiência em IA", disse à BBC Mundo Mathilde Pavis, professora associada da Faculdade de Direito da Universidade de Reading, na Inglaterra."Isso permitirá que você tenha certeza de que não está fazendo algo que mais tarde terá que ser removido."Como especialista em direito de propriedade intelectual, ética e novas tecnologias, Pavis também aconselha governos, organizações e empresas sobre o impacto da IA no tratamento de dados sensíveis.Ela afirma que algumas das principais questões que a IA gera são: os direitos de propriedade intelectual são violados quando ela é treinada com informações que estão na internet ou nas redes sociais? Fazer isso viola os direitos à privacidade?"Obviamente, existe um risco potencial de que a tecnologia que você desenvolve seja mal utilizada por terceiros, mesmo que essa nunca tenha sido sua intenção", alerta a professora. "Que seja utilizado, por exemplo, para difundir informações falsas, cometer fraudes, desestabilizar eleições."Por este motivo, é fundamental que sejam implementados desde o início mecanismos de controle relativos ao impacto legal, social e ético da tecnologia de IA que é criada ou utilizada.E esse é um dos campos do Direito que a IA está abrindo.São necessários advogados que possam compreender e conectar dois mundos: o do Direito Comercial, que inclui a propriedade intelectual; e o do Direito Penal e da Cibersegurança.São mundos que normalmente não se comunicam entre si. Mas, "a IA oscila nesse espectro: é um produto com grande potencial comercial e, ao mesmo tempo, potencial para uso indevido".Um advogado que queira se aventurar na área da IA deve, por exemplo, aconselhar uma empresa que queira trazer "um grande produto, uma inovação em IA, para o mercado", com o enquadramento jurídico comercial e com o enquadramento regulatório da internet.Pavis é especializada no uso de IA nas indústrias criativas. Mais especificamente, nos conteúdos gerados com IA: vozes e rostos, a "clonagem digital de seres humanos".Ele presta consultoria a startups que "querem ter certeza" de que a tecnologia de clonagem que estão desenvolvendo não infringe a lei."Também trabalho com artistas que desejam participar da 'revolução da IA', mas querem ter certeza de que os recursos que eles trazem para a mesa - as gravações de suas vozes, suas performances - não estão sendo mal utilizados ou que, de alguma forma, eles se tornem seus próprios concorrentes no mercado"."E também trabalho com empresas e meios de comunicação que desejam encomendar produtos que envolvam IA, mas querem garantir que tudo seja feito de maneira adequada e ética", finaliza.Texto publicado originalmente aqui
2023-09-04 06:31:00
tec
Tecnologia
https://www1.folha.uol.com.br/tec/2023/09/seis-trabalhos-que-a-inteligencia-artificial-esta-criando-e-como-se-preparar-para-eles.shtml
Por que o brasileiro está bebendo mais?
Uma pesquisa com base em um teste da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostrou que 6 milhões de brasileiros, ou 4% da população adulta, têm um padrão que indica consumo perigoso de bebidas alcoólicas, com risco de dependência.O número são mais elevados entre homens (6,6% contra 1,7% entre as mulheres), pessoas entre 45 e 54 anos (6,9%), com 9 a 11 anos de estudo (5%), moradores das regiões Centro-Oeste e Norte (6,8%) e pretos e pardos (4,7%).Os dados foram obtidos no Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), que ouviu 9.000 brasileiros entre os meses de janeiro e abril de 2023 sobre vários fatores de risco para doenças crônicas, entre eles o consumo de álcool.Para entender o que motiva esses números e o que eles representam para a saúde pública brasileira, a apresentadora Isabella Faria recebeu o colunista Bruno Gualano no Como é que é? desta segunda-feira (4). Ele é professor da Faculdade de Medicina da USP, especialista em Fisiologia do Exercício e conduz estudos sobre promoção de estilo de vida saudável para populações clínicas. Canal no Youtube publica análises, entrevistas e documentários Transmitido ao vivo direto da Redação da Folha, no centro de São Paulo, o programa da TV Folha vai ao ar de segunda a sexta-feira, pelos canais do jornal no YouTube, no Instagram, no Facebook e na Twitch.Depois da transmissão, a íntegra das conversas segue disponível no canal da TV Folha no YouTube e também em versão áudio nos principais agregadores de podcasts.Além do novo programa diário, a TV Folha publica no YouTube entrevistas, reportagens e minidocs sobre diferentes temas do noticiário.
2023-09-04 07:00:00
televisao
Televisão
https://www1.folha.uol.com.br/tv/2023/09/por-que-o-brasileiro-esta-bebendo-mais.shtml
Gripe aviária percorreu América do Sul e ameaça a Antártida
Nos últimos três anos, uma forma altamente letal de gripe aviária assolou o mundo, abatendo aves na Europa, África e Ásia antes de atravessar o oceano e desencadear o pior surto da doença da história dos Estados Unidos.No outono passado, o vírus, conhecido como H5N1, finalmente chegou à América do Sul. Desceu rapidamente a costa do Pacífico, matando aves silvestres e mamíferos marinhos em números surpreendentes.Só o Peru e o Chile relataram mais de 500 mil aves marinhas e 25 mil leões-marinhos mortos, conforme um novo relatório publicado na semana passada pela OFFLU, uma rede global de especialistas em gripe.Agora, os cientistas estão preocupados com a possibilidade de o vírus chegar à Antártida, um dos dois únicos continentes —juntamente com a Austrália— que ainda não foram atingidos pelo agente patogênico"O impacto negativo desse vírus na vida silvestre da Antártida pode ser imenso —provavelmente pior do que na fauna da América do Sul", alerta o relatório.Mais de 100 milhões de aves se reproduzem na Antártida e nas ilhas próximas, e muitos mamíferos marinhos nadam nas águas circundantes. Algumas dessas espécies, incluindo o pinguim-imperador e o lobo-marinho antártico, vivem em grandes colônias."Isso pode ser uma receita para o desastre", disse o doutor Ralph Vanstreels, pesquisador de um programa de saúde da vida silvestre latino-americana na Universidade da Califórnia em Davis e autor do novo relatório. "Podemos estar perante um número de mortes muito elevado."Esta variante da gripe aviária, que surgiu em 2020, causou enormes surtos em granjas avícolas, resultando na morte de quase 60 milhões de aves de criação só nos Estados Unidos. Mas, ao contrário das versões anteriores do vírus, também se propagou amplamente por aves silvestres e transbordou com frequência para mamíferos silvestres.O vírus surgiu na América do Sul em outubro de 2022, espalhando-se da Colômbia até o Chile em apenas três meses. "Assim que começou a se mover para o sul, o fez muito rapidamente", disse a doutora Marcela Uhart, que dirige o programa de saúde da vida silvestre da América Latina na UC Davis e é autora do relatório da OFFLU.As vítimas são difíceis de contabilizar porque muitos animais infectados provavelmente nunca foram detectados, disseram os cientistas, e nem todos os animais mortos que apareceram foram testados para o vírus. Mas centenas de milhares de aves marinhas mortas, incluindo atobás, biguás e gaivotas, foram relatadas na América do Sul. As perdas representaram 36% da população de pelicanos-peruanos e 13% dos pinguins-de-Humboldt do Chile, segundo o relatório.Milhares de leões-marinhos da América do Sul também morreram, representando 9% da população da espécie no Peru e no Chile. (Os cientistas ainda não sabem exatamente como os mamíferos marinhos contraem o vírus ou se este está se espalhando com facilidade entre eles.)O vírus continuou se deslocando para o sul. Em junho, apareceu num leão-marinho sul-americano no extremo sul do Chile, a apenas 1.072 km da Península Antártica. Algumas aves vagam rotineiramente entre a América do Sul e a Antártida, alimentando-se em ambos os locais. Outras irão para seus locais de reprodução na Antártida quando a primavera chegar ao hemisfério sul, potencialmente levando consigo o vírus.A Antártida nunca teve um surto de gripe aviária altamente patogênica antes, e é provável que seus residentes tenham poucas defesas imunitárias contra o vírus. "As populações são completamente ingênuas", disse o doutor Thijs Kuiken, patologista veterinário do Centro Médico da Universidade Erasmus, na Holanda, e autor do novo relatório. "A preocupação é que na primeira vez que isso acontecer tenha realmente um grande impacto em termos de taxa de mortalidade."Muitas aves da região, incluindo os pinguins-imperadores e as cagarras, já enfrentam outras ameaças, provenientes de fontes que incluem as mudanças climáticas, a indústria pesqueira ou outras atividades humanas. Algumas espécies estão restritas a algumas ilhas. "Então, se houver um surto nessas ilhas, basicamente toda a espécie entrará em colapso", disse Vanstreels.Os mamíferos marinhos locais também podem estar em risco. Embora o lobo-marinho da Antártida possa variar muito, 95% da população vive em torno de apenas uma ilha, tornando-a vulnerável a um surto. Mais Neste ponto, o vírus está tão disseminado que talvez não seja possível impedi-lo de chegar à Antártida. "No momento, não há nada que possamos fazer para evitá-lo", disse Kuiken. "Portanto, devemos estar o mais alertas possível nos próximos meses."Será fundamental monitorar as populações silvestres para saber melhor como o vírus está se disseminando, quais as espécies que podem correr maior risco e que ações de conservação poderão ser necessárias para ajudá-las a se recuperar, disseram os cientistas."O que estamos fazendo é documentar isso muito bem, tentando entender como o vírus está se movendo para ver como poderemos proteger melhor as espécies no futuro", disse Uhart.
2023-09-04 04:00:00
ciencia
Ciência
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2023/09/gripe-aviaria-percorreu-america-do-sul-e-ameaca-a-antartida.shtml
Pacheco se reúne com Lula, defende nome para STJ e acirra disputa em meio a apoios de peso
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu a Lula (PT) o nome do desembargador Afrânio Vilela para uma vaga no STJ (Superior Tribunal de Justiça).Segundo relatos feitos à Folha, os dois se reuniram na noite de terça-feira (29) no Palácio da Alvorada. Na ocasião, o chefe do Congresso Nacional recomendou ao mandatário o magistrado de Minas Gerais para um dos dois assentos vagos no segundo tribunal mais importante do país.A disputa conta com outros três candidatos, que também têm apoios de peso.O endosso de Pacheco fortalece o nome do postulante, que já vinha sendo apontado como um dos favoritos para a vaga.No encontro com o chefe do Executivo, Pacheco estava acompanhado de dois senadores com papel central nas articulações para a escolha dos novos ministros.Ele estava com Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que preside a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), colegiado responsável por sabatinar os escolhidos, e Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado.Ambos defenderam o cearense Teodoro Santos, que também conta com o apoio do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e do governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT).Ele tem sido apontado nos bastidores como o outro favorito na disputa. Pesa a favor dele o fato de ser o único nordestino na corrida. Além disso, ele é negro, o que ampliaria a diversidade num tribunal composto majoritariamente por homens brancos.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...Opositores de Santos costumam associar seu nome ao do ex-ministro Cesar Asfor Rocha, que exercia liderança no STJ no período em que Lula amargava derrotas no tribunal. Para esses opositores, sua indicação representaria o empoderamento ao grupo que impôs reveses ao presidente na Justiça.Lula tem sobre a mesa uma lista com quatro nomes eleitos pelo STJ, sendo que terá de escolher dois deles. Aliados do petista lembram que essa não será uma decisão fácil para o presidente depois das derrotas nos julgamentos que enfrentou no tribunal.Os outros concorrentes são o paulista Carlos Von Adamek e o carioca Elton Leme. Diferentemente de Santos, a questão regional é um fator negativo a ambos, uma vez que o tribunal já tem diversos magistrados de São Paulo e do Rio de Janeiro.O paulista é nome apoiado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli. Ele também buscou apoio do PT paulista para não ficar restrito à pecha de candidato do magistrado, que tem sido criticado por Lula nos bastidores.Adamek trabalha em tribunais de Brasília há anos e também tem apoios importantes do mundo jurídico e de movimentos ligados ao governo, como o grupo Prerrogativas. O advogado-geral da União, Jorge Messias, também é simpático à indicação.Defensores de Adamek chegam a afirmar que sua escolha ajudaria a diluir o poder hoje concentrado nas mãos de um bloco de 15 ministros, encabeçados por Luis Felipe Salomão. Mais O desembargador Elton Leme, por sua vez, tem apoio de camadas importantes do Judiciário no Rio de Janeiro. Ele ficou entre os mais votados no STJ porque teve o apoio da ala carioca da corte. Além disso, buscou estreitar laços com movimentos de esquerda a fim de sensibilizar o atual governo.Já Afrânio Vilela pode ser uma maneira de Lula agradar Pacheco. O principal candidato do presidente do Senado para o STJ era seu ex-assessor Luís Cláudio Chaves, que disputou o assento destinado a integrantes da advocacia.Ele chegou a figurar na lista sêxtupla formada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), mas ficou de fora da relação de três nomes eleitos pelo STJ para ser enviada ao chefe do Executivo.Diante disso, Pacheco passou a se empenhar pelo conterrâneo que está na disputa das vagas destinadas a desembargadores estaduais.Na terça (29), Lula assinou a indicação da advogada Daniela Teixeira para uma vaga de ministra do STJ — ela era a única mulher na lista de três nomes da advocacia pré-selecionados pelos ministros da corte.O tribunal tem um total máximo de 33 ministros. Se Daniela for confirmada pelo Senado, 7 deles serão mulheres e 26, homens.
2023-09-04 04:01:00
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Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/pacheco-defende-a-lula-nome-para-stj-e-acirra-disputa-em-meio-a-apoios-de-peso.shtml
Podcast analisa as marcas do primeiro 7 de setembro pós-Bolsonaro
O governo do presidente Lula (PT) quer usar o primeiro 7 de Setembro deste mandato para falar em união nacional e associar as Forças Armadas à democracia. Na primeira celebração depois do governo de Jair Bolsonaro (PL), o Planalto planeja um evento mais institucional em Brasília, tentando reverter a partidarização da data.O desfile do Dia da Independência está sendo organizado junto com integrantes das três Forças, que devem ter protagonismo. O governo petista também quer explorar o verde e o amarelo para se apropriar das cores que ficaram associadas ao bolsonarismo e a atos golpistas.Há preocupação com a segurança do evento, diante da promessa de manifestações. O Exército e a Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal têm monitorado bolsonaristas que planejam realizar protestos contra Lula. O governo do Distrito Federal pediu ao Ministério da Justiça que a Força Nacional reforce a segurança na data.No Grito dos Excluídos, tradicional manifestação da esquerda no 7 de Setembro, a mensagem principal deve ser um pedido de prisão de Jair Bolsonaro.O episódio desta segunda-feira (4) do Café da Manhã conta qual é o clima para este 7 de setembro e discute que mensagens o governo planeja passar na primeira celebração da Independência pós-Bolsonaro. O podcast entrevista Ranier Bragon, repórter da Folha em Brasília.O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelas jornalistas Gabriela Mayer e Magê Flores, com produção de Carolina Moraes, Laila Mouallem e Victor Lacombe. A edição de som é de Thomé Granemann.
2023-09-04 05:00:00
podcasts
Podcasts
https://www1.folha.uol.com.br/podcasts/2023/09/podcast-analisa-as-marcas-do-primeiro-7-de-setembro-pos-bolsonaro.shtml
Tibete debate sucessão do dalai-lama e prevê confronto de China e Índia
Em uma manhã chuvosa de julho, milhares de pessoas se reuniram no mosteiro de Namgyal, no norte da Índia, para comemorar o 88º aniversário do 14º dalai-lama.O líder espiritual tibetano disse que planeja viver além dos 113 anos e deve abordar a questão de sua reencarnação —incluindo se ele será reencarnado ou não— daqui a dois anos, quando completar 90."Estou determinado a servir a todos nas próximas décadas", disse ele a uma grande multidão de exilados tibetanos e indianos, quando falou sobre sua missão e brincando sobre o fato de ainda ter todos os dentes. "Vocês também devem fazer suas orações pela minha longa vida."Mas, nos bastidores, já há sinais de que tanto a comunidade de exilados tibetanos quanto a liderança da China estão intensificando os preparativos para sua morte —um evento que tem o potencial de desencadear um rebuliço na política internacional.A morte do dalai-lama poderia estabelecer uma disputa entre os líderes comunistas ateus em Pequim e os budistas tibetanos exilados sobre quem terá o direito de orquestrar os rituais espirituais usados no passado para "descobrir" sua reencarnação e designar um sucessor.Seria uma disputa que também poderia envolver a Índia e os Estados Unidos, tornando a saúde do laureado com o premiê Nobel e suas perspectivas de longevidade uma questão de crescente interesse internacional, muito além do centro de exílio de Dharamshala.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...A liderança política da comunidade de exilados afirma que o processo de sucessão está totalmente sob o controle do dalai-lama. "No que diz respeito à reencarnação, cabe inteiramente a Sua Santidade, porque é Sua Santidade que vai renascer", diz Penpa Tsering, o Sikyong, ou líder da Administração Tibetana Central com sede na Índia. "Portanto, serão as pessoas ou instituições que ele confiará que buscarão sua reencarnação, e ele pode deixar sinais definitivos sobre onde ele nascerá."Ao mesmo tempo, a comunidade está começando a fazer preparativos para a logística e outros arranjos que acompanharão a morte do dalai-lama, diz o Sikyong. Isso inclui como se comunicar com a comunidade internacional e como acomodar o que se espera que sejam grandes números de visitantes em Dharamshala, caso ele morra lá.Enquanto isso, exilados tibetanos e analistas dizem que a China, que afirma ter a palavra final sobre a nomeação, está consolidando os preparativos para seu próprio processo de seleção paralelo. Eles acreditam que isso pode ser uma repetição de sua instalação de um panchen lama —o segundo líder espiritual do budismo tibetano—, em 1995. Exilados dizem que o panchen lama não é reconhecido pela maioria dos tibetanos.A transição, quando ocorrer, poderá se tornar uma nova e potente fonte de atrito entre a China e a Índia, que tem hospedado o dalai-lama desde que ele fugiu para o exílio em 1959, em um momento em que os dois gigantes asiáticos estão em desacordo em relação à sua fronteira.Certamente terá repercussões nos EUA em um momento de rivalidade sino-americana já intensa. O atual dalai-lama conta com apoio bipartidário: a Lei de Política e Apoio ao Tibete, aprovada em 2020, pede a imposição de sanções a quaisquer autoridades chinesas que interfiram no processo de seleção de líderes tibetanos. Em dezembro, Washington impôs sanções a dois funcionários chineses por supostas "graves violações dos direitos humanos" no Tibete.O processo também promete chamar a atenção à medida que os líderes comunistas chineses buscam moldar e manipular um ritual religioso. "Por um lado, eles acreditam no comunismo, que chama o budismo ou qualquer religião de distração, e ao mesmo tempo estão interessados em reconhecer a reencarnação, que é muito religiosa", diz Lhakdor, um monge que serve como diretor da Biblioteca de Obras e Arquivos Tibetanos em Dharamshala. "Isso é pura mentira e uso da força; nada a ver com religião."Para o Partido Comunista Chinês, garantir uma transição tranquila é crucial para assegurar não apenas o controle político sobre os cerca de 7 milhões de tibetanos do país, mas também a estabilidade em uma região com uma das fronteiras internacionais mais voláteis do país.Os habitantes da Região Autônoma do Tibete têm nominalmente garantida alguma independência em áreas como educação e idioma como uma minoria étnica sob a lei chinesa. Mais Mas, na realidade, enquanto a China diz ter trazido maior desenvolvimento e turismo para a região, críticos afirmam que ela a governou com mão de ferro, mantendo uma censura rigorosa, controlando o ensino religioso e prendendo dissidentes.Um dos elementos fundamentais da narrativa do próprio partido sobre a China moderna é que, em 1950, ela "libertou" o Tibete, então um país independente, do atraso econômico e do servilismo feudal. Se o processo de sucessão tibetana se mostrar confuso, ou se um potencial 15º dalai-lama não for um apoiador dócil de Pequim, essa versão da história será mais difícil de sustentar."Se houver dois dalai-lamas, isso dependerá de como as pessoas dentro do Tibete reagirão", diz Tansen Sen, professor da Universidade de Nova York em Xangai. "No final, eles [o partido] serão capazes de convencer o povo tibetano?" Consultar os tibetanos, acrescenta ele, "não é algo em que eles tenham investido muito tempo".Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...O atual dalai-lama foi identificado em 1937, quatro anos após a morte de seu antecessor, na vila agrícola de Taktser, na atual província chinesa de Qinghai, então às margens da região tibetana de Amdo.Um lama reencarnado pode ser localizado com base em visões de clérigos budistas seniores ou por meio de outras práticas rituais. Os seguidores do falecido visitarão certas crianças para ver se elas são atraídas por eles ou estão familiarizadas com os pertences do falecido."Quando um lama morre, normalmente os seguidores formam uma equipe de busca e vão para diferentes lugares em busca de uma criança com a idade certa", explica Lhakdor. "E então perguntam se algo extraordinário ou incomum aconteceu na família, coisas assim."Após a morte do antecessor do atual dalai-lama em 1933, líderes do Tibete independente em Lhasa enviaram três equipes de busca. Uma delas percorreu Amdo com base em uma visão do regente tibetano na época, o Reting Rinpoche, no lago sagrado de Lhamo La-tso.Ao ouvir falar de uma criança local de dois anos chamada Lhamo Thondup, a equipe visitou sua família. Eles ficaram impressionados quando o menino puxou um rosário que o líder da equipe estava usando no pescoço e o identificou corretamente por seu nome budista. Mais Em uma segunda visita, de acordo com o biógrafo do dalai-lama, Alexander Norman, eles foram recebidos pelo menino, que identificou corretamente objetos que haviam pertencido ao falecido 13º dalai-lama, incluindo um rosário, uma bengala, um pedaço de tecido e um tambor.O dalai-lama deixou claro que a China não deve ter voz em sua reencarnação. Em comunicado divulgado em 2011, disse que, quando tiver "cerca de 90 anos", consultará lamas de alto escalão, o público tibetano e outros seguidores e "reavaliará se a instituição do dalai-lama deve continuar ou não".Ele disse que era "particularmente inapropriado" para os comunistas chineses, que rejeitam explicitamente a ideia de vidas passadas e futuras, "interferirem no sistema de reencarnação e especialmente nas reencarnações do dalai-lama e dos panchen lamas".Os britânicos e os tibetanos traçaram a fronteira entre o Tibete e o que era então a Índia britânica no tratado de Simla de 1914. Hoje, Pequim contesta isso, argumentando que o Tibete estava sob controle chinês na época e não tinha o direito de negociar suas próprias fronteiras. A fronteira tem sido uma fonte de conflito duradouro. China e Índia lutaram uma guerra por ela em 1962 e têm se confrontado repetidamente ao longo da Linha de Controle Real, a fronteira disputada. Mais Nos últimos anos, a China tem investido de maneira robusta em infraestrutura no Tibete, expandindo aeroportos existentes e aprovando a construção de novos. Também inaugurou uma ferrovia de alta velocidade de 435 quilômetros até Lhasa.Pequim promove essas obras como um meio de elevar os baixos padrões de vida em uma das regiões mais pobres do país, mas analistas afirmam que também têm objetivos militares estratégicos. "Acredito que isso não é apenas para a prosperidade do povo, mas também porque o Tibete é muito vasto, muito grande", diz Qian Feng, diretor do departamento de pesquisa do Instituto de Estratégia Nacional da Universidade Tsinghua, em Pequim. "Usamos uma boa infraestrutura para proteger nossas fronteiras e não queremos que nenhum poder estrangeiro tome nosso território novamente."A perspectiva de ter dois dalai-lamas concorrentes baseados na China e na Índia ameaça aumentar as tensões entre os dois países. Mais Apesar da adesão do PC Chinês ao ateísmo —há oito anos, o líder Xi Jinping disse que os membros devem ser "ateus marxistas inabaláveis"—, a liderança chinesa tem se inserido constantemente nos assuntos da metempsicose, ou transmigração das almas.No início da década de 1990, Pequim indicou que permitiria que os tibetanos usassem processos tradicionais para selecionar lamas reencarnados, reservando-se o direito de confirmá-los. Mas, em 1995, a postura do partido se endureceu. Naquele ano, depois que o dalai-lama escolheu um novo panchen lama, Pequim sequestrou o menino e sua família. Eles não foram vistos desde então, o que tem gerado pedidos regulares por sua libertação. Pequim instalou seu próprio panchen lama.A máquina de propaganda da China reforçou suas alegações de que tem controle final sobre o processo de seleção. Robert Barnett, especialista em Tibete na Universidade de Londres, diz que há indicações de que o partido já está se preparando para o processo de transição. O governo regional teria criado um "comitê de busca preparatório" de 25 pessoas, provavelmente liderado pelo principal oficial do Tibete, o secretário do partido, como fez na década de 1990 para o panchen lama.Tenzin Lekshay, porta-voz da Administração Tibetana Central em Dharamshala, diz que as autoridades chinesas estão preparando jovens lamas dentro do Tibete "para fazer parte da equipe de busca para recrutar ou nomear o próximo dalai-lama".O Sikyong das comunidades exiladas critica a ideia de "dois dalai-lamas". Mesmo que a China tente controlar o processo, ele diz que, "quando e se" chegar a hora, os exilados escolherão o seu próprio. "A China gostaria de ter uma dor de cabeça vitalícia em suas mãos?"
2023-09-03 23:15:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/tibete-debate-sucessao-do-dalai-lama-88-e-preve-confronto-de-china-e-india.shtml
Militares vivem clima de desconfiança com PF, e ministro da Defesa tenta contornar rusgas
O avanço das investigações contra militares ampliou o mal-estar entre integrantes das Forças Armadas e a Polícia Federal, instituições que já protagonizaram episódios de desconfiança mútua desde a transição de governo.Generais da cúpula do Exército viram na coincidência de datas das operações que atingiram fardados e dias de festividades da Força uma possível ação dos policiais para ofuscá-los. Eles reclamam, sob reserva, que todas as datas de destaque do Exército até agosto foram marcadas por operações da PF.Integrantes da Polícia Federal rechaçam que tenha havido qualquer intenção nesses atos além do mero cumprimento de decisões baseadas em achados de investigações e dizem que a avaliação não passa de teoria da conspiração.A desconfiança de militares sobre a PF, porém, reflete como a relação vai mal, avaliam governistas. Diante dessa constatação, o ministro José Múcio (Defesa) e militares têm atuado para minimizar as rusgas.Integrantes da cúpula do Exército reclamam, por exemplo, que em 3 de maio, quando o presidente Lula (PT) se encontrou com o Alto Comando e anunciou que o general Marcos Antonio Amaro assumiria o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), a Polícia Federal realizou a operação que prendeu o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).Também apontam que horas antes de Lula anunciar o investimento de R$ 53 bilhões do novo PAC para as Forças Armadas, em 11 de agosto, a pauta havia se tornado a operação contra o general da reserva Lourena Cid, pai de Cid, pela suspeita de participação no caso das joias.Militares ainda reclamam que o Dia do Exército, em 19 de abril, tenha sido marcado pela divulgação das imagens do circuito interno do Palácio do Planalto pela CNN Brasil, referentes aos ataques golpistas de 8 de janeiro. Mais Como ação para melhorar a relação, Múcio tem falado com frequência com Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF. No último dia 23, o ministro fez questão de ir à PF para convidar Andrei para a cerimônia do Dia do Soldado, que ocorreria dali a dois dias, em 25 de agosto."Para mim, era importantíssima a presença dele. Eu vim enfatizar, e fiz questão de vir pessoalmente, poderia dar um telefonema, mas para mim é muito importante a presença dele, do ministro Dino e de todo um governo para mostrarmos à sociedade que estamos todos de um lado só", afirmou Múcio no dia.Já Andrei afirmou ao jornal O Globo haver um "sentimento comum de sermos rigorosos com quem cometeu crimes".Um dia antes de Múcio ir à PF, a corporação negou o acesso aos nomes dos militares com quem o hacker Walter Delgatti teria se encontrado no ano passado. Segundo relatos de militares, Múcio aproveitou o encontro para sondar o diretor da PF a respeito de eventuais operações em datas importantes às Forças. Mais No mesmo esforço para reduzir a tensão, o comandante do Exército, Tomás Paiva, fez um convite para o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), voltar a fazer musculação na academia do Comando Militar do Planalto.Como a Folha mostrou, Moraes usava o espaço no Setor Militar Urbano para realizar os exercícios diários ao lado de oficiais e praças, no início da manhã, antes de ir para o trabalho nos tribunais.A rotina se manteve por cerca de três anos até ser interrompida em novembro de 2022. Contrariados com a forma como Moraes guiava o processo eleitoral, generais da cúpula do Exército informaram ao ministro que a academia passaria por reformas.Moraes entendeu o aviso como um recado para não voltar ao local. Agora, com o novo convite, ele avalia puxar novamente os pesos em companhia dos militares.Múcio também foi ao gabinete do ministro, no STF, fazer o convite ao Dia do Soldado pessoalmente. A empreitada deu certo, já que Andrei e Moraes compareceram ao evento.Generais afirmam, sob reserva, que as ações para distensionar a relação com a PF não têm como objetivo blindar militares investigados pela corporação. A ideia, segundo os relatos, é garantir uma boa relação institucional.Policiais federais ouvidos pela Folha afirmam que a intenção das investigações não é mirar militares, mas apurar os ilícitos como um todo e individualizar condutas, independentemente de serem das Forças Armadas ou não. Ainda apontam que as desconfianças de militares com a PF refletem um espírito corporativista de proteção dos fardados. Mais O clima de tensão entre PF e militares começou ainda na transição, com uma queda de braço sobre quem iria coordenar a segurança do presidente Lula (PT).O diretor-geral da PF, que comandou a proteção do presidente durante a campanha, e o ministro Flávio Dino (Justiça) defendiam que parte dessa atribuição saísse da alçada do GSI, o que aconteceu inicialmente.Durante seis meses, os policiais ficaram responsáveis pela segurança imediata de Lula, da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).Em junho, porém, o decreto que criou a secretaria que abrigava esse modelo expirou, a coordenação sobre a proteção presidencial voltou para o GSI e entrou em vigor um modelo híbrido. A PF continua fazendo integralmente a segurança de Janja, e alguns policiais atuam na de Lula.Mas um decreto que visa regulamentar a atuação da Polícia Federal nesse caso está parado no Ministério da Gestão.Também no início do ano, PF e Ministério da Defesa divergiram a respeito dos rumos do GSI. Desde os ataques do dia 8 de janeiro, as desconfianças da polícia com o Gabinete de Segurança Institucional aumentaram. Integrantes da cúpula da corporação desconfiam que integrantes do órgão tenham facilitado ou sido omissos com as invasões ao Palácio do Planalto.Além disso, sempre atribuíram aos militares parte da culpa pela organização dos atos pela avaliação de que eles foram gestados nos acampamentos de apoiadores de Jair Bolsonaro em frente aos quartéis-generais.Dino chegou a chamar os acampamentos de "incubadoras" de terroristas, antes do 8 de janeiro. Justiça e PF atuaram para desarmar esses locais, mas os militares não deixavam.Nesse contexto, integrantes da polícia defendiam que o GSI fosse comandado por um civil, não por um militar. O ministro da Defesa, por outro lado, atuou junto a Lula para que ele mantivesse a tradição de deixar um militar à frente do órgão. Mais
2023-09-03 23:15:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/militares-vivem-clima-de-desconfianca-com-pf-e-ministro-da-defesa-tenta-contornar-rusgas.shtml
The Town: Fiuk diz que veio ao festival solteiro e que não tem problema de ficar com fãs
Neste domingo (3), Fiuk, 32, esteve no camarote VIP do The Town e brincou com a repercussão de uma publicação que fez recentemente nas redes sociais, na qual contava que estava andando de transporte público pela primeira vez. "Vim de Chevette", brincou, bem-humorado.O ator e cantor afirmou que gostaria de, um dia, se apresentar em um evento como o que veio para acompanhar como espectador. "Todo festival que eu vou, é um encantamento, sabe? Você fica olhando e pensando: 'Nossa, um dia, tomara, né?'. É emocionante de ver a estrutura. É muito legal."Fiuk conta ainda que também está solteiro e que aproveita ocasiões como o festival para conhecer pessoas. "É óbvio que se vem uma menina legal, com que eu me identifico, às vezes acaba rolando, mas não é o foco, eu não saio procurando." Ele afirma que não tem problema de ficar com fãs: "Óbvio, óbvio! Ainda mais uma pessoa que te admira, pô, é legal". Mais O filho de Fábio Jr. e irmão de Cleo detalhou que também passou a ser abordado por pessoas que têm afinidade com o drift, um tipo de direção automobilística pelo qual se apaixonou recentemente e que ele tem explorado nas redes sociais. Ele antecipou, inclusive, que está lançando um canal sobre o assunto no na próxima semana."Comecei a postar conteúdos de carro de um tempo pra cá, então está sendo uma surpresa", diz o artista, que também inaugurou uma oficina recentemente. "Quando eu comecei, em 2011, eram pouquíssimas pessoas que faziam drift. E de um jeito muito iniciante. Então eu posso dizer que eu comecei o movimento com essas pessoas. Só que eu comecei a levar a sério mesmo: comecei a produzir eventos em 2018 e agora que estou assumindo mesmo minha paixão por carro."Mesmo assim, ele não pretende encerrar a carreira artística tão cedo. "Estou fazendo tudo ao mesmo tempo, então o tempo de as coisas acontecerem realmente é um pouco mais longo", explica ele, que também tem um filme para ser lançado em 2024. "É um projeto diferente", adianta Fiuk, sem dar detalhes.
2023-09-03 23:46:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/the-town-fiuk-diz-que-veio-ao-festival-solteiro-e-que-nao-tem-problema-de-ficar-com-fas.shtml
The Town: 'Não mostro pra qualquer um, mas quem vê, elogia', diz Gabriel Santana sobre tatuagem íntima
Gabriel Santana, 23, é tão fã de Bruno Mars que não bastava, para ele, acompanhar a apresentação do cantor, neste domingo (3), no festival The Town, em São Paulo. "Cara, é um dos meus artistas favoritos, então eu peguei ingresso para os dois dias", contou ao F5.Solteiro, o ator disse que estava acompanhado do melhor amigo, mas também reencontrou algumas das paixões que teve durante sua passagem pelo BBB 23 (Globo): Sarah Aline e Bruna Griphao também estavam no camarote VIP por onde ele circulava."A amizade que ficou após o BBB é maravilhosa", afirma. "Não tem climão, não, que é isso, gente. Claro que não. Eu saí muito bem relacionado com todo mundo da casa. De verdade mesmo." Mais Ele também explicou uma declaração recente comparando a fama que obteve com o papel de Mosca em "Chiquititas" (SBT) com a obtida no reality show da Globo. "Eu acho que as pessoas não assistiram a entrevista inteira", avalia. "Realmente, eu acho que 'Chiquititas' foi um boom muito maior, mas acho que chega a ser injusto você comparar uma novela que ficou 2 anos no ar, tem mais de 10 anos e está no Top 10 da Netflix.""Eu acho que o BBB me colocou em outro lugar da minha carreira", continua. "As pessoas me reconhecem muito mais como o Gabriel. A minha figura tá muito mais desatrelada às minhas personagens."O ator também comentou uma tatuagem que fez recentemente na região da virilha e que acabou chamando a atenção dos fãs quando ele mostrou nas redes sociais. "Poucas pessoas vêm. Não é um lugar que dá para ver muito facilmente. Não mostro para qualquer um, mas quem vê, elogia", brinca.Santana, que durante o BBB falou abertamente sobre ser bissexual, disse que o programa ampliou o interesse por sua vida particular. "Acho que as pessoas só não sabiam por questão de detalhe, porque eu nunca fiz questão de esconder. Vários eventos a que eu fui, eu acabei beijando meninos e meninas, assim como eu continuo fazendo no pós-BBB.""A questão é que, antigamente, a mídia não se preocupava tanto com quem o Gabriel Santana estava beijando", analisa. "Hoje em dia, não sei porquê, as pessoas querem ficar filmando isso." Mais Nas redes sociais, ele diz que o assédio masculino não mudou tanto. "Antes, já havia muitos meninos que davam em cima de mim pelo direct", conta. Já sobre nudes, ele diz que não costuma abrir o que recebe dos mais atiradinhos."Eu não fico vendo", afirma. "Para ser sincero, não quero falar isso para as pessoas não deixarem de flertarem comigo. Mas eu tenho um pouco de preguiça de flertar por rede social, sabe? Então não é um lugar que se eu ver um nude, se eu ver alguma mensagem, eu vou acabar respondendo."
2023-09-03 23:56:00
celebridades
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https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/the-town-nao-mostro-pra-qualquer-um-mas-quem-ve-elogia-diz-gabriel-santana-sobre-tatuagem-intima.shtml
Sete casas flutuantes impressionantes pelo mundo; uma no Brasil
Da Escandinávia aos EUA, as pessoas estão encontrando liberdade e senso de comunidade vivendo em casas flutuantes sobre a água.Há algo de rebelde e individualista em trocar uma vida vivida dentro de tijolos e argamassa por uma existência mais simples e menos convencional numa casa flutuante. Os moradores de barcos sentem uma sensação de aventura e, se estiverem em um local remoto e rural, estão totalmente em sintonia com a natureza.A capa do um novo livro de Portland Mitchell, "Making Waves: Floating Homes and Life on the Water" (Fazendo ondas: casas flutuantes e a vida na água, em tradução livre) captura a liberdade que muitos associam a casas transportadas pela água. Vistos através de uma janela redonda de vidro, dois cisnes deslizam sobre um lago vítreo. Em primeiro plano há um vislumbre menos distinto do interior de uma casa flutuante.No entanto, viver em barcos nem sempre é fácil. Afinal, as casas flutuantes são frequentemente afetadas pelos elementos e as que são remotas podem estar totalmente desconectadas da rede elétrica – algo que exige um tempo para que a pessoa se acostume.Mas as casas flutuantes também são frequentemente atracadas uma ao lado da outra nos cais da cidade, dando aos ocupantes um forte senso de comunidade. Em termos de design, as casas flutuantes variam estilisticamente e estruturalmente, e muitos moradores de barcos levam a sério a vida e o design sustentáveis. "Eles estão trazendo de tudo, desde um contêiner resgatado até uma casa flutuante construída com materiais reciclados, para os cursos de água do mundo", diz Mitchell à BBC Culture.Agora, com as mudanças climáticas gerando a subida do nível do mar, a conveniência também está a impulsiona a vida na água. "Com base nas previsões climáticas, a habitação em barcos pode revelar-se uma alternativa prudente, e até mesmo necessária, à vida em terra, essencial para a sobrevivência humana", acrescenta Mitchell.A BBC Culture analisa oito casas flutuantes fascinantes em todo o mundo – uma delas no Brasil.A casa de Max McMurdo é um exemplo da grande variedade de casas flutuantes que surgiram na última década. Cerca de sete anos atrás, ele converteu um contêiner de metal de 12 metros por 2 metros que comprou por US$ 2,5 mil (R$ 12 mil) em uma propriedade industrial de Londres e criou sua nova casa, que agora flutua no rio Ouse, em North Yorkshire, no Reino Unido.Isso lhe permitiu garantir uma casa sem financiamento. Anteriormente, ele morou em uma casa de campo em Bedford, que renovou – aumentando seu valor – e depois vendeu. Depois que o contêiner danificado, que viajou pelo mundo, foi recondicionado e transformado em sua casa-barco, McMurdo também realizou um antigo sonho."Sempre sonhei em viver perto da água em uma casa minúscula", diz ele.Ex-designer de automóveis, McMurdo já havia convertido contêineres em estruturas com diferentes usos, incluindo um escritório para o jardim de sua casa. Hoje ele tem uma empresa que recicla contêineres, chamada Reetainer. Sua nova casa fica em uma base de concreto armado e um grande deck que oferece bastante espaço ao ar livre. Uma pérgula de madeira coroa o telhado e se projeta além dele para proporcionar uma área mais sombreada.Idéias inteligentes para economizar espaço permitiram que ele incorporasse um banheironormal e um chuveiro. Ele também construiu um compartimento de armazenamento no topo do piso do contêiner, que contém banheiro embutido, guarda-roupa, geladeira e uma mesa de jantar que sobe por uma abertura no chão da sala. A malha no chão do chuveiro desliza para revelar a banheira, enquanto a cama se divide ao meio, revelando os degraus do guarda-roupa.Com o objetivo de reduzir o consumo de energia, McMurdo adicionou painéis solares e planeja instalar aquecimento com eficiência energética no teto da casa-barco.Em 2018, Agnès Combes Bernageau mudou-se do seu "apartamento acolhedor" em Paris para uma barcaça de transporte atracada no rio Sena - entre a Ponte Alexandre 3º e a Ponte de la Concorde. Moram com ela seus dois filhos e um buldogue francês.O barco tem uma história pitoresca: foi construído em 1930 em Mainz, na Alemanha, e depois entregue à França como parte das reparações pós-Primeira Guerra Mundial impostas pelo Tratado de Versalhes de 1919. Durante a ocupação da França por Hitler, atendeu flotilhas de submarinos alemãs e, na década de 1950, foi comprada pela British Petroleum.Le Cid estava atracado no porto parisiense em 1980. "Eu estava entediada com a vida impessoal da Paris convencional", diz Combes Bernageau, executiva sênior de uma marca de luxo francesa, que comprou a barcaça seguindo "um pressentimento".A mudança teve efeitos psicológicos e físicos positivos sobre ela."Ganhei uma mente e um coração mais abertos – bem como uma comunidade com uma mentalidade comum de liberdade. Aprende-se muito em barcos – desde a amarração até todo o material técnico. Eu não sabia nada sobre isso. Ganhei força muscular", diz ela.Há uma forte vida comunitária e um comitê portuário do qual Combes Bernageau faz parte.Combes Bernageau converteu o interior do Le Cid em uma elegante sala de estar em plano aberto, incorporando uma cozinha bem equipada e área para refeições. Há também um banheiro monocromático. O efeito geral, abaixo do convés, é elegante, organizado e espaçoso.Há 30 anos, Anibal Guiser Gleyzer achava a vida na cidade insatisfatória. "Então comprei um veleiro e explorei o delta dos rios Paraná e Uruguai", conta.Mais tarde, ele vendeu o seu apartamento, adquiriu um terreno no delta e, ciente de que esta zona úmida é propensa a inundações, construiu uma casa flutuante.Em vez de se conformar ao estilo arquitetônico europeu de muitos edifícios locais, optou por criar uma estrutura inspirada em barcaças de casco plano que tradicionalmente transportavam madeira através dos rios.Ele queria que seu projeto – uma estrutura de dois andares – fosse feito com materiais ecologicamente corretos, por isso fabricou o casco em ferrocimento, que envolve a aplicação de argamassa reforçada ou gesso sobre uma armadura composta por malha metálica, metal expandido ou fibras metálicas. As paredes da casa flutuante são feitas de madeira.Desde então, ele estabeleceu uma comunidade ecológica de casas semelhantes, baseadas na água, chamada Econáutico Hipocampo, cujos ocupantes são igualmente atraídos por viver perto da natureza.Durante anos, Jeanne de Kroon, que tem uma empresa de roupas vintage chamada Zazi Vintage, viajou pelo mundo, adquirindo tecidos e roupas feitas por artesãs.Mas recentemente ela criou raízes alugando uma casa-barco num subúrbio de Amsterdã. "Para os viajantes, uma casa flutuante é a melhor maneira de se sentir como se estivesse de férias em casa", diz a extravagante de Kroon, que se veste com roupas hippies no estilo dos anos 1960.A casa-barco de madeira data da década de 1970. De Kroon adicionou cor ao seu interior, pintando as paredes de rosa-pink e pendurando vestidos em seus tons favoritos de amarelo açafrão e carmesim nas molduras das portas e nos móveis. "Quando você mora em um barco nos canais de Amsterdã, a cor é importante para aquecer o espaço", diz ela.De Kroon, que cresceu em Amsterdã e Nova York, se sente menos isolada aqui do que se morasse em um apartamento. "Eu cresci em cidades onde você nunca conhece seus vizinhos, mas a vida no barco une a comunidade – trocamos presentes e temos um clube de natação", diz.Quando Lis e Ove Nilsson viram pela primeira vez a sua casa-barco, Oldenburg, construída em 1908, foram conquistados pelo seu tamanho – ideal para receber a família e amigos. A área da cabine, embora totalmente operacional, era pequena, mas o casal a expandiu para criar uma espaçosa área de jantar.A casa-barco também contém uma cozinha, dois quartos, um banheiro e um guarda-roupa.O interior do barco, com paredes brancas, piso claro e móveis navais, é minimalista, mas confortável. Há um sofá espaçoso e assentos estofados na área de jantar, enquanto os quartos tem um clima mais quente com madeira envernizada tradicional nas paredes."Não perdemos nada ao passar da terra para a água", dizem eles.Desde a aquisição de Oldenburg, o casal realizou muitas expedições à vela.Uma experiência formativa para Siva Aiken, dona de uma casa-barco excentricamente chamada Soggybottom Shanty] , foi sua fixação pelo passeio temático dos Piratas do Caribe na Disneylândia, que sua família frequentava durante sua infância."Havia um boneco de um homem fumando cachimbo e balançando-se em uma cadeira na varanda da frente de uma cabana no pântano", lembra ela. "Senti uma vontade de pular do barco e me mudar para aquela pequena cabana."Mais tarde, ela se mudou para o sul dos EUA e ficou intrigada com a "rica história dos ribeirinhos na América".Como canais para o transporte de toras e carvão, os rios ali na virada do século 20 tornaram-se indesejáveis e poluídos, povoados por uma comunidade empobrecida. "Eles construíram cabanas e barracos com sobras de madeira", diz Aiken, que divide a casa barco com vários cães.Seu navio de 7 metros de comprimento foi feito com materiais reciclados e de demolição, com a ajuda de amigos, em 2019. As janelas foram recuperadas de uma casa que estava sendo reformada, enquanto seu motor de popa usado tem 30 anos.Aiken atraca o barco amarrando-o a um cais. Ela embarca e desembarca usando uma prancha inclinada e, à noite, relaxa tocando banjo na varanda de sua casa, num eco do passeio Piratas do Caribe que a cativou quando criança.Para Rodrigo Martins, sua família e dois amigos, sua casa-barco de veraneio ancorada em uma bóia no reservatório de Jaguariúna, duas horas ao norte de São Paulo, é um refúgio de sonho.A casa é compacta, mas espaçosa, ecológica e isolada. A estrutura quadrada e minimalista de 38 m² foi feita de materiais 100% recicláveis de um sistema de habitação pré-fabricado chamado LilliHaus, do estúdio brasileiro de design sustentável sysHaus. Ele fica em um deck amplo e envolvente – apoiado por um catamarã – que adiciona mais 26 m² de espaço. Nele há espreguiçadeiras, onde após o pôr do sol a turma pode assistir a filmes projetados em uma parede externa que funciona como tela de cinema.Usada para estadias de fim de semana e feriados, e alcançada por um bote, a casa-barco parece enganosamente pequena. No entanto, contém uma área de estar com área para refeições e cozinha, um quarto duplo e um banheiro bem equipado. Um interior simples e chique, com paredes de madeira clara e móveis discretos, faz com que o espaço pareça maior. A luz natural inunda o espaço através de janelas e claraboias do chão ao teto.As características ecológicas da LilliHaus incluem painéis solares no telhado que geram eletricidade e iluminação com eficiência energética, aberturas na estrutura que proporcionam ventilação natural e sistemas de tratamento de água de última geração.Martins admite que sua família e amigos inicialmente experimentaram sintomas de abstinência quando privados de wi-fi – mas logo ficaram felizes em socializar mais, nadar e remar em canoas.O De Walvisch é um veleiro holandês agora atracado em Wapping, no leste de Londres. Possui paredes de madeira em tons de mogno e uma infinidade de objetos navais, todos provenientes de seus ocupantes - os artistas Zatorski e Zatorski (um casal conhecido como Thomas e Angel pelos amigos).Em 2000, a dupla comprou um barco estreito, o que os fez desenvolver o gosto por viver "um pouco fora do radar".A decisão de comprar o De Walvisch foi reforçada pelo interesse na cidade de Wapping. "A história está em cada esquina nesta parte da cidade", dizem eles.O casal restaurou o barco, equipando-o com peças recuperadas, incluindo uma pia de submarino. Uma janela com moldura de latão – resgatada do SS Transilvânia, o navio de passageiros britânico afundado por um submarino alemão em 1917 – agora enfeita o quarto (antiga cabine do capitão).O barco está atracado na Hermitage Moorings, uma cooperativa que os artistas ajudaram a criar e que é partilhada com outros 17 barcos. Este ambiente inspira os artistas, que se interessam pelo potencial dos navios para simbolizar a descoberta e a aventura. Eles documentam sua vida a bordo do barco e o utilizam para encenar obras de arte e performances, além de hospedar eventos nos quais pessoas de diversas áreas são convidadas para discutir suas ideias.Este texto foi publicado aqui
2023-09-03 21:03:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrio/2023/09/sete-casas-flutuantes-impressionantes-pelo-mundo-uma-no-brasil.shtml
Quem foi Vasili Arkhipov, homem que salvou o mundo de guerra nuclear
O dia era 27 de outubro de 1962. E o mundo estava à beira do abismo. A crise dos mísseis de Cuba, entre os Estados Unidos e a União Soviética, poderia escalar e dar início a uma guerra nuclear.Washington exigia que Moscou retirasse seus mísseis nucleares instalados na ilha de Cuba, a pouco menos de 200 km do litoral americano. Em meio à crise, embarcações militares dos dois países estavam imersas em uma luta estratégica para manter o controle dos seus territórios ante um possível conflito mundial.A frota soviética recebeu a missão de patrulhar a área em volta das águas cubanas para trabalhos de reconhecimento. E alguns dos submarinos estavam equipados com torpedos com ogivas nucleares.Foi no interior de um dos submarinos B-59 da frota soviética que ocorreu um episódio que poderia ter desencadeado um conflito atômico. O submarino perdeu a comunicação com o resto da frota, e os tripulantes acharam que a guerra havia começado.Três comandantes decidiam se deveriam lançar um torpedo nuclear. Dois deles defendiam o lançamento, mas um terceiro se negava a participar. Seu nome era Vasili Alexandrovitch Arkhipov.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando..."Este homem, de fato, salvou o mundo de um holocausto nuclear, porque não se deixou levar pelos impulsos e seguiu rigorosamente o protocolo estabelecido por Moscou", declarou à BBC News Mundo Edward Wilson, autor do livro The Midnight Swimmer (o nadador da meia-noite), que detalha a história de Arkhipov."Mas havia muitos fatores que impediam a realização do ataque, e surpreende que Arkhipov não tenha recebido o reconhecimento merecido", destaca Wilson. As homenagens ao oficial só começaram depois da sua morte, em 1998. Uma organização americana chegou a outorgar a ele, em 2018, o prêmio póstumo Future of Life (futuro da vida), pelas suas ações na prevenção do conflito nuclear.No dia 22 de outubro de 1962, o mundo amanheceu em crise. O então presidente norte-americano John F. Kennedy (1917-1963) informou que havia descoberto uma base de mísseis nucleares soviéticos em Cuba.A base ainda não estava em funcionamento, mas poderia ficar pronta para um possível ataque a qualquer momento. E, a apenas 200 km de distância dos Estados Unidos, os mísseis poderiam atingir as principais cidades norte-americanas e destruí-las em questão de minutos. Mais Na mesma mensagem, Kennedy anunciou medidas de defesa e o envio de tropas e embarcações em níveis raramente observados, incluindo o estabelecimento de um cerco naval em torno de Cuba para criar um bloqueio militar. O objetivo era impedir a chegada de material para dar prosseguimento à construção da base.Moscou não se amedrontou. Em resposta, colocou em alerta todo o seu Exército e as embarcações soviéticas presentes na região. Em 27 de outubro, segundo documentos fornecidos pelo Arquivo Nacional dos EUA e as memórias do capitão russo Vadim Orlov, que estava no submarino, a situação não podia ser pior no interior do B-59.O submarino foi especialmente criado para disparar torpedos nucleares. Mas foi projetado para navegar nas águas geladas do Hemisfério Norte, e o Caribe era quente demais para aquela embarcação. Com isso, o sistema de ar condicionado entrou em colapso, e a temperatura no seu interior era sufocante.Além disso, nas horas que antecederam o incidente, o submarino havia alcançado velocidade superior à das outras embarcações da frota e foi detectado por um encouraçado norte-americano."O encouraçado começou a disparar munição não letal, para fazer com que o submarino viesse à superfície", explica Wilson. "Mas, dentro do B-59, com todas as tensões anteriores e sem comunicação, eles pensaram que a guerra havia começado."Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...O submarino era comandado pelo capitão soviético Valentin Savitski. Diante do ataque do navio americano, ele convocou uma reunião entre os três oficiais de mais alta patente da frota.Um desses oficiais era Arkhipov, o segundo comandante. O capitão, perturbado pela munição que chovia da superfície, afirmou que a melhor resposta seria disparando um dos torpedos nucleares. "Vamos destruí-los agora! Nós morreremos, mas afundaremos todos; não seremos a vergonha da frota", gritou, segundo o relato de Orlov.Wilson destaca que "os submarinos soviéticos daquela época não precisavam de aprovação ou ordem direta de Moscou para lançar um ataque nuclear". Era preciso apenas que os três comandantes estivessem de acordo, nada mais. Mais Mas Arkhipov desfrutava de certo prestígio entre os comandantes e se negou a apoiar a decisão do capitão. "É claro que a reputação de Arkhipov foi um fator fundamental no debate na sala de controle. No ano anterior, o jovem oficial havia sido exposto a fortes radiações para salvar um submarino com reator superaquecido", conta o escritor.Em um relatório entregue pelo próprio Arkhipov tempos depois, ele destacou os motivos que os levaram a não responder ao ataque. Segundo ele, embora houvesse uma "situação tensa" quando eles partiram da base, seu argumento era que aquele incidente não configurava uma situação de confronto militar."Graças a ele e ao capitão que se acalmou não ocorreu uma Terceira Guerra Mundial com consequências apocalípticas", destaca Wilson.Na madrugada de 28 de outubro, os Estados Unidos e a União Soviética chegaram a um acordo para desmantelar a base de Cuba, em troca da desarticulação de uma base nuclear norte-americana na Turquia.A maior parte dos submarinos retornou aos seus portos de origem. Mas, quando se esperava que seus tripulantes fossem recebidos como heróis, o que ocorreu foi justamente o contrário.No documentário sobre o episódio produzido pela PBS, a rede pública de rádio e TV dos EUA, a esposa de Arkhipov, Olga, afirmou que seu marido ficou muito decepcionado pela forma em que seus superiores consideraram sua participação naquela decisão.Outra testemunha destaca que um dos altos oficiais de Moscou disse aos comandantes da brigada de submarinos que "teria sido melhor que eles tivessem morrido por lá" do que regressarem sem vitória. Mais Arkhipov encerrou sua carreira militar e morreu em 1998, com 72 anos de idade, sem receber o reconhecimento devido pela sua intervenção.Foi somente em 2000 que o oficial Vadim Orlov relatou o que havia ocorrido dentro do submarino. Ele destacou que foi graças a Arkhipov que os torpedos não foram disparados e apenas então a contribuição do militar começou a ser reconhecida.Em 2007, o diretor do Arquivo de Segurança Nacional dos EUA, Tom Blanton, fez uma exposição sobre o tema e concluiu: "Este homem realmente salvou o mundo". "Não sei o que teria acontecido se fosse realmente iniciada a guerra nuclear", afirma Wilson. "O que talvez esteja mais claro é que a Europa teria sido mais prejudicada, já que a União Soviética não tinha mísseis com alcance para chegar aos EUA."Este texto foi publicado originalmente aqui.
2023-09-03 21:10:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/quem-foi-vasili-arkhipov-homem-que-salvou-o-mundo-de-guerra-nuclear.shtml
The Town: Rodrigo Faro projeta entrar para o streaming e diz que só sai da Record se não o quiserem mais
"Toda hora estou num lugar. Já falaram em SBT, Globo, Band. Mas faz parte. Tenho mais um ano e meio de contrato e só saio se a Record não me quiser". É dessa forma que Rodrigo Faro espanta os rumores recorrentes que atrelam o nome dele a uma nova emissora. O apresentador marcou presença, na noite deste domingo (3), na área VIP do The Town.Porém, ele se diz contente por trabalhar aos domingos e comandar três programas na grade do canal."Não tem negociação, vou cumprir o contrato até o fim e vamos ver o que vai acontecer. Minha vontade é continuar fazendo meu programa aos domingos. A relação com a Record é boa", emendou ele, que estava acompanhado da mulher e das filhas no festival. Mais Enquanto essa definição não acontece, Faro afirma que, pelo menos, uma novidade acontecerá em 2024: seu novo contrato o libera para fazer conteúdo no streaming. "Com certeza farei algo nessa linha no ano que vem", revela
2023-09-03 21:43:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/the-town-rodrigo-faro-projeta-entrar-para-o-streaming-e-diz-que-so-sai-da-record-se-nao-o-quiserem-mais.shtml
The Town: Gustavo Mioto lamenta ausência de sertanejo no festival
O cantor sertanejo Gustavo Mioto, 26, marcou presença na segunda noite de The Town, neste domingo (3), e lamentou não existir um palco dedicado ao segmento sertanejo."Se os organizadores acharem que vale botar um palco sertanejo, acho que seria válido para ser um festival com um pouco de tudo. O sertanejo é o gênero mais ouvido do país. Caberia um ou dois artistas, mas respeito a decisão", disse ele, em entrevista ao F5 na área VIP, em Interlagos.O artista estava desacompanhado. A amada, a também cantora Ana Castela, 19, tinha outros compromissos e não pode ir. Ao ser perguntado a respeito de um futuro casamento com ela, Mioto levou um susto. Mais "Tá doido? Muito cedo. A gente não se conhece nem há um ano, estamos juntos há três meses. Passamos oito meses alinhando se era saudável para os dois assumir tudo. Calma", destacou.De acordo com ele, a espera para declarar amor a ela em rede nacional se deu pelo fato de ambos levarem uma "vida louca". "É compreensivo que tenhamos pisado em ovos no começo. Hoje já conseguimos transformar nossa relação em algo leve."
2023-09-03 21:02:00
musica
Música
https://f5.folha.uol.com.br/musica/2023/09/the-town-gustavo-mioto-lamenta-ausencia-de-sertanejo-no-festival.shtml
Por que as pessoas não conseguem deixar empregos que odeiam
Presos em empregos dos quais não gostam – ou com salários que não os satisfazem – muitos trabalhadores ficam desmotivados e acabam aderindo à "demissão silenciosa": quando decidem fazer o mínimo possível.As taxas de demissão voluntária estão diminuindo. Nos EUA, normalizaram-se para níveis pré-pandêmicos – aparentemente pondo fim a um momento em que diversos trabalhadores estavam deixando seus empregos. As contratações também esfriaram. No Reino Unido, o número de vagas de emprego caiu trimestralmente no ano passado.Especialistas dizem que alguns trabalhadores estão felizes em permanecer em seus empregos: muitos encontraram novos cargos após repensarem suas carreiras. Mas nem todos os trabalhadores ficam nas vagas em que estão por vontade própria. Alguns ainda querem pedir demissão, mas com desaceleração nas contratações e incertezas sobre a economia, eles podem ficar presos em empregos dos quais não gostam num futuro próximo.Quando o mercado está aquecido, os trabalhadores insatisfeitos podem mais facilmente mudar de emprego ou mudar de setor para encontrar funções das quais gostem mais."Quando as pessoas sentem que não estão num emprego inspirador e vêem oportunidades em outros lugares, é provável que procurem satisfazer as suas necessidades profissionais em outra empresa", afirma Jim Harter, pesquisador de gestão e bem-estar no local de trabalho da consultoria americana Gallup.Sem perspectiva de serem contratadas em outros locais, no entanto, as pessoas na maioria das vezes não tem condições de pedir demissão – então, em vez disso, "demitem-se silenciosamente", ou seja, começam a fazer o mínimo possível. De acordo com dados da Gallup de junho de 2023, 59% dos 122.416 trabalhadores globais entrevistados dizem que não estão engajados no trabalho.Existem muitas razões para os trabalhadores estarem desmotivados neste momento, dizem os especialistas. Mais Por um lado, o custo de vida e a estagnação do crescimento salarial significaram que mais funcionários estão insatisfeitos com os seus salários."O salário costuma ser o principal motivo para alguém se sentir insatisfeito com seu trabalho atual – você está trabalhando duro, mas seu salário não está aumentando", explica Nela Richardson, economista chefe da empresa de RH ADP, em Nova York, nos EUA.Uma grande parte dos trabalhadores também está presa em empregos com os quais não se importam. O fato de quererem uma nova função, mas não conseguirem, faz com que se sintam frustrados, presos e sem agência. Assim, sem mobilidade no mercado de trabalho, "[eles] ficam no emprego simplesmente por falta de escolha, e não porque se sentem realizados e motivados pelo seu papel", afirma Ngaire Moyes, gerente do LinkedIn no Reino Unido.É aqui que entra a demissão silenciosa. "A maioria das pessoas 'se demite' silenciosamente devido à natureza de seu trabalho", diz Harter. "Fazem o mínimo porque não se sentem inspiradas e não sentem que têm a oportunidade de fazer o que fazem melhor."Para o funcionário, ficar preso a um trabalho do qual não gosta é, na melhor das hipóteses, desagradável e, na pior, prejudicial. E desistir silenciosamente não ajuda. "É um comportamento que pode levar a níveis mais baixos de bem-estar ao longo do tempo", diz Harter. "Na prática, entrar em um casulo e fazer o mínimo durante a maior parte do tempo pode ter um impacto negativo na saúde mental. E não é uma forma de construir uma carreira de sucesso."A postura de muitas empresas também agrava o problema.Harter diz que a falta de investimento de uma empresa nos seus trabalhadores muitas vezes leva à "demissão silenciosa". "Alguns empregadores podem agora pensar que têm maior controle quando os trabalhadores têm menos oportunidades em outros locais. E por isso os empregadores não se esforçam tanto para inspirar as suas equipes", diz ele.No entanto, a questão é um grande problema para as empresas, uma vez que a desmotivação dos trabalhadores gera perda de produtividade. Os especialistas dizem que as próprias companhias deveriam ter interesse em engajar seus trabalhadores.Se elas não melhorarem as condições para os funcionários, um número crescente dos seus empregados vai começar a fazer o mínimo necessário até que consigam mudar de empresa.Uma peça desse quebra-cabeça, diz Richardson, é garantir que os trabalhadores se sintam apoiados e priorizados, que haja atenção para sua saúde mental e qualidade de vida."Quando há falta de mão de obra, muitos empregadores fazem mais para manter os seus trabalhadores, oferecendo maior flexibilidade. Mas, à medida que a falta de mão de obra diminui, algumas organizações podem recuar nessas ofertas e benefícios",diz ela.Em tempos de tensão econômica, como quando há inflação e aumento do custo de vida, os empregadores também têm o dever de reconhecer as circunstâncias dos trabalhadores, diz Harter.Ele cita números da Gallup que indicam que o engajamento também é afetado por crises fora do local de trabalho. "Em tempos difíceis, construir a cultura organizacional certa é ainda mais crucial para ampliar o esforço dos funcionários", acrescenta.A realidade para a maioria dos trabalhadores é que eles poderão ter de permanecer nas suas funções atuais, gostem ou não. E, a menos que as empresas façam mais para engajar os funcionários insatisfeitos, muitas pessoas vão optar pela "demissão silenciosa" e fazer o mínimo possível.Este texto foi publicado aqui
2023-09-03 21:26:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrio/2023/09/por-que-as-pessoas-nao-conseguem-deixar-empregos-que-odeiam.shtml
Morre José Gregori, ministro da Justiça e secretário dos Direitos Humanos sob FHC
José Gregori, ministro da Justiça no governo FHC e uma referência na defesa da democracia, morreu neste domingo (3), aos 92 anos, em São Paulo. Ele estava internado havia mais de dois meses e teve complicações por causa de uma pneumonia.Filiado ao PSDB, Gregori foi secretário nacional de Direitos Humanos (1997-2000) e ministro da Justiça (2000-2001) na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O advogado também foi membro fundador da Comissão Arns, grupo criado em 2019 para monitorar violações de direitos humanos.O velório ocorrerá nesta segunda-feira (4), das 8h às 14h, na Funeral Home, no bairro da Bela Vista (região central). Segundo a família, Gregori estava consciente até poucas horas antes da morte."Meu pai foi uma pessoa pública que defendeu a democracia até o fim. Sempre defendeu a dignidade da pessoa humana, lutando por um Brasil democrático, justo e solidário", disse Maria Stella Gregori, uma das três filhas do advogado.O paulistano foi uma voz influente no enfrentamento à ditadura militar (1964-1985), traço lembrado por personalidades ao lamentar sua morte neste domingo. Também foi enaltecida sua história de seis décadas na defesa da cidadania, dos direitos humanos e da democracia.O advogado defendeu presos durante o regime militar e também integrou a Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, que nos anos 1970 foi uma referência para familiares de torturados e presos políticos.Gregori, que se formou na Faculdade de Direito da USP, estava no prédio em 1977 e fez o discurso que precedeu o de Goffredo da Silva Telles Jr. na famosa "Carta aos Brasileiros", documento que entrou para a história como um dos marcos na luta pela redemocratização.No ano passado, em meio às ameaças golpistas de Jair Bolsonaro (PL), assinou a "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito" e, em entrevista à Folha, afirmou: "Para as novas gerações eu digo: o Estado democrático de Direito é como se fosse o 5G". Mais Gregori foi um dos tucanos de relevo que declararam apoio à eleição do presidente Lula (PT) em 2022. Na época, ele divulgou uma carta afirmando que ajudou a "derrotar a ditadura brasileira" e que a recondução do então presidente seria "muito negativa".Ao longo do governo Bolsonaro, o ex-ministro participou de uma série de manifestos e iniciativas repudiando ações contrárias aos pilares democráticos e reafirmando a defesa dos direitos humanos. Sua atuação nessa área sempre foi intensa, independentemente do governo de turno.A morte de Gregori foi recebida com tristeza por personalidades de vários matizes ideológicos, dos universos político e jurídico e da sociedade civil.Lula divulgou nota de pesar, afirmando que o advogado "sempre foi um grande defensor dos direitos humanos e do Estado democrático de Direito no Brasil, principalmente nos momentos mais desafiadores para nossa democracia".O presidente afirmou ainda que Gregori "defendeu sempre seus ideais, mesmo nos momentos mais difíceis da nossa história recente", e expressou condolências aos familiares, amigos, companheiros de militância política e admiradores.A Fundação FHC emitiu nota em que afirmou lamentar profundamente o falecimento de Gregori, que, além de ex-auxiliar, também era amigo de Fernando Henrique. "Ele foi um democrata e um defensor dos direitos humanos em mais de 60 anos de vida pública", ressaltou o texto.O presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi, disse que em nome do diretório paulista do partido expressa profundos sentimentos pela perda do ex-ministro, a quem se referiu como "uma das mais importantes referências da luta pelos direitos humanos e pelo Estado democrático de Direito"."Gigante que deixa uma trajetória brilhante de legado ao Brasil", afirmou Vinholi.O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, disse que a vida do advogado "foi marcada por um firme compromisso com os direitos humanos e com a consolidação da democracia"."Muito obrigado, José Gregori. Seu legado jamais será esquecido", afirmou. Gregori foi um dos responsáveis pela criação da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, que originou o ministério hoje ocupado por Silvio Almeida. Ele também deu apoio à instalação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que foi filiado ao PSDB por 33 anos, disse estar consternado com a morte de Gregori, com quem conviveu como colega na Assembleia Legislativa de São Paulo na década de 1980, e lembrou o apoio dele à chapa presidencial no ano passado."O ministro Gregori é símbolo da luta pela democracia, pela legalidade e pelos direitos humanos no Brasil, ajudou a fincar as bases dessa luta. Lula e eu tivemos a alegria e o prestígio do seu apoio durante a campanha. Que Deus conforte a família e os amigos", afirmou Alckmin.O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que o advogado foi "um homem fabuloso, que se dedicou a vida toda ao povo brasileiro". O auxiliar de Lula afirmou ainda que o ex-ministro "sempre teve lado na defesa da democracia brasileira".O também petista Humberto Costa, senador por Pernambuco, disse que Gregori "foi um grande homem público, sempre compromissado com as pautas mais justas dos direitos humanos", e "deixa um enorme trabalho, que temos a missão de continuar".Secretário-executivo de Mudanças Climáticas na capital paulista, Gilberto Natalini se referiu a ele como "um brasileiro de grande valor, democrata e ético". Na mesma linha, a ex-ministra e ex-secretária Claudia Costin afirmou que Gregori foi "um grande homem, defensor intransigente dos direitos humanos".Taís Gasparian, advogada da Folha e cofundadora do Instituto Tornavoz, disse que Gregori "é um dos maiores nomes na defesa dos direitos humanos"."Sua retidão de caráter e tino político lhe permitiram transitar, como conciliador, entre pessoas de diferentes partidos e convicções. Com isso, conseguiu que o país avançasse em pontos muito delicados. Perdemos um ícone da democracia", afirmou."Foi um dos nossos decanos da luta pela defesa dos direitos humanos", disse o presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima. "Trabalhei, mesmo que brevemente, com ele no Ministério da Justiça e sou testemunha da fé e da luta dele por justiça e por democracia."A Comissão Arns afirmou, em comunicado, que a notícia foi recebida com enorme tristeza, mas que "seu legado em defesa dos direitos humanos não será esquecido". Ele atuou, entre outros momentos decisivos da história, na campanha das Diretas Já, que pedia o voto direto para presidente da República.O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, chamou o advogado de "grande democrata brasileiro" e salientou seus "inestimáveis serviços prestados ao Brasil", como lutador pelos direitos humanos.O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, recordou o engajamento do ex-ministro nas eleições de 2022 em defesa das instituições e dos pilares democráticos. "Na batalha que travamos para derrotar Bolsonaro, Gregori apoiou a eleição do presidente Lula e reafirmou seu compromisso com a democracia", disse.O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP), ao lamentar a morte, qualificou o ex-ministro como "árduo e incansável defensor da democracia", disse que ele "deixa uma história rica de empenho em favor dos direitos humanos" e ressaltou que "seu legado jamais será esquecido".O jornalista, professor e escritor Ricardo Viveiros relembrou uma lição recebida do ex-ministro. "Ainda um jovem repórter, na cobertura de conflitos na periferia paulistana, aprendi com José Gregori que 'não pode haver Estado democrático de Direito que não respeite os direitos humanos'", afirmou.Viveiros ressaltou ainda que "Gregori passou sua longa vida sendo, muito além de um brilhante e ativo intelectual, uma pessoa íntegra" e foi "um guerreiro da paz, do respeito e sempre preocupado com a dignidade do próximo"."Ficamos todos um pouco órfãos com a morte de José Gregori, referência essencial há mais de meio século na luta cotidiana pelos direitos humanos no Brasil, encontro sempre efusivo e carinhoso", afirmou o diretor do festival É Tudo Verdade, Amir Labaki. "Ele lutou a luta justa, com o humanismo como pele."Além de ter trabalhado com FHC, Gregori foi nas décadas de 1980 e 1990 deputado estadual em São Paulo e secretário do governo paulista na gestão do tucano Franco Montoro. Entre 2002 e 2004, foi embaixador do Brasil em Portugal.Também presidiu a Comissão Municipal de Direitos Humanos de São Paulo e foi secretário especial de Direitos Humanos na gestão Gilberto Kassab (à época no DEM). Teve ainda atuação como presidente da Comissão de Direitos Humanos da USP e era membro da Academia Paulista de Letras.Gregori era viúvo desde 2015, quando morreu sua companheira por mais de 50 anos, a ativista social Maria Helena Gregori, que ao lado do marido militou contra a ditadura, a favor da anistia e dos direitos humanos. O ex-ministro tinha três filhas, quatro netos e duas bisnetas.
2023-09-03 19:37:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/morre-jose-gregori-ministro-da-justica-e-secretario-dos-direitos-humanos-sob-fhc.shtml
Piloto morre em acidente de avião um ano após ficar 13 dias desaparecido na floresta
Quase um ano após ser resgatado de um acidente de avião na Amazônia, o piloto Otávio Munhoz, 38, morreu depois de uma segunda queda em Roraima.De acordo com informações da Polícia Civil, a família do piloto comunicou o acidente aéreo na segunda-feira (28). Após seis dias de buscas, o corpo foi localizado no sábado (2). Ele foi enviado para Londrina (PR), onde foi sepultado neste domingo (3).Munhoz havia sofrido um acidente aéreo na mesma região em setembro do ano passado. Ele ficou 13 dias na mata até ser localizado e resgatado.Na ocasião, o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) informou que a aeronave havia decolado de local desconhecido e os destroços foram encontrados com sinais de incêndio intencional. A região é uma rota usada por garimpeiros ilegais que acessam a Terra Indígena Yanomami.O Cenipa afirmou que não foi comunicado sobre esse novo acidente com o piloto.
2023-09-03 19:53:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/piloto-morre-em-acidente-de-aviao-um-ano-apos-ficar-13-dias-desaparecido-na-floresta.shtml
Golpes na África refletem esgotamento de relação entre França e ex-colônias
A cena se repete: um grupo de homens fardados anuncia lado a lado, em rede nacional de TV, a deposição do líder de seu país. Na última quarta (30), foi o Gabão que engrossou a lista de nações que formam a mais recente onda de golpes de Estado na África, composta majoritariamente por ex-colônias francesas.Das 11 rupturas institucionais no continente nos últimos cinco anos, oito foram em países outrora dominados por Paris. Em nove desses casos, os territórios estavam na porção conhecida como Sahel, a faixa entre o deserto do Saara e as savanas ao sul. O Gabão não compõe a região, mas, em comum com outros episódios, estampou o repúdio a símbolos franceses em atos de apoio aos golpistas.O Níger, por exemplo, comandado por uma junta militar desde o final de julho, expulsou o embaixador francês no último dia 25, movimento que não surpreende dados os protestos com bandeiras da França queimadas enquanto as da Rússia eram erguidas.A derrocada democrática na região, porém, não é explicada somente por um sentimento anti-França e está relacionada à fragilidade institucional, à crise social enfrentada após a chegada de grupos jihadistas na década passada e à crescente desconfiança com a política.Guiné, Níger, Chade, Gabão, Mali e Burkina Fasso, as seis ex-colônias francesas que foram palco de golpes nos últimos anos —sendo que os dois últimos assistiram a duas rupturas institucionais seguidas—, convivem há décadas com um cenário persistente de miséria e insegurança generalizadas e são em parte governados por uma classe política restrita a poucas famílias e líderes de longa data, que mantêm relações estreitas com a ex-metrópole ainda hoje.Cinco deles estão entre os dez países do mundo com o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e têm um PIB per capita, considerando paridade do poder de compra, abaixo de US$ 3.200 —no caso do Níger, menos da metade disso, US$ 1.505. O único destoante é o Gabão, com US$ 16.470, não muito distante do Brasil, com US$ 17.821.Engrossa esse caldo a proliferação de grupos islâmicos armados na região vindos de outros quadros regionais de crise, como os conflitos da Líbia, que começam em 2011, e a rebelião da população tuaregue no norte do Mali, em 2012.A resposta à insurgência islâmica foi a Operação Barkhane, que abarcou os territórios de Mauritânia, Mali, Burkina Fasso, Níger e Chade sob a liderança de militares franceses, mas fracassou na missão de impedir a proliferação da insegurança na região.Isso contribuiu para o fortalecimento de discursos que associavam a presença militar de Paris não ao combate a esses grupos extremistas, mas ao fortalecimento deles. "Com a chegada dos grupos jihadistas e a crescente presença de forças militares internacionais, o sentimento antifrancês aumentou consideravelmente", diz Tatiana Smirnova, pesquisadora da região do Sahel na Universidade de Quebec.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...A Operação Barkhane acabou em novembro de 2022, e as tropas francesas foram expulsas de Burkina Fasso e Mali após os golpes. Atualmente, Paris tem uma base militar no Djibouti —assim como EUA, China e Japão, entre outros— e mantém tropas também em Senegal, Costa do Marfim, Gabão, Chade e Níger. Neste último, são de mil a 1.500 soldados, e o país se nega a retirar suas forças a despeito das exigências dos golpistas."Os soldados franceses posicionados no Níger estão ali a pedido das autoridades nigerianas legítimas, para lutar contra os grupos terroristas que desestabilizam a região e castigam a população do Sahel", afirmou o Ministério de Defesa da França no início de agosto.A frustração também remonta aos processos de descolonização dos países. A França buscou primeiro uma espécie de assimilação, com a abertura de cadeiras na Assembleia Nacional francesa a lideranças dos territórios coloniais —que acabaram controlando por décadas a política na região, com a bênção de Paris.Depois, a solução encontrada foi a aceitação das independências sob a condição de que as nações concordassem com uma série de acordos que as manteve, na prática, vinculadas ao colonizador. Mais "Diferentemente do modelo colonial britânico, a França desenha arranjos que amarram os novos países", diz Guilherme Ziebell, professor de relações internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. "Havia acordos securitários que, em muitos casos, previam a possibilidade de intervenção militar francesa sem necessidade de consulta."Outro exemplo é a criação do franco CFA, moeda inicialmente emitida pela França e utilizada por ex-colônias até hoje, agora sob autoridades monetárias regionais."Os franceses não abandonaram o pensamento colonialista e ainda pensam que estão em uma missão civilizatória", afirma Pio Penna Filho, professor da UnB (Universidade de Brasília), para quem as juntas golpistas se aproveitam do sentimento de frustração."Elas levantam uma bandeira antifrancesa e antieuropeia para mobilizar a população e justificar a tomada de poder. E a Rússia aproveita para insuflar esses militares contra a França e a Europa." Mais A tarefa de Moscou é facilitada pela memória que parte da população tem do papel da União Soviética na luta dos países africanos pela independência, segundo Tatiana Smirnova. "O Kremlin também constrói a sua campanha de comunicação sobre essa nostalgia." A presença do grupo mercenário russo Wagner em países da região reflete em parte essa estratégia.O apoio da população aos golpes, porém, pode ser difícil de medir.No Níger, manifestantes favoráveis ao presidente Mohamed Bazoum foram dispersados com tiros de advertência logo após o golpe. Eles tentavam se aproximar do palácio da Presidência, onde o governante estava detido.O golpe mais recente, no Gabão, pode ter encerrado uma dinastia que remonta aos anos 1960. Uma única família governava o país africano há 56 anos: Omar Bongo se manteve na liderança por 42 anos, até sua morte, em 2009, e Ali Bongo sucedeu o pai até ser deposto."É uma ditadura travestida de regime democrático, mas nada justifica a tomada de poder pelos militares", diz Penna Filho.
2023-09-03 19:11:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/golpes-na-africa-refletem-esgotamento-de-relacao-entre-franca-e-ex-colonias.shtml
Mortes: Líder nato, amava pescaria e fez carreira na educação
Benjamin fazia, toda manhã, as entregas de pão e leite nas redondezas da estação ferroviária de Rancharia, no interior de São Paulo. Mais velho de cinco irmãos, ajudava a família a tocar a padaria, instalada na avenida D. Pedro 2º. Nascido em 1952, logo desenvolveu o talento para contas e negócios.Foi daí que veio a vontade de tentar ganhar a vida na capital paulista com amigos. "Chegou com uma mão na frente e outra atrás, em 1973. Sempre bom de matemática, foi trabalhar num banco. Foi lá que conheceu minha mãe", diz a filha Roberta Valverde, 45.Benjamin e Miriam Ribeiro da Silva se casaram em 1975, e o marido de uma irmã dela, professor de matemática, convidou o cunhado para trabalhar em uma escola pequena em Cidade Dutra, na zona sul de São Paulo, perto do Autódromo de Interlagos."Começou como um supletivo, ele entrou como sócio. Ele foi dando ideias, ampliaram para educação infantil e criaram uma escola de fato. Hoje ela tem 52 anos e 1.400 alunos", diz Roberta sobre o Colégio Einstein.Interessado na comunidade do entorno, Benjamin entrou para a maçonaria na região e, daí, ajudou a fundar, em 1984, a Sociedade Beneficente Equilíbrio de Interlagos, conhecida pela sigla Sobei. "A sociedade ajuda hoje entre 8.000 e 9.000 crianças, e ele foi presidente lá por 20 anos." Também foi subprefeito de Santo Amaro na gestão Marta Suplicy em São Paulo.Do primeiro casamento vieram quatro filhos, incluindo Roberta, e a parceria de vida com Miriam, falecida em 2014, que também se dedicou ao trabalho na sociedade. Enérgico e um líder nato, segundo a filha, dividia o tempo entre o trabalho, a pescaria e as reuniões de família e amigos na fazenda em Tapiraí, no interior paulista.Eram eventos recheados de "comilança, bebelança e muita história", segundo a revista O Fato, que homenageou Benjamin com histórias da infância em Rancharia e da participação nos carnavais e em times de futebol.Benjamin também foi presidente do Sindicado dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo. Durante a pandemia de Covid-19, defendeu a prioridade de vacina para professores, a reabertura de escolas e vouchers para ajudar famílias a manterem os filhos matriculados nas escolas. No ano passado, recebeu da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo a medalha Ordem do Mérito MMDC.Um acidente em 2019 na fazenda, com fraturas, complicou a saúde de Benjamin nos últimos anos. Ele morreu em 25 de agosto, aos 71 anos, por falência de múltiplos órgãos. Deixa cinco filhos, o último deles do segundo casamento, com Fátima Ribeiro da Silva, e sete netos, que adorava. "Tinha um coração gigante", diz a filha Roberta. Mais [email protected] os anúncios de mortesVeja os anúncios de missa
2023-09-03 17:34:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/mortes-lider-nato-amava-pescaria-e-fez-carreira-na-educacao.shtml
Crise na guerra e corrupção derrubam ministro da Defesa da Ucrânia
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, anunciou neste domingo (3) que propôs ao Parlamento do país a demissão do ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, uma das mais reconhecíveis faces da resistência à invasão russa iniciada em fevereiro de 2022.Para seu lugar foi indicado Rustem Umerov, um ex-deputado com origem política na Crimeia anexada pela Rússia em 2014 e hoje chefe do fundo de privatizações da Ucrânia. Ele participou das fracassadas negociações de paz entre Moscou e Kiev logo após o início da guerra.Não que ele seja necessariamente um pacifista, já que a imprensa estatal russa o acusava de ser um agente dos Estados Unidos postado nas rodadas de conversa na Belarus, em março do ano passado, para espionar e tentar cooptar membros da delegação russa.Mas a entrada de um ex-negociador no jogo poderá ser lida como uma sinalização a Moscou. Além dos eventos em tempos de guerra, como também as conversas para o hoje suspenso acordo de exportações de grãos, ele havia fundado um grupo de negociação para normalizar relações entre a Ucrânia e a Rússia chamado Plataforma da Crimeia —ele é da etnia tártara, uma das mais oprimidas historicamente na península.Reznikov cai em um momento bastante delicado. Sua saída vinha sendo especulada há semanas, após um grande escândalo de corrupção envolvendo o alistamento militar ucraniano. Todos os chefes regionais responsáveis pelo setor foram demitidos por vender isenção do serviço, e ele já havia enfrentado uma crise com denúncias de desvios de dinheiro no Exército em 2022.Mas seu maior problema é a contraofensiva ucraniana, iniciada em 4 de junho e que até aqui não trouxe um resultado palpável além de conquistas pontuais para Kiev e de uma ofensiva própria dos russos que tem avançado no nordeste do país. Mais As dificuldades ucranianas, apesar do triunfalismo esposado pela mídia europeia e americana de que um trecho da primeira de três linhas defensivas num setor de Zaporíjia (sul) enfim foi ultrapassado por Kiev na semana passada, têm atraído críticas e ceticismo no Ocidente.Neste mesmo domingo, a chancelaria ucraniana divulgou que foi atingida a marca de US$ 100 bilhões (R$ 500 bilhões) só em ajuda militar de países da Otan, a aliança militar ocidental, e outros aliados dos EUA a Kiev desde o começo da guerra. Isso equivale a quase 23 vezes o orçamento anual de defesa da Ucrânia em 2021, antes da invasão.Nem todos os ocidentais parecem dispostos a pagar a conta sem retorno condizente. O chanceler Dmitro Kuleba perdeu a paciência nesta semana, dizendo que os críticos deveriam "calar a boca". O ex-secretário de Defesa do Reino Unido Ben Wallace sugeriu que o Ocidente não era "a Amazon" das armas, e o chefe de gabinete do secretário-geral da Otan falou recentemente que Kiev tinha de ceder territórios aos russos."Reznikov passou por mais de 550 dias de uma guerra em grande escala. Acredito que o ministério necessita de novas abordagens e outros formatos de interação, tanto com os militares como com a sociedade como um todo. A Verkhovna Rada [Parlamento] da Ucrânia conhece bem o sr. Umerov, ele não necessita de apresentações adicionais. Espero que apoie esta candidatura", afirmou Zelenski. Mais A despeito das razões reais, a mudança implicará quase com certeza uma mudança tática ou estratégica na condução da guerra. Zelenski tem suportado as pressões e já disse que será candidato à reeleição em 2024 caso o conflito tenha acabado ou se a lei marcial que hoje impede pleitos for modificada para permiti-los em tempos como o atual.O presidente tem se esforçado para cumprir as exigências ocidentais em relação aos padrões de probidade de seu país, notoriamente baixos. Em um exemplo graúdo, seu padrinho político, o bilionário Ihor Kolomoiski, foi preso neste sábado (2) sob acusação de corrupção.Só que a realidade é que o relógio corre com outra eleição no horizonte, a de novembro de 2024 nos EUA. O presidente Joe Biden vai buscar ficar no cargo e precisa ter o que dizer aos eleitores acerca do rumo que dará à ajuda bilionária a Kiev na campanha já na virada do ano. Seu provável oponente republicano, o antecessor Donald Trump, já sinalizou que quer deixar Zelenski sozinho.
2023-09-03 16:37:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/crise-na-guerra-e-corrupcao-derrubam-ministro-da-defesa-da-ucrania.shtml
Novo boletim médico diz que Kayky Brito segue em estado grave; ator está sedado
O hospital Copa D'or divulgou nota neste domingo (3) com atualizações do estado de saúde do ator Kayky Brito, que foi atropelado no último sábado (2). Segundo o documento, o intérprete está "sedado, em ventilação mecânica e sob cuidados da equipe assistente na UTI".Um novo boletim só deverá ser divulgado nesta segunda-feira (4). A família do ator o visitou no hospital Copa D'dor, onde ele está internado desde o último sábado (2). Sandra Brito, sua mãe, foi ao local com o padrasto e o cunhado do interprete de Bernadete, da novela "Chocolate com Pimenta" (2003).Sandra falou rapidamente com a imprensa e disse que está otimista com o que recebeu no hospital. "Agradeço as orações de todos, estamos confiantes na recuperação", comentou a mãe do ator, sem dar maiores detalhes. Mais Sandra estava com uma bota ortopédica porque ainda se recupera de um acidente de carro que sofreu em julho com o seu marido.Sandra Brito também se pronunciou no Instagram sobre o caso. Ela desmentiu informações maldosas, disse que o ator segue vivo e que logo menos sairá do hospital com vida."Queria agradecer todas as mensagens, todos os telefonemas... Infelizmente não consigo responder, mas vocês podem acreditar que estou vendo tudo. Agradeço do fundo do meu coração. Fiquei em choque como no dia do meu acidente, ajoelhei e conversei com Deus. Por que?", desabafou Sandra.
2023-09-03 15:20:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/novo-boletim-medico-diz-que-kayky-brito-segue-em-estado-grave-ator-esta-sedado.shtml
Filha de Mingau, do Ultraje A Rigor, desabafa e chora ao falar do pai: 'O estado é delicado'
Isabella Aglio, filha de Rinaldo Oliveira Amaral, conhecido como Mingau, o baixista da banda Ultraje a Rigor, utilizou sua conta no Instagram neste domingo (3) para fazer um pedido aos fãs. O artista foi vítima de um grave incidente na noite de sábado (2) em Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, sendo atingido por um tiro na cabeça.Com a voz carregada de emoção, Isabella implorou por suas preces e apoio à recuperação de seu pai. "O estado é delicado. Eu queria pedir para vocês: orem pelo meu pai, por favor", suplicou ela. "Que a cirurgia corra bem, que ele volte, que ele fique sem sequelas. Não sei. Só rezem e orem pelo meu pai, independente do que vocês acreditem", acrescentou.Iniciando seu pronunciamento com uma explicação sobre a situação, Isabella descreveu o processo de transporte do pai para São Paulo. "Como a maioria já sabe, meu pai foi baleado na cabeça ontem em Paraty. Na hora que soubemos, eu e minha família fomos para lá, e foram horas e horas tentando esse trâmite, essa burocracia de trazê-lo para São Paulo", compartilhou. Mais A família conseguiu transferi-lo durante a tarde de domingo em uma UTI aérea para o Hospital São Luiz Itaim, na zona sul de São Paulo, onde uma equipe qualificada, incluindo neurocirurgiões, está cuidando de Mingau. Contudo, Isabella ressaltou a delicadeza do estado de saúde de seu pai, deixando claro que o momento é de extrema preocupação.Mingau, 56, foi atingido por um disparo no bairro Ilha das Cobras, em Paraty, e inicialmente foi atendido no Hospital Municipal Hugo Miranda por volta das 22h30. A transferência para São Paulo ocorreu de helicóptero devido à gravidade de sua condição. As autoridades prenderam um suspeito do crime neste domingo, em Paraty.
2023-09-03 17:25:00
musica
Música
https://f5.folha.uol.com.br/musica/2023/09/filha-de-mingau-do-ultraje-a-rigor-desabafa-e-chora-ao-falar-do-pai-o-estado-e-delicado.shtml
Bruno de Luca confirma que estava com Kayky Brito em atropelamento: 'Deus vai interceder'
O ator e apresentador Bruno de Luca falou pela primeira vez sobre o acidente que aconteceu com o ator Kayky Brito na madrugada do último sábado (2). Bruno confirmou que estava no local e ajudou a socorrer o ator.Em uma postagem no Instagram, Bruno lamentou o ocorrido e pediu uma corrente de oração pelo amigo para que ele se recupere o mais rápido possível."Estou muito triste e abalado com o que aconteceu, apreensivo, mas com fé de que Deus vai interceder pelo meu irmão. Quero pedir uma corrente de oração pelo Kayky, para ele sair dessa o mais rápido possível", escreveu ele em um story. Mais Bruno não fez mais postagens sobre o assunto. O F5 apurou que ele está em contato contínuo com a família para ter atualizações sobre o seu estado de saúde.Kayky Brito estava com amigos, entre eles o ator e apresentador Bruno de Luca, pouco antes de ser atropelado na madrugada de último sábado (2), na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. A 16ª DP da Polícia investiga a circunstância do acidente.Foi o que disse o delegado Ângelo Lages. Segundo ele, Kayky estava no quiosque Dona Marta, localizado no posto 6 da Barra da Tijuca. Ele se divertia com amigos, incluindo de Luca, e foi ao carro pegar um artefato.Ao tentar retornar para o local, o carro que o atropelou cometeu o fato. Houve tentativa de se desviar do ator, mas não foi possível.
2023-09-03 15:34:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/bruno-de-luca-fala-pela-1a-vez-sobre-acidente-de-kayky-brito-deus-vai-interceder.shtml
Dinheiro em caixa não está sendo bem gasto pela prefeitura, avaliam 77% dos paulistanos
O caixa da Prefeitura de São Paulo, atualmente em R$ 34,8 bilhões, tem sido mal gasto para 77% dos paulistanos. Apenas 13% da população considera que a administração está gastando bem esse dinheiro.Os dados foram coletados pelo Datafolha, que ouviu 1.092 moradores da capital paulista na terça (29) e na quarta-feira (30). A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.A avaliação de que o recurso está sendo mal utilizado é predominante mesmo entre aqueles que consideram boa ou ótima a gestão Ricardo Nunes (MDB): 55% disseram que a prefeitura gasta mal o dinheiro, enquanto 33% fizeram avaliação positiva.Levando em conta a parcela da população que avalia o atual prefeito como ruim ou péssimo, 93% disseram que o recurso está sendo mal utilizado. Apenas 2% tiveram opinião positiva e 5% não souberam responder. Já a parcela da população que avalia a gestão Nunes como regular opinou de forma parecida com a população geral —os percentuais oscilaram dentro da margem de erro.Ao considerar a intenção de voto dos entrevistados para as eleições de 2024, o apoio à gestão do caixa só fica acima da média entre quem deseja a reeleição de Nunes –26% disseram que a prefeitura gasta bem os recursos e 63% disseram que não.Os eleitores de Guilherme Boulos (PSOL) são os que mais rejeitam a forma como a prefeitura administra o caixa do município atualmente: 85% disseram que o dinheiro não é bem gasto, enquanto 8% disseram que sim.A avaliação dos entrevistados que declararam intenção de voto em Tabata Amaral (PSB) e Kim Kataguiri (União Brasil) oscilou dentro da margem de erro, em comparação com o resultado geral da pesquisa. O mesmo acontece com aqueles que pretendem votar nulo ou em branco.A opinião também oscila de acordo com a avaliação dos entrevistados sobre o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Entre quem considera o atual governo ótimo ou bom, 22% acham que a prefeitura está gastando bem o dinheiro em caixa e 64% acham que não. Já entre aqueles que avaliam como ruim ou péssima a gestão de Tarcísio, 7% apoiam a gestão dos recursos municipais e 89% discordam.A avaliação de que a prefeitura não está gastando bem o dinheiro em caixa também é dominante entre todas as idades, níveis de escolaridade e faixas de renda. Mais Do ponto de vista etário, os entrevistados que têm de 25 a 34 anos são os que pior avaliam a gestão do recurso. Enquanto 87% disseram que a prefeitura não está gastando bem, apenas 7% responderam que sim.O apoio à forma como o caixa vem sendo gerido cresce entre os paulistanos com mais de 60 anos: 17% consideram que o dinheiro está sendo bem gasto, enquanto 67% discordam. O grupo, porém, foi o que menos opinou na pesquisa: 16% não souberam avaliar.A população menos escolarizada respondeu de maneira parecida: 21% dos entrevistados com ensino fundamental disseram que a prefeitura está gastando bem o dinheiro, enquanto 66% discordaram e 14% não souberam opinar. Já entre aqueles que possuem ensino superior, 11% avaliaram bem o uso desses recursos e 80% não.Considerando as diferentes faixas salariais, as oscilações ocorreram todas dentro da margem de erro.
2023-09-03 17:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/dinheiro-em-caixa-nao-esta-sendo-bem-gasto-pela-prefeitura-avaliam-77-dos-paulistanos.shtml
Episódio antissemita de vice-governador desperta críticas na Alemanha
O governador do estado alemão da Baviera, Markus Söder, disse neste domingo (3) que vai manter no cargo seu vice, Hubert Aiwanger, após virem à tona, nesta semana, acusações de antissemitismo."Sei que nem todos vão gostar da minha decisão, e outros ainda terão dúvidas. Mas volto a sublinhar que essa decisão é fruto de um processo justo e ordenado", disse Söder em uma entrevista coletiva incomum. Na Alemanha —e sobretudo na predominantemente católica Baviera—, eventos políticos do tipo não costumam ser realizados aos domingos.Durante a semana, Aiwanger foi alvo de duras críticas após reportagem do jornal Süddeutsche Zeitung (SZ), com sede em Munique, atribuir-lhe a autoria de um panfleto antissemita que circulou quando ele era adolescente e estava no ensino médio. Segundo o SZ, o folheto zombava do Holocausto e dos campos de concentração nazistas.Logo depois da divulgação do artigo, o irmão do vice-governador, Helmut, foi a público afirmar que era o verdadeiro autor do panfleto. Mesmo assim, a pressão sobre Aiwanger persistiu —devido também a outras alegações relacionadas a sua juventude, como a de que teria conduzido uma saudação nazista na escola.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...O governador da Baviera disse que tomou a decisão após analisar cuidadosamente as alegações. Segundo Söder, Aiwanger cometeu erros graves durante a juventude, mas se afastou deles e demonstrou arrependimento. Ele também disse que não há provas de que Aiwanger tenha sido o autor do panfleto ou o tenha distribuído, além de mencionar que tudo ocorreu "há 35 anos". "Quase nenhum de nós está hoje como era aos 16."Söder pediu que Aiwanger respondesse a 25 perguntas. O teor dos questionamentos e as respostas não foram divulgados. No entanto, Söder disse que, com base no questionário, era possível perceber que o evento havia sido uma experiência drástica para o vice.Em declarações publicadas neste domingo pelo jornal Bild am Sonntag, Aiwanger afirmou que não via "nenhuma razão para renunciar ou ser exonerado do cargo". Além de vice-governador da Baviera, ele é líder do parceiro de coalizão de Söder, a sigla de centro-direita Freie Wähler (Eleitores Livres). Mais Logo após o jornal Süddeutsche Zeitung noticiar o assunto, Aiwanger negou responsabilidade direta pelos panfletos, o que depois foi corroborado pelo irmão Helmut. Os dois têm apenas um ano de diferença de idade e frequentaram a mesma escola na década de 1980.Dias depois do texto do SZ, Aiwanger pediu desculpas por possíveis erros na juventude, embora também tenha dito que não se lembrava de outras acusações, como de ter sido visto conduzindo uma saudação nazista na escola. Ainda assim, afirmou que "lamenta profundamente" se suas ações causaram ofensa.Apesar disso, disse que as acusações faziam parte de uma campanha política contra seu partido, semanas antes das eleições estaduais da Baviera, em 8 de outubro. Também disse acreditar que não é justo desenterrar comentários de tanto tempo atrás e argumentou que tais escândalos podem impedir outras pessoas de entrar na política.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...Partido de Söder, a CSU é de longe a força dominante na Baviera e o braço no estado da CDU, o partido da ex-primeira-ministra Angela Merkel. A vitória da CSU é sempre dada como certa na Baviera, restando saber apenas se ela vai ou não precisar formar uma coalizão para governar —ou seja, ter maioria no Parlamento estadual.Em 2018, a CSU precisou formar uma coalizão —e, para isso, escolheu o partido de Aiwanger. Isso levou Aiwanger, um desconhecido fora de seu estado natal, a se tornar vice de Söder, uma figura popular em toda Alemanha, e também seu secretário da Economia.Uma das principais demandas do Freie Wähler é maior independência local em relação ao governo nacional em Berlim.Desde 2008, a sigla detém pelo menos 9% dos votos na Baviera. Porém, pesquisas recentes indicam que o partido pode ter este ano um seu desempenho ligeiramente melhor do que os 11,6% registrados em 2018.
2023-09-03 13:53:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/episodio-antissemita-de-vice-governador-desperta-criticas-na-alemanha.shtml
Cisternas provocam impacto na saúde de recém-nascidos do semiárido, aponta estudo da FGV
Uma pesquisa da Escola de Economia da FGV (Fundação Getulio Vargas) apontou que gestantes atendidas pelo Programa Cisternas, do governo federal, deram à luz a crianças mais saudáveis, em comparação com aquelas que não tiveram acesso ao benefício durante o período da gravidez, indicando que a política pública afetou diretamente na saúde infantil na região do semiárido brasileiro.Os dados da pesquisa "Políticas de Adaptação Climática e Saúde Infantil" apontam que a cada semana que a gestante contou com a água vinda pelo Programa Cisternas, o bebê ganhou dois gramas de peso, o que resultou em aproximadamente 80 gramas ao final da gestação.Foram analisados dados de 5.000 gestantes que tiveram acesso às cisternas durante o período de 2011 a 2017. Segundo a pesquisa, o programa implantou cerca de 400 mil equipamentos no período.Os pesquisadores cruzaram informações colhidas com os dados disponibilizados no Sinasc (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos), do Ministério da Saúde, para poder chegar aos indicadores."Com esses dados, a gente tem a identificação de todo o mundo que recebeu a cisterna. Sabe o dia que começou a construção e o do término, que dura três dias. E o dado diz exatamente as semanas de gestação", diz o professor e pesquisador Daniel da Mata, coordenador da pesquisa.As gestantes não são especificamente o público-alvo do Programa de Cisternas, mas elas fazem parte do conjunto. Ele é voltado para famílias rurais de baixa renda, com prioridade para povos e comunidades tradicionais.De acordo com o estudo, um dos pontos para o benefício da gestante é o fato de, além de contar com água tratada durante o período de gestação, tendo a cisterna em casa, ela também não precisar caminhar longos trajetos em busca de água de poços e açudes. Há relatos de famílias que chegavam a caminhar 15 km em busca de água no semiárido. Mais "Diversos estudos na literatura acadêmica reforçam que o esforço físico extremo aumenta os riscos neonatais. Por isso, esse programa, ao evitar que a mulher precise buscar água diariamente em locais distantes e sob altas temperaturas, acaba por promover a saúde do recém-nascido", explica o pesquisador.Segundo o obstetra Francisco Ramos Filho, da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais, tão importante quanto o ganho de peso do bebê é a diminuição do esforço físico da gestante."O esforço físico, se associado a outras comorbidades na mulher, aumenta o risco de parto pré-termo [prematuro], e a prematuridade é a principal causa de mortalidade neonatal [primeiros 28 dias de vida da criança]", diz o médico."A facilidade de acesso tem impacto direto para diminuição dos riscos maternos e, consequentemente, a diminuição de riscos de parto pré-termo. E também, em decorrência disso, maior peso ao nascimento."Criado em 2003, o Programa Cisternas era voltado para famílias de baixa renda atingidas pela seca ou falta de água recorrente, tendo a região do semiárido como prioritária.O programa tem três modelos. Um é o primeira água —foco principal da pesquisa da FGV—, que consegue captar água da chuva para o consumo doméstico durante o período de estiagem. Outro é o segunda água, uma cisterna maior para acumular água para uso nas atividades agropecuárias. O terceiro é o cisterna nas escolas, para que as crianças tenham água durante o período de seca.De acordo com Camile Marques Sahb, diretora de Promoção da Inclusão Produtiva Rural e Acesso à Água, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, o programa de distribuição de cisternas afeta diretamente na diminuição da taxa de mortalidade infantil e da taxa de doenças causadas por falta de tratamento da água."As famílias passam a beber uma água de melhor qualidade, e há uma melhoria da qualidade de vida das famílias, que passam a ter água por quase o ano inteiro", diz.O município de Iguatu, no interior do Ceará, é um dos favorecidos com o Programa Cisternas. Até o final de 2022, a cidade havia recebido 2.639 equipamentos no modelo primeira água. Segundo dados do último Censo do IBGE, a taxa de mortalidade infantil no município é de 10,45 óbitos por mil nascidos vivos."Uma água tratada, uma água potável para o consumo das famílias, é sempre bom. Isso facilita mais a vida delas e também das crianças", diz Francisca Maciel da Silva, uma das coordenadoras da Pastoral da Criança de Iguatu, entidade que atende crianças de zero a seis anos e gestantes.Segundo Da Mata, os bons resultados apontados na pesquisa só foram possíveis com a junção de outras políticas públicas."Os dados que encontramos evidenciam também como programas de infraestrutura hídrica podem ser complementares a outras políticas públicas, como as de transferência de renda, ou aquelas voltadas para melhorar o acesso à escolaridade." Mais "Não é somente a construção da cisterna, mas também um treinamento para garantir a qualidade da água. É muito fácil contaminar a água da cisterna, uma vez que tem que fazer a limpeza de canaletas, a limpeza interna da água, se não ela contamina. Quanto maior a escolaridade dessas mulheres, mais chance existe da família aderir ao treinamento para tratamento da água", explica o pesquisador.A levantamento da FGV abrange até o ano de 2017. No auge, o programa chegou a construir 200 mil cisternas por ano, mas, na gestão Bolsonaro, foi deixado de lado, tendo somente 3.600 atendimentos em 2022.A iniciativa está sendo retomada pelo governo federal neste ano. O ministério finalizou a chamada pública para a contratação de 60 mil cisternas e a previsão é que até 7.000 sejam instaladas até dezembro.
2023-09-03 15:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/cisternas-provocam-impacto-na-saude-de-recem-nascidos-do-semiarido-aponta-estudo-da-fgv.shtml
Wesley Safadão desabafa em último show e explica pausa na carreira: 'O que tenho é mental'
O cantor Wesley Safadão explicou os motivos pelos quais fará uma pausa na carreira na madrugada deste domingo (3), no último show realizado, em Natal, no Rio Grande do Norte.Safadão afirmou que tem sofrido um cansaço mental por causa do trabalho, mas sem detalhar se seria burnout pela pressão para manter o sucesso."Estou faz três dias sem conseguir dormir. Para quem não está entendendo, o que o Safadão tem, na verdade, é cabeça, é mental. Me deram um sossega leão antes desse show, consegui cochilar umas horinhas, e consegui fazer esse show. São dias delicados, eu não venho muito bem nos últimos dias", afirmou. Mais "Eu tenho que aprender a me respeitar, respeitar o meu corpo, a minha saúde, e me cuidar um pouco", concluiu ele. Safadão recebeu o apoio do público.O cantor surpreendeu ao anunciar uma pausa por tempo indeterminado na carreira. Através de uma nota postada em suas redes sociais, a assessoria e o cantor afirmam que foi um pedido médico, sem detalhar um tratamento ou doença. Ele recebeu apoio de fãs."Informamos que o cantor Wesley Safadão fará uma pausa na agenda de shows por tempo indeterminado. O artista apresentou problemas de saúde e terá que se afastar dos palcos por orientação médica", diz a nota, assinada pela produtora que cuida de sua carreira artística, a Camarote Shows.Na noite de sábado (2), Wesley Safadão realizou um show em Natal, no Rio Grande do Norte. Nenhum outro show consta na sua agenda, disponível em seu site oficial.Wesley Safadão estorou em todo o Brasil com a música "Camarote", em 2015, e desde então é um dos maiores cachês da musica nacional. Um show seu chega a custar R$ 200 mil para contratantes, devido a demanda de público que tem.Veja o vídeo do desabafo:
2023-09-03 15:02:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/wesley-safadao-desabafa-em-ultimo-show-e-explica-pausa-na-carreira-o-que-tenho-e-mental.shtml
Local em que músico do Ultraje a Rigor foi baleado é dominado pelo tráfico, diz polícia
A região de Paraty (RJ) em que Rinaldo Oliveira Amaral, o Mingau do Ultraje a Rigor, foi baleado é dominada pelo tráfico de drogas, segundo informou o delegado da Polícia Civil responsável pelo caso, Marcello Russo. O baixista de 56 anos levou um tiro na cabeça enquanto passava pelo bairro Ilha das Cobras, na cidade da Costa Verde fluminense.Mingau foi ferido após seu carro ter sido atingido por tiros. Ele estava acompanhado de um amigo, que prestou depoimento na delegacia na manhã deste domingo (3). À polícia disse que no momento em que o músico foi baleado, os dois tinham ido fazer um lanche na praça do Ovo, que fica no bairro."O local é conhecido como um ponto de compra e venda de drogas ilícitas, dominado pela facção criminosa Comando Vermelho", disse o delegado à Folha.Uma das linhas de investigação é de que traficantes da região teriam atirado contra o carro do músico, um Ford Ranger. O veículo foi apreendido e passará por perícia.Mingau e o amigo estavam na pousada do baixista em Trindade, distrito de Paraty, segundo a polícia. A casa fica na praia do Cepilho, a cerca de 25 quilômetros da cidade. Mais Mingau é baixista da banda paulista Ultraje a Rigor desde 1999. Após ser baleado, o músico foi levado ao Hospital Municipal Hugo Miranda, mas a unidade hospital não contava com um neurocirurgião, ele foi transferido para o Hospital São Luiz Itaim, em São Paulo. A UTI móvel chegou ao hospital no início da tarde deste domingo (3) e o músico passa por uma avaliação neurológica.
2023-09-03 14:20:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/local-em-que-musico-do-ultraje-a-rigor-foi-baleado-e-dominado-pelo-trafico-diz-policia.shtml
Produtores rurais de Mato Grosso usam abelhas para elevar produtividade
Na fazenda Seriema, a paisagem foi modificada nos últimos meses com a implantação de seis caixas de abelhas numa área de mata ao lado de uma lavoura de grãos, com o objetivo de que elas contribuam para a melhoria da produtividade no campo.A técnica, embora conhecida há décadas, está sendo difundida cada vez mais em Canarana (MT) num projeto que envolve produtores rurais, uma fundação e a prefeitura e que, além de gerar até 30% de ganhos no entorno das caixas, tem como objetivo também propiciar renda a assentados.O fazendeiro Sergio Pasqualotti, da Seriema, tem 520 hectares em produção e usou uma pequena área para testar a polinização assistida neste ano.Os ganhos na produtividade são de pelo menos 12%, conta o especialista em abelhas Heber Pereira, doutor em zootecnia, dependendo de como é feito o manejo e também do local em que as caixas são instaladas. Um estudo da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) aponta o mesmo índice.De acordo com ele, o ideal é que sejam usadas até duas colmeias por hectare (10 mil metros quadrados) para que a polinização seja eficiente.Apicultores do país têm sofrido perdas de milhões de abelhas devido ao uso irregular de fipronil, agrotóxico que não deve ser lançado por aviões agrícolas. Foram ao menos 80 milhões de abelhas mortas na Bahia e 100 milhões em Mato Grosso, na região de Sorriso.Pereira disse que quem faz pulverização da forma correta não precisa fazer nenhuma alteração em sua propriedade para utilizar a técnica.Iniciado no primeiro semestre, o projeto Semêa distribuiu até aqui 200 caixas de abelhas, das quais 160 foram entregues pela Fundação Bunge e 40 pelo governo estadual, segundo o secretário da Agricultura e Meio Ambiente de Canarana, Cleyton Dias de Souza.O agricultor Aparecido dos Santos Pereira, que vive no assentamento Suya, criado há 15 anos, é um dos que receberam caixas e disse ter visto resultado prático desde o início de sua participação, em 17 de março.Os assentados utilizam as caixas recebidas de duas formas: ou instalam nas áreas em que produzem ou de forma consorciada em propriedades como a de Pasqualotti, numa proposta de ganha-ganha."Nas fazendas que produzem soja, vamos lá, montamos o apiário para eles, que nos dão suporte e ficamos com o lucro do mel. Eles ganham com o aumento da produtividade e a gente com o mel. Para eles [fazendeiros], o importante é a abelha", disse o assentado. Mais Canarana é considerada a capital nacional do gergelim, que propicia um mel considerado "muito bonito" pelos pequenos agricultores. O litro é comercializado por valores entre R$ 80 e R$ 100, segundo Pereira. Cada assentado tem uma área de 12 hectares, 4 deles de reserva legal.A cidade mato-grossense tem área de cerca de 75 mil hectares (105 mil campos de futebol) de cultivo do gergelim, 30% mais que na safra anterior.A intenção do Semêa, segundo Cláudia Calais, diretora-executiva da fundação, é que os assentados obtenham renda para contribuir para que efetivamente fiquem em seu território e que o desenvolvimento seja saudável.Ela disse que, no passado, os enxames de abelhas existentes na cidade eram exterminados e que a parceria envolvendo todos os participantes se constituiu em uma política pública.O programa em Canarana inclui ainda o treinamento de indígenas xavantes para o uso de drones como forma de tentar detectar focos de incêndio no cerrado com maior rapidez e, ao mesmo tempo, ter acesso a práticas sustentáveis e tecnologias de ponta para potencializar receitas com a agricultura.Executado inicialmente em três aldeias xavantes e da etnia boe bororo a um custo de R$ 1,6 milhão, o projeto deve chegar a 30 aldeias de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins nos dois próximos anos, com investimento de R$ 3 milhões.
2023-09-03 14:40:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/produtores-rurais-de-mato-grosso-usam-abelhas-para-elevar-produtividade.shtml
MC Cabelinho, Luana Piovani e Neymar: Relembre famosos que tiveram suas traições expostas
Numa época não muito distante, havia os paparazzi, que clicavam famosos em situações cotidianas: deixando os filhos na escola, mergulhando no mar, passeando em família etc. Por mais corriqueiro que possa parecer, antes dos diários virtuais das celebridades nas redes, este tipo de conteúdo interessava a imprensa especializada.O auge, para um desses profissionais, era o flagra. E foi através de uma foto "roubada", bem nesse estilo, que Rodrigo Santoro descobriu, no ano 2000, que Luana Piovani, sua namorada havia três anos, o traía com o empresário Cristiano Rangel. O retrato dos dois virou capa de uma revista de celebridades.Os paparazzi ainda existem mas, quando o assunto é traição, eles vêm tendo cada vez menos oportunidade de trabalho —até porque os próprios amantes já vêm se encarregando de fazer, de forma bastante meticulosa, todo o trabalho de divulgação do ato de infidelidade. Mais Para isso, ele usam suas redes sociais, como fez a estudante mineira Duda Mehdef, no fim de semana passado. Duda postou fotos saindo do hotel onde MC Cabelinho estava hospedado em Belo Horizonte. Contou detalhes da noite que teriam passado juntos, disse conhecê-lo há anos, fez piadas, ironizou o relacionamento do rapper com a atriz Bella Campos.Os dois namoravam há oito meses e, três dias depois dos posts da suposta amante do rapper, Bella anunciou, também em suas redes, o fim do relacionamento, "por motivos óbvios".Assim como aconteceu com Cabelinho, Neymar teve uma traição explanada pela amante, que contou ter saído com ele no último Dia dos Namorados. Sua noiva, Bruna Biancardi, está grávida e aceitou o pedido de desculpas do jogador.Ambos continuam juntos, e o antigo affair do atacante entrou numa plataforma de conteúdo erótico, com a promessa de mostrar "o que só o Neymar viu". Na galeria acima, lembre outros casos de traições com famosos envolvidos e que vieram à público, de formas distintas.
2023-09-03 13:00:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/mc-cabelinho-luana-piovani-e-neymar-relembre-famosos-que-tiveram-suas-traicoes-expostas.shtml